domingo, 30 de outubro de 2016

Maior município em extensão territorial

Maior município em extensão territorial

Com 159.533,730 quilômetros quadrados, a cidade de Altamira - PA entra para o RankBrasil


Altamira - PA é o Maior município em extensão territorial do país. Sua área de 159.533,730 quilômetros quadrados supera alguns estados brasileiros e até países, como Portugal, Coreia do Sul e Grécia.
Maior município em extensão territorial
Altamira é maior que alguns estados brasileiros e até países
Os dados oficiais são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados em janeiro de 2013.
Com população de 105.106 habitantes, o município foi fundado em 06 de outubro de 1911. Teve origem nas missões jesuítas no século 18, situa-se na selva amazônica e seu território é cortado de norte a sul pelo rio Xingu.
A economia é baseada na agricultura de arroz, cacau, feijão, milho e pimenta-do-reino, e na extração de borracha e castanha-do-pará. Também apresenta uma produção de produtos artesanais como cestas, louças, colares, cerâmicas.
Por falta de pavimentação de acessos, Altamira fica isolada em um longo período de chuvas: dezembro a maio, o que dificulta seu desenvolvimento industrial e prejudica o ecoturismo que tem grande potencial, mas é pouco explorado.

Ponto mais alto do Brasil

Ponto mais alto do Brasil

Com mais de 2.993 metros, o recorde é do Pico da Neblina, que fica no Estado do Amazonas


O RankBrasil homologou o Pico da Neblina como o Ponto mais alto do país, com 2.993,8 metros de altitude.
Ponto mais alto do Brasil
A medição foi realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e IME (Instituto Militar de Engenharia).
Localizado no Parque Nacional do Pico da Neblina, que fica em São Gabriel da Cachoeira – AM, fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, o Pico da Neblina ganhou este nome pelo fato de se encontrar praticamente o ano todo coberto por nuvens.
A vegetação fechada é comum até os 1000m de altitude. Até os 1.700m, as árvores são de médio e pequeno porte e a partir dos 1800m, a vegetação é rasteira. Até os 1000m de altitude chove muito e a partir daí, as nuvens não conseguem atingir a altitude.
Chovendo menos, a partir dos 2.500m, o clima passa a ser mais seco. As temperaturas variam nas áreas. Até os 700m, durante o dia chega a 32°C, e à noite, 21°C. Entre 750m a 2000m, 26°C durante o dia e 17°C à noite. Nas áreas de altitude superior a 2000m, as temperaturas são de 20°C ao dia e 7°C à noite.

O parque
O parque possui uma área de aproximadamente 2.200.000 hectares, administradas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e o segundo maior pico do Brasil, o Pico 31 de Março, com 2.972m também está situado no local.

A cidade de São Gabriel da Cachoeira, onde se localiza o parque, tem outros atrativos. A grande maioria dos moradores são descendentes dos índios Yanomamis e Tucanos, e conserva as tradições herdadas.
Acesso
O acesso é bastante complicado: para chegar ao pico é preciso viajar alguns dias de carro, de barco e ainda caminhar muito. O trajeto começa no município de São Gabriel da Cachoeira, percorrendo 85km de carro.


Depois disto são dias de barco pelo rio Caubuirís e dois dias de caminhada. O passeio exige condicionamento físico e muita vontade de concluir o trecho.

Maior pedra preciosa água-marinha

Maior pedra preciosa água-marinha

Batizado de Dom Pedro e extraído em Minas Gerais na década de 80, cristal mede 35,5 centímetros de altura e ficará exposto em um museu dos Estados Unidos


Com mais de dois quilos e medindo 35,5 centímetros de altura, a maior pedra preciosa água-marinha do mundo é brasileira. O cristal, que entra para o RankBrasil, foi extraído em Minas Gerais na década de 80 e adquirido por um casal americano.
Maior pedra preciosa água-marinha
Cristal recordista foi extraído em Minas Gerais na década de 80 - Imagem: divulgação
Batizada de Dom Pedro, a pedra foi doada em 06 de dezembro de 2012 para o Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington, nos Estados Unidos e fará parte da exibição permanente da instituição.
O cristal bruto, que pesava 27 quilos quando foi extraído, foi levado para a Alemanha em 1992 e lapidado em forma de obelisco pelo alemão Bernd Munsteiner, um dos maiores especialistas do mundo no corte de pedras preciosas. 
O nome Dom Pedro é em homenagem aos dois imperadores do Brasil. Na cor azul-esverdeada, a pedra é considerada excepcionalmente rara e agora é uma das mais memoráveis do museu, que conta com uma das maiores coleções de cristais do mundo.
A água-marinha é uma variedade de berilo, um mineral que se fosse desenvolvido em laboratório seria incolor. Como os cristais são gerados em lugares ‘sujos’, sempre há impurezas ao redor, incorporando pequenas quantidades de ferro. Na interação com a luz, o ferro dá ao berilo o precioso tom turquesa que caracteriza o cristal.

