quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Mineiros conhecem modelo chinês de economia circular na mineração



Mineiros conhecem modelo chinês de economia circular na mineração



Reproduzir em Minas Gerais o exemplo chinês no reaproveitamento de rejeitos de mineração, que movimenta segmentos da indústria como a de construção civil, foi um dos temas abordados nesta terça-feira (4/12), durante o Seminário “Reaproveitamento de Rejeitos de Mineração e Economia Circular”.
O país asiático já reutiliza cerca de 20% do que sobra da atividade da mineração e a adaptação desse modelo para o Estado de Minas Gerais foi discutida durante o segundo dia de debates. Na oportunidade, os participantes conheceram aspectos do trabalho que vem sendo desenvolvido na China, país que mais tem avançado no reaproveitamento de resíduos da atividade de produção minerária.
Para apresentar o conceito de economia circular aplicado aos rejeitos de mineração na China, o consultor, George Liu, descreveu o modelo tradicional como algo linear. Segundo ele, na maioria dos países, o tripé adotado é o do “take, make and dispose” (retirar, transformar e depositar), segundo o qual retira-se da natureza, transforma-se a matéria prima e abandona-se o rejeito, descartando-o. Naquele país, foram produzidos 2,3 bilhões de toneladas de rejeitos em 2015, nos locais de extração dos 20 principais minerais.
“O modelo de economia atual, linear, de retirada da natureza, transformação e descarte é baseado em dois pilares para funcionar bem: recursos infinitos e capacidade regenerativa da Terra”, afirmou o engenheiro de minas formado pela UFMG. “No passado, com a população menor e com os espaços menos ocupados, o conceito funcionava”, completou.

A engenheira Alessandra de Almeida participou do seminário nesta terça-feira (Crédito: Divulgação/Semad)
A proposta da China de economia circular envolve um conceito mais amplo, com planejamento minucioso, no qual o Estado tem o papel de estimular a economia circular. “O país gastou tempo e esforço diagnosticando e medindo o tamanho do problema, e desenvolveu indicadores para medir o volume dos descartes das minas chinesas”, destacou George Liu, que já trabalhou no Canadá, China e Mongólia.
Brasil
Também se debruçando sobre a experiência chinesa, a engenheira, Alessandra Prata de Almeida, relatou a investida da empresa brasileira Samarco, que buscava caminhos próprios para o reaproveitamento de resíduos. “O país (China) tem dados detalhados e antigos sobre a produção mineral, o que os dá capacidade para estabelecer metas”, afirmou.
Segundo ela, “desde 1998, é possível conseguir informações sobre marcas e patentes e em visitas às universidades do país. Encontramos publicações de 2002 sobre rejeitos de mineração”, observou. Ela enfatizou, ainda, o trabalho conjunto entre academia, governo e indústria no país asiático, que sempre andam lado a lado.
Alessandra de Almeida pontuou, na sequência, que a Fundação Renova tem a proposta de estimular o surgimento de uma indústria que aproveite os rejeitos de mineração na bacia do Rio Doce. A entidade cuida da restauração da região atingida pelos efeitos do rompimento da barragem de Fundão em 2015, em Mariana. “É importante utilizar os espaços, sem criar uma concorrência desleal com a economia já existente na região”, explicou.
Outra empresa importante no cenário internacional da mineração, a Vale S.A. também está atenta à tendência da economia circular na mineração e já busca formas de se inserir no modelo. A engenheira de minas da organização, Laís Resende, observou que o trabalho representa sair de um mundo industrial para o que chamou de exponencial.

