sexta-feira, 6 de julho de 2018

Roubo histórico de ouro bruto


Roubo histórico de ouro bruto

Polícia Civil deflagrou nessa quarta-feira uma megaoperação de combate ao roubo de ouro bruto direto das dependências de duas gigantes mineradoras do Estado. Denominada Quimera, a ação culminou na prisão de 21 pessoas, entre elas cinco funcionários das empresas, além do cumprimento de 30 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte, Santa Bárbara, Barão de Cocais e João Monlevade, as três últimas, na região Central do Estado. Três pessoas ainda estão foragidas e são procuradas pela polícia. Segundo os investigadores, o material roubado era usado como matéria-prima para joias, comercializadas em joalherias de Minas.
As mineradoras AngloGold Ashanti, hoje de capital sul-africano, sendo a terceira maior do mundo e há 180 anos atuando no Brasil, e a Jaguar Mining, multinacional canadense, eram alvo dos criminosos. Segundo o delegado de Santa Bárbara que chefiou as investigações, Domiciano Ferreira Monteiro de Castro Neto, os criminosos agiam desde 2016. A polícia chegou a eles após denúncias das próprias empresas que foram lesadas. Eles roubavam o outro bruto direto dos complexos minerários, antes da triagem e homologação do minério. Vale lembrar que o ouro é uma commodity de alto valor, inclusive com preço cotado em diversas Bolsas pelo mundo. O grama fechou ontem valendo R$ 156 no Brasil. O metal precioso tem valor monetário e é aceito como moeda, com validade internacional.
Além das prisões, os policiais ainda apreenderam uma sacola com dezenas de pepitas de ouro, com teor estimado de 90% a 95% de pureza, R$ 40 mil em dinheiro, rádiocomunicadores, 23 veículos (sendo alguns de luxo) e equipamentos utilizados no processo de apuração de ouro.
De acordo com o delegado, o produto era roubado antes de ser catalogado, ou seja, antes de ganhar sua identificação. Segundo ele, isso dificultava o rastreamento do produto, já que esse ouro não ia para a contagem das mineradoras, sendo retirado, inclusive, antes de ser faturado para gerar preço de mercado, e antes de incidirem impostos e royalties minerais.
“As investigações começaram no início deste ano. Essa organização era muito bem-equipada e tinha informações privilegiadas sobre as áreas sensíveis das empresas, ou seja, onde ficava o ouro. Essas mineradoras têm um sistema de segurança muito grande, com bloqueios, vigilância, alarmes e segurança armada. Mesmo assim, os criminosos conseguiam burlar o sistema e cometer os roubos. Eles tinham diversos núcleos de atuação”, contou o delegado. Os investigadores não informaram quanto de ouro foi roubado, o valor estimado nem como os criminosos retiravam o metal das dependências das empresas.
Eram os suspeitos que trabalhavam nas mineradoras que passavam as informações privilegiadas. “Inclusive sobre as operações do processo minerário, quantidade e posicionamento de vigias e trabalhadores. Eles também participavam da distribuição dos valores referentes ao ouro subtraído. Também foi identificado o núcleo de receptadores, donos de joalherias mineiras, que faziam a compra do ouro. Eles ainda repassavam mercúrio e outras substâncias para os demais criminosos utilizarem no processo de apuração mineral”, explicou o delegado.

Lavagem de dinheiro

Neto informou que eram feitas transações financeiras com frequência, especialmente a partir dos receptadores. Segundo ele, membros da organização criminosa fizeram grandes investimentos em imóveis e veículos em nome próprio ou de terceiros. Eles estão sendo investigados também pelo crime de lavagem de dinheiro, além de furto qualificado e organização criminosa.
Os membros da organização também estavam ligados a outros crimes, como o domínio do tráfico de drogas e armas de fogo em Barra Feliz, distrito de Santa Bárbara. Os presos foram encaminhados para o sistema prisional, onde já estão à disposição da Justiça.
Fonte: O TEMPO

Rússia impõe tarifas sobre produtos dos EUA em construção, petróleo e mineração


Rússia impõe tarifas sobre produtos dos EUA em construção, petróleo e mineração

A Rússia impôs nesta sexta-feira tarifas que variam de 25% a 40% sobre a importação de produtos dos EUA no setor de construção, petróleo e mineração, em resposta às tarifas aplicadas pelos EUA sobre o aço e alumínio estrangeiros. O ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Maxim Oreshkin, disse em um comunicado que as tarifas adicionais foram aplicadas a alguns equipamentos de construção de estradas, equipamento de petróleo e gás, instrumentos de processamento de metais e equipamentos de perfuração e fibra ótica.
A União Europeia, a Índia, a China e a Rússia contestaram na Organização Mundial do Comércio as tarifas dos EUA que foram impostas no dia 23 de março. Washington argumentou que elas foram impostas por razões de segurança nacional. Oreshkin disse que os fabricantes russos de aço e alumínio sofreram perdas de US$ 537,6 milhões por causa das novas tarifas dos EUA. Ele observou que as novas tarifas russas só permitirão uma compensação parcial de US$ 87,6 milhões.
Fonte: Associated Press