Maior fonte de água-marinha
A maioria dos cristais desta variedade provém de depósitos geológicos de rocha pegmatito (que apresenta grãos grosseiros), muitos dos quais são encontrados no Brasil. Isto transforma o país na maior fonte de água-marinha do mundo.

Rei dos diamantes relembra os tempos do garimpo

Rei dos diamantes relembra os tempos do garimpo

Mineiro volta ao lugar onde se tornou um milionário. Júlio Bento descobriu mina no Vale do Jequitinhonha. Pedras eram escondidas dentro de uma panela no acampamento.
DIRCEU MARTINSDiamantina (MG)

No coração de Minas Gerais fica um lugar que já foi procurado por bandeirantes, aventureiros, e cobiçado por impérios. A história está nas ruas, nas casas, na alma da cidade, que tem no nome a riqueza e o destino de pedra: Diamantina. Ninguém sabe ao certo, mas calcula-se que da região tenham saído mais de 600 quilos de diamantes. E também de lá saíram outras pedras que se transformaram em joias belíssimas que ainda hoje brilham pelo mundo inteiro.

Quase três séculos de mineração deixaram marcas e mitos.

"Júlio Bento foi quem tirou mais diamantes. Ele até achou que era castigo tanto diamante", conta o empresário Fábio Nunes.

"Na região, o rei do diamante é Júlio Bento", confirma o taxista Sandoval Ribeiro, o Juca.

Júlio Bento, o rei do diamante, não gosta de revelar a idade, mas dizem que ele já passou dos 80. Fala menos ainda quando se trata de fortuna. Afinal, ele continua rico ou não? Seu Júlio voltou à Diamantina para mostrar o garimpo onde achou a primeira de muitas e muitas pedras valiosíssimas. Um tesouro encontrado justamente na região de Minas Gerais famosa pela pobreza, o Vale do Jequitinhonha.

A estrada é de terra, mas, naquele tempo, nem ela existia. Seu Júlio abriu as primeiras picadas e passou com uma tropa de mulas. De um trecho em diante, só com tração nas quatro rodas. Depois de uma hora de solavancos, chega-se ao local. Foi em um trecho do Rio Pinheiro que seu Júlio passou os primeiros cinco anos no garimpo.

Depois da investida dos bandeirantes, no Período Colonial, Diamantina viveu, na época de seu Júlio, uma segunda febre do garimpo. No começo dos anos 80, Diamantina chegou a ter mais de 30 mil garimpeiros. Só em uma mina trabalhavam 250 homens. Os diamantes que saíam da região espalhavam riquezas pelo Brasil inteiro e por outros países do mundo. Mas tudo isso tem um custo para a natureza: onde o garimpo chega, a paisagem muda. Areia que foi parar no meio do rio saiu de outro garimpo que ficava um pouco acima.

O leito do rio também foi desviado. Os muros construídos pelos garimpeiros ainda estão de pé. Seu Júlio volta a explorar o lugar, desta vez, para garimpar a própria história. Dois quilômetros adiante, um reencontro com o passado. O velho garimpeiro descobre o acampamento onde ele e os colegas passavam as noites.

"Ficou tudo do jeito que era porque a pedra protege. A comida era carne, arroz, feijão, verdura", lembra seu Júlio.

O homem que cozinhava para os garimpeiros hoje é chefe de cozinha em um restaurante de Diamantina. Mas, naquele tempo, Luiz Lobo – o Vandeca, como ainda é conhecido – tinha outra função, da maior importância: esconder os diamantes que seu Júlio tirava do rio.

"Seu Júlio confiava tanto em mim que eu tinha na cozinha uma panela que se chamava panela do segredo. Nem os cunhados dele sabiam onde eu guardava os diamantes. Eu guardava dentro de uma panela. Eu colocava as garrafas de diamantes e os pacotes de macarrão e de sal em cima, para que ninguém desconfiasse do que estava ali dentro. Ninguém nunca descobriu", afirma Vandeca.

Hoje seu Júlio vive em São Paulo. Além de não falar se ficou rico, ele não revela, nem mesmo, a quantidade de diamantes que extraiu. Mas, de repente, tira do bolso uma recordação dos velhos tempos: um diamante de quase cinco quilates. "Há mais de 20 anos eu guardo", conta.

Tantas lembranças deixam os olhos do velho garimpeiro brilhando como as pedrinhas que ele tanto procurou. "Dá vontade de chorar", diz seu Júlio, emocionado.

