quinta-feira, 10 de maio de 2018

Por que é tão complicado conter a lava de um vulcão como o Kilauea, no Havaí?


Por que é tão complicado conter a lava de um vulcão como o Kilauea, no Havaí?

A erupção do vulcão Kilauea no Havaí rendeu imagens espetaculares nos últimos dias e, ao mesmo tempo, apocalípticas. O vulcão está em atividade desde quinta-feira, dia 3, e rios de lava têm avançado sem controle nas estradas e engolido casas e carros por onde passa. Cerca de 2 mil pessoas foram obrigadas a deixar a área e outras 10 mil aconselhadas a procurar abrigo.
As imagens aéreas permitem ver a cor laranja incandescente da lava e as colunas de fumaça do vulcão. Organizações que atuam em casos de emergência têm adotado vários tipos de estratégias, nos últimos anos, na tentativa de impedir o avanço da lava. As investidas incluem desde tentativas de resfriamento da lava com água até o uso de bombas em seu trajeto para enfraquecer o fluxo.
Mas até que ponto esses mecanismos têm funcionado?

Uma massa em movimento

Os vulcões do Havaí são cheios de particularidades e suas erupções ganharam até uma categoria própria entre as várias que os geólogos identificaram. Elas são chamadas de “erupções havaianas” e caracterizadas não tanto por serem explosivas, mas por liberarem lava que corre pela cratera e por rachaduras nas encostas do vulcão.
A lava excede 1 mil graus de temperatura e pode se mover a uma velocidade que varia de 1 quilômetro por dia a 10 quilômetros por hora, segundo dados do Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile.
Embora pareça líquida, ela se comporta como uma massa em movimento e uma das estratégias para retardar o avanço é a fragmentação. Nas erupções do vulcão Mauna Loa, no Havaí, foram usadas bombas para subdividir o intenso fluxo em vários menos potentes. Com esse método, que também foi tentado na Sicília, na Itália, onde está o vulcão Etna, foi possível desviar o curso da lava, mas não pará-lo.

Resfriamento

Foi tentado ainda resfriar a lava com água, mas esse método também tem limitações. “Tentar esfriar a lava funciona se os fluxos forem pequenos. Se não, a água evapora imediatamente”, explica a geóloga Martha Calvache, diretora de geo ameaças do Serviço Geológico da Colômbia.
De acordo com ela, mesmo que se consiga resfriar a crosta, em seu interior se formam os chamados “túneis de lava” onde o fluxo pode permanecer quente por meses. No caso do Etna, outra estratégia foi construir barreiras, cavar trincheiras que prendam a lava e instalar blocos de concreto.
Contudo, embora possam funcionar até certo ponto, esses mecanismos têm a implementação cara e demorada demais para serem considerados a melhor opção. ”Diante de fenômenos da natureza tão imponentes como esses, as ações do homem são pequenas”, diz Calvache, advertindo que, por enquanto, o mais importante ainda é ter planos de contingência e evacuação para o caso de uma erupção.
Fonte: BBC

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Preços do petróleo saltam 3% e atingem máxima de mais de 3 anos

Preços do petróleo saltam 3% e atingem máxima de mais de 3 anos

Commodities09.05.2018 
 

© Reuters.  Preços do petróleo saltam 3% e atingem máxima de mais de 3 anos © Reuters. Preços do petróleo saltam 3% e atingem máxima de mais de 3 anos
NOVA YORK (Reuters) - Os preços dos petróleo subiram cerca de 3 por cento nesta quarta-feira e atingiram uma nova máxima em três anos e meio, depois que uma diminuição maior do que o esperado nos estoques dos Estados Unidos ampliou ganhos da decisão dos EUA de sair do acordo nuclear com o Irã.
Ignorando os apelos de seus aliados, o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo internacional de 2015 com o Irã e anunciou o "mais alto nível" de sanções contra o país-membro da Opep, deixando os investidores nervosos sobre crescentes riscos do conflito no Oriente Médio e sobre a oferta de petróleo em um mercado limitado.
Notícias sobre o acordo promoveram uma sessão de negociações voláteis na terça-feira, que registrou o maior volume para o primeiro contrato dos futuros do petróleo dos EUA desde 30 de novembro de 2016.
Os EUA devem reimpor sanções contra o Irã após 180 dias, a não ser que se alcance outro acordo.
Os futuros do petróleo Brent subiram 2,36 dólar, ou 3,2 por cento, a 77,21 dólares por barril. A referência global tocou a máxima da sessão a 77,43 dólares, máxima desde novembro de 2014. Os futuros do petróleo dos EUA (WTI) fecharam em alta de 2,08 dólar, a 71,14 dólares o barril, ganho de 3 por cento.
Os dois contratos tiveram seu maior ganho percentual diário em um mês.
(Por Stephanie Kelly; Reportagem adicional por Christopher Johnson, Henning Gloystein e Osamu Tsukimori)
Fonte:  Reuters

