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Quartzo fumado (no Brasil, quartzo fumé ou quartzo enfumaçado) é uma variedade de quartzo de cor castanho claro a negro. Estas cores devem-se a radiações emitidas por minerais radioactivos ou ainda à presença de matéria orgânica. Quando aquecido pode converter-se em citrino. Na Antiguidade, julgou-se que esta variedade de quartzo continha fumaça no seu interior daí o seu nome.
Durante séculos foi uma das pedras preciosas mais talhadas e procuradas, mas hoje em dia é uma gema modesta.
O maior produtor mundial desta gema é a Suíça, destacando-se também Brasil, Madagascar, Rússia, Escócia e Ucrânia.
A febre do ouro contaminou Rondônia na década de 80. Era comum a presença de balsas com garimpeiros na divisa do Acre com o estado vizinho. Na travessia da foz do rio Abunã com o Madeira (Madre de Dios) principalmente. À época, contava-se muitas histórias e estórias da vida difícil nos garimpos.
Ouro fácil, fortuna, bebidas, mulheres. Prostituição, roubos e assassinatos. Vilas surgiam do nada. Os rios mais pareciam formigueiros humanos. Uma herança da Serra Pelada, no Pará, a montanha de ouro. Muitos migraram de lá para Rondônia com o fim do metal por lá.
A febre chegou ao Acre. Se no Madeira tinha ouro por que no rio Acre não teria, já que a sua nascente também é no Peru, o Eldorado dos espanhóis?
Nesse contexto social e econômico da época, da febre do ouro, surge o Joaquim Frota de Souza. Nascido nas barrancas do rio Acre, entre Brasiléia e Assis Brasil.
Joaquim, era o 1º filho de uma linhagem de 18, carinhosamente chamado de “Frota” ou “Quinca”, era o herói de sua casa. Foi o primeiro a sair do mato para a cidade. Aventurou-se no mundo enquanto irmãos e irmãs viviam da extração da castanha, da borracha, do plantio do tabaco. Se alimentavam da pesca, caça e da criação de uma pequena semente de gado. Lá no seringal Sacado, colocação Bufeu. Terras do velho João Thomaz.
Em suas andanças pelo Mundo Joaquim conheceu um homem em um boteco que se dizia garimpeiro. Foi lá pras bandas do Abunã. Parecia mais um pistoleiro, muito comum naqueles dias. Ficou impressionado com o tipo:
Um sujeito baixo, atarracado, queimado do sol, cabeludo e todo cheio de tatuagens. Os olhos fundos, olheiras, cicatriz no rosto do lado esquerdo. Marcas de tiro e faca pelo corpo. Resultado de brigas. Tinha a boca larga, dentes manchados de nicotina. Usava um cordão grosso prateado no pescoço, bermuda branca, camisa de botão amarela aberta na altura do peito, sandálias de couro, revólver Tauros, calibre 38, uma faca de bainha na cintura. Falava alto e sorria ao mesmo tempo com sotaque nordestino. Lembrava um cangaceiro.
Joaquim convenceu o pai a investir na busca por ouro. Ficariam ricos, sem ter que nunca mais trabalhar. O velho se animou com as notícias que chegavam de Rondônia. Dizia ele que eram as novas minas do rei Salomão. Um de seus filhos, o Júlio, apelidado de “Êga”, por ser gago, tinha até achado um pó meio amarelado. Uma espécie de ferrugem que aparece nas praias do rio Acre no verão. Vem de uma água amarelada que escorre do barranco.
_ Papai, pelo amor de Deus, isso é ouro, vamos investigar, dizia o Gago, com um brilho intenso nos olhos, comum aos que enlouquecem em busca do metal precioso. O velho acreditou.
A partir desse ponto a história é narrada pelo seu Chico Frota, patriarca da família Frota, falecido recentemente aos 92 anos.
_ O meu filho Joaquim chegou aqui com esse tal garimpeiro. O homem parecia o satanás. Comeu uma banda inteira de um barrão de engorda. Trouxe uma bateia, mercúrio e outros apetrechos numa mochila velha, desbotada e fedorenta. Tudo comprado com o adiantamento das minhas economias que eu tinha dado ao Joaquim. À primeira vista, para nos animar, foi logo dizendo que havia ouro no rio, que ele tinha sentido o faro. Disse Joaquim que até com magia maléfica ele mexia.
