sábado, 2 de outubro de 2021

Como a insônia e a depressão estão ligadas

 

O bom é que tratar uma pode melhorar as duas

Imagem: Viacheslav Peretiatko/iStock
Rayane Santos
Por: Rayane Santos

Com alguns meses de pandemia, Héctor González,* de 57 anos, visitou o Centro de Psicologia Álava Reyes, em Madri. Estava com insônia, como reação ao medo e à incerteza generalizados.


“A insônia produziu um nível altíssimo de ansiedade, que causava frustração frequente, e um cansaço que acabou levando à depressão”, relata Álava Reyes.
De acordo com a psicóloga María Jesús Álava Reyes, diretora do centro, o executivo adormecia facilmente na hora de dormir, mas acordava duas ou três horas depois com pensamentos preocupantes que o deixavam inquieto. Finalmente ele cochilava e acordava pela manhã duas horas antes do necessário, preocupado com os pensamentos negativos. Com o tempo, a falta de sono azedou seu humor e afetou sua capacidade de funcionar

Insônia e depressão combinadas

Thomas Müller-Rörich, que mora perto de Stuttgart, na Alemanha, caiu em depressão quando tinha 38 anos e foi visitar a Sardenha com a família, em 1992. Durante a viagem, ele se sentiu inexplicavelmente infeliz, irritado e tenso. Gritou com os filhos por fazer barulho nas brincadeiras e brigou com a mulher sem motivo aparente.


Quando voltou para casa, seu humor não melhorou. Ele perdeu o apetite e não conseguia se concentrar na empresa de engenharia elétrica que administrava. Dali a dois anos, recebeu o diagnóstico formal de depressão.

Pouco depois, começou a ter insônia: acordava às 4 da manhã com sentimentos de ansiedade que não o deixavam voltar a dormir, impedindo ainda mais que fosse produtivo.

“A combinação de depressão e insônia claramente piorou a situação”, diz Müller-Rörich, hoje com 67 anos. “Eu me sentia vazio e dormente e achava que tudo o que tinha feito na vida estava errado.”

Cada vez mais a ciência constata que insônia e depressão estão ligadas. Em 2011, uma metanálise muito citada feita por pesquisadores de Freiburg, na Alemanha, mostrou que ter insônia dobra o risco de depressão quando comparado ao de quem não tem dificuldade para dormir.

Uma pesquisa de acompanhamento de 2020 comprovou que as duas têm uma relação bidirecional e que o tratamento precoce da insônia ajuda a prevenir a depressão, embora sejam necessários mais estudos.

Duas doenças perigosas

Tanto a insônia quanto a depressão afetam muita gente no mundo todo. Mais de 70 milhões de brasileiros têm insônia crônica, o transtorno do sono mais comum. Também no nosso país, 5,8% dos adultos sofrem com depressão, o transtorno de saúde mental mais comum, ao lado da ansiedade. E algumas pessoas, como Thomas Müller-Rörich e Héctor González, têm as duas ao mesmo tempo.

“É comum a depressão e os transtornos do sono ocorrerem juntos”, diz o Dr. Hans-Günter Weess, psicoterapeuta especializado em sono e chefe do Centro Interdisciplinar do Sono da Pfalzklinikum, em Klingenmünster, na Alemanha. “Até 80% das depressões são acompanhadas de transtornos do sono. São problemas irmãos.”

Cerca de metade das pessoas com insônia se queixa de sintomas de depressão. “O risco de desenvolver a depressão é até três vezes maior em relação a quem não tem transtorno do sono”, acrescenta o Dr. Weess.


Nem sempre as pessoas sabem quem veio primeiro, a insônia ou a depressão, mas não é necessário ter certeza. A pesquisa mostra que tratar uma delas pode melhorar os sintomas de ambas. “Não é como o caso do ovo ou da galinha, do que causou o quê”, diz o Dr. Dan Chisholm, gerente de programas de saúde mental da sede europeia da Organização Mundial da Saúde, em Copenhague. “O que pode ajudar uma delas ajudará as duas doenças.”As duas doenças afetam negativamente a saúde. Quem sofre de insônia crônica tem mais probabilidade de ter o sistema imunológico fraco e adoecer com mais frequência e corre risco maior de hipertensão, diabetes tipo 2 e doença cardíaca. Quem tem depressão crônica apresenta probabilidade maior de estresse, dor crônica e ganho de peso, e corre o risco de abusar de drogas e álcool.

