terça-feira, 9 de agosto de 2022

Pepitas de Ouro- GARIMPO DE MARACAÇUMÉ- MARANHÃO

 




 

GARIMPO DE MARACAÇUMÉ
(SERRA DO PIROCAUA)

INTRODUÇÃO
A descoberta de ouro na porção norte do estado do Maranhão, na região localizada entre os rios Gurupi e Maracaçumé, remonta ao ano de 1624, quando das primeiras incursões de aventureiros europeus em território brasileiro. Segundo relatos da época os primitivos índios que viviam na região já conheciam o metal considerando-o todavia de pouca importância. Os primeiros a explorarem o ouro foram os padres jesuítas que se utilizaram de índios e escravos africanos para retirar o metal das aluviões. No início do século XIX. Estes jesuítas se estabeleceram em uma área próxima a Serra do Pirocaua onde hoje é a Vila Aurizona, no município de Godofredo Viana. A busca do ouro espalhou-se para além das bacias dos Turiaçu e Maracaçumé, alcançando a cidade de Bragança no estado do Pará. Ao final do século uma firma inglesa denominada Companhia de Mineração de Ouro Montes Áureos, montou escritório na região. Nesta época o governo brasileiro começou a regularizar as atividades mineiras na região.
No início do século XX ocorreu a primeira invasão de garimpeiros na região, que passaram a batear as aluviões do rio Maracaçumé. Em 1954 a Companhia de Mineração Maranhense tentou o emprego de lavra mecanizada, não vindo a alcançar todavia o resultado esperado.
Além do ouro aluvionar foram identificadas ocorrências de ouro primário em veios de quartzo na Mina Nova, porém os teores revelaram-se antieconômicos.


LOCALIZAÇÃO E ACESSO
A área com ocorrência de ouro situa-se na porção norte-noroeste do Estado do Maranhão (Figura 1), abrangendo os municípios de Turiaçu, Carutapera, Cândido Mendes, Godofredo Viana e Luís Domingues. As vilas de Aurizona e Redondo, esta última situada às margens do rio Maraçumé, são os principais centros de exploração e comércio de ouro. O acesso a área partindo-se da capital maranhense, São Luís, é feito inicialmente por via rodoviária até Vizeu no estado do Pará, e a partir daí, somente por via marítima, até a denominada Baixada Maranhense. Por via aérea atinge-se as cidades de Turiaçu e Carutapera por meio de aviões de pequeno e médio porte. As ocorrências de ouro somente podem ser alcançadas por estradas carroçáveis e/ ou barcos de pequeno calado.

CLIMA E VEGETAÇÃO
O clima da região é quente e úmido, com intensa precipitação anual , que nos meses de março e abril atinge seu valor mais alto, 2.184,3 mm. A temperatura média anual é de 26 o com uma amplitude térmica de apenas 2o . A umidade relativa chega a atingir 85% em alguns meses do ano.
A vegetação maranhense particulariza-se na região costeira pela presença de manguezais, que são substituídos por gramíneas de campos alagados ou secos, para interior adentro aparecer a zona da mata. A floresta amazônica está representada na porção noroeste e parte da região central do Maranhão.

MODO DE OCORRÊNCIA
Tais depósitos tanto podem ser marinhos, como fluviais e até mesmo flúvio-marinho, e são compostos essencialmente por areias mal selecionadas, silte, argila e cascalho.

PRINCIPAIS GARIMPOS DA REGIÃO
De acordo com Neto(1982) são os seguintes os principais garimpos da região:

Garimpo do Caboré
Situado a nordeste da Vila Livramento, apresenta as seguintes coordenadas: 45o 54’ 36" W e 01o 17’ 24" S. A média da produção chegou a alcançar 50 gramas de ouro em uma semana.

Garimpo da Poeira.
Localizado 30 km a Oeste do povoado de Livramento, exibe as seguintes coordenadas 45o 57’ 00 "W e 01o 19’ 00" S. Neste local o ouro é encontrado no leito intermitente do igarapé Poeira, disseminado em espessa camada de material aluvionar essencialmente constituído de argilas de cores amarela a vermelha.



Garimpo Pedra de Fogo
Este garimpo situa-se nas imediações da vila de mesmo nome, com as seguintes coordenadas: 45o 49’ 24" W e 01o 22’ 24" S. O garimpo de ouro aluvionar vem sendo feito num buraco com 25 metros de profundidade e é retirado de uma argila esverdeada denominada de tabatinga pelos garimpeiros do local

Garimpo do Igarapé Cavala
Distante 1,5 km da cidade de Luís Domingues na direção da cidade de Carutapera, no vale do Irrí-Açu, possui as seguintes coordenadas: 45o 54’ 30" W e
01o 19’ 06" S. O ouro é retirado de um cascalho situado a 2,5 metros de profundidade
QUARTZO COM OURO



Garimpo da Ponta do Jardim
Localizado ás margens do Rio Itererê 4 km da cidade de Godofredo Viana, exibe as seguintes coordenadas 45o 44’ 30" W e 01o 22’ 06" S. Encontra-se atualmente desativado.