Depois de alguns dias, comendo e bebendo de graça, chegada uma sexta feira, beirando a meia noite, fomos para a beira do rio, na boca do igarapé Bufeu. Levamos cachaça, uma galinha preta morta, um prato fundo de plástico, vela e fósforo. A primeira coisa que ele fez foi ficar nu. Passou lama do igarapé no corpo inteiro A gente só via os olhos vermelhos. Parecia o cão quando perde as botas. Mandou acender a vela, colocar no prato, e soltar no rio.
O prato desceu boiando na correnteza. Passou pela ponta d’água no pé do salão e entrou no remanso. A noite estava muito escura, um breu só. Acompanhávamos em silêncio aquela arrumação. Mais abaixo o prato ficou rodando na água. Ele quebrou o silêncio e disse: “O ouro tá ali”. Arregalamos os olhos, ficamos alegres, até que enfim ouro!
O garimpeiro tomou meia garrafa de cachaça de uma tacada só, deu duas tragadas fortes no cigarro e mergulhou. Eu e meus filhos ficamos apreensivos, com medo mesmo.
Cá comigo: Já pensou o Joaquim me trazer um filho da puta desses para morrer afogado nas minhas terras. Podem até pensar que nós matamos o homem para ficar com o ouro. O ouro já é nosso.
Passado uns minutos o garimpeiro gritou chamando. Entramos na canoa e fomos para lá. Ele estava sentado no barranco, pediu um cigarro, mais uma dose da cachaça, foi quando o Joaquim perguntou:
_ Diga logo companheiro, você encontrou o ouro do meu pai?
Ainda ofegante respondeu.
_ Mergulhei muito fundo, na escuridão das trevas onde o ouro brilha, vi um fogo, mas não era ouro. Mergulhei mais fundo ainda, passei quatro dias de viagem depois do inferno, encontrei o satanás plantando taboca. Aqui pode ter tudo, menos ouro, ele disse.
Na hora me virei pro Joaquim, meu filho, e falei: Joaquim pegue suas coisas, e a de seu amigo e sumam da minha vista. Vão comer e beber cachaça de graça na caixa prego. Pela madrugada o Joaquim e o tal garimpeiro foram embora a pé. Nem um animal cavalar eu emprestei.
Como testemunha da aventura na busca por ouro no rio Acre, ficou esquecida a bateia. Depois de algum tempo o Joaquim voltou para casa desconfiado. Junto com os irmãos ainda andou caçando ouro com a velha bateia, que teve um fim nada honroso: acabou servindo de cocho para dá água pros pintos.
(Eu mesmo vi a bateia no terreiro, perguntei o que era aquilo. Foi então que seu Chico me contou essa história, a aventura da busca por ouro no rio Acre).
Do garimpeiro não se teve mais notícias…nunca mais se falou em ouro entre eles. Era proibido.
A Equinox Gold Corp. anunciou os resultados de um estudo de pré-viabilidade para a expansão da mina de ouro Aurizona, 100% controlada pela companhia, localizada no estado do Maranhão. Realizando-se a lavra subterrânea e a céu aberto de Piaba, conjuntamente com a lavra a céu aberto de depósitos satélites, a expansão poderia estender a vida útil da mina em 11 anos, com uma produção média anual de ouro de 137 mil onças e uma produção total, na vida útil, de 1,5 milhão de onças. O pico de produção seria entre 2026 e 2029, com uma produção anual média de 160 mil onças de ouro.
As estimativas atualizadas de reservas e recursos minerais para Aurizona, incorporando os novos depósitos subterrâneos e a céu aberto e compensando 18 meses de depleção da mina mostram um aumento de 73% em relação à estimativa de 31 de dezembro de 2019, com 1,7 milhão de onças de reservas minerais comprovadas e prováveis com teor de 1,60 gramas por tonelada de ouro mais 868.000 onças de Recursos Minerais Medidos e Indicados (excluindo Reservas) com teor de 1,49 g/t de ouro. "Incorporar os depósitos subterrâneos e satélites de Aurizona em nosso plano de mina quase dobrará a vida útil da mina Aurizona, aumentará a produção anual e gerará quase US$ 1 bilhão de fluxo de caixa líquido aos preços atuais do ouro. Estamos incrivelmente orgulhosos do que nossa equipe realizou em Aurizona. A expansão criará oportunidades econômicas e sociais adicionais para nossos parceiros da comunidade e valor substancial para nossos acionistas, com significativo potencial de crescimento à medida que continuamos a explorar o que poderia vir a ser uma mina de várias décadas", disse Christian Milau, CEO da Equinox Gold.