Por que a insônia aumenta o risco de depressão

mulher com insônia
Com insônia crônica, você se sente indefeso, o que também é típico da depressão. (Imagem: demaerre/iStock)

As pessoas com insônia podem ter dificuldade de desligar a mente na hora de dormir. 

“Elas têm reações breves e muito frequentes de despertar o tempo todo”, diz Dieter Riemann, chefe de psicofisiologia clínica do Centro Médico da Universidade de Freiburg e fundador da Rede Europeia de Insônia. Riemann foi um dos autores dos estudos de 2011 e 2020 já mencionados. “Em geral, se você dorme bem, todo o seu cérebro e todos os centros relevantes do cérebro entram no estado de sono. Supomos que, na insônia, algumas partes do cérebro não dormem tão profundamente.

Perder o sono repetidamente dessa maneira afeta o humor. “Nas horas de vigília, é mais provável ficar irritado, um pouco exausto, um pouco menos disposto a interagir socialmente”, diz o Dr. Chisholm. 

Se fitar o relógio a noite toda, em pânico porque estará um lixo amanhã, você pode se sentir impotente para se ajudar. “Queremos controlar tudo, mas não é possível controlar o sono, que é involuntário”, diz Riemann. “Insônia crônica significa se sentir indefeso. E se sentir indefeso é uma característica típica da depressão.”

Por que a depressão aumenta o risco de insônia 


“Em geral, a depressão é diagnosticada por meio de uma lista que inclui falta de sono, assim como irritabilidade, sensação de tristeza etc.”, diz o Dr. Chisholm. “Nesse sentido, há uma relação clara entre a depressão e um de seus sintomas.Um sintoma clássico da depressão é a alteração dos hábitos de sono. Muita gente com depressão tem insônia de forma corriqueira. 

Às vezes, circunstâncias traumáticas da vida provocam uma reação tão forte que as pessoas apresentam depressão e insônia.“Alguém pode estar numa situação psicológica de estresse ou pesar que causa sintomas de depressão e de insônia”, diz o Dr. Alexander Sweetman, pesquisador que estuda insônia na Universidade Flinders, em Adelaide, na Austrália.

“A pandemia causou um aumento desses problemas de saúde mental”, acrescenta Riemann. “Estão ligados ao medo: posso me contaminar? Ao lockdown. Às consequências sociais. Às consequências econômicas. E muita gente passou a trabalhar em casa e teve a estrutura da vida alterada.

Há tratamento para as duas doenças

Lidar sozinho com insônia ou depressão já é extenuante; ter os dois problemas ao mesmo tempo é um grande desafio. Mas há muitos recursos para ajudar a obter alívio. Sempre que possível, busque tratamento para as duas doenças. “Se tiver depressão grave somada à insônia, não negligencie a insônia”, aconselha Riemann. “Muitos médicos dirão: ‘Tudo bem, vou lhe receitar um sonífero por uma semana.’ Sem dar atenção especial a ela. É bom ficar de olho em ambas.”

Para os mais velhos, pode ser difícil reconhecer que estão deprimidos. Muita gente iguala a depressão com o sentimento constante de tristeza, mas alguns idosos não têm essa experiência. Eles se sentem mais cansados, irritados ou inquietos do que de costume. Têm problemas para tomar decisões ou se sentem desmotivados de seguir a rotina diária. Também podem ter dificuldade para se concentrar ou pensar com clareza. Felizmente, o tratamento pode aliviar esses sintomas.

O tratamento de uma doença pode aliviar as duas, mas nem sempre é assim. Por isso, os médicos recomendam tratar tanto a insônia quanto a depressão, caso você perceba que tem as duas. Se não percebe, tratar uma delas já ajuda. Os especialistas recomendam estes tratamentos:

Cuide logo da insônia

O estudo alemão de 2011 sugere que a insônia pode ser um sintoma precoce de depressão e que as pessoas com insônia crônica têm risco dobrado de ficar deprimidas. 

“Há alguns indícios de que identificar e tratar de imediato os sintomas de insônia reduz os sintomas de depressão e também pode impedir que piorem no futuro”, confirma o Dr. Sweetman.

Mude seu estilo de vida

Mudanças modestas podem reduzir o risco de depressão e proteger da insônia. Técnicas como relaxamento físico e mental e interrupção do pensamento podem ajudar.

