domingo, 19 de agosto de 2018

Irradiação em Gemas

Irradiação em Gemas
Quartzo incolor após irradiação
Quartzo incolor após irradiação
É a exposição de uma gema aos efeitos de uma radiação para alterar a cor. Há várias fontes de radiação usadas para esse fim. O uso de raios X exige equipamento que é de fácil obtenção, mas proporciona baixa uniformidade de cor, pouca penetração na gema e, por isso, não é um processo comercialmente viável. Safiras incolores ou amarelo-claras sob ação de raios X ficam amarelas, semelhantes a topázios.

A radiação mais usada são os raios gama. Eles têm boa penetração na gema, dão cor com boa uniformidade e não deixam resíduo radioativo. A estabilidade da cor final depende da gema tratada. A irradiação por nêutrons penetra mais que as anteriores, dá colorido mais intenso, mas deixa a gema radioativa. Desse modo, é preciso esperar que essa radioatividade se dissipe para poder comercializar o produto. Diamantes assim tratados ficam verdes e se a irradiação for seguida de tratamento adquirem cor amarelo-canário. Tanto essa cor quanto o verde não podem ser distinguidos das mesmas cores de origem natural.
Por fim, há os aceleradores de partículas, mas eles penetram menos que a radiação gama e são pouco usados. O quartzo incolor submetido a radiação gama pode adquirir várias cores, inclusive duas cores na mesma gema. Atualmente há uma grande produção de pedras preciosas tratadas dessa maneira, cujas cores recebem nomes comerciais como whisky, cognac, champagne e green gold. O mesmo tipo de quartzo, procedente de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e do Uruguai, pode ser transformado em prasiolita, a variedade obtida por tratamento térmico de ametistas, mas só das procedentes de Montezuma (MG) e Four Peaks (EUA).
Ametista que perdeu a cor por exposição prolongada ao sol pode tê-la de volta por ação de raios X. Topázio incolor por efeito da radiação gama pode ficar amarelo e se após isso sofrer tratamento térmico passará à cor azul. O volume de topázios azuis assim obtidos é de várias toneladas por ano. O processo é usado para rubis, safiras e topázios.


Difusão
Esse processo consiste em introduzir impurezas na gema por difusão de óxidos a altas temperaturas (de 1.600 ºC a 1.900 ºC). A gema é colocada em um cadinho, misturada a óxidos metálicos em pó e aquecida a alta temperatura e em atmosfera adequada por um tempo variável. O resultado é uma fina camada muito colorida de cor estável. O processo é usado para rubis, safiras e topázios.


Preenchimento de Fraturas
O preenchimento de fraturas e fissuras é feito com resinas e colas do tipo epóxi. Elas tornam esses defeitos menos visíveis ou mesmo invisíveis. O processo valoriza a gema, mas o tratamento não é estável. O diamante é uma das gemas que recebe preenchimento de fraturas. Esmeraldas também recebem esse tratamento, com substâncias que têm índice de refração semelhante ao dela.


Remoção de Inclusões
Raios laser e produtos químicos podem ser usados para remover impurezas de gemas, principalmente do diamante.


Clareamento
É o uso de produtos químicos ou outros processos para clarear a gema ou para remover cores indesejáveis. Na grande maioria dos casos, quanto mais escura a gema, mais valiosa ela é, mas há exceções. A turmalina verde vale mais quando é clara, por se assemelhar mais à esmeralda. Assim, usa-se tratamento térmico para deixa-la menos escura. Safiras também podem ficar mais claras quando aquecidas.


High Pressure High Temperature - HPHT
Centros de cor indesejáveis em diamantes podem ser removidos por tratamento que envolve alta pressão e alta temperatura.
Fonte: CPRM

