Dólar pode ir a R$ 5,50 se o "pior dos cenários" se concretizar, aponta Bank of America
Banco americano traçou dois cenários para o câmbio, e, no pior deles, País voltaria para recessão em 2019 e a Selic passaria para dois dígitos
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SÃO PAULO - Tem se tornado cada vez mais comum algumas projeções bastante pessimistas para o dólar, principalmente com a incerteza do que ocorrerá no Brasil após a eleição de outubro. E em um recente estudo de cenários, o Bank of America Merrill Lynch afirma que o dólar pode chegar a R$ 5,50 em 2019.
Isso ocorreria no pior dos dois casos traçados pelo banco, em que um candidato não reformista seria eleito, ou seja, o Brasil não passaria pelas mudanças necessárias para voltar a crescer. Com isso, as incertezas sobe a capacidade de governança aumentariam e o País afundaria novamente em uma dura crise.
Em números, o BofA projeta, neste cenário, um crescimento da economia de 0,8% este ano, sendo que para 2019 o País voltaria para uma recessão, com o PIB (Produto Interno Bruto) caindo 1%. Enquanto isso, a Selic iria voltar para o nível dos dois dígitos e a inflação chegaria a 7%, levando assim o dólar para o temido R$ 5,50.
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"O ruído político associado ao ciclo eleitoral deve se intensificar nos próximos meses, adicionando riscos ao processo de retomada econômica", afirmam os analistas do banco no relatório. Segundo os analistas, o cenário econômico nos EUA tem pressionado bastante as principais moedas do mundo, o que leva o dólar a subir.
"Um aumento no protecionismo comercial elevaria a aversão a risco global e afetaria desproporcionalmente outros países por causa de sua abertura econômica", explica ainda a equipe do BofA. Vale lembrar que o atual cenário de aversão tem prejudicado principalmente as economias emergentes, e o Brasil tem sido destaque negativo diante da piora das incertezas locais.
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Porém, nem tudo é ruim. O banco americano também traçou um cenário positivo, em que venceria um candidato pró-mercado, que daria continuidade às reformas, em especial a da Previdência, mantendo um bom nível de governabilidade.
Neste cenário, o PIB brasileiro cresceria 1,8% já neste ano, acelerando para algo na casa de 4% em 2019, com a inflação em baixa, se mantendo dentro da meta estabelecida, e Selic abaixo dos 7%. Caso este ambiente se concretize, o dólar poderia voltar para R$ 3,30 no próximo ano.
Fonte: Bank of América

A Montanha das Sete Cores, também conhecida como Vinicunca ou Arco-íris, está situada na Cordilheira do Vilcanota, 5,2 mil metros acima do nível do mar, no distrito de Pitumarca. Suas encostas e cumes são decorados por franjas em tons intensos de fúcsia, turquesa, roxo e dourado. Desde 2016, o espetáculo visual que a montanha proporciona vem atraindo visitantes, disse a funcionária da secretaria de Turismo de Pitumarca, Haydee Pacheco.
Segundo a mídia local, o número de turistas subiu de algumas dezenas a cerca de 1 mil por dia – isso apesar do frio e da grande altitude. Impulsionado pelas redes sociais, o crescimento na popularidade da Montanha das Sete Cores fez com que ela fosse incluída nos rankings internacionais de atrações turísticas.
Em agosto de 2017, por exemplo, a Vinicunca apareceu na lista dos cem lugares que você deve conhecer antes de morrer, compilada pelo site Business Insider. A explosão no turismo local é recente, mas a história da montanha e de suas lindas cores começou há milhões de anos.
Oxidação de minerais
As cores que decoram as encostas da montanha resultam de “uma história geológica complexa, com sedimentos marinhos, lacustres e fluviais”, de acordo com um relatório do Escritório de Paisagismo Cultural da Diretoria de Cultura de Cusco.
As cores que decoram as encostas da montanha resultam de “uma história geológica complexa, com sedimentos marinhos, lacustres e fluviais”, de acordo com um relatório do Escritório de Paisagismo Cultural da Diretoria de Cultura de Cusco.
Esses sedimentos, transportados pela água que antes cobria todo o lugar, datam dos períodos Terciário e Quaternário, ou seja, de 65 milhões até 2 milhões de anos atrás.
Ao longo do tempo, os sedimentos foram formando camadas (com grãos de tamanhos diferentes) que hoje compõem as franjas coloridas.
O movimento das placas tectônicas da área elevou esses sedimentos até que se transformassem no que hoje é a montanha.
Aos poucos, as diferentes camadas foram adquirindo suas cores chamativas. Elas resultam da oxidação dos diferentes minerais – em virtude da umidade da área – e também da erosão dos mesmos.
Foi o que explicou à BBC News o geólogo César Muñoz, membro da Sociedade Geológica do Peru (SGP).
Com base em um estudo do Escritório de Paisagismo Cultural e em suas próprias pesquisas, Muñoz explicou a composição de cada uma das camadas, de acordo com a cor:
- Rosa ou fúcsia: mescla de argila vermelha, lama e areia.
- Branco: arenito (areia de quartzo) e calcário.
- Roxo ou lavanda: marga (mistura de argila e carbonato de cálcio) e silicatos.
- Vermelho: argilitos e argilas.
- Verde: argilas ricas em minerais ferromagnesianos (mistura de ferro e magnésio) e óxido de cobre.
- Castanho amarelado, mostarda ou dourado: limonites, arenitos calcários ricos em minerais sulfurosos (combinados com enxofre).
Fabián Drenkhan, pesquisador do Instituto de Ciências da Natureza da Pontificia Universidade Católica do Peru, disse à BBC News que essas misturas também contêm óxidos de ferro, geralmente de cor avermelhada.
Divulgação pelas redes sociais
Mas, se essas cores chamativas já decoram a montanha há milhões de anos, por que ela só ficou famosa recentemente?
Mas, se essas cores chamativas já decoram a montanha há milhões de anos, por que ela só ficou famosa recentemente?
Artigos publicados pela mídia peruana e internacional sugerem que Vinicunca teria sido descoberta porque mudanças climáticas teriam derretido a neve que a cobria.
No entanto, os geólogos consultados pela reportagem dizem não estar absolutamente certos disso.
Juan Carlos Gómez, do Instituto Geofísico do Peru (IGP), disse que a montanha estava apenas parcialmente coberta de gelo e que recebia neve temporariamente até o início dos anos 1990.
Fabián Drenkhan, por sua vez, disse não acreditar que o cume tenha sido uma geleira nos últimos anos ou décadas.
“Não tenho evidências do que exatamente aconteceu nessa montanha e teria muita cautela em afirmar (que a mudança climática deixou Vinicunca descoberta). Mas, sim, pode-se dizer que, nos arredores, houve um derretimento glacial bastante forte”, disse Dernkhan.
O povo de Pitumarca diz que não houve neve nos últimos 70 anos, segundo Haydee Pacheco, da secretaria de Turismo.
Pacheco explica que a montanha ganhou popularidade graças aos turistas que passam por ali a caminho de Ausangate, um monte sagrado para os cusquenhos.
A revista colombiana Semana atribui o sucesso de Vinicunca à divulgação feita pelos usuários do Instagram e do Facebook, que atraiu multidões de turistas.
Fonte: Época Negócios