A engenheira de minas destacou o trabalho de sua empresa no cenário internacional da mineração (Crédito: Divulgação/Semad)
“O conceito funcionará quando se trouxer mais parceiros para a proposta, o que quer dizer outros segmentos de produção e o envolvimento de universidades”, afirmou. De acordo com a engenheira, a análise dos minérios indica diferentes tipos de aplicação dos rejeitos, da mesma forma que o método de beneficiamento indica a utilização dos minérios.
Entre as aplicações de uso dos rejeitos, Laís Resende citou a agricultura, a pavimentação e a produção de ladrilhos. No modelo de negócios também devem ser considerados os aspectos logísticos e de produção. “Não existem soluções únicas”, pontuou. “O fato é que a China já conseguiu criar um ecossistema de parcerias, a Austrália já está interessada, bem como os Estados Unidos”, completou.
O evento
O seminário “Reaproveitamento de Rejeitos de Mineração e Economia Circular” foi promovido pelo Governo de Minas Gerais - por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Fundação Estadual de Meio Ambiente(Feam) – em parceria com o Sindicato das Indústrias Extrativistas de Minas Gerais (Sindiextra).
Durante dois dias (3 e 4/12), a capital mineira foi palco de debates e troca de conhecimentos, com relação ao futuro da temática de reaproveimento de rejeitos da mineração. A proposta de compartilhar experiências relacionadas ao tema surgiu justamente após uma visita de comitiva da Semad e da Feam à China, país com práticas exitosas nesse contexto.

Fonte: Agência Minas

Glencore e outras gigantes do setor de commodities são alvo da Lava-Jato


Glencore e outras gigantes do setor de commodities são alvo da Lava-Jato

A Operação Sem Limites, 57ª fase da Lava-Jato deflagrada nesta quarta-feira, 5, investiga empresas do mercado internacional por suspeita de pagar milhões em propinas a funcionários da Petrobras em troca de vantagens na aquisição de derivados do petróleo. Na mira, segundo o Ministério Público Federal (MPF), estão as gigantes Vitol, Trafigura e Gleconre, com faturamento superior ao da estatal.
A Lava-Jato suspeita que, entre 2011 e 2014, as três empresas efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras nos montantes, respectivamente, de US$ 5,1 milhões, US$ 6,1 milhões e US$ 4,1 milhões, relacionadas a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem. Além dessas empresas, outras trading companies ainda continuam sendo investigadas por suspeitas de pagamento de propinas para funcionários da Petrobras.
A Operação Sem Limites apura o pagamento total de pelo menos US$ 31 milhões em propinas para funcionários da Petrobras, entre 2009 e 2014. Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 27 de busca e apreensão e 1 de intimação, expedidos pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba. ”As provas apontam que havia um esquema em que empresas investigadas pagavam propinas a funcionários da Petrobras para obter facilidades, conseguir preços mais vantajosos e realizar contratos com maior frequência”, informa a Procuradoria da República em nota.
“Esses negócios diziam respeito à compra e venda (trading) no mercado internacional de óleos combustíveis (produtos utilizados para geração de energia térmica em fornos e caldeiras), gasóleo de vácuo (produto intermediário utilizado na produção de gasolina e diesel), bunker (combustível utilizado nos motores de navio) e asfalto.”
Segundo a Lava-Jato, os subornos beneficiavam funcionários da gerência executiva de Marketing e Comercialização, subordinada à diretoria de Abastecimento. As operações de trading e de locação que subsidiaram os esquemas de corrupção foram conduzidas pelo escritório da Petrobras em Houston, no estado do Texas, EUA, e pelo centro de operações no Rio de Janeiro.
‘Delta business’
Os investigadores relatam que alguns funcionários da Petrobras corrompidos se referiam à diferença entre o preço de mercado de compra ou venda do petróleo ou derivados e o preço mais vantajoso concedido às tradings mediante pagamento de propina como “delta”. Trata-se de alusão à quarta letra do alfabeto grego que, na matemática, é utilizada para representar a diferença entre duas variáveis.
O “delta”, segundo a Lava-Jato, correspondia ao valor da vantagem indevida obtida pela trading, que era dividido entre os beneficiários do esquema, o que incluía os operadores e os funcionários da Petrobras corrompidos.
Alguns investigados chegavam a se referir a esse esquema de corrupção como “delta business”, ou negócio gerador de “delta”, em tradução livre.
Esta fase da Lava-Jato é resultado do aprofundamento das investigações decorrentes da 44ª fase da operação. Trata-se de nova vertente de apuração em franca expansão.
“As trading companies comercializam de modo maciço e recorrente com a estatal brasileira no mercado internacional. Somente a Trafigura, entre 2004 e 2015, realizou cerca de 966 operações comerciais com a Petrobras, as quais totalizaram o valor de aproximado de US$ 8,7 bilhões”, aponta a Procuradoria.
Para a procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, integrante da força-tarefa da Lava-Jato no Ministério Público Federal em Curitiba, “as operações da área comercial da Petrobras no mercado internacional constituem um ambiente propício para o surgimento e pulverização de esquemas de corrupção”.
“O volume negociado é muito grande e poucos centavos a mais, nas negociações diárias, podem render milhões de dólares ao final do mês em propina”, afirmou.
O procurador da República Athayde Ribeiro Costa ressalta que “trata-se de esquema criminoso praticado ao longo de anos, com envolvimento de empresas gigantes de atuação internacional, parte delas com faturamento maior que o da própria Petrobras”.
“Foram corrompidos funcionários da estatal, com evidências de que ao menos dois ainda estão em exercício, para que as operações de a compra e venda de derivados de petróleo favorecessem estas empresas. Os ilícitos estão sujeitos a punições no Brasil e no exterior”, declarou.
Fonte: EM