Brasileiro descobre pedra rara no quintal de casa

Brasileiro descobre pedra rara no quintal de casa

Uma só formação reúne seis variações de cristais. Peça, de duas toneladas, tem qualidade jamais vista, segundo geólogo.
DIRCEU MARTINSAmetista do Sul (RS)

De um lado, uma ponte inacabada. Do outro, uma estradinha empoeirada de terra – único acesso até uma cidade simples e tranquila. Mas embaixo da terra está escondido um tesouro: a maior jazida do mundo de ametista, uma pedra preciosa.

O município de Ametista do Sul, no noroeste do Rio Grande do Sul, é o maior produtor mundial da pedra que, na região, está por toda parte: nas lojas, nas paredes da igreja e, principalmente, nos sonhos dos moradores.

No friozinho gaúcho, a família Tressi está de pé logo cedo. No fogão a lenha, a artesã Claraci Tressi prepara o café da manhã. O garimpeiro Miguel Tressi, marido dela, revela o que pensa quando acorda: "Geralmente, penso em garimpar e achar uma pedra que renda bem". Volta e meia, ele acha uma. Cada pedra é um cômodo a mais na casa.

"A história da cozinha é assim: eu achei uma pedra, fui à loja e comprei o material. Eu mesmo construí", conta o garimpeiro. Quanto mais ele acha pedras, maior a casa fica.

E a igreja também vai ficando cada vez mais abençoada, graças aos fiéis que tiram o sustento nas minas. Por fora, a Paróquia de São Gabriel, padroeiro da cidade, é uma construção como outra qualquer. Mas, por dentro, a decoração deve ser a única do planeta. As paredes são cobertas de ametistas. São 40 toneladas de pedras. A pia de batismo é uma concha de ametista gigante. A campanha para revestir a igreja durou cinco anos.

"Era algo emocionante. Muitas vezes, via aquelas mãos calejadas, de pessoas sofridas, mas que traziam com amor e alegria. Diziam que era pouco, mas de coração, para colocar na parede da igreja", lembra o padre Gilberto Giacomoni.

Tanta fé e disposição sustentam a pequena cidade gaúcha. Ao todo, 95% da economia giram em torno da pedra preciosa. O garimpo dá o sustento. Em compensação, arrasta os jovens para os subterrâneos da cidade. Andrei Tressi, filho de Miguel e Claraci, acaba de completar 18 anos e já entrou na profissão. Para a mãe, uma mistura de preocupação e orgulho.

A mina fica a poucos minutos da casa da família Tressi. É um buraco na encosta da montanha. A galeria começou a ser aberta há 22 anos. Os garimpeiros só conseguem avançar de dois a três metros por mês. Hoje ela já tem 350 metros de profundidade. É lá que está enterrada a esperança de Miguel. O trabalho deles é encontrar a pedra que a natureza escondeu há milhões de anos.

O garimpeiro conta que um ventilador joga ar limpo para dentro da mina. Mesmo assim, o ar é meio pesado. "A gente já não estranha mais", diz Miguel. Quanto mais avançamos, mais vai ficando abafado e perigoso, porque é um labirinto de antigas jazidas já exploradas.

No túnel apertado, carrinhos levam para fora a parte que não interessa: uma montanha de pedras nada preciosas e muito pesadas. Trabalho duro, resolvido na broca e no braço. Para vencer a rocha, Miguel fura e enche o buraco de pólvora. É o momento mais tenso e perigoso. Antes de explodir, Miguel tira o capacete. Tempo de pedir proteção. Logo depois da explosão, ele mostra os geodos encontrados. Geodo é a parte oca da rocha com o cristal de ametista dentro. É o que eles tanto procuram. Deram sorte.

"Foi um tiro de sorte", avalia Miguel. Mas o jovem filho dele não parece tão animado. "O trabalho é perigoso. O cara sempre tem um pouco de medo. Eu queria ver se conseguia outra profissão, trabalhar em uma firma. Queria deixar o garimpo", conta Andrei.

Mas, mesmo na terra do tesouro, não existem muitas opções, e a necessidade fala mais alto. Em outra mina, ali perto, os garimpeiros acabam de descobrir uma ametista gigante. É um casulo de um 1,8 metro, do tamanho de um homem. Os três trabalharam mais de oito horas. A pedra já havia sido cortada e estava quase solta.

O geodo de ametista visto por fora chega a ser feio, ainda mais coberto de lama. A beleza só aparece quando a pedra é cortada ao meio. Do garimpo, a pedra vai para uma oficina. No fundo da mina, o cheiro de óleo diesel do carrinho torna o trabalho ainda mais penoso.

