quinta-feira, 7 de março de 2019

Grafita no Brasil: oportunidades para programas de exploração mineral

Grafita no Brasil: oportunidades para programas de exploração mineral



O mineral grafita (ou grafite), pode ser incluído numa lista apelidada de “substâncias portadoras de futuro” onde se inclui os metais lítio, cobalto, metais do grupo da platina, molibdênio, nióbio, silício (grau solar, pureza 99.99%), tálio, tântalo, titânio e vanádio.
Grafita é uma variedade alotrópica natural do carbono; a outra é o diamante. São substâncias de mesma composição química (carbono) mas organizadas em sistemas cristalinos distintos que se reflete, entre outras coisas, nas suas propriedades físicas. É mineral não metálico muito versátil cujas características são: condutividade elétrica e térmica elevadas (superiores), inércia química (alta resistência à corrosão), excelente lubrificante natural e ponto de fusão elevado (3.650oC), entre outras.
Há dois tipos de ocorrências comuns: grafita cristalina que ocorrem em terrenos geológicos de alto grau metamórfico e grafita micro cristalina encontrada em terrenos geológicos de baixo grau metamórfico.
Nesse contexto existem três formas naturais de grafita:
  • Amorfa (conteúdo de carbono entre 65 e 85%) – pureza mais baixa, preço baixo e tendência de baixa demanda no mercado);
  • flake (conteúdo de carbono > 85%) – alta demanda, produto mais procurado pelo mercado;
  • lump ou veio (conteúdo de Carbono > 95%) – mercado específico, baixa demanda e crescimento discreto.
Segundo dados do USGS 2017 o Brasil ocupou a terceira posição no ranking dos maiores produtores globais de grafita (95.000 TM –Toneladas Métricas) atrás da China (780.000 TM) e Índia (150.000 TM). Nessa mesma publicação, o preço de importação pago pelos americanos (dólar médio por tonelada métrica no porto de origem) foi de US$ 1400/TM (flake), US$1800/TM (lump) e US$ 392/TM (amorfa).
O interesse do mercado da indústria mineral por grafita vem crescendo ultimamente em boa parte pela expectativa de produção de baterias visando a armazenar energia eólica, solar e, especialmente, para atender produção de veículos elétricos e híbridos e aparelhos eletrônicos de uso pessoal (computadores, celulares etc.).
Um aspecto que pode impactar o mercado de grafita é o fato de que o governo chinês ter políticas restritivas para controle de exportações e que deve se tornar mais severa pela “guerra comercial” (medidas protecionistas) deflagrada recentemente pelo EUA contra China.
Segundo a publicação do USGS (acima citada), não há minas de grafita em produção nos Estados Unidos e, no período entre 2013 e 2016, visando a atender demandas de suas indústrias, importaram grafita da China (37%), México (31%), Canadá (17%), Brasil (8%) e outros países (9%).
Os mercados americanos e europeus classificam o mineral grafita como “material estratégico” tanto para a indústria como para propósitos de segurança nacional.
Esse cenário favorece (cria atratividade) para desenvolvimento de programas de exploração mineral com expectativas de gerar novos depósitos, para compensar eventuais restrições do mercado chinês às exportações para atender demandas em ascensão de baterias recarregáveis para veículos elétricos.
Esse contexto estimula uma análise preliminar para avaliar terrenos geológicos com vocação para hospedar mineralizações de grafita no território brasileiro. A base de dados disponibilizadas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) permite rastrear registros de cadastramento de ocorrências minerais e dados de geologia básica, a partir da integração e processamento desses dados vetorizados em qualquer plataforma GIS.
O resultado desse processamento a partir de dados de todas as “Cartas Geológicas do Brasil ao Milionésimo” revela 266 registros de ocorrências de grafita no Brasil (classificadas, segundo critérios da CPRM em: 31 depósitos minerais, 230 ocorrências e 5 indícios de mineralização – ver círculos amarelos no mapa da figura publicada neste texto).
Para rastrear as minas de grafita em produção o melhor caminho é acessar os dados de controle de direitos minerários disponibilizados pelo DNPM (Agencia Nacional de Mineração) para todos os Estados e Distrito Federal. O resultado desse processamento (visita Sigmine em 10 setembro 2018) identifica 433 processos ativos no DNPM com substância declarada com grafita, dos quais 29 tramitam na fase de Concessão de Lavra.
O fato de uma mesma empresa ter processos contíguos na fase de concessão de lavra não permite afirmar que existem 29 minas de grafita em operação; então, o cruzamento dos dados vetoriais referentes aos polígonos que identificam as concessões de lavra com imagem Google (por exemplo) possibilita individualizar cavas/pits,usinas de processamento e barragem de rejeitos.
Todas essas concessões de lavra para grafita estão distribuídas para seis empresas das quais três delas desenvolvem operação de lavra em seis minas (ver figura) posicionadas na divisa dos estados de MG e BA (Pedra Azul/MG – Salto da Divisa/BA) e as outras 3 minas localizadas a sudoeste de Belo Horizonte (Itapecerica e Itaúna/MG).
O posicionamento das minas ativas e a distribuição das outras áreas que tramitam no DNPM em fases de Concessões de Lavra, Requerimentos de Lavra e Relatório Final de Pesquisa Positivos mostram relação com terrenos geológicos caracterizados por alto grau metamórfico (fácies Granulito e Anfibolito).
A partir dessa informação, é possível realizar filtros na base de dados vetorizados, via tabela de atributos dos shapefiles, para identificar unidades geológicas de alto grau metamórfico. O resultado desse processamento permite identificar belts granuliticos (e anfibolíticos) que, conforme mostrado acima, são alvos potenciais para prospectar mineralizações de grafita flake (ou lump) em todo território brasileiro.
Nota: A figura mostra apenas 2 símbolos de minas (triângulos vermelhos) na região de Itaúna pelo fato de as duas minas estão posicionadas muito próximas na região de Itapecerica e a escala do mapa não permite distanciar um dos símbolos.
Cabe ressaltar que o posicionamento de parte significativa das ocorrências minerais cadastradas pelo projeto da CPRM coincide com os belts de alto grau metamórfico (granulítico & anfibolítico) indicados pelo processamento (filtros) realizados.
Ocorrências de grafita posicionadas fora das faixas granulíticas, em boa parte, estão associadas a faixas de rochas caracterizadas por baixo grau metamórfico (fácies xisto verde).
Não temos dúvida de que, em razão da importância estratégica da grafita para a indústria em geral, há ambiente geológico atrativo para desenvolvimento de programas de exploração em extensas áreas com potencial prospectivo.
Justificados os orçamentos (com base em expectativas de mercado e interesse de empresas) o próximo passo é pegar o martelo, a botina e ir para campo. A chance de se alcançar resultados é real (dentro dos riscos inerentes a esse investimento).

