quinta-feira, 11 de junho de 2020

Lítio: um metal único na natureza



Lítio: um metal único na natureza







Pedaços de lítio imersos em óleo de parafina para proteger contra a oxidação.


lítio é conhecido por ser o elemento de símbolo “Li” na tabela periódica. Ele pertence à família dos metais alcalinos. Como os demais elementos do seu grupo, ele nunca ocorre em seu estado nativo na natureza! Isso porque ele é quimicamente ativo, sendo encontrado na forma de um mineral ou como um sal estável.
O metal pode ser isolado através da técnica de eletrólise do cloreto de lítio fundido, realizada pela primeira vez por Bunsen e Matthiessen em 1855. Sob condições normais de pressão e temperatura, é o mais leve dos metais, com o peso específico de 0,534 g/cm³.

A descoberta do lítio

Como esse elemento foi descoberto? Em 1817, Arfweson, um químico sueco o descobriu ao estudar o mineral petalita. O nome escolhido para batizá-lo deriva da palavra grega lithos, que significa pedra. Isto se deve ao fato de que, naquele tempo, acreditava-se que ele só ocorria nas pedras. Hoje, sabemos que a as principais fontes deste metal são os evaporitos (salmouras com alto teor de lítio), e as rochas ígneas.
Os compostos de lítio são obtidos nos minerais: espodumêniolepidolitaambligonita e petalita, que são aluminossilicatos de lítio.


Foto mostrando um mineral branco, com manchas. Ele tem forma irregular.
Ambligonita. Foto por Luis Miguel Bugallo Sánchez (CC BY-SA 3.0)

Aplicações na indústria

O hidróxido e o carbonato de lítio são as principais formas em que este metal é usado industrialmente. Eles são derivados a partir da carbonatação e descarbonatação, respectivamente.
O hidróxido é aplicado na fabricação de um sabão que tem capacidade de engrossar óleos e, por isso, é muito empregado como lubrificante nas indústrias. Pode ser aproveitado também, junto do peróxido de lítio, para remover o dióxido de carbono e purificar o ar em ambientes fechados, como naves espaciais e submarinos.
Um uso muito formidável do lítio na forma de carbonato é na indústria farmacêutica, por exemplo. No Brasil e nos Estados Unidos, os sais de lítio têm aprovação para o tratamento de transtorno bipolar. Eles são utilizados por seus efeitos reguladores de humor, antimaníaco e, secundariamente, antidepressivo.

Uso em baterias

Muita gente sabe também que o lítio é usado na fabricação de baterias. Mas que propriedade o torna tão rentável? A resposta está no seu elevado calor específico, o maior de todos os sólidos. Assim é aplicado em operações de transferência de calor e, por causa do seu elevado potencial eletroquímico é aplicado como um ânodo adequado para as baterias elétricas.

Outras formas utilizadas

Enquanto isso, o óxido de lítio é um importante agente na indústria de cerâmicas e vidrarias. Ele é adotado como fundente para o processamento do dióxido de silício, reduzindo o ponto de fusão e a viscosidade desse material. Isso melhora as propriedades físicas de cerâmicas. Já o hidreto de alumínio e lítio é um agente redutor empregado na síntese de compostos orgânicos.
O lítio puro, por sua vez, é um componente comum nas ligas metálicas de alumínio, cádmio, cobre e manganês. Essas ligas são utilizadas na construção aeronáutica e estão sendo empregado com êxito na fabricação de cerâmicas e lentes.


Gráfico de disco mostrando a porcentagem de participação do Lítio em diversas produções da indústria.
Participação econômica na extração no mercado de lítio em 2011. Gráfico por Hardwigg

Reservas brasileiras

Na crosta terrestre, o lítio encontra-se bastante distribuído e é muito pouco abundante, sendo-lhe atribuída uma percentagem da ordem de 0,004%.
As principais reservas lavráveis no Brasil estão localizadas em Minas Gerais. O estado possui reservas de espodumênio, ambligonita, lepidolita e petalita nos municípios de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha. No Ceará, nos municípios de Quixeramobim (lepidolita) e Solonópole (ambligonita) ainda encontram-se em fase de análise.

Rotas de beneficiamento

Como dito anteriormente, a baixa concentração de lítio na crosta terrestre encarece os processos de beneficiamento do minério. Normalmente, a primeira etapa consiste na britagem para a redução granulométrica. Em seguida, faz-se a catação manual, a separação em meio denso e a separação magnética de alta intensidade.