Indício de ouro em três cidades deve atrair investidores ao Ceará


Indício de ouro em três cidades deve atrair investidores ao Ceará

Estudo aponta a presença de ouro nas cidades de Itapipoca, Mombaça e Pedra Branca. A expectativa é que, a partir da divulgação da notícia, mineradoras possam ser captadas para a exploração comercial do metal no Estado.
Com a divulgação de que os municípios de Itapipoca, Mombaça e Pedra Branca apresentaram indícios de presença de ouro no solo, a expectativa do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é que o Estado possa atrair investidores do setor de mineração para exploração comercial do metal.
“A ideia é incentivar a iniciativa privada para, a partir daí, nós sabermos a potencialidade”, diz Edney Smith Palheta, gerente de geologia e recursos minerais da Residência de Fortaleza do CPRM. O documento que apontou indicadores da presença de ouro em áreas dos municípios foi apresentado na última quinta-feira (29).
“Esse (levantamento) é o pontapé inicial da pesquisa geológica. Nós temos os indícios da presença de ouro. Agora, com base nisso, as empresas de mineração irão decidir se têm interesse na prospecção. E, caso haja, a empresa irá requerer a área e verificar a viabilidade econômica”, diz Smith Palheta.
Segundo ele, um projeto anterior, feito por uma empresa privada na região de Mombaça, Pedra Branca e Itapipoca, indicou a presença de ouro, de modo que o dado apresentado pelo CPRM fortalece esse indício.
“Nosso estudo aumentou a expectativa para condições de, no futuro, haver uma mina na região que seja interessante economicamente. Fizemos um enfoque para estudar mais as ocorrências de ouro, e isso aumentou o leque de potencialidade para a área”, diz Palheta. De acordo com o Anuário Mineral Estadual (2014 e 2015), elaborado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em 2015, o Ceará tinha uma reserva de ouro indicada de 1.487 kg. Naquele ano, o Estado movimentou, entre beneficiamento e comercialização, apenas R$ 3.641 no mineral.
Outros minerais
Conforme o levantamento do CPRM, a região de Pedra Branca foi selecionada para o estudo por estar situada em uma área “onde, destacam-se zonas favoráveis para conter mineralizações de ouro, elementos do grupo da platina, ferro, grafita e manganês”. Além de ouro, o estudo da Residência de Fortaleza encontrou indícios de chumbo e prata em Irauçuba, a 160 quilômetros da Capital.
Cartografia
O levantamento das áreas dos três municípios, chamada de folha pelos geólogos, faz parte da cartografia geológica básica, que está em processo de confecção há cerca de 10 anos e já mapeou 25 folhas, o que equivaleria à metade do território do Ceará. Segundo o CPRM, existem 81 requerimentos dentro dos limites da folha Itapipoca, envolvendo várias substâncias, como granitos, gnaisses, calcário, argila, areia, diatomita, arenito e pegmatito. Outras substâncias autorizadas à pesquisa são quartzo, ferro e ouro.
Em dezembro de 2017, foi sancionada a Lei 13.540/2017, que altera alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), espécie de royalty pago pelas mineradoras a estados e municípios. A partir de então, o ouro extraído por mineradoras passou a pagar 1,5%, em vez de 1%.