“Não é preciso correr para consultar um especialista; alguns podem precisar, mas há outras coisas que podemos fazer para nos cuidar”, diz o Dr. Chisholm.

“Praticar exercícios físicos é importantíssimo para o bom sono e protegem contra a depressão, assim como ter bons hábitos alimentares e evitar o álcool. Seja ativo e volte às coisas que lhe interessam e lhe dão prazer.”

Abrir-se com um amigo de confiança sobre sua dificuldade com a insônia ou o humor deprimido pode ajudar. “A seu modo, isso pode ser muito terapêutico”, observa o Dr. Chisholm. “Se ainda assim os problemas persistirem, talvez você queira e precise buscar a ajuda de um profissional de saúde.”

Limite os soníferos

Os soníferos só devem ser tomados por prazo curto, se forem mesmo necessários, porque é possível desenvolver dependência. Além disso, o remédio não ataca a causa subjacente da insônia. “Os hipnóticos funcionam bem a curto prazo”, diz Riemann, mas nada fazem para resolver os problemas de sono de forma sustentada. “Só ajudam quando você toma.”

Busque terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I)

Aprender técnicas mais eficazes para dormir é bom tanto para insônia quanto para depressão. A Sociedade Europeia de Pesquisa do Sono recomenda a TCC-I para adultos com insônia crônica.

mulher falando com psicóloga
A terapia pode ajudar com as duas doenças. (Imagem: lorenzoantonucci/iStock)

“Os estudos mostram que, além de reduzir a falta de sono, a TCC-I também ajuda os pacientes com depressão”, diz o Dr. Weess, da diretoria da Sociedade Alemã do Sono. “Técnicas específicas de terapia comportamental, como interromper o pensamento, e técnicas de relaxamento físico e mental têm efeito positivo nas duas doenças.”

Os terapeutas que administram TCC-I podem sugerir que você pare de tirar cochilos, crie uma rotina calmante na hora de dormir, evite olhar o relógio quando estiver na cama, use a cama só para o sexo e o sono, saia da cama para ler ou fazer algo relaxante se não adormecer logo e sempre se levante à mesma hora toda manhã.

Depois que Héctor González, de Madri, buscou ajuda para a insônia e a depressão, o terapeuta lhe recomendou que tomasse banho e lesse à noite em vez de assistir à televisão. Caso despertasse no meio da noite e não adormecesse em 15 minutos, foi aconselhado a ir para outro cômodo e ler. Ele também começou a tomar ansiolíticos.

“Assim que conseguiu um sono repousante, o nível de ansiedade começou a baixar e, em poucas semanas, ele superou a crise depressiva”, diz Álava Reyes. “Para ele, ficou claríssimo que o segredo da recuperação foi superar a insônia.”

Pense em terapia e antidepressivos

Em caso de depressão somada à insônia, a psicoterapia e os antidepressivos podem proporcionar melhora para os dois problemas.

“Tomados à noite, os antidepressivos sedativos se mostraram eficazes no tratamento da depressão com insônia”, diz o Dr. Weess.


“Alguns induzem insônia em talvez 20% a 30% dos pacientes”, ressalta Riemann. “Não tome esses medicamentos à noite. Tome-os pela manhã, para que não haja muito efeito sobre o sono.”Nem todos os antidepressivos têm o mesmo impacto sobre a insônia. O tipo mais comum, os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), pode provocar problemas de sono em algumas pessoas.

Thomas Müller-Rörich, da Alemanha, viu a depressão e a insônia se aliviarem depois de fazer psicanálise e tomar antidepressivos e soníferos. Ele teve insônia e depressão novamente no início dos anos 2000, mas se recuperou outra vez com a ajuda de médicos e remédios. Ficou tão contente com essas intervenções que, em 2009, foi um dos fundadores da Liga Alemã da Depressão, para que mais gente saiba que há ajuda disponível.

“Fiquei contente ao ver que depressão e insônia são tratáveis”, diz Müller- -Rörich. “Voltei a ser quem era, pude mostrar meu amor pela família e gostar do trabalho.”

Se estiver com insônia e depressão, lutando com o sono e as emoções, não importa qual problema apareceu primeiro, busque tratamento médico e saiba que o autocuidado também pode ajudar.

O Dr. Chisholm afirma: “A situação pode e vai melhorar.”