Esse processo no Brasil

No Brasil, a produção industrial de compostos do metal é obtida diretamente do mineral espodumênio, posto que seu teor é de 1 a 1,5% de Li2O. A etapa inicial do processo para obtenção de carbonato e de hidróxido de lítio consiste na concentração do espodumênio. Além disso, o concentrado de lítio requer uma etapa específica de tratamento térmico (decrepitação).
Posteriormente, existem duas rotas principais para obtenção do carbonato e do hidróxido. A primeira consiste em sulfatar o concentrado de espodumênio decrepitado com ácido sulfúrico e lixiviá-lo com água para a posterior precipitação do carbonato. A segunda resume-se em calcinar o espodumênio com cal hidratada para a cristalização do hidróxido.

O futuro da mineração de Lítio no país

O futuro do minério no território brasileiro promete arrancadas surpreendentes. De acordo com o projeto de Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil, coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), as reservas brasileiras tiveram uma alta de 0,5% para 8%.
Por ser um mineral estratégico, altamente aplicado na tecnologia, isso é uma alavanca para o crescimento econômico do estado de Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha, onde foram encontradas 45 ocorrências da substância, sendo 20 inéditas. A ideia é não perder essa oportunidade e atrair novos investimentos. Além disso, é necessário se adiantar na demanda externa, inserindo a mineração num contexto de desenvolvimento sustentável e inteligente.


Rocha chamada pegmatito, rica em espodumênio (partes brancas), um mineral do qual se extrai o lítio. Foto: CPRM/Divulgação

Autora: Isabella Gontijo

Fonte: Brasil Mineral

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Como surgiu a MINERAÇÃO no Brasil? | HISTORY

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Mega invasão do garimpo em terras indígenas

Mega invasão do garimpo em terras indígenas

Operação identifica 2 mil garimpeiros em Raposa Serra do Sol (RR), poucos meses após Bolsonaro emplacar projeto de mineração na Amazônia. Além do risco à covid-19, aldeias sofrem com a contaminação por mercúrio despejado nos rios das reservas
Por Vasconcelo Quadros, na Agência Pública
Uma década depois da retirada definitiva dos arrozeiros, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em, Roraima, volta a ser palco de conflitos, desta vez por causa do avanço da invasão garimpeira na região, estimulada indiretamente pelo presidente Jair Bolsonaro através do polêmico projeto de mineração em terras indígenas. Ponto de cobiça por seu subsolo rico em jazidas de ouro, diamante e minerais estratégicos, a TI de mais de 1,7 milhão de hectares em área contínua e cerca de 22 mil índios divididos em cinco etnias, vive o novo ciclo em meio a divergências internas entre as comunidades e entidades indigenistas. O presidente incentiva o grupo favorável à sua proposta.
Uma década depois da retirada definitiva dos arrozeiros, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em, Roraima, volta a ser palco de conflitos, desta vez por causa do avanço da invasão garimpeira na região, estimulada indiretamente pelo presidente Jair Bolsonaro através do polêmico projeto de mineração em terras indígenas. Ponto de cobiça por seu subsolo rico em jazidas de ouro, diamante e minerais estratégicos, a TI de mais de 1,7 milhão de hectares em área contínua e cerca de 22 mil índios divididos em cinco etnias, vive o novo ciclo em meio a divergências internas entre as comunidades e entidades indigenistas. O presidente incentiva o grupo favorável à sua proposta.
“Vocês estão em cima de trilhões de reais. Não podem continuar sendo pobres em cima de uma terra rica”, disse o presidente numa live gravada com a presença da indígenas em seu gabinete no Palácio do Planalto em dezembro do ano passado. Foi como uma senha às invasões. Nos últimos dois meses, alheios ao estímulo presidencial, a Polícia Federal (PF), apoiada pelo Exército, fez duas operações na região para conter a onda de invasões, prendeu indígenas, empresários de garimpo e apreendeu equipamentos usados na mineração de ouro.