Fonte: Diário do Nordeste

NOVA FUTURA Petrobras, Usiminas e mais 14 indicações para dezembro, segundo a Nova Futura

Em relatório enviado ao mercado nesta segunda-feira, 3, a equipe de analise da Nova Futura  divulgou as suas principais recomendações de ativos para o mês de dezembro.
No ano, o portfólio mensal da nova futura acumula ganhos de 46,91%, contra 17,15% do Ibovespa.
“Para esta semana, recomendamos novamente a diversificação, priorizando o momento gráfico dos ativos, já que são papéis que ainda têm potencial de alta”, destacam os analistas Leandro de Checchi e Bruna Sene, responsáveis pela carteira.

Composição mensal

Para o último mês do ano, a Nova Futura aposta nos ativos do Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3), Cyrela (CYRE3), Cosan (CSAN3), CSN (CSNA3), Queiroz Galvão (QGEP3), Hering (HGTX3), Lojas Renner (LREN3), Marisa (AMAR3), Natura (NATU3), Petrobras (PETR4), Marfrig (MRFG3), SulAmérica (SULA11), Ultrapar (UGPA3), Usiminas (USIM5) e Vale (VALE3).

Fonte: ADVFN

Estrangeiros tiram R$ 3,6 bi da bolsa em novembro; saída no ano é de R$ 9,5 bi, a primeira desde 2011

Os investidores estrangeiros retiraram R$ 3,603 bilhões da bolsa brasileira em novembro, segundo dados da B3. É o segundo mês seguido de saídas líquidas desses investidores. Em outubro, os estrangeiros retiraram R$ 6,204 bilhões da bolsa brasileira. Com isso, no ano, o saldo está negativo em R$ 9,513 bilhões, situação bem diferente da do ano passado, quando entraram R$ 14,627 bilhões.
Ao que tudo indica, este será o primeiro ano com saída líquida de estrangeiros desde 2011, quando o saldo ficou negativo em R$ 1,352 bilhões. A saída desde ano pode estar relacionada à expectativa de normalização das taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa, que virá acompanhada de redução da injeção de recursos nos mercados via recompra de títulos dos bancos pelos bancos centrais, o chamado Quantitative Easing. Com isso, parte do dinheiro hoje aplicado em mercados emergentes deve voltar para os países desenvolvidos.

Quase metade do volume da bolsa

O comportamento dos estrangeiros é importante para a bolsa brasileira pois eles representam 49% do volume de negócios no ano. Em novembro, eles responderam por 48,7%, um pouco menos que os 50,4% de outubro. Ou seja, de cada R$ 100 comprados ou vendidos em ações em novembro na Bovespa, R$ 48,70 eram de estrangeiros.
Já as pessoas físicas ampliaram sua participação no volume para 19,7% em novembro, ante 17,8% em outubro. No ano, os investidores individuais responderam por 18% do volume negociado, mais que os 16,8% do ano passado.
Os investidores institucionais respondem por 27,6% do volume negociado na bolsa no ano. Em novembro, eles ficaram com 26% do volume, ante 26,4% de outubro.
Apesar da saída dos estrangeiros, o Índice Bovespa fechou novembro com alta de 2,4% no mês, mas queda de 1,3% em dólar. No ano, o índice acumula, até ontem, alta de 17,6% em reais e de 1,6% em dólar.

Fonte: ADVFN