Fonte: Seleções



sexta-feira, 1 de outubro de 2021

A FEITICEIRA

AS PEDRAS MAIS RARAS DO MUNDO

 

As pedras preciosas desempenharam um papel fundamental na história humana. Usadas como tesouro por reis e rainhas ao longo dos tempos, como amuletos místicos ou simplesmente como joias, as gemas sempre fascinaram as pessoas e por isso carregam em si grandes valores.
Existem uma grande variedade de pedras preciosas no mundo, e seu valor varia por diversos fatores, como tamanho, qualidade, raridade, demanda no mercado e até mesmo pela sua história.
Conheça agora as 10 das pedras preciosas mais valiosas conhecidas pela humanidade.

10. Virgin Rainbow Opal - Opala

Virgin rainbow opala
Valor: Avaliado em 1 milhão do dólares (3,2 milhões de reais)
Descoberto na Austrália em 2003, esse opala incrivelmente raro é capaz de brilhar no escuro. Ele exibe um arco-íris de cores que o torna verdadeiramente único, e por isso, extremamente valioso.

9. Hope Spinel - Espinela

Espinela
Foto: Bonhams
Valor: 1,4 milhão de dólares (4,5 milhões de reais)
Com 50.13 quilates, o Hope Spinel é uma joia de cor rara que estabeleceu um recorde mundial em 2015, quando foi vendido por 1,47 milhão de dólares. Essa pedra faz parte da Coleção Hope assim como o famoso diamante Hope, um diamante azul de 45,5 quilates, e acredita-se que ela tenha vindo do Tajiquistão.

8. Esmeralda Rockefeller - Esmeralda

Rockefeller esmeralda
Valor: 5,5 milhões de dólares (17,9 milhões de reais)
Vendida por 5,5 milhões de dólares, esta esmeralda de 18,04 quilates é atualmente a esmeralda mais cara por quilate. Inicialmente, John D. Rockefeller comprou essa esmeralda colombiana, ainda não tratada, para sua esposa na década de 1930. Em junho de 2017, Harry Winston comprou a joia verde.

7. Moussaieff - Diamante vermelho

Moussaieff
Valor: Aproximadamente 8 milhões de dólares (26 milhões de reais)
Com 5.11 quilates, o Moussaieff é o maior diamante vermelho classificado pelo GIA (Instituto Gemológico da América). Os diamantes vermelhos são notoriamente raros, e alguns gemólogos alegam que existam apenas cerca de 20 ou mais diamantes vermelhos "verdadeiros" já descobertos.
O Moussaieff foi originalmente cortado de uma pedra bruta de 13,9 quilates, encontrada no Brasil, e foi vendido por cerca de 8 milhões de dólares no início dos anos 2000.

6. Graff Vivid Yellow - Diamante amarelo

Graff Vivid
 Foto: Andrew Cowie
Valor: 16.3 milhões de dólares (53,1 milhões de reais)
Esse grande diamante amarelo de cerca de 100 quilates foi vendido por mais de 16 milhões de dólares em 2014. Com essa venda, o Graff Vivid Yellow marcou um novo recorde mundial de diamante amarelo mais caro vendido em leilão. 
Essa pedra preciosa foi originalmente cortada de um diamante bruto de 190 quilates, em Nova York.

5. Blue Belle da Asia - Safira

Blue belle
Créditos: Denis Balibouse / Reuters
Valor: 17,3 milhões de dólares (56,3 milhões de reais)
Com 392,52 quilates, a safira Blue Belle da Asia foi vendida por 17,3 milhões de dólares em Genebra, em 2014. Essa joia, que foi descoberta no Sri Lanka em 1926, atualmente é a safira mais cara do mundo.

4. Sunrise Ruby - Rubi

Sunrise Ruby
Foto: Justin Tallis
Valor: 30,42 milhões de dólares (99,1 milhões de reais)
Pesando 25.59 quilates, o rubi birmanês Sunrise Ruby estabeleceu um novo recorde mundial em 2015, quando foi vendido por 30,42 milhões de dólares. O rubi mais caro do mundo é uma criação da Cartier e é conhecido pela seu tom de vermelho “pigeon blood”, ou sangue de pombo. 

3. Orange - Diamante laranja

Orange
Foto: Fabrice Coffrini
Valor: 35,5 milhões de dólares (115.6 milhões de reais)
Acredita-se que esse é o maior e mais caro diamante laranja do mundo, com 14.82 quilates. Esse diamante laranja em forma de pera foi vendido por mais de 30 milhões de dólares em 2013.
Diamantes puramente laranjas como o Orange são extremamente raros, pois a maioria dos diamantes laranjas também exibem uma cor secundária. 

