domingo, 19 de junho de 2022

Metais Preciosos

 

Pércio de Moraes Branco


São chamados de metais preciosos (ou metais nobres) o ouro, a prata e os metais do grupo da platina. Estes compreendem platina, paládio, ródio, rutênio, irídio e ósmio. O ouro e a prata são os mais importantes e os mais conhecidos. Mas a platina é bem mais valiosa. Na indústria joalheira, usa-se ouro, prata, platina, paládio e ródio, este último geralmente como revestimento de outros metais (banho de ródio). Os metais preciosos são todos raros na crosta terrestre, embora possam estar muito disseminados, como é o caso do ouro. Possuem alta densidade, são maleáveis (podem ser reduzidos a folhas) e dúcteis (podem ser reduzidos a fios).



O Ouro


Elemento Químico

O ouro é o elemento químico de número atômico 79 e massa atômica 196,97. É um metal do Grupo 1B da tabela periódica, como a prata e o cobre.


Mineral

O ouro raramente se combina com outros elementos, sendo, por isso, encontrado na natureza geralmente no estado nativo. Cristaliza na forma de cubos e octaedros, mas é muito mais 

Pepita de ouro

Pepita de ouro

comum encontrá-lo na forma de escamas, massas irregulares (pepitas) ou fios irregulares. É opaco e tem cor amarela típica, mas, quando pulverizado, pode ser vermelho, preto ou púrpura. Seu brilho é metálico, a dureza baixa (2,5 a 3,0) e a densidade muito alta (19,30).

A baixa dureza permite que ele seja facilmente riscado com um canivete ou mesmo com um pedaço de vidro. Devido à alta maleabilidade, quando martelado amassa em vez de quebrar. Se mordido, fica com marcas dos dentes. O brilho não é muito intenso, ao contrário do que muitos pensam.

A pirita é um sulfeto de ferro que, por sua semelhança com o ouro, é chamada popularmente de "ouro dos trouxas" ou "ouro dos tolos". Ela é, na verdade, até bem diferente do ouro. É bem mais leve que ele, não é maleável e seu brilho costuma ser bem mais forte. E, ao contrário do ouro, é comum aparecer na forma de belos cristais.

O ouro ocorre em aluviões e em veios de quartzo associados a rochas intrusivas ácidas. É encontrado também como teluretos e ligas naturais, pois geralmente contém algo de prata. Forma série isomórfica com a prata, ou seja, a mistura ouro-prata pode ocorrer em todas as proporções.

Está muito disseminado na crosta terrestre, geralmente associado ao quartzo ou à pirita. Estima-se haver quase nove milhões de toneladas de ouro dissolvido na água do mar. Um dos poucos elementos com o qual o ouro se combina é o telúrio, formando teluretos. Assim, esse metal é encontrado em minerais como krennerita, calaverita e silvanita. A liga com prata chama-se eletro.


Metal

O ouro é o mais maleável e o mais dúctil dos metais. Com 1 g desse metal, podem-se obter até 2.000 m de fio ou lâminas de 0,96 m² e apenas 0,0001 mm de espessura. É bom condutor de calor e eletricidade e não é afetado nem pelo ar, nem pela maioria dos reagentes químicos. Há quem o considere o mais belo dos elementos químicos. Seu ponto de fusão é 1.063 °C.


Fontes de Obtenção


Os principais minerais fornecedores de ouro são ouro nativo, krennerita, calaverita, eletro, silvanita e pirita. Ele é obtido também na metalurgia de vários metais. Estudos indicam que o metabolismo da bactéria ralstonia metallidurans leva à formação de pepitas de ouro.


Usos

Acervo do Metropolitan Museum of Arts (Nova Iorque). Foto: P.M.Branco

Acervo do Metropolitan Museum of Arts (Nova Iorque). Foto: P.M.Branco

O ouro é usado principalmente em moedas; em segundo lugar, em joias e decoração. É útil também em odontologia (hoje muito pouco usado), instrumentos científicos, fotografia e indústria eletrônica. Para confecção de joias, usam-se ligas com 75% de ouro (o chamado ouro 18 quilates) ou, às vezes, com apenas 58,33% (ouro 14 quilates). É empregado também em fotografia, na forma de ácido cloro-áurico (HAuCl4), e na indústria química, em ligas com cobre, prata, níquel e outros metais. A foto ao lado mostra sandálias e dedeiras de ouro da antiga civilização egípcia. As sandálias foram escurecidas para se assemelharem ao couro.