lápis-lazúli

De origem latina, o significado de lápis é pedra e de lazúli, azul. Assim o lápis-lazúli pode ser, a primeira vista, apenas uma pedra azul, mas ele é uma gema que, depois de lapidada e polida, torna-se uma pedra preciosa, de um azul magnífico e brilho vítreo (parecendo vidro). Assim como outras gemas, ela apresenta-se mais opaca que brilhante. É resultado da combinação de diversos minerais, entre eles a lazurita, o sódio, o alumínio e a pirita, sendo conhecida mais como rocha.
O uso do lápis-lazúli, segundo arqueólogos, remonta há 7000 anos. Nas tumbas egípcias, foram encontradas sendo usadas não apenas como jóia, mas em outros objetos decorativos como caixas, escaravelhos e esculturas. Os egípcios, na antiguidade, fabricavam amuletos usando pedras. Achados sugerem o uso do lápis-lazúli também em maquiagem, como sombras para os olhos. Na Idade Média e na Renascença, seu uso cresceu quando artistas o usavam para criar pinturas azuis brilhantes.
Atualmente, a maior produção do lápis-lazúli vem do Afeganistão e seus mineiros tentam encontrar pedras com azul profundo, vindo de depósitos de pirita, também conhecida, como "ouro dos tolos". As melhores podem ser usadas em adornos para porta-jóias ou como peças de joalheria. Preferido entre os joalheiros profissionais, o lápis-lazúli é avaliado em sua forma de conta. As próprias pedras servem para esculpir, mas deixam um odor meio desagradável, fazendo com que aqueles que trabalham com ele, usem roupas e máscaras protetoras, para evitar o depósito de sílica nos pulmões.
As contas feitas com o lápis-lazúli estão disponíveis em grande variedade, tendo um preço razoável, porém, uma gema de melhor qualidade, contribui para um preço mais alto. São encontrados na forma de fusos, cilindros, tubos facetados, lágrimas e contas redondas, sendo estas usadas em rosários há séculos.
Cordões de lápis-lazúli, com formato de fusos podem custar menos de 1 dólar cada conta, já as contas compridas, como tubos facetados, chegam a 3 dólares cada. Pedras soltas também são baratas, sendo que a tendência dos comerciantes é medi-las em gramas, não em quilates. Vale lembrar que 1 quilate equivale à 200 miligramas. Pedras de grande qualidade podem chegar a várias dezenas de dólares o grama.
Usado também em anéis, o lápis-lazúli precisa de cuidados especiais. Na Escala de Mohs (escala que mede a dureza dos minerais), apresenta dureza 5-6, apenas – equivalente ao vidro. Visando garantir uma melhor qualidade, as lojas que o comercializam questionam os fornecedores sobre a procedência, uma vez o lápis-lazúli pode ser colorido artificialmente, imitando, assim, pedras qualidade superior.
Na Antiguidade, o lápis-lazúli era visto como o símbolo da verdade, sendo que em algumas crenças, era considerado como um portal para o mundo espiritual. No Catolicismo Romano, em muitas das pinturas da Virgem Maria, tanto na Idade Média quanto no Renascimento, aparece o lápis-lazúli, estando assim, sempre associado ao misticismo e à pureza.
Fonte:
http://lqes.iqm.unicamp.br/canal_cientifico/lqes_responde/lqes_responde_lapis_lazuli.html


Tucson gem show 2018 Hd

Mais valiosos que o ouro

Quanto mais raro um material, maior seu preço. É por isso que ouro e diamante são tão valiosos. Nos laboratórios, porém, um punhado de areia vale mais que uma pedra preciosa – só porque foi transformado em fibra óptica. Agora, é a tecnologia que determina o valor de um produto.
As terras-raras (grupo de elementos químicos com propriedades metálicas), por exemplo, são mil vezes mais abundantes que a prata na crosta terrestre. Utilizadas na indústria petroquímica como catalisadores, podem custar 3 600 dólares por quilo. Também usado como catalisador, o ródio, um elemento metálico, custa a absurda quantia de 80000 dólares o quilo, quase sete vezes mais do que o ouro (12 000 dólares o quilo). De sua forma natural até virar combustível, o urânio aumenta de preço 200 vezes. Antes de ser processado, o quilo custa entre 17 e 53 dólares. Triturado e concentrado, passa a se chamar urânio enriquecido e custa 900 dólares o quilo. Transformado em pó e comprimido em pastilhas, que servem como combustível em usinas nucleares, o preço vai para 3 600 dólares por quilo.
Fonte: CPRM

O que define se uma pedra é preciosa ou semipreciosa?

Toda pedra usada como ornamento por sua beleza, durabilidade e raridade, deve ser chamada só de gema. A beleza de uma gema é determinada por um conjunto de fatores como cor, transparência, brilho, efeitos ópticos especiais (variação de cores, dispersão da luz, opalescência); enquanto a durabilidade está relacionada à resistência a ataques químicos e físicos. A raridade com que uma pedra ocorre na natureza é outro fator importante na determinação de seu valor comercial. No entanto, a tradição e a moda podem influenciar decisivamente no preço final. Assim, o diamante — que não é uma das gemas mais raras na natureza – costuma ter um alto valor de mercado por ser uma das pedras mais antigas e tradicionais para uso em joias, ou seja: ele nunca sai de moda.
A grande maioria das gemas são minerais, classificados de acordo com a seguinte divisão: substâncias cristalinas (diamante, topázio, ametista, esmeralda, água-marinha); substâncias amorfas (como opala e vidro vulcânico); substâncias orgânicas (pérola, coral, âmbar) e rochas (lápis-lazúli, turquesa e outras). Todas essas substâncias são naturais. Além delas, há hoje no mercado um grande número de produtos parcial ou totalmente fabricados pelo homem, tentando reproduzir o brilho e a beleza desses minerais. São as gemas sintéticas: chamadas de revestidas, reconstituídas ou compostas.
A denominação “pedra preciosa” costumava ser usada apenas para o diamante, a esmeralda, o rubi e a safira, por serem as mais conhecidas e apreciadas desde a antiguidade; as demais eram denominadas popularmente de semipreciosas. “Esses termos são artificiais e confusos desmerecendo gemas como opala, água-marinha, crisoberilo, ametista ou alexandrita, entre outras pedras de grande beleza, apreciadas no mundo todo. Por isso, a distinção entre pedras preciosas e semipreciosas deve ser evitada, usando-se o termo gema”, afirma o gemologista Pedro Luiz Juchem, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Fonte: CPRM/DNPM
ALEXANDRITA
TURMALINA PARAÍBA