2. Oppenheimer - Diamante azul

Oppenheimer
Valor: 57,5 milhões de dólares (187.3 milhões de reais)
Com 14.62 quilates, o Oppenheimer é o maior diamante azul já vendido em leilão. Este diamante com corte de esmeralda foi nomeado em homenagem ao seu proprietário anterior, Philip Oppenheimer, cuja família controlou a lendária empresa DeBeers.

1. Pink Star - Diamante rosa

Pink Star
Valor: 71,2 milhões de dólares (231.9 milhões de reais)
Este diamante rosa de 59,60 quilates foi vendido em 2017 por 71,2 milhões de dólares em Hong Kong. Minerado na África do Sul em 1999, esta pedra é o maior diamante rosa já registrado.
O Pink Star estabeleceu um novo recorde para um diamante vendido em leilão e é a pedra preciosa mais cara já vendida no mundo.

Fonte: HIPER CULTURA

TUDO SOBRE O COBALTO, O MINERIO DO FUTURO


O elemento químico cobalto é um metal que está relacionado com o ferro e o níquel. Há séculos ele é utilizado para colorir esmaltes e cerâmicas com um tom azul-profundo. Hoje em dia, é combinado com outros metais para criar substâncias chamadas ligas, que são usadas na indústria. O cobalto também está presente na vitamina B12. Os cientistas usam símbolos para representar os elementos químicos, e o do cobalto é Co. 
O cobalto não ocorre sozinho na natureza. É encontrado em minerais, misturado com outros elementos, como cobre, arsênico, enxofre e oxigênio. O cobalto também está presente em meteoritos. Ele pode ser encontrado em várias partes do mundo. No começo do século XXI, a República Democrática do Congo, o Canadá, a Austrália, a Zâmbia, a Rússia e Cuba eram os principais produtores desse metal.
O cobalto puro é branco como a prata. Ele é duro e pode ser facilmente transformado em imã. O cobalto é usando principalmente para criar ligas metálicas, ajudando a torná-las mais fortes e a evitar que elas enferrujem. Essas ligas são empregadas em produtos como ferramentas que servem para cortar metais a grande velocidade e a altas temperaturas. O cobalto também é usado para fazer materiais imantados. Combinado com outros elementos, ele é empregado em esmaltes e tintas de cor azul.

O cobalto é o novo ouro dos carros elétricos. Com a popularização dos veículos “verdes”, como os da Tesla, iniciou-se uma corrida pelo cobalto, metal usado na produção de baterias.
Esse elemento é um subproduto do níquel e do cobre. Antes descartado pelas mineradoras, hoje o metal pode representar um fôlego para empresas do segmento. A Vale, por exemplo, teria desistido da ideia de vender ativos e está estudando estratégias para o aumento da extração de cobalto.
Estima-se que até 2030, serão usados 450 mil toneladas de cobalto. Esse elemento ganhou tanta visibilidade pois também permite um aumento na autonomia dos carros elétricos.
A febre por esse metal pode beneficiar muito a economia do Brasil, trazendo investimentos de empresas e países, como a Alemanha.
A corrida por esse metal também se deve em parte porque o elemento é esgotável. Além de que pelo menos metade de suas reservas estão situadas na República Democrática do Congo, país politicamente instável.

A CORRIDA DO COBALTO

Antes da grande popularização dos carros elétricos, esse metal era usado em pequena quantidade em baterias de aparelhos eletrônicos, como smartphones e tablets. Até esse período, a produção do elemento superava sua demanda. Por isso, muito desse minério acabava virando resíduo.
Mas com o crescimento da demanda por carros elétricos, especialmente no último ano, o interesse pelo cobalto se reacendeu.
Em 2012, a tonelada do cobalto custava cerca de US$ 5 mil. Em 2018, esse preço disparou, chegando a US$ 82 mil em fevereiro.
Segundo dados do banco UBS, a demanda por esse metal poderá subir 2000% nos próximos anos. Até 2030, o consumo do elemento poderá chegar a  450 mil toneladas.

POR QUE O COBALTO ESTÁ EM ALTA? 