Gerdau sobe forte com divulgação de lucro líquido melhor que o esperado

Gerdau sobe forte com divulgação de lucro líquido melhor que o esperado







Investing.com – As ações da Gerdau (BOV:GGBR4) operam com forte valorização de 5,14% a R$ 17,17, após a companhia divulgar balanço com lucro líquido ajustado de R$ 451 milhões no primeiro trimestre do ano, sendo que no fechamento de 2017 foi registrado prejuízo de R$ 34 milhões. Sem ajustes, o lucro líquido consolidado caiu 45,6% na comparação anual para 448 milhões de reais.
O lucro foi impactado pelo resultado financeiro negativo de R$ 343 milhões no período, ante resultado financeiro positivo de R$ 54 milhões no mesmo período de 2017.
A XP Investimentos destacou que o resultado alcançado pela Gerdau no trimestre ficou 8% acima do consenso do mercado. Na visão dos analistas a surpresa positiva veio de margem Ebitda de 20,8%, contra 17,4% no período anterior, ficando perto do consenso do mercado, mas com o preço e volume surpreendo positivamente no mercado interno.
Na operação da Amércia do Norte, a margem Ebitda foi de 5,6%, contra 4,3% no trimestre passado, ficando perto dos 5% esperados, com o volume sendo beneficiado com aumento na demanda e menos importações nos EUA.
Para a corretora, o resultado deve levar a uma revisão para cima de expectativas para 2018 por parte do mercado.
A Coinvalores também destacou que os resultados superaram as expectativas, com o EBITDA atingindo R$ 1,4 bilhão e margem de 14,3%, no maior patamar dos últimos anos. O volume de venda de aços apresentou alta de 7,8% em doze meses e de 2,6% frente ao último trimestre, com melhora em todas as suas áreas de negócios e destaque para as operações no Brasil e na América do Norte.
Os analistas destacam que houve alta significativa no preço das matérias-primas no mercado internacional, mas os reajustes de preços aplicados e o rígido controle da companhia sobre custos e despesas mitigou esse impacto, propiciando a maior rentabilidade no período. Outro destaque fica com a melhora em seu resultado financeiro, com a relação dívida líquida/ EBITDA caindo para 2,7x.
Fonte: ADVFN

Mercados digerem decisão de Trump e alta do petróleo

Mercados digerem decisão de Trump e alta do petróleo







Em dia de alta nos preços do petróleo após a decisão de Trump em sair do acordo nuclear com o Irã, os investidores digerem as possibilidades e consequências do ato. Há uma tendência de alta para as principais bolsas no ocidente, e uma tendência de alta nos mercados de juros.
A treasury de 10 anos dos Estados Unidos recebe especial atenção, na expectativa do leilão da nota de 10 anos, enquanto a curva testa novamente o patamar de 3%. No mercado de petróleo, a alta volatilidade precede o retorno dos preços ao nível de US$ 70,00 o barril. O petróleo WTI tem alta de 1%, sendo cotado a US$ 70,73, nas vésperas da divulgação dos estoques de petróleo bruto nos EUA. Veja abaixo, o gráfico de 15 minutos do petróleo WTI:
No dia, os mercados devem se atentar aos dados sobre inflação. Hoje o índice de preços ao produtor registrou crescimento de 0,1%, abaixo do esperado de 0,2%. Já o núcleo, teve um crescimento em linha com as expectativas, de 0,2%.
Na taxa anual, o índice registrou um crescimento de 2,3% ante crescimento de 2,7%. A desaceleração foi um reflexo da queda nos preços dos alimentos. Amanha, o índice de preços ao consumidor deverá chamar a atenção dos mercados, que se atentam aos principais indicadores de inflação nesta semana. No câmbio, o dólar sofre uma depreciação: o índice para o dólar tem queda de 0,2%. Efeito da valorização da lira turca, da libra esterlina e do euro.

Brasil

No mercado local, os investidores digerem o balanço de uma série de empresas com grande importância no índice, como Ambev, Gerdau e Tim. Ademais, a alta nos preços do petróleo deve ter um impacto positivo em algumas empresas chave, como a Petrobras.
O otimismo em relação a alguns resultados corporativos da um animo aos negócios, mesmo em meio a cautela com o cenário eleitoral. Em um dia de agenda econômica limitada, a bolsa abre com um viés de alta, assim como o mercado de juros.
Fonte: ADVFN

