sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

A cidade da Alemanha construída com 72 mil toneladas de diamantes

A cidade da Alemanha construída com 72 mil toneladas de diamantes

Nördlingen, na AlemanhaDireito de imagemISTOCK
Image captionMuros e prédios mais antigos da cidade foram construídos com pedras que contêm diamantes
Enquanto subo as estreitas escadas da torre da igreja gótica de Nördlingen, no sul da Alemanha, os degraus de pedra parecem brilhar ao sol, fazendo inesperados raios de luz iluminarem o que deveria ser uma subida escura.
"Isso é porque a torre inteira é feita de pedras com pequenos diamantes dentro delas", diz Horst Lenner, um entusiasmado guarda do prédio. "Por sorte (os diamantes) são muito, muito pequenos, senão acho que a torre já teria sido derrubada há muito tempo", brinca, com um amplo sorriso no rosto.
Lenner fala de brincadeira, mas diz uma verdade: durante a construção do povoado, que nos registros aparece como datada do século 9, seus moradores não perceberam que as pedras eram formadas por milhões de pequenos diamantes - é uma concentração sem igual.
Do alto da torre, essa pequena cidade alemã - de 19 mil habitantes - é um cartão postal de tranquilidade.
Mas foi um evento violento o responsável por essa inusitada característica de Nördlingen: o impacto de um asteroide com a Terra há 15 milhões de anos.
Nördlingen, na AlemanhaDireito de imagemISTOCK
Image captionNördlingen, na Alemanha, tem 19 mil habitantes e 72 mil toneladas de diamantes

Pedras brilhantes

Viajando a uma velocidade estimada de 25 km por segundo, o asteroide de 1 km de comprimento bateu no solo com força, formando uma cratera de 26 km de diâmetro. É nesse ponto que fica o povoado de Nördlingen.
O impacto submeteu o solo rochoso a tanto calor e a tanta pressão que bolhas de carbono dentro das pedras se converteram em pequenos diamantes - todos com menos de 0,2 milímetros, quase invisíveis ao olho humano.
Como não sabiam que a pedra, chamada suevita, estava salpicada de diamantes, os moradores construíram edifícios quase que completamente com essa rocha, fazendo de Nördlingen um povoado sem igual em quase todo o planeta.
"Tudo o que está dentro dos muros da cidade foi feito com a rocha que foi impactada pelo asteroide", conta Roswitha Feil, moradora da cidade.
Pedra suevita
Image captionForça do impacto do asteroide transformou elementos das rochas em diamante | Foto: Julie Ovgaard
Mas ainda mais estranho é o fato de que os moradores só descobriram recentemente a origem da cratera onde foi erguida a cidade onde vivem.
Como nunca haviam pensado seriamente sobre o brilho proveniente de suas casas, eles estavam convencidos de que o povoado havia sido construído na cratera de um vulcão extinto. A história só mudou quando os geólogos americanos Eugense Shoemaker e Edward Chao visitaram a cidade, na década de 1960.
Depois de estudar a paisagem à distância, os cientistas notaram que a cratera não cumpria os critérios próprios de uma vulcão. Então eles viajaram até o local para provar sua tese: a de que o buraco havia se formado de cima para baixo.
A dupla não precisou de muito tempo para confirmar a hipótese: ao explorar o muro da igreja de Nördlingen, imediatamente descobriu o acúmulo de pedras preciosas.
NördlingenDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAntes, os habitantes da cidade acreditavam que moravam sobre a cratera de um antigo vulcão
"Na escola, nos ensinaram que nossa terra é assim por causa de um vulcão", lembra Feil. "Mas depois que se descobriu que era por causa de um asteroide, todos os livros de história foram mudados", conta.
Pouco depois da visita dos americanos, geólogos locais estimaram que os muros e prédios da cidade continham aproximadamente 72 mil toneladas de diamantes.