A Equinox Gold atingiu a produção comercial em Aurizona em julho de 2019, após a construção de uma nova planta e atualização da infraestrutura existente. Com um gasto de capital inicial de apenas US$ 160 milhões, o projeto Aurizona produziu mais de 260.000 onças de ouro e gerou mais de US$ 190 milhões em fluxo de caixa livre desde o início da produção. O depósito de ouro de Piaba contém mineralização de ouro em um sistema de veios que se estende por pelo menos quatro km ao longo de um ponto com depósitos de satélite menores a leste e oeste do depósito principal de Piaba. Perfurações recentes mostraram que a mineralização de ouro também se estende abaixo da cava a céu aberto a profundidades superiores a 1.000 metros da superfície. No último ano, um total de 65 furos a diamante, totalizando quase 26.000 m, foram perfurados no depósito subterrâneo para apoiar o PFS e a estimativa de recursos subterrâneos. No acumulado do ano, 30 furos totalizando cerca de 11.000 m foram perfurados no subterrâneo de Piaba, Tatajuba e depósitos satélite, cujos resultados serão incorporados na próxima atualização de reserva e recurso.
A expansão irá incorporar minério do depósito a céu aberto existente junto com o depósito subterrâneo de Piaba e os depósitos a céu aberto de Tatajuba, Boa Esperança e Genipapo. Embora a mina expandida continue a usar o moinho existente e a infraestrutura de superfície, a linha de força existente precisará ser atualizada e a mina exigirá rejeitos adicionais e armazenamento de estéril. A mineração e o processamento de minério subterrâneo, simultaneamente com o minério a céu aberto, aumentarão o teor médio de alimentação do moinho, aumentará a produção anual de ouro e estenderá a vida útil da mina para 11 anos. O PFS considera a adição de uma mina subterrânea abaixo da cava Piaba existente, bem como a inclusão de duas áreas de cava a céu aberto: Tatajuba e Genipapo.
A mina subterrânea será desenvolvida ao longo de um comprimento total de ataque de 2,3 km abaixo do poço Piaba. O acesso à mina será por meio de uma rampa construída em rocha dura dentro da cava. As sete áreas de mineração separadas atualmente definidas serão acessadas por um declínio de transporte principal de 2 km com rampas internas separadas. Os primeiros 800 m do transporte principal serão desenvolvidos como um único rumo ao local do elevador de ventilação primário, que também fornece saída de emergência. A partir desse ponto, a rampa será desenvolvida como um arranjo de rampa dupla, com a segunda rampa usada para fins de ventilação durante a produção. Todo o desenvolvimento da mina subterrânea está em unidades de rocha estável localizadas no lado da parede suspensa do corpo mineralizado.
O PFS contempla um capex de US$ 154 milhões e um cronograma de três anos para implantação, caso a frota para mineração subterrânea seja adquirida. No caso de arrendamento da frota, os custos de capital seriam reduzidos em US$ 25 milhões. Os investimentos em sustaining são previstos em US$ 383 milhões, sendo US$ 60 milhões para a mina subterrânea, US$ 79 milhões para decapagem a céu aberto e US$ 178 milhões para infraestrutura. Deste valor, US$ 98 milhões seriam para instalações de rejeitos adicionais.
Esta bela pedra verde tem sido um objeto de desejo há muitos séculos, e como a maioria das pedras preciosas, a história da esmeralda está cheia de fatos interessantes e misticismos, fazendo que ela se torne ainda mais fascinante e desejada. Mas como essa relação entre a esmeralda e o homem começou, e como ela se manifestou nas diferentes culturas?
O início da relação entre a humanidade e a esmeralda
A esmeralda é uma pedra que gera fascínio em muitas culturas há mais de seis mil anos, e é uma das quatro preciosas pedras reconhecidas, juntamente com o rubi, o diamante e a safira.
De acordo com a mitologia indiana, o nome esmeralda foi primeiro traduzido do sânscrito como "marakata", que significa "o verde que cresce nas coisas". O nome que conhecemos agora veio de uma antiga palavra persa, traduzida para o latim como "smaragdus", que significa “verde”.
As esmeraldas mais antigas têm cerca de 2,97 bilhões de anos, e os registros mostram que a pedra já era conhecida e vendida em mercados na Babilônia em 4000 AC. É uma pedra que fez parte de diversas culturas em todo mundo, foi adorada pelos Incas e mencionada em escritos bíblicos sobre o apocalipse.