Garimpo Praia Velha
Situado na localidade de mesmo nome, na foz do rio Irirímirim, com coordenadas de 45o 54’ 48" S e 01o 08’ 54" S. O acesso ao garimpo somente pode ser feito por meio de barco, em jornada de uma hora a partir de Carutapera. A região é de mangue e o ouro ocorre misturado a uma camada de 30 cm de areia fina esbranquiçada, coberta por sedimentos de maré.

Garimpo do Tromaí
Situado no leito do rio Tromaí, apresenta as coordenadas de 45o48’ 36" W e 01o 23’ 12" S. O ouro ocorre em aluviões do rio, e as atividades garimpeiras limitam-se à época do inverno

Garimpo do Maraçumé
Localizado no leito do Rio Maracaçumé, , próximo a cidade de Cândido Mendes, com as coordenadas 45° 43’ OO" W e 01° 26’ 30" S. O ouro ocorre em cascalheira do rio normalmente coberta por 1 a 2 metros de areia, que é removida por chupadeira para então lavrar-se o cascalho.
PEPITA DE OURO



Fonte: DNPM/CPRM

Diamante: uma gema singular

 



Pércio de Moraes Branco



Entre as muitas pedras preciosas, o diamante destaca-se por várias razões e tem características que o tornam único, daí se dividir as gemas em dois grupos: diamante e gemas de cor.

A denominação gemas de cor é muito inadequada, porque há diamantes que são bem coloridos (e com as modernas técnicas de tratamento de gemas eles são cada vez mais comuns) e há muitas gemas que podem ser incolores. Mas essa divisão está consagrada e é amplamente usada e aceita no meio gemológico, pois a diferença entre o diamante e as demais gemas, como veremos, é muito mais que uma questão de cor.

A importância do diamante é ressaltada também nos manuais de gemologia. Neles a descrição das gemas costuma iniciar pelo diamante, vindo a seguir as demais pedras preciosas.

Vejamos, então, quais são as características que tornam o diamante uma gema singular.


Dureza
A substância mais dura que se conhece é o diamante. Ele tem dureza 10 na Escala de Mohs, que vai de 1 a 10. O rubi e a safira têm dureza 9, mas o diamante é na verdade 150 vezes mais duro que eles. Isso tem a vantagem de permitir um excelente polimento, mas traz uma desvantagem: é bem mais difícil serrar, facetar e polir um diamante do que qualquer outra gema. Como nada é mais duro que ele, para polir o diamante é preciso usar pó do próprio diamante e contar com o conhecimento de um lapidador especializado - que, aliás, tem um nome especial: polidor de diamantes.
DIAMANTE BRUTO




Aproveitamento Integral
Em matéria de diamante nada se perde. Mesmo as pedras de qualidade muito ruim são muito úteis e valiosas, pois podem ser empregadas em ferramentas de corte ou perfuração. E até mesmo o pó do diamante tem valor, pois, como vimos, ele é usado para polir o próprio diamante.


Diamantes coloridos

Diamantes coloridos


Cor
Como regra, quanto mais escura a cor de uma gema, mais valiosa ela é. Acontece, porém, que 99,9% dos diamantes são incolores ou levemente amarelados. Com isso, quanto menos cor o diamante tiver, mais valioso ele será, a menos que tenha uma cor bem definida (como os da figura ao lado), caso em que o preço poderá ser altíssimo. É por isso que a classificação de diamantes lapidados adotada e recomendada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT possui as categorias: absolutamente incolor, excepcionalmente incolor, nitidamente incolor e aparentemente incolor.


Classificação
Existem várias maneiras de classificar as gemas em termos de qualidade de cor e de pureza, e cada país, ou mesmo cada produtor, emprega o seu. O diamante, porém, é a única gema que possui um sistema de classificação reconhecido internacionalmente. Na verdade existe mais de um, mas hoje em dia praticamente se usa apenas o do Gemological Institute of América - GIA. O sistema adotado pela ABNT é o mesmo, apenas com tradução para o português (conforme tabelas abaixo). Isso facilita muito a comercialização da gema, pois a definição dos preços é muito menos subjetiva.

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DO DIAMANTE LAPIDADO QUANTO À COR

CLASSIFICAÇÃO
ABNT

CLASSIFIAÇÃO
GIA

CLASSIFICAÇÃO
 HRD/ CIBJO

Absolutamente incolor

D

Exceptional white +

Excepcionalmente incolor

E

Exceptional white

Acentuadamente incolor

F

Rare white +

Nitidamente incolor

G

Rare white

Aparentemente incolor

H

White

Aparentemente colorido

I

Slightly tinted white

Levemente colorido

J

Claramente colorido

K

Tinted white

Nitidamente colorido

L

Acentuadamente colorido

M-Z

Tinted  colour

Cor excepcional

Z+

Fancy diamonds

1) A especificação da cor deve ser determinada por um profissional competente, utilizando um conjunto de padrões obtido por comparação com os conjuntos de padrões HRD, CIBJO ou do GIA, sob luz artificial padronizada, equivalente a 5.000- 5.300 kelvins (ABNT).