Lugar único

A suevita pode ser encontrada em outras partes do mundo, onde ocorreram impactos semelhantes, mas não há nenhum lugar com concentração tão grande de pedras preciosas como Nördlingen.
E caminhando pelas ruas tranquilas depois de descer da torre, protegido do frio pelas casas coloridas de seu centro histórico e do muro que rodeia Nördlingen, posso ver como as paredes brilham toda vez que os raios de sol passam por entre as nuvens.
"É algo único", me diz Stefan Hölzl, geólogo e diretor do museu RiesKrater. Abrigado em um estábulo do século 16, o espaço educa seus visitantes sobre como o impacto do asteroide mudou o futuro da cidade. Em seis locais há vitrines com pedaços do meteorito.
Muro de NördlingenDireito de imagemISTOCK
Image captionMuro que cerca Nördlingen também é composto de diamentes
"Há lugares no mundo onde esse tipo de material foi usado em construções, mas nunca na mesma proporção daqui", diz Hölzl, enquanto vemos as vitrines. "Aqui se utilizou as pedras em toda a cidade", acrescenta.
E não são apenas os prédios que refletem eventos de milhões de anos atrás.
Além do muro da cidade, florestas de pinheiros e coníferas que lembram o período Jurássico rodeiam a cratera, alimentadas pelo solo extremamente fértil da região atingida pelo asteroide. Pedreiras e minas de suevita estão distribuídas pela paisagem.
Pedras com diamantes
Image captionGeólogos locais estimam que existam aproximadamente 72 mil toneladas de diamantes nos muros e prédios da cidade | Foto: Julie Ovgaard
Hölzl me diz que a cratera de Nördlingen é tão particular que os astronautas das missões Apollo 14 e Apollo 16 visitaram o local antes de viajar para a Lua. A ideia era se familiarizar com as rochas que eles poderiam encontrar no espaço e saber quais deveriam trazer de volta para a Terra.
"Recebemos visitas da Nasa. Astronautas da Agência Espacial Europeia estiveram aqui há duas semanas", conta o cientista antes me levar a uma sala do museu onde se exibe uma pedra lunar, recordação de uma das missões Apollo à Lua.
Nördlingen
Image captionCratera de Nördlingen é tão especial que os astronautas da Apollo visitaram a cidade antes de ir à Lua | Foto: Julie Ovgaard
Apesar de tudo, muitos habitantes parecem não dar grande importância ao fato de viverem rodeados de milhões de pequenos diamantes.
"Nós os vemos todos os dias, para a gente não é nada de especial", me diz uma mulher enquanto sai da igreja.
Para Hölzl, que vivia em Munique antes de se mudar para Nördlingen, causa surpresa a ideia de que a pessoas não se importam com a geologia única do local. "Eles não acreditam que seja algo importante, e se perguntam por que tanta gente de todo o mundo visita a cidade", diz.
Segundo ele, Nördlingen é tão importante quanto a pedra lunar exposta no museu que dirige. "A verdade é que tudo aqui está conectado com eventos que ocorreram há milhões de anos. O presente é um produto do passado."


Fonte: BBC

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Quem inventou o avião? Santos Dumont ou os Irmãos Wright?

Tecnicamente, nenhum deles.
O início do século XX foi marcado por uma revolução tecnológica sem precedentes. Entre as novas áreas de desenvolvimento científico, estava a aeronáutica. Diversos inventores estavam em uma corrida contra o tempo para serem os responsáveis pela criação da primeira máquina voadora mais pesada que o ar. O avião é o resultado da combinação do trabalho desses idealizadores.
Mas não se pode negar que o brasileiro Santos Dumont e os irmãos norte-americanos, Wilbur e Orville Wright, são dos pioneiros da aviação que receberam mais notoriedade nesta disputa. E, até hoje, geram controvérsias sobre quem afinal foi o primeiro a ter sucesso na criação de uma máquina voadora mais pesada que o ar.