Quem tem uma joia e não sabe ao certo se ela é feita com ouro, deve fazer o teste usando água-régia, uma mistura de ácido nítrico com um volume três ou quatro vezes maior de ácido clorídrico, ambos concentrados. As agências de penhores da Caixa Econômica Federal fazem esse teste, que indica se a joia é feita com ouro e se se trata de ouro 18 quilates ou outro tipo de liga (ouro puro não se usa em joias).


Principais Produtores

É produzido principalmente na África do Sul (11 % da produção mundial em 2006), seguindo-se EUA, Austrália, China e Peru. Entre 1700 e 1850, o Brasil foi o maior produtor de ouro do mundo, com um total de 16 toneladas no período de 1750-1754, originada predominantemente das aluviões da região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A importância do Brasil continuou crescente até a primeira metade do século XIX, quando perdeu a liderança diante das grandes descobertas de ouro aluvionar da Califórnia, nos Estados Unidos.

Entre 1965 e 1996, nossa produção alcançou 877 toneladas, representando cerca de 4% da produção mundial. O ouro brasileiro é extraído principalmente em Minas Gerais e no Pará. Em 2003, a produção foi de 40,4 t e em 2004, de 47,6 t de ouro. Segundo o Mapa de Reservas de Ouro do Brasil, elaborado em 1998 pelo Serviço Geológico do Brasil, as reservas em ouro brasileiras são estimadas em 2.283 toneladas.


Preço

O preço do ouro varia constantemente, já que é muito usado como investimento. Em 29 de junho de 2007, a onça-troy (31,103 gramas) valia US$ 647, metade do preço da platina (US$ 1.273), mas quase o dobro do preço do paládio (US$ 365).


Curiosidade

Estima-se que todo o ouro do planeta daria para fazer um cubo de 15 m de aresta. Em 1999, joalheiros de Dubai fizeram a maior corrente de ouro do mundo: 4.382 m. Usaram ouro 22 quilates e gastaram cerca de US$ 2 milhões. A peça foi vendida em praça pública, em pedaços.



A Prata


Elemento Químico

A prata é o elemento de número atômico 47 e massa atômica 107,87. É um metal do grupo 1B, como o ouro e o cobre.


Mineral

A prata cristaliza no sistema cúbico (como o ouro) e seus cristais podem ser cubos, dodecaedros ou octaedros. Entretanto, eles são raros e o mineral é geralmente acicular, fibroso, dendrítico ou irregular. 

Prata de hábito filiforme. Fonte: Korbel, P. & Novák, M. Enciclopédia de Minerais.

Prata de hábito filiforme. Fonte: Korbel, P. & Novák, M. Enciclopédia de Minerais.

Tem cor cinza (prateada), inclusive quando em pó. Não tem clivagem. Sua dureza é baixa (2,5 a 3,0); e a densidade, alta (10,50), mas muito inferior à do ouro. Ocorre em filões. Possui intenso brilho metálico, o qual enfraquece se o ar contiver enxofre, o que geralmente ocorre nas cidades.


Metal
A prata é um metal muito dúctil e maleável. Permite obter lâminas com 0,003 mm de espessura e fios de 100 m pesando apenas 38 mg. Duas peças de prata podem ser soldadas a marteladas, desde que aquecidas a 600ºC. Seu ponto de fusão é 960 °C. É o metal que melhor conduz o calor e a eletricidade. Tem propriedades semelhantes às do Cu e do Au.


Fontes de Obtenção
A prata forma 129 minerais, sendo extraída de muitos deles, como pirargirita, argentita, acantita, cerargirita, galena argentífera, stromeyerita, tetraedrita, pearceíta, proustita, stephanita, tennantita, polibasita, silvanita e prata nativa. Pode ser obtida também como subproduto na metalurgia do zinco, do ouro, do níquel e do cobre. Ela está muitíssimo menos disseminada que o ouro na natureza.


Usos
Usa-se prata em: moedas, espelhos, talheres, joalheria, odontologia (como amálgama), soldas, explosivos (fulminato), chuvas artificiais (iodeto), óptica (cloreto), fotografia (nitrato), germicida, objetos ornamentais e ligas com cobre. Para joias e objetos ornamentais, usam-se ligas com 10% de cobre (prata 90 ou prata 900) ou, mais frequentemente, com 95% de prata (prata 950).