2) GIA = Gemological Institute of America.
HRD = Hoge Raad voor Diamant.
CIBJO = Confédération Internationale de la Bijouterie, Joaillerie e Orfèvrerie, des Diamants et Pierres.


SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DO DIAMANTE LAPIDADO QUANTO À PUREZA
(adotada mundialmente, inclusive pela ABNT)

 

CLASSE

 

CARACTERÍSTICAS

FL
Flawless

Interna e externamente puro ao exame com equipamento óptico.

IF ou LC
Internally flawless ou loupe clean

Internamente livre de qualquer inclusão ao exame com equipamento óptico.

VVS1 / VVS2
Very very small inclusions

Inclusões pequeníssimas e muito difíceis de serem visualizadas ao exame com equipamento óptico.

VS1 / VS2
Very small inclusions

Inclusões muito pequenas e difíceis de serem visualizadas ao exame com equipamento óptico.

SI1 / SI2
Small inclusion(s)

Inclusões pequenas, fáceis de serem visualizadas com equipamento óptico e invisíveis a olho nu através da coroa.

I1 ou P1
Piqué I

Inclusões evidentes ao exame com equipamento óptico e difíceis de serem visualizadas a olho nu através da coroa, não diminuindo a transparência do diamante.

I2 ou P2
Piqué II

Uma inclusão grande e/ou algumas inclusões menores, fáceis de serem visualizadas a olho nu através da coroa, diminuindo um pouco a transparência do diamante.

I3 ou P3
Piqué III

Uma inclusão grande e/ou numerosas inclusões menores, muito fáceis de serem visualizadas a olho nu através da coroa, diminuindo sensivelmente a transparência do diamante.

1) As subdivisões encontradas em algumas das classes são definidas de acordo com número, posição, tamanho, cor, forma e natureza das inclusões.

2) A pureza de um diamante deve ser determinada por um profissional competente, examinando a gema sob iluminação adequada, com equipamento óptico de lentes aplanáticas e acromáticas com dez aumentos (ABNT).





Controle do Preço
Existe uma empresa, a DeBeers Consolited Mines, que exerce um grande controle sobre a produção e comercialização do diamante em todo o mundo. Esse controle já foi bem maior e, embora nunca tenha sido um monopólio, chegou perto disso. Como consequência, o preço do diamante há muito tempo é definido em grande parte pela atuação dessa empresa. Não fosse por isso, essa gema, que está entre as pedras preciosas mais caras do mundo, seria valiosa sim, mas não tanto.


Conhecimento da Produção
Grande parte das gemas, provavelmente a maior parte delas, é produzida por processos ainda bastante rudimentares ou pouco mecanizados, a exemplo dos garimpos brasileiros. Com isso, o real volume produzido não é bem conhecido, de modo que a produção mundial é sempre um valor estimado. Já com o diamante é diferente. Como a produção está muito centralizada em uma só empresa, é bem mais fácil obter dados confiáveis sobre o volume da produção anual, bem como saber, ano a ano, quais os países que mais produziram.


Estilo de Lapidação
Cada gema costuma ter um estilo de lapidação que lhe é mais adequado. Para as turmalinas, por exemplo, recomenda-se a lapidação navete. Para a alexandrita, a lapidação pera. Para o diamante, a lapidação mais apropriada é o brilhante. Em nenhuma das gemas conhecidas, porém, a lapidação mais indicada se confunde tanto com a própria gema como no caso do diamante. O brilhante está tão associado ao diamante que muitas pessoas usam erroneamente esse nome como sinônimo de diamante, dizendo "anel de brilhante" quando querem dizer anel de diamante. Isso não é correto porque o diamante pode ser lapidado do outras maneiras e outras gemas podem receber lapidação brilhante.


Controle de Procedência
O diamante é a única gema que possui um controle internacional de procedência. Devido ao seu uso para aquisição clandestina de armas, sobretudo em países africanos (o que gerou as expressões "diamantes de sangue" e "diamantes de conflito" para designar os diamantes assim vendidos), foi criado em 2002 o Processo Kimberley. Trata-se de um acordo que envolve dezenas de países produtores, pelo qual os signatários não compram diamantes brutos que não venham acompanhados de um documento padronizado atestando sua procedência, o chamado Certificado do Processo Kimberley. O Brasil é, desde 2003, um dos signatários desse acordo e tem tido presença ativa nas reuniões realizadas para tratar desse assunto.







Fonte:
BRANCO, Pércio de Moraes. Dicionário de Mineralogia e Gemologia

MINA DE JADE💎💎


 

DRUSA DE AMETISTA💎💎