Sabe-se que a esmeralda era a joia favorita de Cleópatra, e a mina dessa pedra no Alto Egito, redescoberta há centenas de anos, foi uma das primeiras ocorrências da esmeralda na história humana. As esmeraldas também adornavam as joias da coroa russa, e em algumas lendas do rei Arthur, o Santo Graal é descrito como sendo formado a partir de uma esmeralda.
A referência mais antiga às esmeraldas na literatura ocidental vem de Aristóteles. Ele foi um grande fã dessa pedra preciosa e escreveu que possuir uma esmeralda melhora o discurso durante os negócios, auxilia na vitória, ajuda a resolver problemas, dá conforto e acalma a visão.
Os poderes e significado da esmeralda, de acordo com diferentes culturas
Muitas culturas ao longo do tempo acreditavam que a esmeralda era uma pedra extremamente poderosa, de diferentes maneiras.
Os antigos egípcios acreditavam que o esmeralda representava fertilidade e renascimento. Para os romanos, a esmeralda era relacionada com Vênus, a deusa do amor, e acreditavam que ela poderia proteger os casais da infidelidade: se o coração dos amantes fosse leal, a gema iria brilhar em uma cor verde vibrante, mas se não o fossem, a pedra teria uma cor menos vívida. Ela também era associada ao crescimento e à primavera.
Além disso, o imperador Nero supostamente assistia as lutas de gladiadores através de uma grande esmeralda transparente, pois achava que a cor lhe acalmava. Já na Grécia, nos anos 800 a 250 AC, essa pedra era relacionada a Hermes, o mensageiro dos deuses, e ela era conhecida como a pedra da verdade e da eloquência.
Os astecas, que viveram entre os séculos XIV e XVI, chamavam a esmeralda de Pedra da Terra, e ela também era associada à fertilidade, sendo encontrada em estátuas que a celebravam.
Nos tempos medievais, os cristãos relacionavam a bela esmeralda a Lúcifer, o demônio. Para eles, essa pedra estava presente em sua coroa, e apesar de se tratar de uma pedra do diabo, ela não era vista de forma negativa, pois acreditava-se que ela ajudava as pessoas a se manterem sinceros e bem comportados.
Uma vez que houve registros sobre as esmeraldas, apareceram também evidências de seus poderes de cura, principalmente sobre a visão. Os sumérios disseram que, se uma esmeralda fosse usada em um anel no menor dedo da mão esquerda, curaria a inflamação dos olhos. Durante a época de Hipócrates, as esmeraldas eram esmagadas em pó fino e transformadas em uma loção para os olhos.
Onde as esmeraldas podem ser encontradas
Trapiche: um tipo raro de esmeralda encontrado apenas na Colômbia
Apesar de existirem registros mais antigos do comércio dessa pedra, as primeiras minas de esmeraldas conhecidas estavam no sul do Egito e datam de antes de 2000 AC.
Essa gema pode ser encontrada em todo o mundo, porém algumas das melhores pedras de hoje são da Colômbia, que produz mais de metade de todas as esmeraldas no mundo. Alguns dos outros países onde podemos encontrá-la incluem os EUA, Brasil, Afeganistão, Espanha, África do Sul, Suíça, Camboja e China.
Nos tempos antigos, muitas gemas eram chamadas de esmeraldas apenas porque eram verdes. Hoje existem cerca de seis ou sete tipos de pedras, classificadas como diferentes tipos de esmeraldas, porém, uma esmeralda verdadeira é chamada simplesmente de esmeralda, sem nenhum nome complementar.
Um fascínio que se mantém até hoje
Esmeralda colombiana
Cor, clareza, corte e quilates são quatro fatores utilizados para determinar o valor de uma esmeralda, sendo que o mais importante destes quatro é a cor. As esmeraldas valiosas e de alta qualidade são muito transparentes, e a melhor cor é a verde vívida ou verde azulado, com saturação uniforme e sem zoneamento de cores.
A diminuição das inclusões resulta em mais transparência e, portanto, o preço das esmeraldas aumenta com a diminuição da inclusão. Porém, a maioria das esmeraldas tem algum tipo de imperfeição, e as esmeraldas sem essas inclusões são muito raras.
Em vez do termo imperfeição, os distribuidores gostam de se referir às inclusões das esmeraldas como um "jardim" interno, e muitos até mesmo as usam como um dos fatores para identificar se uma esmeralda é verdadeira ou não.
E a raridade dessa moeda também é um fator importante. Existem menos esmeraldas no mundo do que há diamantes, por isso as esmeraldas de alta qualidade podem valer mais do que diamantes por quilate.