Fonte: Minérios

Quer ser milionário? Veja seis hábitos de pessoas bem-sucedidas para prosperar

Quer ser milionário? Veja seis hábitos de pessoas bem-sucedidas para prosperar







Valter Outeiro da Silveira - 06/03/2019 - 
Para obter sucesso e ser muito rico, não é da noite para o dia que tal processo ocorre, mas existem alguns hábitos diários que, se feitos regularmente, podem pavimentar caminho para a prosperidade.
Neste sentido, matéria veiculada na CNBC aponta que, para ser milionário, deve-se manter focado e paciente. Em meio a isso, existem seis práticas para se fazer todos os dias, para aqueles focados em obter sucesso na vida.
1) Leia um livro que não está diretamente relacionado a sua carreira
A leitura é uma dar formas mais fáceis de experimentar a vida de uma outra perspectiva e desenvolver grande empatia para ser um líder efetivo. Entretanto, é importante alongar os horizontes para além da sua área de atuação. Este é um dos motivos pelo qual Elon Musk inclui romances de ficção científica e livros de autobiografia na sua lista de leituras.
2) Fique suado
A ideia não é realizar saunas ou yoga, mas sim desenvolver algo que transcenda a zona de conforto, como sinal de evolução. Por exemplo, se existe dificuldade em falar em público, é recomendável que você seja o primeiro a falar na próxima reunião de seu grupo.
Embora possa gerar nervosismo e suor nas mãos, a tendência é que fique cada vez mais fácil. Como exemplo, Mark Zuckerberg gastou anos aprendendo mandarim, e hoje é fluente no idioma.
3) Exercícios
Em estudo de cinco anos, o autor Tom Corley descobriu que a prática de exercícios era algo comum entre os milionários. Os benefícios incluem maior QI (coeficiente de inteligência), aprimoramento da força de vontade e aumento de 20% na energia. Bilionários como Oprah Winfrey e Richard Branson incluem os exercícios entre seus hábitos diários.
4) Dê de volta
A gratidão, com certeza, é uma das maiores virtudes do ser humano, e pode ser feita de forma filantrópica. Além da ajuda aos mais necessitados, o movimento holístico pode ocorrer pela simples ajuda a um colega de trabalho, ou a um amigo que atualmente passa por dificuldades.
5) Tire um momento para lembrar de sua competição
Michael Jordan, maior jogador da história da NBA, uma vez falou: “eu jogo para ganhar, seja nos treinos ou no jogo. E eu não vou deixar nada permanecer no caminho entre eu e meu entusiasmo competitivo para vencer”.
Neste sentido, deve-se abolir desculpas e retirar hábitos e pessoas nocivas de sua vida. Saber o nível de sua competição pessoal e utilizar aqueles que duvidam da sua capacidade de realizar e prosperar funcionam como força motriz para crescer.
6) Vá para fora e pense: sem celular
A relação do homem com o celular nos dias atuais é praticamente de interdependência, é muito difícil largar o aparelho. Porém, estudo da Associação Americana de Psicologia descobriu que uma caminhada externa pode aumentar o nível de criatividade e aumentar a capacidade de resolução dos problemas.
“Quando existe um prêmio para a geração de ideias novas no fluxo de trabalho, é altamente recomendável incorporar caminhadas”, declara o estudo.


