domingo, 7 de abril de 2019

GARIMPO DE OPALA NOBRE- PEDRO II PIAUÍ

GARIMPO DE OPALA NOBRE- PEDRO II PIAUÍ





Saímos cedo em nosso valente Kangoo para conhecer a cidade de Pedro II, que fica a 150 km de Piracuruca e a 600 metros de altitude.


Esta localização torna a cidade menos quente do que as outras cidades do Piauí. Pedro II é conhecida no estado por várias coisas. Uma delas é pela produção de Opalas nobres.


Como o nome já diz, este é o tipo mais precioso de Opala que só é encontrado aqui em Pedro II e em uma mina na Austrália.


Eu não tinha idéia como era esta pedra preciosa e fiquei impressionado com a beleza. É como se dentro dela tivesse várias outras pedras coloridas emitindo cores em todos os matizes.


Cientificamente, a razão para tantas cores são micro-esferas no interior da pedra, que refletem a luz em todas as direções. Talvez por isto, as opalas brilhem mais quando estão molhadas.


Logo que chegamos, fomos recebidos pelo Juscelino, um negociante e lapidador de pedras que tem uma loja chamada Opalas Pedro II, bem na entrada da cidade.

Ele nos mostrou uma impressionante coleção de gemas e nos convidou para acompanharmos uma lapidação completa, desde a pedra bruta até o polimento da gema.

Foi fascinante ver uma pedra quase sem brilho se transformar em duas jóias, uma em forma de coração e outra em forma de gota.

Depois do almoço, ele nos levou no próprio carro até uma das minas de extração. O interessante foi que esta mina que visitamos foi descoberta a pouco mais de uma semana.

Neste período, o número de mineiros subiu de 10 para quase 200. No meio da mata, encontramos diversas crateras cavadas com pás e picaretas.

Parecia até que a floresta havia sido bombardeada. O material extraído é peneirado e depois lavado, e somente após este processo é que os garimpeiros começam a procurar as opalas em meio a pedraria.

Segundo me contaram, às vezes passa-se semanas sem encontrar nada e de repente surge a sorte grande: uma pedra de mil ou dois mil reais.

Parece muito, mais não é. Como trabalham sempre em 4 pessoas, o valor da venda tem que ser dividido e, sabe-se lá quando vão encontrar outra.

No dia em que estivemos ali, dos 50 grupos de homens, apenas 2 ou 3 haviam achado alguma coisa.

É lógico que a Família também procurou, mas infelizmente não achamos nada. Achamos sim um novo amigo, o Juscelino, que nos presenteou com muito conhecimento, algumas pedras brutas e uma jóia lapidada.

Esta vai para o nosso museu. Quem vier, verá!

Como o dia teve muitas atividades, resolvemos dormir na cidade. O dono do Hotel Opala (nem podia ser outro nome) onde ficamos é também um lapidador e negociador de pedras. Ele é o simpático Bené do Tucum.

Ele tem este nome devido ao fato de ele ter sido o primeiro a fazer jóias usando a Opala incrustada na semente do Tucum. Uma ótima idéia por sinal.




Fonte: Geologo.com

WHIM13 - The Arkenstone - Aquamarine

"Australian Opals: A passionate journey" by GIA

THE MOGOK MORNING ROUGH MARKET

A dura vida dos pesquisadores de diamantes primários

A dura vida dos pesquisadores de diamantes primários





 


A pesquisa de diamantes em fontes primárias como kimberlitos e lamproitos, não é para qualquer um. É um trabalho altamente técnico, incrivelmente caro e se não for adequadamente conduzido, há o risco de se perder uma jazida ou de investir onde não existe depósito econômico.

Quando os teores são baixos, o que é o caso da maioria dos kimberlitos, uma amostra de pequeno volume não tem nenhuma representatividade e qualquer que seja o teor obtido não deve ser considerado. Para entender essa premissa é necessário ler os próximos parágrafos.

 A concentração dos diamantes na rocha fonte é, frequentemente muito pequena, de apenas algumas miligramas por tonelada. Isso obriga o pesquisador fazer verdadeiras minas piloto para obter dados fidedignos como teor, qualidade, preço e tamanho médio dos diamantes.

Um bom exemplo é a mina de Letseng no Lesotho. Ela é uma das mais importantes minas de diamante primário do mundo.

No kimberlito de Letseng o teor médio é de apenas 3 quilates (600 miligramas) por tonelada de minério.

Com teores tão baixos as amostras pequenas, de 50kgs, por exemplo, irão quase sempre dar resultados negativos para diamante. Se você fizer esse erro poderá simplesmente perder uma jazida de bilhões de dólares. Ou, gastar muito em um prospecto sem nenhum valor...

A pergunta que se deve fazer é: qual o tamanho mínimo de uma amostra que seja representativa do teor, qualidade, preço e tamanho do diamante de Letseng?

Lembre-se que o investimento em Capex para uma mina destas pode chegar e ultrapassar a 1 bilhão de dólares, o que nos obriga a ter muita confiança nos dados obtidos na pesquisa. Na realidade antes da viabilidade econômica o nível de confiança deve estar próximo dos 97,5%, mas isso é uma outra história...

Sem entrar em cálculos estatísticos complexos a resposta mais utilizada pelos pesquisadores é que é necessário coletar um mínimo de 2.000 quilates de diamante (por amostra) para que essa tenha alguma representatividade de teor.

Por este cálculo simples seria necessário uma amostra mínima de 67.000 toneladas. Ocorre que em Letseng os diamantes médios são os maiores do mundo. Este kimberlito é o que produz mais diamantes acima de 10 quilates, o que faz o preço médio do diamante de Letseng ser um dos mais elevados.

Estas características fazem com que uma amostra representativa tenha que ser, no mínimo, de 1 milhão de toneladas.

Assustado?

Lembre-se que dependendo do kimberlito existem imensas variações faciológicas o que vai aumentar em muito o número de amostras a serem coletadas. O pior é que cada fácie tem um teor diferente e alguns, no mesmo pipe, podem ser estéreis.

Ou seja, é necessário uma verdadeira mina para que o investidor tenha a certeza de que o projeto é viável.

É por essas características da jazida que várias empresas amostraram o kimberlito e nunca conseguiram entender os teores, qualidade e tamanhos médios reais. Alguns anos atrás eu debati esse assunto com um “expert” em diamantes Sul-Africano. Ele me confidenciou que a empresa dele havia investido milhões em Letseng sem conseguir ver a viabilidade do projeto, pois nunca amostraram grandes volumes, como necessário.

Como se vê, essas particularidades fazem a pesquisa em Letseng ser caríssima. Foi por isso que entre a descoberta em 1957 e a mina se passaram 20 anos e muitos perderam dinheiro em uma das jazidas mais rentáveis da África.

A sorte é que a garimpagem feita ao longo destes 20 anos produziu dezenas de milhares de quilates o que permitiu, aos mais espertos, uma avaliação preliminar dos teores, qualidade, preço e tamanho.

O histórico de produção serviu como uma mina piloto e orientou os geólogos quanto ao tamanho mínimo da amostra de Letseng.

Lembre-se deste exemplo quando for avaliar os teores de um kimberlito. Talvez a resposta só seja possível se a sua empresa estiver disposta a investir dezenas de milhões na pesquisa.


A mina é famosa por seus diamantes enormes como o Lesotho Promise de 603 quilates (foto – Gem Diamonds) 




Fonte: Portal do Geólogo