A corrida contra o tempo

Em 23 de outubro de 1906 em Paris, Santos Dumont realizou o primeiro voo com o 14-bis documentado pela Comissão Oficial do Aeroclube da França. Na presença de uma plateia de cerca de 1.000 pessoas, a aeronave percorreu 60 metros em 7 segundos, a 3 metros de altura e com velocidade de 30 km/h. Este feito lhe rendeu o título de Pai da Aviação e tornou-o célebre no mundo todo.
Santos Dumont
Alberto Santos Dumont
Entretanto, anteriormente em 17 de Dezembro de 1903, os irmãos Wright haviam realizado em sigilo o primeiro voo com o Flyer I. Na presença de poucas testemunhas, o avião percorreu 37 metros em 12 segundos, a uma velocidade de 10,9 km/h e teve a decolagem auxiliada por um sistema de trilhos.
Foram realizados ainda outros voos que acabaram por danificar a aeronave, a qual não pôde mais ser utilizada. Os inventores informaram à imprensa a sua realização, porém não foram levados à sério, pois até aquele momento ninguém os conhecia.
O encontro somente aconteceu em 1908, quando os irmãos finalmente viajaram à Paris com o objetivo de participar de uma festa aérea promovida pelo Aeroclube da França. Nesta ocasião, o trabalho de Santos Dumont e dos Irmãos Wright finalmente puderam ser comparados.
Wright Brothers
Wilbur e Orville Wright
Enquanto o 14-bis realizava voos em círculos como um balão, o Flyer III possuía um sistema de 3 eixos que permitia a realização de curvas mais controladas, realizando manobras no formato de um oito. Além disso, o Flyer conseguia se manter em pleno voo por horas. Era evidente que o trabalho dos irmãos já vinha de muitos anos.
Esta aparição pública rendeu aos irmãos Wright o reconhecimento de seu trabalho. Posteriormente, o voo de 1903 com o Flyer I passou a ser reconhecido pela Federação Aeronáutica Internacional como o primeiro voo realizado com com uma máquina voadora controlada mais pesada que o ar.

A grande controvérsia

Pelas regras estabelecidas pelo Aeroclube da França, que naquela época era a instituição aeronáutica de maior prestígio do mundo, só seriam consideradas para as competições dos prêmios as invenções de máquinas que:
  • pudessem decolar de forma autônoma
  • fossem completamente controladas pelo piloto
  • cujas demonstrações fossem supervisionadas pela comissão da instituição, o que só poderia acontecer na França.
Levando isto em conta, Santos Dumont foi sim o autor do primeiro voo com uma máquina voadora mais pesada do que o ar de forma autônoma e com a presença da Comissão Avaliadora do Aeroclube da França.
O problema é que alguns historiadores da aeronáutica questionam bastante o fato do 14-bis ser uma máquina efetivamente controlada, com as suas inúmeras alavancas e comandos a aeronave funcionava muito como um balão.
Já no caso dos Irmãos Wright, o Flyer podia ser controlado com mais eficiência, porém não era capaz de levantar voo sozinho. Primeiro foram usados trilhos para impulsionar a aeronave, depois passou-se a utilizar uma torre que lançava um peso de 700 quilos capaz de impulsionar o Flyer, funcionando como uma catapulta.
Deste modo, as duas máquinas apresentavam pontos questionáveis e não completamente dentro das regras estabelecidas pelo Aeroclube da França. De qualquer forma os seus resultados eram inquestionáveis e pioneiros, contribuindo intensamente para o avanço da aeronáutica.

Comparações entre o Flyer e o 14-bis

As duas máquinas tinham pesos e tamanho parecidos, com cerca de 200 quilos, 10 metros de comprimento e 12 metros de envergadura. Porém, enquanto que o 14-bis era pilotado em pé com um sistema de arnês ligado ao corpo, respeitando a origem de balonista de Santos Dumont, o Flyer pilotava-se deitado de bruços sendo controlado por duas alavancas.
Primeiro vôo Flyer
Primeiro voo do Flyer I na cidade de Kill Devil Hills, nos Estados Unidos
Comparando a aerodinâmica, a estrutura de planador do Flyer lhe dava um melhor desempenho em relação ao design baseado no conceito das células de Hargrave do 14-bis, que funcionava como uma pipa.
Mas a principal diferença estava na própria conduta dos seus criadores. Os americanos estavam convencidos de que o melhor a fazer era manter o seu trabalho em segredo, longe dos olhos de seus concorrentes para evitar que suas ideias fossem copiadas, pois tinham um forte interesse comercial na venda do Flyer.
14 bis
Primeiro voo do 14-bis no campo de Bagatelle, em Paris
Já o brasileiro era um entusiasta da aviação e divulgava todos os seus feitos. Realizava demonstrações públicas, publicava os seus projetos e desenvolvia outras criações como os dirigíveis e até um helicóptero, que nunca chegou a ser testado. Atitude que ajudou a outros inventores a evoluir em suas próprias pesquisas e aprimorarem o trabalho.