Fonte: MONEY  TIMES

Dono da Amazon é eleito homem mais rico do mundo pela Forbes; veja ranking

Dono da Amazon é eleito homem mais rico do mundo pela Forbes; veja ranking





             - 06/03/2019 - 
(Reprodução/Internet)
A Forbes divulgou na última terça-feira (5) a lista contendo o nome dos bilionários mais ricos do mundo, tendo mais uma vez Jeff Bezos, CEO e fundador da Amazon, encabeçado o ranking dos mais afortunados.
Apesar da aparente redução do número de pessoas bilionárias no mundo – 2.153, 55 a menos do que o ano passado – vinda em decorrência da instabilidade econômica global, empreendedores incansáveis estão achando novas formas de ganhar dinheiro.
Só nesta lista da Forbes, 195 nomes são novos, como o chinês Colin Huang, fundador do site de e-commerce Pinduoduo, e a norte-americana Kylie Jenner, considerada a mais jovem bilionária do ranking aos 21 anos.
Concentração de fortuna
Segundo a pesquisa, os Estados Unidos continuam sendo o país com a maior concentração de fortunas, com registro de 607 neste ano. Dentre os 20 mais ricos do mundo, 14 são norte-americanos.
A região da Ásia-Pacífico enfrentou um “enxugamento” no número de bilionários. São 60 pessoas a menos, número puxado para baixo principalmente pela China, que perdeu 49 empresários dentre os bilionários no período de um ano.
Destaques de 2019
Um dos principais pontos destacados pela Forbes no ranking de 2019 é o aumento do número de mulheres com patrimônio de dez dígitos. De 2010 para 2019, a participação feminina mais do que dobrou, indo de 91 para 243. Atualmente, o primeiro lugar está reservado para  Francoise Bettencourt Meyers, herdeira da companhia L’Oréal.
David Steward, presidente e fundador da World Wide Technology, é um dos recém-chegados e se destaca por ser apenas um dos quatro bilionários negros nos Estados Unidos.
Brasil
Apenas 58 nomes brasileiros estão representando o país na lista da Forbes, com destaque para Joseph Safra na 31ª colocação, Jorge Paulo Lemann e família na 35ª e Marcel Herrmann Telles na 138ª.
Confira os 100 maiores bilionários do mundo, segundo a Forbes:






Fonte: MONEY  TIMES

Gurupi coloca Maranhão no mapa do ouro

Gurupi coloca Maranhão no mapa do ouro









A região tem longa história de exploração e produção de ouro e vive intenso movimento de transações nos últimos anos. As principais empresas que atuam na área tem projetos em fase pré-operacional são Luna Gold, Jaguar, Brazil Resources e Kinross.
A historia do cinturão de ouro do Gurupi tem perto de 400 anos. O primeiro registro histórico sobre a região data de 1624 quando, em Lisboa, Estácio da Silveira publicou sua “Relação das Coisas do Maranhão”, na qual mencionou uma região rica em ouro e prata, na Amazônia Oriental. Desde essa época foi extraído muito ouro e propriedades trocam de mão constantemente nessa área que fica parte no Pará, parte no Maranhão.