Garimpo ilegal na terra indígena Raposa Serra do Sol

Numa operação em Normandia, na região conhecida por Raposa, em meados de março, num garimpo a dez quilômetros da comunidade Napoleão, os policiais contaram cerca de 960 pessoas, divididas em 12 grupos, em plena atividade. Segundo a PF havia até uma divisão contabilizada sobre o ouro extraído: 24% ficava com os proprietários das máquinas usadas para processar o minério, 72% com os garimpeiros (indígenas e não indígenas) e apenas 4% dos lucros ficava com a comunidade. O mesmo sistema de divisão seria aplicado a outros garimpos detectados no município de Uiramutã, área da Serra do Sol, ao longo dos rios Maú e Cotingo e Kino, onde as atividades estariam a pleno vapor, mesmo com a pandemia do coronavírus avançando sobre territórios indígenas.
A PF não tem um levantamento fiel sobre o total de garimpeiros, mas estima que em cada um dos garimpos o número seja semelhante ao encontrado em Normandia, o que envolveria, por baixo, uma massa de cerca de dois mil garimpeiros em toda a TI Raposa Serra do Sol em busca de ouro. É um cenário perigoso para uma região que antes do atual governo experimentava uma fase de paz, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a demarcação em 2005 e, quatro anos depois, ordenou a definitiva expulsão dos produtores de arroz que antes de irem embora incendiaram a Raposa Serra do Sol com uma série de conflitos armados.
Bolsonaro é o elemento novo. Numa clara ofensiva para emplacar seu projeto de mineração, o presidente Jair Bolsonaro aliou-se à Sociedade de Defesa dos Índios de Roraima (Sodiurr), entidade que esteve ao lado dos arrozeiros, para confrontar o poder do Conselho Indigenista de Roraima (Cir), a mais forte entidade, que controla 72% das 342 comunidades indígenas e Roraima e luta por um modo mais tradicional de exploração, baseado na preservação dos recursos naturais. A Sodiurr, que tem apoio de 17% das comunidades, defende um projeto de desenvolvimento mais amplo, com parcerias tanto na mineração quanto na pecuária e agricultura, seguindo métodos capitalistas para grandes empreendimentos.
“O discurso do presidente atraiu não-índios para dentro do território. Agora, com o avanço do coronavírus, a TI vive uma situação complicada de saúde. Conseguimos bloquear quatro entradas, monitoramos a movimentação através de nossos guardiões (um grupo de vigilantes indígenas), mas é difícil fazer controle”, diz o macuxi Edinho Batista de Souza, vice-presidente do Cir. Segundo ele, o governo cooptou lideranças da Sodiurr de baixa representatividade nas comunidades, mas não está conseguindo adesão.
Em dezembro, Bolsonaro recebeu a presidente da Sodiurr, a pedagoga macuxi Irisnaide Silva Souza, e outros dois líderes favoráveis à mineração, levados ao Palácio do Planalto pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR) e pelo secretário nacional de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia. A explícita mensagem de apoio à mineração estimulou as invasões, mas também acordou as lideranças do Cir, que passaram a promover eventos para conscientizar as etnias da Raposa Serra do Sol a não se deixarem encantar por promessas de riqueza fácil. O projeto do governo, segundo o macuxi Edinho, não só mudaria o modo de vida tradicional e a própria cultura indígena, como também implicaria em pesados custos ao meio ambiente e à saúde, com a poluição dos rios pelo despejo de mercúrio.
“Onde tem garimpo, tem destruição. Quem ganha são garimpeiros não-índios, empresários que levam as máquinas dentro das terras indígenas e comerciantes que vendem os insumos para mineração, como o mercúrio. A gente já sabe o custo disso em saúde”, afirma Edinho, se referindo aos vizinhos Yanomami, que também vêm sendo afetados pelas invasões e despejo de mercúrio nos rios da reserva. Em meados de março, num evento na Serra, em que debateram o projeto do governo, Edinho disse que derrubou o argumento dos adversários oferecendo ao senador Chico Rodrigues, que é defensor da mineração em terra indígena, um copo de água com mercúrio. Segundo ele, o produto está sendo largamente usado também nos garimpos da Raposa Serra do Sol.

Indígenas contaminados por mercúrio

A procuradora da República, Ana Carolina Bragança, coordenadora da Força Tarefa Amazônia, diz que a mineração ilegal desencadeou uma série de crimes, como a lavagem de dinheiro do ouro extraído ilegalmente, mas tem seu lado mais perverso na saúde das populações indígenas, pelo uso de mercúrio. Com base em levantamento feito em 2018 pelo Ministério das Minas e Energia sobre mineração em pequena escala, o Ministério Público Federal aponta que de 35 unidades produtoras de ouro pesquisadas na Amazônia, apenas uma utilizava cianeto na produção. Todas as demais, um universo estimado em 95% dos casos, usavam o mercúrio no processo de amalgamação do minério.