Os outros pioneiros

A criação do avião aconteceu graças aos esforços de diferentes inventores com o sonho de voar. Antes de Dumont e os Irmãos Wright, em 1890, o francês Clément Ader percorreu 50 metros à 20 cm de altura com o seu aeroplano em forma de morcego. Em 1896, o principal rival dos Irmão Wright, Samuel Langley, fez voar um avião a vapor sem tripulação. O alemão Otto Lilienthal desenvolveu diversos planadores entre 1891 e 1896. Em 1909, Louis Blériot atravessou os 36 quilômetros do Canal da Mancha em meia hora.
Todos estes inventores foram responsáveis pela criação da aeronáutica e, cada um a seu modo, deixou um legado indispensável para a aviação dos dias de hoje.
Fonte: Hipercultura

Serra Pelada: história e fotos do maior garimpo a céu aberto do mundo

Serra Pelada foi uma grande mina de ouro localizada no estado do Pará, no Brasil, que durante seu auge foi considerada não apenas a maior mina de ouro ao ar livre do mundo, mas também a mais violenta.

Como tudo começou: da esperança à exploração

Garimpeiros
Cerca de 100 mil garimpeiros foram trabalhar na Serra Pelada. (Foto: Rudi Böhm)
Em 1979, uma criança estava nadando nas margens de um rio local quando encontrou uma pepita de ouro de 6 gramas. A notícia se espalhou rapidamente e no final dessa mesma semana se iniciou uma corrida pelo ouro.
Durante o início da década de 1980, dezenas de milhares de garimpeiros foram em direção à Serra Pelada, na esperança de ganhar dinheiro com a descoberta e construir um futuro melhor para si mesmos. No entanto, eles se encontraram em um verdadeiro poço sem fundo, de onde muitos nunca voltaram.
Pequenas pepitas foram rapidamente descobertas, com a maior pesando quase 6,8 quilos, mas a situação para os trabalhadores não era nada fácil.
Ouro na Serra Pelada
45 toneladas de ouro foram identificadas na Serra Pelada. (Foto: Rudi Böhm)
Primeiramente, a única maneira de chegar ao local de garimpo era de avião ou a pé. Os mineiros costumavam pagar preços exorbitantes para que os táxis os levassem da cidade mais próxima até o final de um caminho de terra. A partir daí, eles caminhavam a distância restante, cerca de 15 quilômetros, para chegar até o local.
Além disso, durante o pico da corrida do ouro, a mina era conhecida por terríveis condições e violência, enquanto a cidade que crescia ao lado era notória tanto pelos assassinatos como pela prostituição.

Como funcionava o garimpo de ouro na Serra Pelada

Cada minerador recebia uma área de 2m quadrados para escavar. Então, eles tinham que cavar seus barrancos, enchendo sacos de cerca de 40 quilos com terra e lama. Em seguida, carregavam os sacos pesados até 400 metros de escadas de madeira e cordas (conhecidas como adeus-mamãe) para o topo da mina, onde o ouro era peneirado.
Adeus-mamãe
Escadas "adeus-mamãe" (Foto: Rudi Böhm)
Como eles estavam limitados pelas fronteiras de seus barrancos, a única opção era cavar cada vez mais profundamente. O problema era que, quanto mais profundos fossem seus barrancos, mais perigosos eles se tornavam, pois as barragens entre os vizinhos ficavam mais frágeis e frequentemente caíam nos garimpeiros, enterrando-os junto com o ouro.
Garimpeiros na lama
Por trabalharem na lama, os escavadores eram chamados de "porco de lama". (Foto: Rudi Böhm)
Os trabalhadores recebiam em média 20 centavos por cavar e transportar cada saco de terra, com um bônus se fosse descoberto ouro em algum deles.