Rochas podem ajudar na luta contra o aquecimento global


Rochas podem ajudar na luta contra o aquecimento global

Neste canto da Península Arábica, os picos escarpados são mais do que um simples cenário. Algumas dessas rochas trabalham duro, reagindo naturalmente com o dióxido de carbono da atmosfera e transformando o elemento em pedra.
Veias de minerais de carbonato branco correm através de lajes de rocha escura, como a gordura que margeia um bife. Cientistas afirmam que, se fosse possível dominar este fenômeno natural, chamado de mineralização de carbono, acelerando-o e aplicando-o com baixo custo e em larga escala, isso poderia ajudar a combater as mudanças climáticas. As rochas poderiam remover da atmosfera bilhões de toneladas do dióxido de carbono – que concentra calor – emitidas pela humanidade desde o início da Era Industrial.
Esse processo garantiria que o gás ficasse fora da atmosfera definitivamente. “Minerais carbonatados sólidos não circulam pelo ar”, afirmou Peter B. Kelemen, geólogo do Observatório Geológico Lamont-Doherty, da Universidade Columbia, em Nova York, que tem estudado essas rochas.
A captura e o armazenamento do dióxido de carbono têm atraído um crescente interesse. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas afirma que a aplicação desse tipo de tecnologia é essencial para combater o aquecimento global. Mas há atualmente menos de 20 projetos em larga escala desse tipo em operação ao redor do mundo – e eles evitam emissões de CO2 em processos industriais. O que Kelemen e outros têm em mente é retirar da atmosfera o dióxido de carbono que já foi emitido, com a intenção de estabilizar ou reverter a crescente concentração de CO2 no ar.
Muitos pesquisadores descartam a possibilidade de capturar o elemento diretamente na atmosfera, pois consideram isso impraticável.
Mas, na Islândia, uma empresa de energia está injetando pequenas quantidades de dióxido de carbono em rochas vulcânicas, mineralizando o elemento. Pesquisadores holandeses sugeriram que rochas esmagadas poderiam ser espalhadas ao longo de costas marítimas para capturar CO2. E cientistas no Canadá e na África do Sul estão estudando maneiras de utilizar dejetos de mineração para essa mesma função. “Não há dúvida que teremos de remover dióxido de carbono da atmosfera”, afirmou Roger Aines, que desenvolve tecnologias de manejo de carbono no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia.
Há poucos lugares no mundo mais adequados para esse estudo do que Omã. As formações rochosas por aqui são constituídas grandemente de uma rocha chamada peridotito, que se forma normalmente quilômetros abaixo da superfície terrestre.
Quando as rochas são expostas ao ar ou à água, afirmou Kelemen, elas funcionam como uma bateria gigante, com grande potencial químico. Ele disse que as rochas daqui são tão grandes que, se fosse possível utilizá-las plenamente, elas poderiam armazenar o equivalente a centenas de anos de emissões de CO2.
Ele afirmou que, de maneira mais realista, Omã poderia armazenar anualmente pelo menos 1 bilhão de toneladas de CO2 (atualmente, as emissões mundiais de dióxido de carbono chegam a 40 bilhões de toneladas ao ano). Formações rochosas similares – e menores – ocorrem no Norte da Califórnia, em Papua-Nova Guiné e na Albânia.
Kelemen veio a Omã pela primeira vez nos anos 90. Ele havia reparado nos veios de carbono, mas pensou que deveriam ter milhões de anos. Em 2007, porém, ele datou os compostos de carbono. Quase todos tinham menos de 50 mil anos, o que indicou que o processo de mineralização ocorria muito mais rapidamente do que se pensava.
Desde então, ele tem estudado maneiras de dominar e reproduzir o processo. O desafio é realizá-lo muito mais rapidamente do que a natureza, em larga escala e sob um custo suficientemente baixo, para torná-lo acessível.
Talvez a maneira mais simples de utilizar as rochas seria moê-las e espalhá-las, para expô-las ao ar. Mas a operação necessária teria de ser feita em larga escala – e, além de ser caríssimo realizá-la, ela devastaria paisagens e produziria enormes emissões de CO2.
Então, alguns pesquisadores se perguntam: por que não utilizamos rochas que já foram extraídas e esmigalhadas para outras funções? Essas rochas são encontradas em grandes quantidades em operações de mineração de todo o mundo – nos dejetos restantes dos processos de extração mineral.
Gregory Dipple, pesquisador da Universidade da Colúmbia Britânica, está trabalhando com várias empresas mineradoras, estudando maneiras de tornar o processo natural mais eficiente. O objetivo seria capturar ao menos CO2 o suficiente para neutralizar as emissões de uma mina.
Evelyn Mervine, que trabalha para a De Beers, a maior mineradora de diamantes do mundo, está estudando uma abordagem similar, e espera realizar testes no ano que vem. “De uma perspectiva científica, não consideramos que isso seria difícil ou custoso: nós podemos neutralizar nossas emissões de carbono”, afirmou ela. “E, na indústria mineradora, isso é extraordinário.”
Fonte: Estadão