Balsa de garimpo no Rio Uraricoera, na terra indígena Yanomami. A comunidade tem sido afetada pelo despejo de mercúrio nos rios da reserva

O MPF diz que uma outra pesquisa, feita pelo Instituto Oswaldo Cruz, revela um verdadeiro desastre para a saúde dos Yanomami: 91% da população estariam com níveis de contaminação de mercúrio acima do que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O despejo do mercúrio libera nos rios o metilmercúrio, elemento químico que causa danos cerebrais, como o retardo mental, e torna vulneráveis fetos durante a gravidez.
O efeito danoso do mercúrio é uma das assombrações que o Cir utiliza como argumento para convencer a população da Raposa Serra do Sol a se posicionar contra a mineração. O outro são as imagens de destruição que a Polícia Federal constatou in loco ao chegar no garimpo de Normandia no dia 12 de março. Havia máquinas escavadeiras, moinhos trituradores de pedras e veículos de transporte, operados por garimpeiros. Dias antes, o Ibama havia destruído máquinas encontradas em outros pontos da região. Um empresário e quatro índios que se apresentaram como responsáveis pelo garimpo de Normandia – Lindon, Zé Ernesto, Ennes e David Napoleão – acabaram presos por usurpação de matéria-prima da União, associação criminosa e extração ilegal de recursos minerais. Eles foram soltos dois dias depois, com o pagamento de uma fiança de dois salários mínimos cada um.
A prisão revoltou a presidente da Sodiurr que, em entrevista à Agência Pública, repudiou a ação, criticou a falta de transparência da Polícia Federal e afirmou que os índios foram enganados. “Eles foram convidados prestar esclarecimentos na capital. Só quando chegaram lá é que a polícia pediu a uma coordenadora da Funai que informasse que estavam presos em flagrante”, disse Irisnaide. “Os indígenas não vão mais cair nessa conversa”, avisou. Em 2005, para tentar evitar a retirada dos arrozeiros, índios ligados à Sodiurr chegaram a sequestrar cinco policiais federais. Segundo ela, os indígenas favoráveis à mineração praticam o chamado garimpo artesanal e não poderiam ser tratados como criminosos. “Precisamos que o governo federal venha orientar e nos mostrar o caminho para que índios não sejam tratados como bandidos”, afirmou.

O vice-coordenador do Cir diz que os índios foram presos porque tentaram assumir a responsabilidade pelas máquinas encontradas no local, mas que na verdade pertencem a empresários e políticos que moram nas cidades. “Os 4% dos lucros não iam para a comunidade. Ficavam com membros da comunidade cooptados. Não se trata de garimpo artesanal: havia máquinas para quebrar pedras e triturar. Os donos nem lá estavam. Parente não é dono de máquina”, disse Edinho. Segundo ele, os índios foram presos porque se deixaram usar pelos empresários, repetindo o mesmo tipo de relação que mantinham com os arrozeiros.
Edinho garante que a maioria dos índios das comunidades filiadas a Sodiurr tem parceria com o Cir e rejeita a mineração. A entidade está fazendo um minucioso levantamento sobre a presença de garimpeiros e vem mantendo contato mais estreito com o Exército, MPF, PF, Ibama e Funai para forçar operações de retirada de garimpeiros que estão dentro da área ou impedir os que tentam entrar por outros estados e pelas fronteiras da Raposa Serra do Sol com a Venezuela e a Guiana.
“As declarações do presidente Jair Bolsonaro deram força às invasões, mas também nos incentivaram a melhorar o controle”, afirma Edinho. Há poucos meses o Ibama e a Funai, segundo ele, destruíram uma balsa e encaminharam garimpeiros à Polícia Federal graças ao trabalho dos seguranças indígenas. O Cir controla um grupo estimado em 400 guardiões encarregados de monitorar os territórios no Estado em busca de focos garimpeiros e agora, principalmente, para controlar a pandemia do coronavírus.
Alinhada com o discurso que Bolsonaro gosta de repetir, Irisnaide diz que o Cir é influenciado por ONGs nacionais e internacionais que, contrárias a mineração, colocam índio contra índio, restabelecendo na questão da mineração o mesmo conflito de 2005. Na época o Cir venceu a disputa, conseguindo a demarcação em área contínua e a completa expulsão de arrozeiros. “A briga começou novamente. Eles (Cir) começaram a denunciar e pedir providências para operações contra os próprios indígenas que estavam na atividade de garimpagem. São radicais e não querem o progresso”, diz Irisnaide. Segundo ela, Bolsonaro quer a mineração, “mas infelizmente enfrenta vários desacordos de órgãos públicos”, afirma, se referindo às ações da Polícia Federal.
O presidente, na verdade, deu a senha para as invasões ao estimular a Sodiurr, mas depois, diante da repercussão negativa de sua proposta, recuou. “Vou propor que o projeto de mineração seja retirado da pauta do Congresso. Hoje não há clima para apreciar a matéria, que só deve voltar depois da crise, num tempo normal”, reconhece o senador Chico Rodrigues, que apoia a Sodiurr e defende a mineração como projeto de desenvolvimento para as comunidades indígenas de Roraima. Ele acha que Bolsonaro não estimula o conflito, mas sim o uso do subsolo riquíssimo que, na sua opinião, não pode deixar de ser explorada “por causa de meia dúzia de ongueiros”.
Edinho diz que a real motivação do governo por trás do projeto são interesses de empresas multinacionais americanas e canadenses que seriam abraçados pelos Bolsonaro. O coordenador do Cir lembra que o deputado Eduardo Bolsonaro pretendia colocar o projeto de pé já na época em que chegou a ser indicado, sem sucesso, como embaixador nos Estados Unidos.