A intervenção militar

Durante o seu pico, a mina de Serra Pelada empregou cerca de 100.000 cavadores ou garimpeiros em condições terríveis, onde a violência, a morte e a prostituição foram desenfreadas.
Barrancos
Cada garimpeiro recebia uma área de cerca de 2m² (Foto: Rudi Böhm)
Três meses após a descoberta do ouro, os militares brasileiros assumiram as operações para impedir a exploração dos trabalhadores e os conflitos entre garimpeiros e proprietários.
A partir desse momento, os garimpeiros só poderiam vender o minério extraído para o governo. Ao lado dos barrancos, havia um guichê da Caixa Econômica Federal, onde o ouro era pesado e o pagamento feito em dinheiro. Porém, a Caixa decidia os preços, pagando cerca de 60% a menos que o valor real.
Oficialmente, cerca de 45 toneladas de ouro foram identificadas na Serra Pelada, mas estima-se que até 90% de todo o ouro encontrado no local foi contrabandeado.
Cidade vizinha da Serra Pelada
A cidade vizinha da Serra Pelada virou um lugar de prostituição e violência (Foto: Rudi Böhm)
O governo militar também passou a proibir mulheres e álcool na mina, fazendo com que a cidade vizinha se tornasse uma cidade de "lojas e prostitutas". Milhares de meninas menores de idade se prostituíram por migalhas de ouro, enquanto cerca de 60 a 80 assassinatos ocorriam na cidade todos os meses.

O fim do garimpo e o futuro da serra pelada

A mineração na Serra Pelada teve que ser abandonada quando o poço se inundou, impedindo uma maior exploração. Apesar de uma série de esforços inúteis, a mina permaneceu fechada desde então, restando no local apenas um lago altamente poluído. Porém, levantamentos geológicos estimam que ainda poderia haver 20 a 50 toneladas de ouro enterrado sob o lago.
Em 1992, o governo brasileiro declarou Serra Pelada como uma reserva histórica nacional, encerrando qualquer possibilidade de análise legal do solo. Porém, em 2002, o Congresso brasileiro anulou essa decisão e deu aos mineiros o título do poço original e da área ao redor.

Em 2012, depois de permanecer praticamente intocada pelos últimos 20 anos, uma empresa cooperativa brasileira recebeu uma licença de exploração, retomando as esperanças de encontrar o ouro que ainda resta escondido na Serra Pelada.
Fonte: Superinteressante

Berílio: um metal do futuro

Berílio: um metal do futuro



 


Berílio é um desses metais que todos sabem que existe, mas poucos sabem quais são os seus usos.

Os berilos são a principal fonte do metal. Esses belos minerais hexagonais são originados nos pegmatitos de Minas Gerais e são amostras fundamentais em coleções de minerais. (foto).

Por ser muito leve, não magnético e maleável o berílio (Be) é usado em várias ligas, principalmente com alumínio e cobre que são usadas em várias aplicações. À medida que os avanços tecnológicos se acentuam mais aplicações para o berílio foram descobertas, aumentando exponencialmente o interesse da indústria.

Hoje o metal já é considerado um produto estratégico usado na telefonia celular, mísseis, indústria aeroespacial e reatores nucleares.

Apesar de sermos um dos maiores produtores de berilo, uma das principais fontes do berílio, não temos nenhuma planta de processamento do metal no Brasil. As principais estão nos Estados Unidos, Cazaquistão e China.

A Rússia deverá ser o mais novo membro deste clube e se prepara para produzir o metal, que vale US$500.000 por tonelada, no Siberian Chemical Combine.

Os russos já iniciaram um investimento cujo Capex deverá superar os US$40 milhões. Eles esperam produzir ainda em 2020.

As reservas mundiais de berilo e bertrandita ainda são especulativas.

Esses minerais são mais abundantes no Brasil, Madagascar, Rússia e Estados Unidos. Segundo cálculos altamente inferidos os recursos atingem 400.000t.

Que tal achar uma nova jazida de berilo no Brasil? As minas de esmeraldas talvez ainda tenham um grande volume de esmeralda (variedade de berilo) sem valor econômico, rejeitada, que pode interessar a compradores... 


Fonte: Portal do Geologo

EXCLUSIVO-Castello Branco já tem sala na Petrobras e revisou plano de negócios, dizem fontes

EXCLUSIVO-Castello Branco já tem sala na Petrobras e revisou plano de negócios, dizem fontes

Ações1 hora atrás (06.12.2018 20:03)