Oficialmente, o Pará produz somente 3% do ouro no Brasil, enquanto o Maranhão sequer aparece nessa estatística. Quando se fala de ouro primário, o Pará aparece com 8,7%, em 2011, segundo o anuário estatístico do DNPM. Com o inicio da produção da mina Aurizona, da Luna Gold, o Maranhão deve fazer sua estreia nas estatísticas de ouro do DNPM.

Há muitas empresas operando na região. Além da gigante Kinross, quinta maior mineradora de ouro do mundo, estão presentes a Luna Gold, única com mina em produção na região, a Jaguar Mining, a Brazil Resources, e muitas empresas com pequenas propriedades como a Odebrecht, a Diamante Brasil, a Terraservice, a Mineração Impertinente entre outras.

A júnior Brazil Resources, com sede no Canadá, tem quatro áreas de exploração, sendo uma no Pará, a Cachoeira; e três no Maranhão, Montes Áureos, Trinta e Mauá. A empresa disse que poderia começar a produzir em 2016. Até o momento, seu principal ativo na região, o projeto Cachoeira, no Pará, com recursos totais de 17,4 Mt @1,40 g/t de ouro, o equivalente a 786.737 onças de ouro, mas a campanha de sondagem não foi iniciada. Entre os sócios dessa empresa está o banqueiro Mário Garnero.

No Brasil, a Kinross é a única dona da Rio Paracatu Mineração (RPM) e tem participação de 50% no controle acionário da Mineração Serra Grande, o que a torna a maior produtoras de ouro do País. No Maranhão e no Pará, dentro do cinturão de Gurupi, a Kinross detém diversos direitos.

Alguns deles foram vendidos, como aqueles onde opera a Jaguar Mining com o projeto Gurupi. Mas a empresa ainda detém diversas propriedades na região, onde atua diretamente ou através de empresas como a Companhia Nacional de Mineração, que teve como presidente, no início dos anos noventa o bilionário Eike Baptista.

A recente aquisição de fornecimento de energia da ordem de 56MW, da MPX, no Maranhão, em uma termoelétrica ainda a ser construída, reacenderam as expectativas de novas aquisições na região pela Kinross. O Brasil responde por mais de 20% da produção mundial de ouro da Kinross, o equivalente a 40 toneladas por ano.

No Cinturão de Ouro Gurupi, atua ainda a canadense Luna Gold que é proprietária da Mineração Aurizona e tem uma mina com o mesmo nome, situada na parte maranhense do Gurupi. Em 2007, a Luna Gold adquiriu o projeto Aurizona, que fica localizado no município de Godofredo Viana.

O projeto Aurizona consiste em aproximadamente 80 mil hectares de área, dividido em duas partes principais, o Aurizona Main e o Aurizona Regional. O Aurizona Main é composto pelos depósitos Piaba e Tatajuba e mais de 10 alvos satélites.

O projeto possui reservas medidas e indicadas de 81 milhões de toneladas @1.38 g/t, ou seja 3,63 milhões de onças. Os recursos inferidos são de 18,54 milhões de toneladas @1,74g/t, totalizando 1,036 milhão de onças.

A produção comercial na mina foi iniciada em 2011. Em 2012, o Aurizona produziu 74.269 onças de ouro.

Em abril deste ano, a empresa anunciou que a fase I de expansão do projeto Aurizona foi aprovado e iniciado. Em 2013, a Luna Gold espera que o projeto Aurizona produza entre 68.000 e 70.000 onças de ouro. A previsão é que a produção chegue a 125 mil onças por ano até a conclusão do projeto em 2015.

A Luna Gold era proprietária de outro projeto no Gurupi, o projeto de ouro Cachoeira, que fica na porção paraense do Gurupi. Contudo em julho de 2012 o projeto foi vendido para a Brazil Resources.

O projeto Cachoeira fica localizado a aproximadamente 220km sudeste de São Luis, no Maranhão. O projeto consiste de em dois blocos, que possuem duas licenças de mineração e três licenças de exploração, cobrindo cerca de 4.742 mil hectares de área total.

Projeto de ouro da Luna Gold no MaranhãoOutra empresa canadense que possui projetos no Gurupi é a Jaguar Mining.