Depois de milhões de anos escondido pela natureza, o cristal brilha pela primeira vez. Quanto mais escuro o tom de lilás mais valiosa a ametista.

As ametistas e outros tipos de cristais se formaram há cerca de 120 milhões de anos, quando uma intensa atividade vulcânica cobriu de lavas uma extensa área no sul do Brasil. Quando esfriou, a lava endureceu e deu origem ao basalto, uma rocha escura. No interior de alguns tipos de basaltos ficaram aprisionadas bolhas gasosas, que deram origem aos geodos em suas várias formas.

Os garimpeiros calculam que a ametista vá render R$ 5 mil para eles. É pouco, diante de tanto trabalho, e quase nada, se comparado com o valor da pedra nas joias vendidas no mundo inteiro.

Foi-se o tempo em que esposa de garimpeiro ficava em casa ou trabalhava na roça. Há três anos, a Cooperativa Ametista Solidária é uma opção de renda na cidade, com pouca chance de emprego.

A cooperativa trabalha quase sempre com pedras desprezadas pelos garimpeiros. São pedras que eles encontram, mas acabam jogando fora. É o talento dos artesãos que transforma lascas e cascalhos quase sem valor comercial em joias. A artesã Claraci Tressi, mulher de Miguel, faz colar. "A gente plantava milho, feijão, soja. Lá o serviço era pesado e agora é bem leve. Só é difícil fazer a montagem e o acabamento da joia", conta.

A artesã Shaina Winques vem de uma família de garimpeiros. Ela se emociona ao falar do pai, que trabalha nas minas desde os 12 anos. "Eu tenho orgulho de dar acabamento nas pedras que meu pai encontra. Ele faz um trabalho duro, e dar um retorno para ele é uma satisfação muito grande", diz.

A cooperativa também emprega ex-garimpeiros, vítimas da silicose, uma doença causada pela poeira aspirada no trabalho das minas. A silicose diminui a elasticidade dos pulmões, por isso, é conhecida popularmente como pulmão de pedra.

"Na realidade, a gente adquire silicose no garimpo por falta de informação. No meu caso, foi isso", conta o presidente da cooperativa, Alcione Batista.

A doença chegou a atingir 20% dos garimpeiros da cidade. O Ministério do Trabalho apertou a fiscalização e exigiu que as minas se modernizassem, principalmente no sistema de ventilação e no uso de água nas brocas, para evitar o pó. Muitos garimpos estão interditados, até que cumpram as normas. Outro problema é para o meio ambiente.

"Em alguns casos, o rejeito da mineração chega a fechar córregos. Mas nosso trabalho junto à cooperativa e aos proprietários de garimpo é para que isso não ocorra", explica o engenheiro de minas Anderson Oliveira.

Existem dois projetos de reaproveitamento do rejeito. "O primeiro é usar o rejeito para encascalhar estradas de chão vicinais ao município. O segundo é aproveitar o rejeito moído para remineralizar o solo, jogando em alguns cultivos como parreiras, cítricos, milho, soja", adianta Anderson Oliveira.

A cidade onde a riqueza aparece do nada está construída sobre uma imensa rede de túneis. As escavações do garimpo avançam quilômetros por baixo da terra. Bem embaixo dos pés, pode ser que algum garimpeiro esteja trabalhando. É comum ouvir o barulho e até sentir em casa o tremor das explosões, mas ninguém reclama. No fundo, todo mundo tem a esperança de um dia encontrar um tesouro no quintal. E isso já aconteceu, bem na casa do comerciante Alcedir dos Santos.

O homem de sorte mostra o local exato da descoberta. Alcedir guarda em casa a peça especial: duas toneladas, 13 cabeças e seis variações de cristais. São todos os minerais encontrados em Ametista do Sul em uma só formação.

"Eu quero R$ 500 mil por essa peça. Depois que cair nas mãos de alguém com um certo interesse, não sabemos quanto pode valer. É única, jamais foi encontrada uma peça desse porte na região", diz Alcedir.

O Globo Repórter mostrou imagens da pedra para o geólogo Jürgen Schnellrath, do Centro de Tecnologia Mineral, no Rio de Janeiro. "Realmente, é um exemplar extremamente interessante. Eu nunca tinha visto algo parecido. Já vi diversos geodos de ametista. Mas não nessa formação específica – com todos esses geodos de alguma forma interconectados, apresentando qualidades diferentes do seu preenchimento. Com certeza, nunca mais irá ser encontrada uma pedra com o mesmo tamanho e qualidade. É realmente espetacular", avalia.

"Eu acho que isso é sorte, foi um presente de Deus", comenta Alcedir, que não pretende vender a casa onde mora.