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domingo, 4 de agosto de 2019
Paulo Gala: A indústria brasileira implodiu, não será fácil resgatá-la
Paulo Gala: A indústria brasileira implodiu, não será fácil resgatá-la
Opinião - 03/08/2019 - 17:05

Por Paulo Gala
A produção industrial brasileira caiu 0,6% em Junho desse ano comparada a Maio. Nosso nível de produção industrial está hoje 20% abaixo do nível observado em 2014 e a apenas 20% acima dos anos 1980, uma tragédia. A indústria brasileira passou por um boom de produção a partir de 2003; a primeira fase do governo Lula foi caracterizada por forte expansão e exportação de manufaturas graças ao câmbio ultra-deslavorizado de 2002/2003 e a forte impulso de demanda interna que veio com expansão do crédito.
A segunda fase do governo Lula e o governo Dilma se caracterizou por forte expansão do credito e retração das manufaturas na pauta de exportação. A crise mundial de 2008 interrompeu a bonança de crescimento externo e cortou a demanda mundial por manufaturas. A reposta da China a crise causou explosão do preço de commodities e reforçou a trajetória de apreciação da moeda brasileira, que já vinha com força desde 2006.
Ate 2007 a indústria brasileira conseguiu acompanhar o boom de demanda aumentando a produção, ainda na esteira da desvalorização cambial de 2002. A partir da crise de 2008 a nossa indústria sucumbiu à concorrência internacional, aos aumentos de custo de produção em reais (principalmente salários) e a forte apreciação do cambio nominal e real.
A expansão de PIB observada no pós 2008 foi toda baseada em serviços. A demanda interna por bens industriais passou a ser suprida por importações. Sem estímulos para produzir domesticamente por conta do cambio muito apreciado e sem condições de se lançar na competição mundial o empresário industrial brasileiro passou a ser importador, montador (maquila) ou simplesmente encerrou seu negócio.
Houve enorme perda de complexidade produtiva da economia brasileira pós 2010. Houve desindustrialização e reprimarização da pauta exportadora, com avanço das commodities. Em 2014, por exemplo, 5 produtos responderam por quase 50% das exportações brasileiras: ferro, soja, açúcar, petróleo e carnes.

Hoje a taxa de câmbio brasileira está num nível bem mais desvalorizado do que a média histórica. As exportações de manufaturados brasileiros estão mais baratas no exterior e mais lucrativas internamente. Os produtos estrangeiros estão mais caros aqui, facilitando a concorrência com nacionais.
Nossa indústria deveria ter reagido, por que isso não ocorreu? Desde a abertura comercial dos 90 as indústrias brasileiras ficaram viciadas em nosso mercado interno. O que deveria ter sido uma catapulta para conquistar o mercado mundial, como fizeram os asiáticos, virou fim em si mesmo. As apreciações câmbios da era FHC e da era Lula reforçaram o sinal da produção para abastecer o mercado nacional e tiraram o ímpeto exportador de nossas empresas.
A implosão da economia brasileira em 2014 e 2015 arrastou nossa indústria (que já vinha se arrastando) para o buraco. O desaparecimento do crédito e da demanda interna tiveram efeitos diretos e violentos na produção doméstica de carros, motos, caminhões, moveis, eletrodomésticos, bens de consumo em geral, matérias da construção civil, aco, entre outros.
Nossa produção industrial colapsou com queda de 20% entre 2014 e 2016; e lá ficou ate hoje. Nossa retomada econômica desde então foi muito tênue, se e’ que houve. O pouco que crescemos foi baseado em serviços de baixa qualidade; novo empregos com salários menores e mais precários foram gerados. O pouco nível de proteção que ainda existe para nossa indústria nacional também não resolveu o problema.
Hoje a única salvação para nossa indústria seria uma injeção maciça de demanda, interna ou externa. De fora não vira’ pois o comercio mundial estagnou graças a guerra comercial. Para vir de dentro uma nova onda de estímulos seria necessária, algo que também não parece estar no horizonte.
Se nossa indústria conseguir crescer a 2% ao ano levaremos quase 10 anos para recuperar o nível de produção de 2014. Isso para não mencionar nosso cada vez maior atraso tecnológico em relação aos países emergentes dinâmicos e aos ricos. As notícias não são boas. Nenhum país hoje rico se desenvolveu sem indústria.
Fonte: MONEY TIMES
Febre do ouro na reserva
No fim da década de 1980, pistas clandestinas de pouso e decolagem de avionetas rasgaram a terra dos ianomâmi e a quantidade de garimpeiros no local explodiu. Chegou a 40 mil pessoas. Ao longo das décadas, a febre do ouro na reserva teve altos e baixos. Hoje, com a nova leva de exploração, os ianomâmi estão pressionados pelo garimpo, com o mercúrio correndo nos rios. E os garimpeiros — ora pobres, ora miseráveis — tentam a subsistência e a fortuna. Em Boa Vista, a capital mais próxima, outro drama torna o cenário mais desolador: com a chegada de milhares de refugiados venezuelanos, o emprego não qualificado rareia.
A 115 quilômetros da reserva, Boa Vista ergueu um Monumento ao Garimpeiro, no centro da cidade. Roraima tem 35 mil garimpeiros, todos eles na ilegalidade e com atuação focada na terra ianomâmi.