A Jaguar é proprietária do projeto em construção Gurupi, no Maranhão. De acordo com a empresa, o projeto possui recursos indicados de 69,88 milhões de toneladas @1,12 g/t, totalizando 2,51 milhões de onças de ouro.

Os recursos inferidos foram de estimados em 18,67 milhões de toneladas @ 1,03 g/t, ou seja 616 mil onças de ouro. Reservas prováveis são estimas em 63,7 milhões de toneladas @ 1,14 g/t, totalizando 2,32 milhões de onças de ouro.

A Jaguar tem focado seus trabalhos de perfuração e exploração nos alvos Chega Tudo e Cipoeiro. Contudo o projeto possui 12 alvos a serem explorados e cujos recursos não foram incluídos em estudos de pré-viabilidade do projeto. De acordo com a empresa, os alvos possuem grande potencial de mineralização de ouro.

Em 2016, a Jaguar recebeu licença de instalação para o projeto Gurupi, que autoriza a construção da planta de processamento do projeto. 


Fonte: CPRM

A descoberta do diamante no Brasil ocorreu em 1729, nas lavras do Tijuco, Mg

A descoberta do diamante no Brasil ocorreu em 1729, nas lavras do Tijuco, Mg





1.1. Histórico
A descoberta do diamante no Brasil ocorreu em 1729, nas lavras do Tijuco, Mg – atual Diamantina - para onde atraiu um grande contingente de mineradores, quando o governo português permitiu a livre extração, até 1739, através do pagamento do quinto. Novas descobertas de garimpos surgiram forçando ao governo de Portugal a só consentir a extração por contrato, até 1739, e posteriormente estabeleceu o monopólio, a partir de 1771. Com este regime a extração clandestina intensificou induzindo ao contrabando, sobretudo para a Holanda, Inglaterra e França, mesmo assim as estatísticas oficiais assinalavam que o Brasil ainda era o principal produtor e exportador de diamante até o final do século XIX, desde então só superado pela África do Sul.

A Bahia participou deste importante ciclo econômico, pouco antes do meado desse século, onde esta atividade teve um importante papel na atividade sócio - econômico e política, além de contribuir com a expansão demográfica e povoamento de zonas inabitadas. A descoberta na Chapada provocou um fluxo migratório sem precedentes, oriundo de antigos centros de mineração diamantífera de Minas Gerais e de muitas atividades auríferas na Bahia, tendo como conseqüência o despovoamento de importantes centros urbanos como Diamantina e Serro, em Minas Gerais e Rio de Contas, na Bahia.

Com a queda de preço do diamante no mercado internacional, foi preciso conter a produção, assim em 1731, o vice-rei e governador geral do Brasil, Vasco Fernandes de Menezes, o Conde de Sabugosa - por Carta Régia proibiu a exploração de diamantes na Bahia, onde começaram a surgir evidências de achados. Com isto, os registros históricos são muitos controversos a respeito da descoberta do diamante na Bahia. Os resgates mais antigos afirmam que, em 1817 ou 1818, o capitão-mor Felix Ribeiro de Morais encontrou diamantes na Serra do Gagau, conhecida como serra do Bastião, próximo às fazendas de gado, onde posteriormente surgiu a vila de Mucugê, cuja descoberta é atribuída ao pajé de uma tribo. Acredita-se que dada à proibição da corte, guardou-se segredo sobre o achado.

Seguem-se muitas referências a possível presença do diamante pelos naturalistas alemães Spix e Von Martius, em 1821, que ao examinarem as rochas da serra do Sincorá, na vila do Sincorá, atualmente Sincorá Velho, reconheceram os terrenos diamantíferos semelhantes aos do Arraial do Tijuco, englobando ainda os municípios atuais de Mucugê, Andaraí, Lençóis e Palmeiras.

Publicação de trabalho do geólogo e cientista Orville Derby, em 1882, faz referência à descoberta do primeiro diamante na Chapada, por José de Matos, em 1840, próximo à vizinhança de Santo Inácio, na Chapada Velha. Outras descobertas foram registradas, em 1841, na serra do Assuruá, município de Gentio do Ouro, em 1842, na serra das Aroeiras, em Morro do Chapéu, tornando-se mais tarde um grande produtor e na vila de Bom Jesus do Rio de Contas, hoje sede do município de Piatã, onde foi encontrado o maior diamante dos sertões baiano.