Cresce temor de que preço do petróleo suba para mais de US$ 150

Cresce temor de que preço do petróleo suba para mais de US$ 150

As reservas das maiores produtoras caem -  e o índice de reinvestimento do setor atingiu o menor patamar em uma geração



As empresas têm sido obrigadas a se concentrar em aumentar os retornos e as distribuições aos acionistas às custas dos gastos de capital destinados a encontrar novas reservas, escreveram analistas, entre eles Neil Beveridge, em nota publicada nesta sexta-feira. Por isso, as reservas das maiores produtoras caíram, e o índice de reinvestimento do setor atingiu o menor patamar em uma geração, o que abre caminho para que os preços do petróleo ultrapassem os níveis recorde alcançados na última década, segundo Bernstein.
“Os investidores que haviam incitado as equipes de gestão a frear o gasto de capital e devolver dinheiro lamentarão a falta de investimentos no setor”, escreveram os analistas. “Qualquer escassez de oferta provocará uma disparada nos preços, possivelmente bem maior que a alta que levou o barril a US$ 150 em 2008.
As maiores petroleiras do mundo, incluindo Royal Dutch Shell e BP, superaram o colapso dos preços em 2014 reduzindo custos, vendendo ativos e contraindo dívidas para ajudar a satisfazer os investidores com dividendos significativos. A maior, a Exxon Mobil, foi punida pelos acionistas no início do ano após uma série de resultados decepcionantes com um enorme plano de investimentos e a falta de recompras.
O excesso de oferta de petróleo em todo o mundo nos últimos anos mascarou a “falta de investimento crônica”, afirma a Bernstein no relatório. O petróleo atingiu o maior patamar em mais de três anos depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados começaram a limitar a produção, no início do ano passado, para reduzir a abundância global. Os produtores agora pretendem extrair mais para ajudar a esfriar o mercado, mas interrupções em países como Líbia e Venezuela estão mantendo os preços altos.
As reservas comprovadas das maiores petroleiras do mundo caíram em média mais de 30 por cento desde 2000, e apenas Exxon e BP mostraram melhora, ajudadas por aquisições, informou a Bernstein. Ao mesmo tempo, mais de 1 bilhão de pessoas migrarão para cidades na Ásia nas próximas duas décadas, o que ampliará a demanda por carros, viagens aéreas, fretes rodoviários e plástico, que também exige petróleo, segundo a Bernstein.
“Se a demanda por petróleo continuar crescendo até 2030 e depois disso, a estratégia de devolver dinheiro aos acionistas e investir pouco em reservas acabará sendo a semente do próximo superciclo”, escreveram os analistas. “As empresas que tiverem barris por produzir ou oferecerem os serviços para extraí-los serão as escolhas certas, não ficarão para trás.”
O barril de petróleo Brent atingiu a maior alta da história em 2008, US$ 147, devido ao forte crescimento da demanda e à falta de recursos imediatamente disponíveis, o que alimentou um aumento sincronizado das commodities apelidado de superciclo.
Fonte: Infomoney

Região colombiana vive 'febre das esmeraldas'

Região colombiana vive 'febre das esmeraldas'


Esmeralda (Foto Parent Gery - Wikicommons)
Colômbia é uma das maiores produtoras de esmeralda
A pequena cidade de Pauna, na Colômbia, está vivendo uma verdadeira "febre das esmeraldas" desde sexta-feira, quando operários que trabalhavam na construção de uma estrada descobriram pedras preciosas nas suas proximidades.
As esmeraldas foram achadas por três trabalhadores na região conhecida como Nariz do Diabo.
De acordo com o prefeito de Pauna, Omar Casallas, citado pelo jornal colombiano El Tiempo, os três estavam cavando o solo para construir a fundação de um muro inclinado que protegeria a estrada quando fizeram a descoberta.
"Um deles estava perfurando a rocha com um martelo hidráulico e viu uma pedra verde brilhante", escreveu o jornal.
A notícia se espalhou não só por Pauna, mas também pelos povoados vizinhos de Maripí, Quípama e Muzo.
Logo, centenas de pessoas correram para as imediações do Nariz do Diabo com o objetivo de procurar mais esmeraldas.
Para evitar caos, a polícia teve de bloquear a estrada e a encosta íngreme perto da qual as pedras foram encontradas.
Segundo Casallas, uma das esmeraldas foi adquirida por 4 milhões de pesos colombianos (cerca de R$ 4,4 mil) e seria enviada aos EUA.
Outra, um pouco menor, seria usada para pagar estudos que identificarão a pureza das pedras da região.