Principais Produtores
O maior produtor de prata é o México, com 2.748 t (dados de 2002), seguindo-se Peru, China e Austrália, todos com mais de 2.000 t. O Brasil produziu em 2002 apenas 10 t, em Minas Gerais e sobretudo no Paraná, como subproduto do chumbo.


Curiosidade
A maior pepita de prata conhecida foi encontrada em Sonora (México) e tinha 1.026 kg.



A Platina

Cristal de platina (Fonte: Korbel, P. & Novák, M. Enciclopédia de Minerais - O Mineral

Cristal de platina (Fonte: Korbel, P. & Novák, M. Enciclopédia de Minerais - O Mineral

Elemento Químico

A platina é o elemento químico de número atômico 78 e massa atômica 195,09. Pertence ao grupo 8B da tabela periódica, junto com o níquel e o paládio.


Mineral

A platina é um mineral do sistema cúbico, geralmente encontrada em grãos irregulares, raramente em octaedros ou cubos. Tem cor cinza-aço, traço cinza brilhante, brilho metálico, sem clivagem. É, às vezes, magnética. Tem dureza 4,0 a 4,5 e densidade 21,40 (altíssima).


Metal

A platina é um metal maleável, dúctil, resistente à corrosão pelo ar, solúvel em água-régia. Absorve hidrogênio como o paládio. Provoca explosão do hidrogênio ou do oxigênio. Seu ponto de fusão é 1.773,5 °C.


Fontes de Obtenção

Pode ser extraída de vários minerais: sperrylita, platini­rídio, polixênio, cooperita e ferroplatina. A platina nativa ocorre na natureza geralmente misturada com ferro, irídio, paládio e níquel. Ocorre em aluviões e em rochas básicas, como dunitos, piroxenitos e gabros.


Usos

É empregada em joalheria (com 35% de paládio e 5% de outros metais), instrumental para laboratório, odontologia, eletricidade, ogivas de mísseis, catalisadores, pirômetros, liga com cobalto, fornos elétricos de alta temperatura, fotografia e em vários outros produtos industriais.


Principais Produtores

A platina é produzida principalmente pela África do Sul (134 t em 2002), seguindo-se Rússia (35 t), Canadá (7 t) e Estados Unidos (4,39 t).


Preço

Em 29 de junho de 2007, a onça-troy de platina valia US$ 1.273, quase o dobro do preço do ouro (US$ 647).


Curiosidade

Em 1985, foi exposto em Tóquio (Japão) um vestido feito à mão com fios de platina, pesando 12 kg e avaliado em um milhão de dólares.


O Paládio


Elemento Químico

O paládio tem número atômico 46 e massa atômica 106,4. Pertence ao mesmo grupo da platina (8B).


Mineral

É um mineral do sistema cúbico, de cor cinza-aço, que ocorre na forma de grãos (pepitas), às vezes com estrutura fibrorradiada. É séctil, de brilho metálico. Tem dureza 4,5 a 5,0 e densidade 11,40.


Metal

O paládio é inoxidável, dúctil e muito maleável, podendo ser reduzido a folhas de 0,0001 mm de espessura. Seu ponto de fusão é 1.500 °C. Tem notável capacidade de absorção de hidrogênio (até 900 vezes seu próprio volume), formando possivelmente PdH2.


Fontes de Obtenção

O paládio é extraído dos minerais de platina.


Usos

É usado como catalisador, em instrumentos odontológicos (prótese e ortodontia) e cirúrgicos e em relojoaria e joalheria (neste caso como substituto da platina). Forma ligas com ouro (ouro marrom, ouro branco-médio, ouro branco-suave).


Principais Produtores

Em 2002, o maior produtor de paládio foi a Rússia (84 t), seguindo-se África do Sul, Estados Unidos e Canadá.


Preço

Em 29 de junho de 2007, a onça-troy de paládio valia US$ 365, pouco mais da metade do valor do ouro (US$ 647).


Curiosidade

O nome do paládio deriva de Pallas, planetoide descoberto em 1802, um ano antes de se descobrir o elemento. O mineral paládio foi descoberto pela primeira vez em Morro do Pilar, Minas Gerais.