A febre do ouro levou a uma reação do Estado, suficiente para sufocar o fluxo de entrada de novos garimpeiros na reserva indígena, mas ínfima no intento de reverter o problema e tirar do local os que ali estão.
Há um ano, a Polícia Federal (PF) deflagrou operação para combater o garimpo ilegal na terra ianomâmi, com foco nos grandes exploradores de ouro, donos de aviões e máquinas. Quase 30 pessoas foram presas e 18 aviões, apreendidos. Entre os investigados, um dono de garimpo já condenado por genocídio de 16 ianomâmis em 1993.
Há dois meses, uma operação do Exército destruiu pontos de exploração de ouro na terra ianomâmi e reativou postos de controle. Consistem em uma corda de ponta a ponta de cada um dos dois rios e bases com jovens militares armados. Os soldados só chegam aos focos de garimpo em transporte aéreo.
Apesar da operação do Exército, os “tatuzões” seguem operando. É muito comum a presença de índios na condução dos barcos de garimpeiros e relatos de pagamentos a representantes dessas aldeias, para que se siga rio acima e entre na mata em busca do ouro. Nos portos improvisados, boa parte dos índios passa os dias alcoolizada.
Cada “tatuzão” é operado por cinco ou seis garimpeiros. A água é bombeada do rio, carregada para valas gigantes abertas e usada para lavar a terra, empurrada para uma caixa que retém as partículas de ouro presentes. Dias depois, os garimpeiros “batem” os tapetes onde o minério fica retido. E aí entra o mercúrio: para agrupar as partículas. Logo depois, é descartado na água, que volta para o rio. O ouro é queimado, o mercúrio evapora — esta é a etapa mais tóxica — e retorna à forma líquida. E cai na água de onde os ianomâmis retiram parte de sua comida.
Os garimpeiros passam os dias na selva. Tomam banho com água da chuva. Dormem em redes. Padecem de malária e leishmaniose. E de crack e cocaína também.
“Irmão” trabalhou três dias seguidos para receber oito gramas de ouro. Cunha, de 43 anos, integra o grupo de “Irmão” no barranco. Recebeu os mesmos oito gramas. A divisão é praticamente cartelizada: o dono do “tatuzão” fica com 70% do ouro; os trabalhadores dividem os outros 30%. E ninguém reclama.
A partilha do ouro, depois da extração e da queima, é tensa. Ninguém quer ser passado para trás. Quando chega aos acampamentos, a comida tem um preço altamente inflacionado: um quilo de carne custam um grama de ouro; uma caixa de cerveja, um grama e meio. O dinheiro perde o valor. Se o câmbio fosse relevante ali, um grama equivaleria a algo como R$ 130.O ouro pode render até R$ 10 mil num mês a um garimpeiro mais braçal.
— É dez mil vezes melhor do que na cidade. Ganho para ter minha caminhonete, minha casa e meus filhos na escola e fora do garimpo — diz Cunha, que já explorou ouro ilegal na Venezuela, nas Guianas e no Suriname.

“Irmão” planeja voltar à Ilha da Fazenda, no Pará, só em janeiro do ano que vem. É para quando está previsto um novo cadastro dos moradores do vilarejo pela mineradora Belo Sun, que quer explorar cinco toneladas de ouro por ano, ao longo de pelo menos 12 anos. Populações indígenas serão diretamente impactadas e vêm se opondo ao projeto. “Irmão” quer sair da ilha e ser indenizado. Isto se, de fato, deixar a terra ianomâmi.
Fonte: O Globo
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