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De um subproduto subestimado do níquel e do cobre, o cobalto passou a ser o novo ouro das mineradoras. Mas por que essa corrida por esse elemento está acontecendo?
Em um ano, a frota dos elétricos no mundo mais que dobrou – aumento de 55%.
Estima-se que há mais de 3 milhões de carros elétricos nas ruas de todo o mundo.
E a expectativa é que esse número aumente mais a cada ano, a medida que os carros elétricos forem se tornando mais acessíveis.
O cobalto é um dos elementos que compõem as baterias de lítio, usadas em carros elétricos, como os da TeslaNissan, etc.
Com esse crescimento no número de carros produzidos, a demanda pelo metal tende a aumentar cada vez mais.
O cobalto é fundamental, pois é o responsável por ajudar a concentrar a energia em um espaço menor na bateria.
Assim, com esse elemento, é possível produzir baterias menores e com mais autonomia.
A Volkswagen e a Tesla, por exemplo, já estão em negociação com a empresa de mineração Glencore para a comercialização contínua de cobalto.
A expectativa é que essas parcerias entre montadoras e mineradoras sejam cada vez mais comuns, pois assim elas conseguirão o metal com um preço mais baixo.

COMO O COBALTO PODE BENEFICIAR O BRASIL 

cobalto 3
A corrida pelo cobalto pode trazer benefícios ao Brasil, pois está possibilitando a entrada de novos – e milionários – investimentos no país.
A Vale, mineradora brasileira, segundo informações apuradas pelo Estadão/Broadcast, estaria desistindo da venda de ativos para ampliar sua produção de cobalto.
Outra mineradora que está de olho nesse novo “ouro azul” é a Horizonte Minerals. A empresa está estudando o desenvolvimento das minas de níquel Vermelho e Araguaia.
O investimento das duas empresas na ampliação da extração desse minério no Brasil pode significar um grande impulso econômico para o país.
Pensando em um futuro mais distante, caso nosso país se estabeleça como um grande produtor desse metal, poderá também pensar na possibilidade de produzir baterias de carros elétricos em terras nacionais. Dessa forma, os veículos movidos a eletricidade poderiam ficar mais baratos por aqui.

BRASIL E ALEMANHA FIRMAM PARCERIA NA CORRIDA DO COBALTO

A Alemanha – que quer eliminar os carros a combustão de suas ruas até 2030 – está fechando uma parceria com o Brasil para o desenvolvimento de tecnologias beneficiadoras de minério.
Esse desenvolvimento tecnológico seria aplicado nas áreas do Brasil onde o níquel é extraído, e o cobalto, descartado.  
Atualmente, a obtenção desse metal no Brasil ainda é muito cara.
Porém, com tecnologias de ponta, a extração do metal poderá ser mais rápida, barata e proveitosa.

AS BARREIRAS DA CORRIDA DO COBALTO

Apesar de ser a febre do momento, tanto as montadoras como as mineradoras estão sendo cautelosas. Isso porque ainda há algumas barreiras que podem atrapalhar a extração em massa do metal.

COBALTO É UM RECURSO ESGOTÁVEL E MUITO DISPUTADO

Assim como qualquer metal, o cobalto é um recurso esgotável. A longo prazo, ele pode tornar-se cada vez mais raro. Como consequência disso, seu preço pode aumentar ainda mais.
Para contornar esse problema, há a possibilidade de reciclar as baterias, usando novamente o minério e outros elementos.
Mas a BYD, montadora chinesa, por exemplo, está indo por outro caminho.
Em 2019, a empresa pretende apresentar sua nova bateria, em que a proporção usada entre níquel e cobalto é de 8 para 1.
Além disso, o elemento está cada vez sendo mais disputado pelas montadoras. Por isso, o governo do Japão está realizando consórcios com minas de extração do metal. Com isso, o governo garante o fornecimento do metal para a produção de carros elétricos no país.

MAIOR PARTE DAS RESERVAS DE COBALTO SÃO DE DIFÍCIL ACESSO

Mais da metade das reservas de cobalto estão situadas na República Democrática do Congo. Por ser um país politicamente instável, com problemas de segurança e de trabalho infantil, a extração do metal na região é muito mais difícil.
Como consequência disso, as minas situadas no Brasil acabam tornando-se muito mais atraentes. 
Carro Bateria 2
Seja no Congo, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, a extração do cobalto está se tornando uma prioridade. Isso porque ele tem relação direta com a fabricação e venda de carros elétricos ao redor do mundo.

Fonte: CPRM

Cabelo,Barba E Graxa! 5ª Temporada Chaves