A turmalina não possui clivagem. Seu hábito é prismático. A sua fractura é subconcoidal a regular. Tem dureza 7-7.5 e o seu peso específico é de 2.9-3.2, a densidade é mais elevada nas espécies portadoras de ferro. É transparente a opaca com lustre vítreo, por vezes resinoso em espécimes escuros.
A turmalina cristaliza no sistema trigonal e apresenta-se geralmente sob a forma de cristais de longos e delgados a prismáticos e colunares grossos geralmente com secção triangular. É interessante notar que as terminações dos cristais são assimétricas (hemimorfismo).
Os cristais prismáticos delgados são comuns num granito de grão fino chamado aplito frequentemente formando um padrão radial. A turmalina é distinguida pelos seus prismas de três faces; nenhum outro mineral comum apresenta três faces. Os prismas têm frequentemente estriações verticais bem marcadas que ajudam a identificá-los. A turmalina é raramente euédrica. Uma exceção eram as dravites de Yinnietharra, Austrália ocidental. O depósito foi descoberto nos anos 70, mas encontra-se já esgotado. Em Minas Gerais, encontram-se cristais euédricos.
A turmalina apresenta uma grande variedade de cores. Geralmente as ricas em ferro vão desde o preto ou preto-azulado ao castanho escuro; aquelas ricas em magnésio são castanhas a amarelas e as turmalinas ricas em lítio apresentam-se praticamente em todas as cores azul, verde, vermelho, amarelo ou cor-de-rosa etc. Muito raramente são incolores. Os cristais bicoloridos e multicoloridos são relativamente comuns, refletindo variações da composição do fluido durante a cristalização. Os cristais podem ser verdes numa extremidade e cor-de-rosa na outra ou verdes no exterior com interior cor-de-rosa (este último tipo é por vezes chamado turmalina melancia).
A variedade mais comum de turmalina é a schorl ou schorlita, descrita pela primeira vez por Johannes Mathesius em 1524. Estima-se que possa corresponder a 95% ou mais de toda a turmalina existente na natureza. O significado da palavra schorl é um mistério tratando-se talvez de uma palavra de origem escandinava.
Gemas de turmalina vivamente coloridas, provenientes de Sri Lanka, foram trazidas para a Europa em grandes quantidades pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, para satisfazer a sua procura como objeto de curiosidade e como gema. Nessa altura, não se sabia que schorlita e turmalina eram o mesmo mineral.
Modo de Ocorrência
Turmalinas podem ter praticamente todas as cores
A turmalina é encontrada em dois tipos principais de ambientes geológicos. Rochas ígneas, em particular o granito e pegmatitos graníticos e nas rochas metamórficas como o xisto e o mármore. A schorlita e as turmalinas ricas em lítio são geralmente encontradas em granitos e pegmatitos graníticos. As turmalinas ricas em magnésio (dravites), estão limitadas aos xistos e aos mármores. Além disso, a turmalina é um mineral resistente e pode ser encontrada em quantidades menores na forma de grãos em areias, arenitos e conglomerados.
Piezoelectricidade
Todos os cristais hemimórficos são piezoeléctricos e frequentemente também piroeléctricos. Quando aquecidos, os cristais da turmalina tornam-se carregados eletricamente - positivamente numa extremidade e negativamente na outra, tal como uma bateria. Devido a este efeito os cristais de turmalina em colecções podem apresentar uma camada de pó pouco recomendável quando exibidos sob luzes que produzam muito calor. As propriedades eléctricas pouco comuns da turmalina tornaram-na famosa no século XVIII.
Usos e aplicações
Turmalina Paraíba brasileira, a variedade mais rara e cara de todas
A turmalina é usada em joalharia, em manômetros e alguns tipos de microfones. Nas joias, a indicolita (azul) é das mais caras seguida pela verdelita (verde) e pela rubelita (cor-de-rosa ou vermelha). Ironicamente, a variedade mais rara, a acroíta (incolor), não é apreciada sendo a menos cara das turmalinas transparentes.
Em 1989, foi descoberta em São José da Batalha, Paraíba (Brasil) a turmalina Paraíba, com uma cor verde ou verde-azulada bem diferente das conhecidas, e que é hoje a variedade mais cara de todas.
Outros nomes dados às turmalinas (em função da cor)
Subgrupo da dravita:
Castanho - dravita (do distrito de Drave de Caríntia)
Subgrupo da schorl:
Preto - schorl
Subgrupo da elbaíta (em referência à ilha de Elba, Itália)