© Reuters. Economista Roberto Castello Branco em Brasília© Reuters. Economista Roberto Castello Branco em Brasília
Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O economista Roberto Castello Branco, integrante da equipe de transição do governo eleito de Jair Bolsonaro e futuro presidente da Petrobras (SA:PETR4), tem utilizado um gabinete na petroleira estatal e revisou o plano de negócios antes da aprovação do programa pelo conselho da companhia, disseram quatro fontes próximas ao tema nesta quinta-feira.
Neste gabinete, de acordo com as fontes que falaram na condição de anonimato, o economista estaria já tendo acesso a informações da petroleira, conversando com funcionários e estudando planos futuros para a empresa, como uma possível venda do controle da empresa de combustíveis BR Distribuidora (SA:BRDT3).
Uma primeira fonte afirmou que os movimentos de Castello Branco, sem ainda ter passado por todos os níveis de aprovação para ocupar uma função na diretoria, demonstram "sinal de desrespeito à governança".
Segundo essa pessoa, a votação do plano de negócios, publicado na véspera, chegou a ser adiada para que o economista pudesse revisá-lo.
"Castello Branco agiu como executivo sem ser executivo. Ele foi consultado (sobre o plano de negócios), deu opinião, pediu para suspender (a publicação), isso é uma coisa muito séria, que causou enorme desconforto", disse a fonte.
Apesar de ter avaliado o plano de negócios, o futuro presidente da empresa não fez alterações, segundo as fontes.
No entanto, Castello Branco tem realizado estudos para mudanças futuras que poderão ser feitas, acrescentou.
"Consta que ele está pegando informações (sobre a BR Distribuidora) para saber quanto valeria, quer dizer, já está considerando inclusive a venda da empresa", afirmou.
Uma segunda fonte avaliou que a presença de Castello Branco não fere a governança da companhia e afirmou que o economista está na empresa aprendendo sobre os mecanismos, entrevistando pessoas, em período de preparação para assumir o cargo.
"É igual em Brasília, ele está na equipe de transição, ele tem um cargo de equipe de transição, ele está lá trabalhando e fazendo a transição", afirmou.
O nome de Castello Branco, ao ser anunciado, foi bem recebido por especialistas de energia, que avaliaram que o movimento sinalizava continuidade de uma política pró-mercado no setor de petróleo nos últimos anos, devido ao histórico liberal do executivo.
Ex-diretor da Vale (SA:VALE3) e ex-conselheiro da Petrobras, o economista sempre foi um ferrenho defensor da independência da gigante estatal em relação ao governo.
Castello Branco não respondeu pedidos de comentários feitos pela Reuters. A Petrobras não respondeu imediatamente.
PETROS
A fonte pontuou ainda que Castello Branco teria já sondado a diretora do BNDES para a área financeira e mercado de capitais, Eliane Lustosa, para presidir a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
Outra fonte ouvida pela Reuters, integrante do BNDES, confirmou a sondagem.
A segunda fonte disse que, em consideração ao fato de Castello Branco já estar na empresa, houve um atraso do plano de negócios para que o indicado à presidência da empresa pudesse revisá-lo.
"Mas nem ele quis mexer e como ele não tem um papel ainda de CEO nem de conselheiro, nada foi feito em função disso."
Uma terceira fonte também confirmou a presença na empresa do futuro presidente, atualmente representante do governo.
"Castello Branco tem uma sala para ele aqui na Petrobras. É uma sala para a transição e quando precisa fazer as reuniões, e marca nesse local", afirmou.
"Ele ficou animado com o plano, com os projetos, e o que a Petrobras tem pela frente."
Uma quarta fonte frisou que possíveis mudanças no plano de negócios têm que obedecer ritos internos.
Além disso, observou que "é no mínimo estranho ele estar lá dentro se ainda não assumiu, nem o governo assumiu".
Mas ponderou que fazer a transição "não é estranho, a questão é de que forma ele está lá dentro e o dia a dia da empresa".
DEMISSÃO
A primeira fonte afirmou ainda que uma demissão na empresa está sendo realizada a partir de atuação de Castello Branco, dentro da Petrobras.
A gerente de inteligência e segurança da Petrobras, Regina de Luca, com um cargo de confiança, está em processo de demissão, segundo a fonte.
A executiva, que é ex-secretária nacional de segurança pública do governo Dilma Rousseff, teria sido desligada devido à sua ligação anterior com o PT.
Contatada pela Reuters, a executiva confirmou por telefone ter sido demitida mas, em meio a lágrimas e em tom bastante assustado, evitou realizar afirmações sobre o motivo.
Luca destacou que ao longo de sua passagem pela Petrobras criou novos procedimentos na área de segurança e revisou contratos e áreas que geraram uma economia de mais de 234 milhões de reais à estatal.


Fonte: (Reuters)