”A Raposa Serra do Sol, que tinha um conflito histórico com os arrozeiros, voltou a ter problemas com garimpo, acumulando problemas que vão da poluição dos rios aos novos riscos impostos pela pandemia do coronavírus. É necessário que os órgãos governamentais de segurança organizem uma operação firme e duradoura para retirar os invasores em toda a Amazônia para evitar conflitos que podem se acentuar com a pandemia do coronavírus. Há uma tensão constante na região”, disse à Agência Pública a procuradora Ana Carolina Bragança, coordenadora da Força-Tarefa Amazônia.
Ela trabalhou em Roraima até o ano passado e diz que a figura do garimpeiro que fez parte da história da região, com a bateia, picareta e trabalho rudimentar, já não existe mais. “Agora são empresários de mineração, que fazem grandes investimentos em maquinário e contratam mão-de-obra para explorar”. Segundo ela, uma balsa flutuando nos rios de Roraima custa cerca de R$ 100 mil, investimento que exige uma atividade econômica organizada e não está à altura do garimpeiro tradicional e nem de comunidades indígenas.
O ouro extraído ilegalmente de terras indígenas, segundo a procuradora, alimenta também uma verdadeira lavanderia de dinheiro ilícito, que começa com uma declaração falsa de origem e termina no contrabando, facilitado quando o ouro é comercializado como mercadoria e não como ativo financeiro. “No ano passado 100 quilos de ouro extraídos em Roraima foram exportados para a Índia sem que o Estado tenha em vigência nenhuma permissão de lavra garimpeira”, lembra a procuradora. Nesta semana a Justiça Federal de Roraima aceitou uma denúncia do MPF contra 33 empresários que, entre janeiro de 2015 até dezembro do ano passado, venderam para os Emirados Árabes e Índia, cerca de 1.200 quilos de ouro contrabandeados da Venezuela como se fossem sucata, um indicativo de que os problemas na fronteira vão além dos conflitos em ebulição na Raposa Serra do Sol.

Fonte: OUTRASMÍDIAS


Casal é preso com quase 2 mil pedras de diamante em Vilhena, RO

Casal é preso com quase 2 mil pedras de diamante em Vilhena, RO





BR 364 virou rota para tráfico de diamantes; outra apreensão foi feita em Comodoro

Um casal foi preso com quase 2 mil pedras de diamante, na BR-364, em Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho. O caso foi registrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). As pedras estavam escondidas na calcinha da mulher, de 41 anos.
De acordo com a PRF, a caminhonete foi parada em uma abordagem de rotina, no Km 01 da rodovia. Os suspeitos teriam saído de Porto Velho e seguiam para Foz do Iguaçu (PR). Ao solicitarem os documentos, os agentes perceberam que o motorista, de 65 anos, demonstrou nervosismo.
Além disso, o casal divergiu diversas vezes sobre os motivos da viagem. Os agentes realizaram revista na caminhonete e no motorista, mas não encontraram nenhuma irregularidade.



Casal foi levado para Polícia Federal — Foto: Eliete Marques/G1

Em seguida, os agentes informaram ao casal que solicitariam a presença de uma policial feminina, para revistar a mulher. Diante disso, a suspeita disse que não seria necessária a revista e revelou que estava com diamantes escondidos na calcinha.
A suspeita foi ao banheiro e entregou 1.930 pedras preciosas à polícia. Os diamantes estavam em três pequenos envelopes plásticos, envolvidos em papel e fita adesiva.

De acordo com a PRF, as pedras foram retiradas de forma ilegal da Reserva Roosevelt, região conhecida pela extração de diamantes, localizada no município de Espigão do Oeste, no sul de Rondônia.
O casal contou à PRF que comprou os diamantes em Ji-Paraná (RO) pelo valor de R$ 300 mil. Eles ainda disseram que entregaram uma casa no negócio, mas não revelaram a identidade do vendedor.
O homem disse que mora em Porto Velho e trabalha como pedreiro. A mulher é fisioterapeuta e estuda medicina em Foz do Iguaçu. Ambos foram levados para a Polícia Federal (PF), onde estão sendo ouvidos.


Fonte: Rondoniaovivo