sábado, 9 de junho de 2018

Um terço dos trilhos está abandonado


Um terço dos trilhos está abandonado

O Brasil não usa quase um terço de seus trilhos ferroviários, além de deixar apodrecer boa parte da pouca estrutura que possui nessa área. Os dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontam que, dos 28.218 quilômetros da malha ferroviária, 8,6 mil km – o equivalente a 31% – estão completamente abandonados. Desse volume inutilizado, 6,5 mil km estão deteriorados, ou seja, são trilhos que não poderiam ser usados, mesmo que as empresas quisessem.
Os números chamam atenção, especialmente depois que a greve dos caminhoneiros expôs a dependência do País em relação ao transporte rodoviário.
Os dados da ANTT foram reunidos em um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que faz um retrato atual da operação da malha ferroviária brasileira.
“É um sistema com deficiências, com destaque para o desempenho insatisfatório das concessionárias, ausência de concorrência no mercado e as dificuldades de interconexão das malhas”, afirma a instituição no trabalho Transporte ferroviário: colocando a competitividade nos trilhos, que será divulgado nesta quinta-feira, 7.
O material, que integra uma série de 43 documentos sobre temas estratégicos que a CNI entregará aos candidatos à Presidência da República, detalha propostas para a melhoria do setor ferroviário.
“O governo está em vias de decidir sobre a prorrogação antecipada dos contratos de concessão ferroviária. Essa antecipação é uma oportunidade para corrigir erros cometidos nos ano 90, incluindo novos investimentos nos contratos e incorporando o compartilhamento das malhas”, diz Matheus de Castro, especialista em políticas e indústria da CNI.
Dos 20 mil km de malha que são usados no País, cerca de metade tem uso mais intenso. Cerca de 10 mil km têm baixa utilização. As limitações também estão atreladas ao perfil do que efetivamente é transportado pelos trilhos brasileiros. As commodities agrícolas, por exemplo, são raridade no setor, apesar de a região Centro-Oeste ser a maior produtora de grãos em todo o mundo.
Até 2001, 60% do que circulava pelos vagões de trens no Brasil era minério de ferro. Hoje esse volume chega a 77%, porcentual puxado pela Estrada de Ferro Carajás, na região Norte, e pela Vitória-Minas, no Sudeste, ambas controladas pela mineradora Vale.
“O Brasil fez uma opção rodoviarista na década de 60. A rodovia é um modal eficiente, mas quando se pensa em curtas e médias distâncias. As ferrovias, que demandam mais tempo de maturação e investimento, acabaram ficando para trás”, diz Castro.
Atualmente, as estradas brasileiras respondem por 63% do transporte nacional de cargas em geral, enquanto as ferrovias são responsáveis por apenas 21% desse volume, seguidas pelas hidrovias (13%) e pelo setor aeroviário e de estruturas de dutos (3%).
“Os atuais investimentos do governo no setor de transportes refletem a política para o setor. No ano passado, as ferrovias ficaram com apenas 6,5% dos investimentos públicos do governo no setor logístico, enquanto as rodovias receberam 85% do total investido.”
Fonte: O Estado de São Paulo