Fonte

 Pércio de Moraes. Dicionário de Mineralogia e Gemologia/CPRM

Descoberta de fosfato feita pela CPRM no Piauí atrai investidores

 


 Pesquisador durante atividade de campo para mapear afloramentos

Pesquisador durante atividade de campo para mapear afloramentos

O Brasil importa cerca de 34% do fosfato utilizado na agricultura. E para fomentar a descoberta de novos depósitos a fim de reduzir essa dependência do insumo, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) realiza diversos estudos de minerais estratégicos. No Piauí, um estudo de recursos minerais encontrou ocorrência de rocha fosfática com teores pontuais relativamente elevados de fósforo, na localidade de Poço D’anta, município de Jacobina, sudeste do estado. As mineralizações foram identificadas numa área de 24km², em três afloramentos, ao longo de 6,5 km de extensão. A largura das zonas aflorantes varia de 40 a 400 metros.

 A equipe da CPRM percorreu uma área de 24km², mapeando ocorrências de fosfato

A equipe da CPRM percorreu uma área de 24km², mapeando ocorrências de fosfato

Essa área atraiu o interesse de empresas de mineração que pretendem pesquisa-las, para definir o tamanho da reserva e sua viabilidade econômica.
A descoberta foi feita pelos geólogos Douglas Silveira e Camila Basto, durante trabalho de campo do projeto de Integração Geológica e de Recursos Minerais das Faixas Marginais da Borda Norte-Noroeste do Cráton São Francisco - Subárea Riacho do Pontal e Província Borborema, inseridos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC3).

A descoberta foi divulgada no informe técnico lançado pela CPRM em 2015, que visa divulgar ao setor mineral informações relevantes e preliminares sobre projetos em execução pela instituição, e também no VII Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral (SIMEXMIN) no ano passado. “Eu e Camila Basto, como geólogos do projeto, sentimos enorme satisfação ao ver que nosso trabalho alcançou o objetivo: com resultados concretos que podem levar a uma transformação econômica significativa para a região”, avalia Douglas Silveira, pesquisador à frente do trabalho.

 Mapa da área do projeto

Mapa da área do projeto

Ele explica que as ocorrências, localizadas no município de Jacobina do Piauí - PI, estão inseridas na Unidade geológica Grupo Ipueirinha que possui uma extensão de aproximadamente 550 km², o que sugere possibilidades de que mais ocorrências similares possam ser identificadas na região. “Existe uma tendência de crescimento da demanda por fertilizantes visando o aumento da produção agrícola e a descoberta de novos depósitos de fosfato é estratégica para o Brasil, que ainda possui dependência externa para este insumo mineral, em especial para o Piauí que tem fortalecido a atividade agrícola na região sul do estado”, acrescenta o pesquisador.



Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM

Aguia aguarda LI para projeto de fosfato

 


13/06/2022
O projeto terá capacidade para fornecer até 300 mil toneladas anuais de fosfato natural, volume capaz de atender a cerca de 12% da demanda de fosfato do RS.

A Aguia Fertilizantes aguarda decisão judicial para desenvolver o Projeto Fosfato Três Estradas, que prevê a instalação de uma mina a céu aberto e uma unidade para beneficiamento de fosfato no município de Lavras do Sul (RS). O projeto terá capacidade para fornecer até 300 mil toneladas anuais de fosfato natural, volume capaz de atender a cerca de 12% da demanda de fosfato de um dos maiores estados produtores do Brasil. 

“O fosfato natural será 100% nacional, produzido em terras gaúchas e destinado ao mercado regional com preços competitivos quando estiver em operação”, diz o CEO da Aguia Fertilizantes, Fernando Tallarico. O executivo afirma que o projeto irá ofertar aos produtores rurais um fosfato de qualidade, eficiente, ambientalmente amigável e com ótimo custo-benefício. O projeto de fosfato já recebeu investimentos da ordem de R$ 80 milhões. Somente para as obras, estão previstos mais R$ 30 milhões. 

O Projeto Fosfato Três Estradas nasceu a partir da descoberta da primeira jazida de rocha fosfática no Rio Grande do Sul. A Águia iniciou os trabalhos de pesquisa em 2011 e desde 2015, quando começou os primeiros estudos ambientais, o licenciamento do projeto vem avançando. Em 2019, a empresa recebeu a licença prévia e decidiu produzir o fosfato natural. O pedido de instalação foi encaminhado pela Águia à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) em janeiro de 2021. Em julho, uma ação pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF), na 1ª Vara de Bagé, pediu a suspensão da licença prévia. O MPF questionou o impacto do projeto sobre pecuaristas da região, tópico já estudado pela companhia. O pedido de liminar não foi reconhecido e possibilitou a retomada do processo de licenciamento.

