sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Indígenas Cinta-larga: Diamantes de sangue na Amazônia brasileira





Indígenas Cinta-larga: Diamantes de sangue na Amazônia brasileira








Por Ana Aranda, especial para a Amazônia Real
Espigão D´Oeste (RO) – Os indígenas Cinta Larga, falantes da língua Tupi Mondé, vivem uma situação parecida com a da grande maioria dos agricultores familiares do interior da Amazônia. Suas casas não têm sistema de esgoto, nem água encanada. As escolas e os postos de saúde são precários e o que produzem nas roças é ineficiente à sobrevivência, pois faltam maquinário, insumos, assistência técnica e crédito bancário. Mas eles moram em cima da maior mina de diamantes do mundo, com capacidade para exploração de um milhão de quilates de pedras preciosas por ano, com receita anual estimada em US$ 200 milhões (ou R$1bilhão).

A exploração ilegal das pedras preciosas, que ganhou força em 1998 e chegou a reunir 5 mil garimpeiros, em 2004, mudou a vida dos índios. O Ministério Público Federal estima que vivem cerca de 2.500 Cinta Larga nas Terras Indígenas Roosevelt, Serra Morena, Parque Aripuanã e Aripuanã, que ficam na divisa dos estados de Rondônia e Mato Grosso.
O garimpo levou às reservas danos ambientais às florestas rios e lagos, drogas, prostituição, mortes, processos na Justiça, e aos índios a fama de milionários e o estigma de assassinos e bandidos. Há 11 anos, um grupo de guerreiros Cinta Larga matou 29 garimpeiros. O massacre ocorreu devido à disputa por jazidas de diamantes. O caso, que ganhou repercussão internacional, não foi julgado ainda.
O estigma da criminalização contra a etnia voltou a tomar força esse mês. No dia 08 de dezembro, a Polícia Federal deteve, por cinco dias, seis lideranças Cinta Larga entre as sete pessoas presas na operação Crátons, um desmembramento direto da operação Lava- Jato, que investiga o esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras.
Na Crátons (nome de estruturas geológicas que dão origem à formação de diamantes), a PF desarticulou uma organização criminosa que promoveu crimes ambientias para extração e comercialização ilegal de diamantes na região do “Garimpo do Lage”, conhecido também como Garimpo do Roosevelt.
De acordo com a PF, o esquema foi descoberto a partir de informações sobre a atuação do doleiro Carlos Habib Chater, o primeiro preso da Lava Jato, em março de 2014. Os investigados da Lava Jato estavam financiando o garimpo dentro da reserva, como a compra de equipamentos, combustível, pagamento de mão de obra de indígenas e não-indígenas, diz a polícia. Uma associação indígena também é investigada como envolvida na organização criminosa, que teria investido R$ 1 milhão para render ao grupo até R$ 6 milhões em 90 dias.
Segundo as investigações, participavam da organização empresários, comerciantes, garimpeiros, advogados e índios. Entre os seis índios que foram presos estão os caciques Nacoça Pio Cinta Larga e Marcelo Cinta Larga. Curiosamente, apenas os nomes deles foram divulgados pela imprensa de Porto Velho. A Polícia Federal diz que os nomes de todos os acusados estão em sigilo devido as investigações e, por isso, não os divulgou. Os acusados foram indiciados em crime de financiar, gerir e promover a exploração de diamantes no “Garimpo Lage”.
Amazônia Real apurou que os seis indígenas cumpriram prisão temporária em regime domiciliar nas aldeias e na sede da Funai, em Cacoal. Eles foram soltos no dia 12 de dezembro depois de assinarem um acordo de delação premiada, o que permitirá à Polícia Federal investigar a exploração ilegal de diamantes e madeira dentro da reserva.

Fonte: EXTRA

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Dólar "ignora" Copom, fecha em alta e bate máxima recorde ante real com força da moeda no exterior

Dólar "ignora" Copom, fecha em alta e bate máxima recorde ante real com força da moeda no exterior



Economia11 minutos atrás (06.02.2020 17:21)

Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve forte alta de mais de 1% e encerrou em máxima histórica nominal ante o real nesta quinta-feira, alavancado pelo movimento externo depois de ter começado o dia em queda após o Banco Central sinalizar fim do ciclo de cortes de juros.
O dólar à vista fechou em alta de 1,11%, a 4,2859 reais na venda, ligeiramente acima do recorde anterior de 4,2858 reais do último dia 31 de janeiro.
Na máxima desta quinta, a cotação alcançou 4,2865 reais na venda, bem próximo do pico recorde intradiário de 4,2873 reais na venda batido também em 31 de janeiro.
Na B3, o dólar de maior liquidez tinha valorização de 1,14% neste pregão, a 4,2890 reais.
Segundo profissionais do mercado, o exterior pesou mais sobre o câmbio nesta sessão, com a moeda dos Estados Unidos em alta generalizada ante divisas de países ricos e emergentes.
"Teve fluxo de saída. A ajuda do Copom ao real não é no curtíssimo prazo. E as moedas emergentes estão 'apanhando' hoje, e isso está sendo mais importante para o movimento local", disse Luis Laudisio, operador da Renascença.
Na véspera, o Banco Central divulgou que janeiro registrou saída líquida de dólares (considerando o fluxo de câmbio contratado), dando sequência a meses de constantes perdas de moeda estrangeira.
Também na quarta, o BC reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual à nova mínima histórica de 4,25% ao ano e indicou o fim do atual ciclo de cortes na taxa básica de juros, em meio à leitura de que os ajustes já feitos ainda vão surtir efeito na economia e com foco crescente nas expectativas de inflação para 2021.
Desde a noite da véspera, analistas comentaram que a sinalização mais dura do Banco Central sobre interromper o processo de queda de juros poderia oferecer algum alento ao real, que está entre as divisas de pior desempenho neste ano.
Na manhã desta quinta, o dólar chegou a cair para 4,2093 reais na venda, baixa de 0,70%.
A conclusão do processo de afrouxamento monetário ajudaria a conter a queda dos diferenciais de retornos entre Brasil e o restante do mundo, movimento que vem minando a atratividade do real como ativo de investimento.
Mas outras notícias no dia, além da força do dólar no exterior, pesaram contra o real. A agência de classificação de risco Fitch Ratings não deu indicações sobre melhora no curto prazo para o rating soberano do Brasil e lembrou que países com perfil do Brasil costumam demorar de dez a 11 anos para recuperar o grau de investimento. O status de grau de investimento poderia atrair fluxos de capitais ao país.
Além disso, o Banco Central fez colocação parcial de contratos de swap cambial tradicional, vendendo apenas 5.150 papéis de uma oferta total de até 13 mil ativos. Na prática, o BC caminha para enxugar do mercado 393 milhões de dólares em liquidez, dentro de um cenário já de carência de fluxos novos.

Fonte: Reuters

Garota de 14 anos acha diamante em parque nos EUA que vale R$120 mil

Garota de 14 anos acha diamante em parque nos EUA que vale R$ 120 mil



Tana Clymer achou a pedra em parque no estado do Arkansas.
Parque Estadual de Murfreesboro conta mina de diamante pública.

Do G1, em São Paulo
A garota americana Tana Clymer, de 14 anos, encontrou um diamante de 3,85 quilates no Parque Estadual de Murfreesboro, no Arkansas (EUA.
Tana Clymer achou diamante que vale cerca de R$ 65 mil (Foto: Crater of Diamonds State Park/AP)Tana Clymer achou diamante que vale cerca de R$ 120 mil (Foto: Crater of Diamonds State Park/AP)
O valor da pedra não foi divulgado, pois o parque não faz estimativas sobre diamantes achados na cratera. Mas um diamante similar achado em 2006 foi vendido por US$ 30 mil (R$120 mil).
Tana Clymer, de 14 anos, encontrou um diamante de 3,85 quilates no Parque Estadual de Murfreesboro (Foto: Crater of Diamonds State Park/AP)Tana Clymer, de 14 anos, encontrou um diamante de 3,85 quilates no Parque Estadual de Murfreesboro (Foto: Crater of Diamonds State Park/AP)
Moradora de Oklahoma City, Tana achou a pedra preciosa enquanto visitava a Cratera de Diamantes do parque, que é a única mina de diamante pública em que os visitantes podem entrar e ficar com qualquer pedra que encontrarem.
Mais de 75 mil diamantes foram encontrados no local desde que os primeiros achados feitos em 1906 por John Huddleston, ex-proprietário da área na época.



Fonte: G1

Adolescente encontra diamante de 7,44 quilates em parque nos EUA

Por G1



Kalel Langford, de 14 anos, com o diamante que encontrou no parque do Arkansas — Foto: Arkansas Department of Parks and Tourism/DivulgaçãoKalel Langford, de 14 anos, com o diamante que encontrou no parque do Arkansas — Foto: Arkansas Department of Parks and Tourism/Divulgação
Kalel Langford, de 14 anos, com o diamante que encontrou no parque do Arkansas — Foto: Arkansas Department of Parks and Tourism/Divulgação
Um adolescente do Arkansas, nos EUA, encontrou um diamante de 7,44 quilates durante uma visita a um parque de seu estado.
Kalel Langford, de 14 anos, esteve com seus pais no Parque Estadual Cratera dos Diamantes, que cobra US$ 10 de turistas que querem tentar a sorte e procurar a pedra preciosa.
Menos de meia hora depois de chegar, ele encontrou no chão uma pedra marrom e brilhante, misturada a outras rochas. Kalel o pai ficaram em dúvida se era diamante por causa da cor, mas resolveram levar aos funcionários do local. Foi quando descobriram que tinham encontrado o sétimo maior diamante da história do parque.
O garoto batizou a pedra de “diamante do Super-Homem”, seu herói favorito. Ele disse que planeja guardá-lo como um souvenir de sua viagem.
O diamante marrom de Kalel é o maior encontrado no parque desde junho de 2015, quando um turista achou um de 8,52 quilates que ele batizou de Esperanza. Segundo os registros, 97 diamantes foram encontrados no parque até hoje.