Cobre recua diante de dólar alto, mas preocupações com oferta limitam baixa


Cobre recua diante de dólar alto, mas preocupações com oferta limitam baixa

O cobre negociado em Nova York opera em baixa nesta sexta-feira em meio ao dólar mais forte ao redor do mundo. A queda, porém, é limitada, uma vez que preocupações em torno da oferta do metal seguem no radar dos investidores.
Às 8h18 (de Brasília), o cobre para três meses subia 0,1%, a US$ 7.254,50 a tonelada, na London Metal Exchange (LME). O metal já subiu 5,1% na LME . Às 8h30, o cobre para julho recuava 0,05%, a US$ 3,2735 a libra-peso, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
 O índice do dólar DXY – que mensura a moeda americana frente a outras seis moedas fortes – opera em alta de 0,40%, a 93,767. Um dólar mais fraco torna as mercadorias denominadas em dólar mais caras para os detentores de outras moedas.
Ainda assim, a queda de hoje é limitada pelas preocupações que têm pairado no mercado nos últimos dias. O fechamento da fundidora de cobre da Vedanta Resources em Indian Tamil Nadu, e os temores de uma repetição da greve de 44 dias do ano passado na operação da BHP Billiton na mina chilena Escondida – a maior do mundo – estão por trás das preocupações dos analistas.
 Além disso, dados recentes da comissão de cobre do estado chileno Cochilco revelaram queda de 12% na produção mensal em abril, para o nível mais baixo desde fevereiro de 2017, disse Alastair Munro, corretor da Marex Spectron em nota.
Entre os metais básicos, o zinco subia 0,62%, para US$ 3.182 por tonelada, o alumínio avançava 1,58%, para US$ 2.321 por tonelada métrica, o estanho caía 0,54%, para US$ 21.105 a tonelada métrica, o níquel recuava 0,03%, para US$ 15.415 a tonelada métrica e o chumbo tinha queda de 0,28%, para US$ 2.489 a tonelada métrica.
Fonte: IstoÉ

Minério de ferro acumula ganhos de 1,52% na semana


Minério de ferro acumula ganhos de 1,52% na semana

Os contratos futuros do minério de ferro para entrega em setembro, negociados na bolsa chinesa de Dalian, recuaram 1,27% nesta sexta-feira (8) cotados a 467,0 iuanes para cada tonelada do produto.
Já os contratos futuros do vergalhão de aço com vencimento em outubro, o mais líquido, negociado na Bolsa de Xangai, perderam 13 iuanes fechando a 3.806 iuanes para cada tonelada.
Fonte: Investimentos e Notícias

China amplia importações de petróleo, minério de ferro e cobre em maio


China amplia importações de petróleo, minério de ferro e cobre em maio

As importações de petróleo, minério de ferro e cobre da China subiram na comparação anual de maio, segundo dados preliminares divulgados hoje pela Administração Geral de Alfândega do país.
 No mês passado, as compras chinesas de petróleo bruto registraram avanço anual de 5%, a 39,05 milhões de toneladas, as importações de minério de ferro tiveram alta de 2,9%, a 94,13 milhões de toneladas e as de cobre saltaram 22%, a 475 mil toneladas.
Entre janeiro e maio, as importações chinesas de petróleo mostraram expansão anual de 8%, a 190,48 milhões de toneladas, enquanto as de minério de ferro apresentaram leve ganho de 0,7%, a 447,51 milhões de toneladas, e as de cobre avançaram 17%, a 2,15 milhões de toneladas.
Os dados também mostraram que a China exportou 198 mil toneladas de petróleo bruto em maio, 14% menos que no mesmo mês de 2017. Nos primeiros cinco meses de 2018, houve queda anual de 42,5% nas compras de petróleo, a 1,36 milhão de toneladas.
Fonte: IstoÉ