Recentemente, em decisão de primeira instância, proferida pela 1ª Vara Federal de Bagé-RS, foi acolhido o pedido preliminar da empresa que questionou sobre a ilegitimidade da atuação do Ministério Público Federal (MPF) no caso. "Agora aguardamos a obtenção da licença de instalação para que, em um período de oito a dez meses, a planta entre definitivamente em operação”, explica Tallarico.






Fonte: Brasil Mineral

Serabi produz quase três mil onças de Ouro em Palito - PA

 

15/06/2022
A tonelagem total extraída no mês foi de 16.162 toneladas a 6,29 g/t de ouro.

A Serabi Gold plc divulgou uma melhoria contínua na produção de seu Complexo Palito na região do Tapajós (PA). A produção atingiu 2.949 onças de ouro produzidas em maio, o nível mensal mais alto até agora em 2022. 

“A produção no Complexo Palito continua a melhorar com impressionantes 2.949 onças de ouro produzidas em maio, nosso melhor mês até agora em 2022. É muito gratificante que as medidas que adotamos no início deste ano continuem a fornecer onças de produção consistentes. Estamos focados em manter e melhorar esses níveis nos próximos meses”, disse Mike Hodgson, CEO da Serabi. A produção atingida em maio partiu do processamento de 15.458 toneladas com teor de ouro de 6,42 g/t. A tonelagem total extraída no mês foi de 16.162 toneladas a 6,29 g/t de ouro.






Fonte: Brasil Mineral

quinta-feira, 16 de junho de 2022

ONU cobra investigação e pede reforço na Funai após mortes na Amazônia

 

Alto Comissariado também repudiou 'brutal ato de violência', pedindo maior proteção a defensores dos direitos humanos e povos indígenas

Por Da Redação Atualizado em 16 jun 2022, 16h59 - Publicado em 16 jun 2022, 16h29

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) cobrou nesta quinta-feira, 16, que autoridades brasileiras reforcem os órgãos responsáveis pela proteção aos povos indígenas e ao meio ambiente, no dia seguinte à confirmação das mortes do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.

Em nota enviada à BBC, Ravina Shamdasani, porta-voz do escritório, cobrou que autoridades tomem “medidas para prevenir e proteger os territórios indígenas de incursões de agentes ilegais, inclusive pelo fortalecimento dos órgãos governamentais responsáveis pela proteção dos povos indígenas e do meio ambiente”. Os órgãos são, respectivamente, a Funai e o Ibama.

+ ‘Coração despedaçado’: Imprensa internacional repercute caso Dom e Bruno

“Instamos as autoridades brasileiras a ampliar seus esforços para proteger os defensores dos direitos humanos e os povos indígenas de todas as formas de violência e discriminação, tanto por parte de atores estatais quanto não estatais”, diz a porta-voz no documento.

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Indigenista Bruno Araújo Pereira. 09/10/2019 Daniel Marenco/EFE

A agência liderada pela chilena Michelle Bachelet também condena o “brutal ato de violência”, apelando às autoridades “para que assegurem que as investigações sejam imparciais, transparentes e minuciosas, e que seja concedida reparação às famílias das vítimas”.

Na quarta-feira, a Polícia Federal localizou remanescentes humanos na área de buscas pelo indigenista e pelo jornalista inglês, desaparecidos desde o dia 5 na terra indígena Vale do Javari, no Amazonas. A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e pela Polícia Federal.

Os remanescentes encontrados foram encaminhados para identificação nesta quinta-feira e duas pessoas estão presas por suspeita de participação no assassinato. O pescador Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, foi detido no dia 7 e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, foi preso na terça-feira, 14. Segundo a PF, Pelado confessou o crime na noite de terça e se comprometeu a levar os policiais ao local onde enterrou os corpos. A polícia ainda tenta comprovar as circunstâncias e a motivação do crime, mas o pescador alega que eles foram mortos a tiros.

No início da semana, durante abertura do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Bachelet já havia relatado estar alarmada por ameaças contra defensores dos direitos humanos e ambientais, além de “ameaças contra indígenas, incluindo a contaminação pela exposição ao minério ilegal de ouro”.

O tom empregado por autoridades da ONU, no entanto, contrasta com o adotado pelo embaixador brasileiro durante a sessão. Tovar Nnes garantiu que as autoridades combatem ações ilegais e que ambientalistas e jornalistas foram incluídos em programas de proteção, em resposta às queixas do Alto Comissariado de Direitos Humanos de que a resposta do governo brasileiro ao desaparecimento de Dom e Bruno havia sido “extremamente lenta”.



Fonte: Veja