Fonte: G1

Bolsonaro assina projeto que regulamenta garimpo em terras indígenas





Texto será enviado ao Congresso nos próximos dias




O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quarta-feira (5) um projeto de lei que regulamenta o garimpo e a exploração de energia e petróleo em terras indígenas. O envio do texto ao Congresso ocorrerá nos próximos dias e, na prática, é um complemento do artigo 231 da Constituição Federal. O projeto de lei precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.


De acordo com a proposta, empresas poderão realizar a exploração de minério em território demarcado apenas quando houver consentimento dos indígenas donos das terras. Os índios não terão poder de veto caso haja exploração de petróleo ou energia em seu território, mas, para que ocorra, será necessário "dialogar" para buscar um consenso com a comunidade local. O texto também prevê a possibilidade de indenização por desapropriação.
De acordo com a subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Verônica Sanches, a proposta é fruto de determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que mandou o governo propor o mais rápido possível a regulamentação do artigo constitucional. Para ela, o projeto também levar desenvolvimento das comunidades indígenas e da região Norte.

Representantes indígenas não concordam com a proposta

Em novembro, ativistas de tribos indígenas mostraram inconformidade com o projeto. Em carta aberta lida no dia 26 daquele mês no Congresso Nacional, por iniciativa da coordenadora da Frente Parlamentar Indígena, deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), os indígenas afirmaram: 
"Nós não queremos garimpo em nossa terra. Nós queremos que o governo cumpra seu dever de proteger a nossa terra. Queremos que o governo tire os garimpeiros que estão na nossa terra e impeça a entrada de mais garimpeiros. Nós conhecemos nossos direitos e sabemos que o garimpo na Terra Indígena Yanomami é ilegal." 
Bolsonaro disse várias vezes que pretende abrir mineração em terras indígenas e chegou a levar um ianomâmi ao Palácio do Planalto para dizer que tinha aval dos indígenas.
Na carta, as lideranças negam a representatividade desse indígena. "A gente decide de forma coletiva, escutando vários pensamentos de homens, mulheres, xamãs, jovens, lideranças tradicionais, todos reunidos. Isso é decidir em nome do povo e não de maneira autoritária. E isso deve ser respeitado pelo governo brasileiro. O governo não decide por nós. Somos guerreiros Yanomami e Ye'kwana e dizemos todos juntos: Fora Garimpo!"
No comunicado, assinado por sete associações, os indígenas também denunciam as consequências do garimpo.
"Os garimpeiros estão envenenando as pessoas e contaminando nossos rios, nossos peixes, nossos alimentos e espantando nossa caça. Sabemos que o mercúrio usado no garimpo está contaminando nosso povo. No rio Uraricoera, mais de 90% das pessoas que foram analisadas apresentaram alto índice de contaminação. Recentemente soubemos que mais da metade dos Yanomami de Maturacá também estão contaminados. O governo tem o dever de acabar com isso e trabalhar para cuidar da saúde dos povos Yanomami e Ye'kwana e proteger a terra-floresta", segue a carta.
As lideranças ianomâmis disseram que os garimpeiros "trazem todo tipo de bebidas, drogas e doenças", que têm "muitas armas" e são "violentos também entre eles".
"Eles matam uns aos outros e enterram os corpos na beira dos rios ou jogam nos rios. Quando os garimpeiros mexem na terra e destroem a natureza, eles estão ofendendo os seres que vivem na floresta. Esses lugares foram destruídos e ninguém mais pode usar lá. A natureza está se zangando, e todos nós vamos sofrer, indígenas e não indígenas. Os garimpeiros são invasores que roubam o ouro, que tem que ficar embaixo da terra."
Os indígenas escreveram que as suas verdadeiras riquezas "são os conhecimentos tradicionais, a nossa saúde, nossos rios limpos e nossas crianças crescendo felizes. Os garimpeiros estão destruindo a nossa riqueza. O nosso trabalho não é o garimpo, o nosso trabalho é a roça, é o artesanato, temos nossas formas próprias de gerar renda a partir de nossos conhecimentos sobre a floresta. Nossos conhecimentos têm mais valor que o ouro".
Fonte:  Folhapress