China busca novos compradores de aço na África e América do Sul


China busca novos compradores de aço na África e América do Sul

Produtores de aço na China estão buscando novos destinos de exportação na África e América do Sul uma vez que os embarques para seus maiores clientes internacionais no sudeste da Ásia caem a taxas de dois dígitos, com novas ações comerciais tomadas pelos Estados Unidos ameaçando excluir alguns mercados totalmente.
A China, maior produtora, consumidora e exportadora de aço do mundo, está ficando com menos destinos para vendas externas. Na semana passada, Washington impôs tarifa de 25 por cento sobre grandes exportadores de aço para os Estados Unidos –Canadá, México e União Europeia–, o que disparou medidas retaliatórias.
As tarifas que os EUA passaram a cobrar de outros países em março foram destinadas principalmente a reduzir importações de aço da China, que siderúrgicas norte-americanas acreditam que estão sendo direcionadas ao país por meio de outras nações.
No mês passado, o Departamento de Comércio dos EUA criou pesadas tarifas de importação contra produtos siderúrgicos do Vietnã que afirma se originarem na China. A medida atingiu o segundo maior destino de exportação da China depois da Coreia do Sul.
“Está cada vez mais aparente que as oportunidades de exportação para a China estão se tornando limitadas”, disse Chris Jackson, analista da consultoria britânica MEPS International.
Apesar das exportações chinesas de aço terem atingido pico em oito meses em abril, os embarques acumulados dos primeiros quatro meses do ano caíram 20 por cento, recuando 2,5 por cento em valor.
As exportações da China para os principais mercados, incluindo Vietnã e Coreia do Sul, caíram dois dígitos desde o ano passado, refletindo um ambiente competitivo mais duro gerado por rivais como a Rússia.
Tarifas antidumping criadas por compradores do sudeste asiático como Tailândia, Vietnã, Indonésia e Malásia sobre exportações de aço da China também pressionaram as vendas externas da liga produzida no país.
“O mercado do sudeste asiático está ficando lotado. Mais e mais pessoas estão buscando novos mercados, especialmente em países sul-americanos e da África”, disse Steven Yue, diretor comercial na Hebei Huayang Pipeline, uma exportadora de tubos de aço na China.
“Planejamos trabalhar mais duro para desenvolvermos mercados sul-americanos e africanos a partir do segundo semestre deste ano”, acrescentou.
A América do Sul e a África foram responsáveis por 8 por cento das exportações chinesas de aço no ano passado e os embarques para alguns países destes continentes dispararam este ano.
Exportações para a Nigéria, maior economia da África e maior compradora de aço da China, subiram 15 por cento no primeiro trimestre, e os embarques para a Argélia, quarta maior economia do continente, quase triplicaram.
Na América do Sul, as exportações de aço da China para o Brasil subiram 40 por cento e cresceram quase 10 vezes para a Bolívia, segundo dados da empresa de acompanhamento MEPS.
Em relação à Ásia, há menos países na América do Sul e na África com tarifas antidumping e medidas de salvaguarda contra produtos siderúrgicos chineses, incluindo Brasil, Colômbia, Chile e África do Sul, segundo dados da Organização Mundial de Comércio.
Em janeiro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Brasil decidiu não aplicar imediatamente medidas antidumping, como sobretaxas contra a importação de aços laminados a quente de quatro grandes grupos siderúrgicos da China e um da Rússia.
Em maio, a Camex também decidiu não aplicar de imediato medidas compensatórias sobre importações de aços planos da China.
As exportações de aço da China caíram de um recorde de 112,4 milhões de toneladas em 2015 para 75,4 milhões de toneladas no ano passado, em parte apoiadas em medidas do país para aumento da demanda interna.
Apesar disso, a Associação de Ferro e Aço da China (Cisa) afirma que o impacto da disputa comercial entre EUA e China sobre as exportações siderúrgicas chinesas “não deve ser subestimado”.
“Se as exportações caírem de novo este ano, então os produtos siderúrgicos vão fluir para o mercado doméstico e isso vai piorar a situação em nosso próprio mercado”, disse a Cisa no mês passado.
As exportações diretas de aço da China para os EUA somam menos de 1 por cento do total, mas Washington está tornando o aço chinês mais custoso nos EUA por meio das tarifas impostas contra o Vietnã. Para evitar isso, a maior parte das companhias siderúrgicas vietnamitas, que compram principalmente laminados a quente (HRC) da China, vão parar de importar o produto chinês, disse o vice-presidente da Associação de Aço do Vietnã, Chu Duc Khai.
O Vietnã exportou 4,7 milhões de toneladas de aço no ano passado e quase 60 por cento desse volume foi para o sudeste asiático e 11 por cento para os EUA.
A crescente capacidade de produção de aço no sudeste da Ásia, incluindo Vietnã, Indonésia e Malásia, vai acabar reduzindo a demanda por importações, disse o analista Alex Zhirui Ji, da CRU.
“Muitos amigos meus passaram a fazer negócios com países africanos uma vez que têm maior potencial e demanda maior”, disse um operador e exportador de aço baseado em Tangshan, maior cidade produtora de aço da China.
“Eu sinto que os negócios na Ásia estão ficando mais difíceis, então eu também estou buscando por novos mercados. Provavelmente vou me juntar aos meus amigos que estão indo para a África.”
Fonte: Exame