terça-feira, 24 de janeiro de 2023

OSSOS DE DINOSSAURO CONSERVADOS EM PEDRA PRECIOSA SÃO ENCONTRADOS NA AUSTRÁLIA

 

OSSOS DE DINOSSAURO CONSERVADOS EM PEDRA PRECIOSA SÃO ENCONTRADOS NA AUSTRÁLIA


Pertencentes a um rebanho de gigantes, os fósseis se preservaram em opalas


Vértebra fossilizada de Fostoria dhimbangunmal
Vértebra fossilizada de Fostoria dhimbangunmal - Reprodução

Nos anos 80, em uma mina de opala no interior da Austrália, o minerador Robert Foster se deparou com algo curioso: uma enorme quantidade de fósseis brilhantes.

Encontrados próximo à cidade de Lightning Ridge e doados recentemente pelos filhos de Foster ao Australian Opal Centre, os ossos passaram pela análise de uma equipe de cientistas da Universidade da Nova Inglaterra em Armidale, na Austrália, que revelou pertencerem a uma manada de dinossauros até então desconhecidos.

A espécie foi batizada de Fostoria dhimbangunmal, nome que significa Pátio de Ovelhas no idioma local, como tributo à mina de opala Sheepyard onde foram encontrados. A mostra continha quatro indivíduos, alguns juvenis e outros adultos, que poderiam ter até 6 metros de comprimento.


Herbívoros gentis

Segundo Phil Bell, paleontólogo da Universidade da Nova Inglaterra que lidera a pesquisa, o tamanho e quantidade de animais foram identificados com base em quatro diferentes omoplatas. "Todos nós assumimos inicialmente que esta pilha de ossos era de um único indivíduo, até que eu comecei a juntar o esqueleto e examinar cada um dos ossos, um por um, percebendo que algo não se encaixava bem".

Um osso de membro inferior do Fostoria / Créditos: Reprodução


"Como um herbívoro gentil, esses dinossauros não tinham muito em termos de defesa", disse Bell. “Eles não tinham garras afiadas ou chifres, então a segurança em números era provavelmente sua melhor aposta".

Os Fostoria viveram durante o período cretáceo, quando Lightning Ridge era uma planície inundada. Embora a maioria dos fósseis encontrados em Opala seja de animais marinhos, alguns ossos de dinossauros terrestres acabavam escorregando para a água e  interagindo com minerais de sílica como o Opala.

O processo de fossilização consiste no acúmulo de minerais em material orgânico. Com o passar do tempo, o opala foi se acumulando nas cavidades dos ossos de Fostoria, formando essa belas réplicas.

Bell acredita que Lightning Ridge ainda tenha fósseis de dinossauros em suas opalas profundamente enterradas. "É realmente importante reconhecer o trabalho dos mineradores, porque sem eles não saberíamos nada sobre esse misterioso mundo pré-histórico", afirmou o pesquisador.





Fonte: AH/UOL

OPALA NOBRE NA ROCHA


 

sábado, 21 de janeiro de 2023

TUDO SOBRE A TURMALINA PARAÍBA💎💎💎

 As turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas. A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha.

Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis turquesas, azuis “neon”, azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.

A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte do que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências.

Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de pedras preciosas de Tucson, no Estado do Arizona (EUA), teve início a escalada de preços desta gema. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo das mais de duas décadas que se seguiram, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais.

A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte. Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por terem sido oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha.

Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico.

Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos, através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF). No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo, em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.

Até o ano de 2001, o termo “Turmalina da Paraíba” referia-se à designação comercial das turmalinas da espécie elbaíta, de cores azuis, verdes ou violetas, que contivessem pelo menos 0,1% de CuO e proviessem unicamente do Brasil, precisamente dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Tudo começou a mudar quando, naquele ano, uma nova fonte de turmalinas cupríferas foi descoberta na Nigéria, na localidade de Ilorin (mina de Edeko), voltando a ocorrer quatro anos mais tarde, em meados de 2005, desta vez em Moçambique, na região de Alto Ligonha, a aproximadamente 100 km ao sudoeste da capital Nampula.

De modo geral, as elbaítas com cobre destes países africanos não possuem cores tão vívidas quanto às das brasileiras, embora os melhores exemplares da Nigéria e de Moçambique se assemelhem aos brasileiros.

O achado destes depósitos africanos ocasionou acalorados debates no mercado e entre laboratórios, uma vez que as gemas de cores azuis a verdes saturadas procedentes da Nigéria e de Moçambique não podem ser diferenciadas das produzidas no Brasil por meio de exames usuais e tampouco por análises químicas semi-quantitativas obtidas pela técnica denominada EDXRF.

Há alguns anos, felizmente, constatou-se ser possível determinar a origem das turmalinas destes 3 países por meio de dados geoquímicos quantitativos de elementos presentes como traços, obtidos por uma técnica analítica conhecida por LA-ICP-MS.

Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica.

Esta política é consistente com as normas da CIBJO, que consideram a turmalina da Paraíba uma variedade ou designação comercial, e a definem como dotada de cor azul a verde devida ao cobre, sem qualquer menção ao local de origem. 

Por outro lado, como essas turmalinas cupríferas são cotizadas não apenas de acordo com seu aspecto, mas também segundo sua procedência, tem-se estimulado a divulgação, apesar de opcional, de informações sobre sua origem nos documentos emitidos pelos laboratórios de gemologia, caso disponham dos recursos analíticos necessários.



TURMALINA PARAÍBA BRUTA

                   

TURMALINA PARAÍBA LAPIDADA