Mas o dado mais significativo é revelado por Theodoro Sampaio, que somente a partir de 1844, a mineração de diamante tomou rumo com a descoberta feita por José Pereira do Prado, o “Cazuza do Prado”. Morador da Chapada Velha que ao percorrer as terras marginais do ribeirão Mucugê, reconheceu o local do terreno como propício e ao fazer um ensaio de algumas horas extraiu grande quantidade de pedras de alto valor. Diz também a história que o diamante foi acidentalmente encontrado em 25 de junho de 1844, por Cristiano Nascimento, afilhado de Cazuza, ao lavar as mãos no leito do riacho Mucugê afluente do rio Cumbucas.

Uma variante desta versão assinala que já na primeira investida, Cazuza encontrou alguns diamantes de fina água neste riacho. Entusiasmado, juntou-se, a alguns amigos e parentes numa expedição de 14 homens e começou a explorar o garimpo, pegando em poucos dias uma boa quantidade destas pedras. Precisando comprar mantimentos, enviou um dos seus colegas, seu melhor amigo chamado Pedro Ferreiro, à Chapada Velha para que este pudesse vender parte do tesouro já encontrado. Seu amigo foi preso e acusado de roubar algum comprador, pois se tratava de gemas de pureza jamais vistas e para se livrar da prisão, o suspeito foi obrigado a revelar o segredo da origem das mais cobiçadas jóias.

Há também outras versões que corroboram com esta versão sendo este o local ou região para onde afluíram dezenas de milhares de aventureiros, faiscadores e garimpeiros de todos os rincões onde aí se espalharam. Calcula-se que 25 mil pessoas foram para lá, aglomerando-se em povoados, onde muitos se transformaram em vilas e posteriormente em municípios – Mucugê, Andaraí, Lençóis e Palmeiras, designada com a região das Lavras Diamantinas.

O Ciclo do Diamante no Brasil durou cerca de 150 anos, da segunda metade do século XVIII até o final do século XIX, quando o País foi o maior produtor mundial. A produção na Bahia foi iniciada em 1844 e seu apogeu perdurou apenas até 1871, com declínio da produção e queda de preço que coincidiu com a expansão das jazidas da África do Sul, descobertas seis anos antes. O colapso da região só não foi maior porque ao lado do diamante passou a ter valor o carbonado ou carbonato usado na indústria e na perfuração de rochas, sobretudo durante a abertura e construção do Canal do Panamá.

1.2. Instituições Envolvidas
Três instituições foram envolvidas na formulação e montagem do Museu Vivo do Garimpo que são: o Museu Geológico da Bahia com sua participação técnica na elaboração do projeto museográfico; a Prefeitura Municipal de Mucugê, onde teve inicio as primeiras frentes de extração do diamante na Chapada, a qual está capacitada para sediar e ser a receptora e mantenedora do mesmo; e o Projeto Sempre Viva, o qual já dispunha de infra-estrutura que foi ampliada e adaptada para abrigar as diversas unidades do Museu Vivo:
A implantação do Projeto “Museu Vivo do Garimpo” justifica-se pela razão de resgatar parte da história do diamante. Deste modo, reconhece o papel desempenhado pela força de trabalho do garimpeiro, que na labuta do dia a dia, para a busca do dinheiro visando o sustento da família ou na ilusão de ficar rico, desempenhou um papel de grande importância social e econômica. Com isto, foi responsável pela exploração e desenvolvimento de riquezas para a região, além da expansão demográfica com a fixação e o desenvolvimento de diversos núcleos urbanos.
E a proposta de um Museu Vivo no lugar onde teve início a exploração do diamante na Chapada, reveste-se de uma precisão histórica no local onde teve inicio as explorações e daí se expandiu na região, tornando-se conhecida como “Lavras Diamantinas”. Portanto:

“Resgatar a história vivenciando a atividade do garimpeiro é tornar-se espectador dos fatos”

Do ponto de vista administrativo a Prefeitura de Mucugê está desenvolvendo uma linha de ação turística voltada para o setor cultural, educativo e científico.

OBJETIVOS
O objetivo deste projeto é difundir a cultura das atividades diamantíferas na Chapada Diamantina, através do Museu Vivo do Garimpo. Em particular tentar resgatar parte da história dos garimpeiros mostrando como tudo iniciou no local, o apogeu deste importante ciclo econômico do país, onde a Bahia, em especial a Chapada Diamantina, vivenciou um curto período de transformação e riqueza e cuja fase de declínio repercutiu na economia mundial.



Fonte: DNPM