Mercado

A Colômbia é um dos maiores produtores de esmeralda do mundo, juntamente com países como a Zâmbia e o Brasil. E Boyacá é uma das principais regiões produtoras do país.
Em pelo menos duas ocasiões, uma nos anos 60 e outra nos anos 80, disputas entre famílias e grupos produtores por minas e territórios ricos em esmeralda desataram conflitos que deixaram centenas de mortos no país - as chamadas "guerras verdes".
A Colômbia exporta hoje US$ 64 milhões (R$ 129 milhões) em esmeraldas, segundo a Fedesmeraldas, que representa produtores do setor. A associação diz, porém, que ainda há margem para aumentar a produção se mais investimentos forem feitos.

Fonte: CPRM

Como se extraem esmeraldas?

Como se extraem esmeraldas?

Há sistemas de iluminação, de ventilação e de comunicação que ligam a entrada ao fundo do poço. As minas funcionam 24 horas diárias.

Para se chegar a um veio de esmeraldas, é preciso cavar buracos verticais com até 500 metros de profundidade no solo rochoso. Os garimpeiros passam dias a fio dentro dessas minas, dotadas de uma estrutura rústica, mas eficiente. Há sistemas de iluminação, de ventilação e de comunicação que ligam a entrada ao fundo do poço. As minas funcionam 24 horas diárias.
Os trabalhadores manipulam dinamite, respiram fuligem o tempo todo, urinam e defecam em sacos plásticos e estão sujeitos a desabamentos. O risco de morrer é real, mas pode compensar: uma gema de boa qualidade com 1 quilate (2 gramas) é vendida por até 5 mil dólares.
No Brasil, uma das principais áreas de extração de esmeraldas fica na serra da Carnaíba, Bahia, onde o mineral foi descoberto em 1 963. Lá as minas são cavadas dentro de barracões cobertos, sendo invisíveis para quem anda nas ruas do garimpo. Sob a terra, o cenário lembra um formigueiro. Para iniciar a perfuração de uma mina, é preciso instalar bananas de dinamite em fendas feitas com uma britadeira. À medida que se encontram veios de pedra preciosa e a rocha fica mais solta, os garimpeiros se valem de ferramentas mais “delicadas”, como marretas e picaretas. Isolados do resto do mundo, os caçadores de esmeraldas desenvolveram um vocabulário peculiar (leia quadro abaixo).
As primeiras esmeraldas foram descobertas há cerca de 5 mil anos, no Egito. A pedra verde é considerada a quinta gema mais valiosa do mundo – perde apenas para o diamante, o rubi, a alexandrita e a safira. A cor de uma esmeralda varia do um verde pálido ao verde intenso, com tonalidades azuladas ou amareladas. A qualidade da gema depende, fundamentalmente, dessa cor. As mais valiosas e raras são aquelas que têm verde intenso, puro ou com ligeira tonalidade amarelada. O grau de transparência e a presença de rachaduras também influem na avaliação de uma gema.
TERRA DE NINGUÉM
No subsolo, os territórios de cada garimpo não são muito bem definidos. Não existe propriedade da terra. É comum que escavações de minas concorrentes acabem se encontrando
FURO N’ÁGUA
Quando o poço rompe um lençol freático, a água escorre pela parede e se acumula no fundo. É preciso, então, cavar um desvio e abrir um túnel paralelo. Para que a mina não se inunde, os garimpeiros drenam constantemente a água empoçada
LUZ NO FIM DO TÚNEL
Os túneis têm cerca de 2 metros de altura. O ar é bombeado da superfície até o fundo da mina. A fiação também desce para possibilitar a iluminação das galerias
CONTRA DESABAMENTOS
Às vezes é necessário escorar as paredes com “caixas”, ou estruturas de madeira, para prevenir desabamentos. Os garimpeiros usam a marreta para avaliar a segurança do teto: dependendo do som da pancada, a pedra está solta ou segura

Conheça um pouco das estranhas gírias do garimpo

Brasil: a superfície
Japão: o fundo da mina
Malado: quem ganhou muito dinheiro
Massegueiro: ladrão de esmeraldas
Boi: rocha pendurada no teto ou nas paredes da galeria
Canga: boi de xisto com pedras preciosas incrustadas
Indianada: pedras de qualidade inferior, que são vendidas para o mercado indiano
Martelete: tipo de britadeira
Quarta-feira: marreta muito grande e pesada. Tem esse nome porque poucos conseguem operá-la por mais de dois dias seguidos. Ou seja: o garimpeiro agüenta o trabalho na segunda e na terça, mas na quarta já não dá conta do serviço
Vazar: encontrar esmeraldas

Como funciona uma mina de esmeraldas na Bahia

REPESCAGEM
No entulho retirado das escavações, sempre há esmeraldas pequenas e de pouco valor. Isso atrai os “quijilas”, nome dado a quem aproveita os restos do garimpo. Geralmente são crianças, mulheres ou idosos
O ASCENRISTA
Quem controla o que sobe e desce – de pedras a pessoas – é o operador de guincho. A máquina, movida a diesel, tem dois comandos: acelerador e freio. O guincheiro se comunica com o interior da mina por um “telefone”, que, na verdade, não passa de um tubo de PVC
Fonte: SUPER