domingo, 31 de março de 2019

Caio Mesquita: Dinheiro Louco

Caio Mesquita: Dinheiro Louco





Opinião - 30/03/2019 - 17:41
Se existe alguém que representa o mercado de ações para o investidor pessoa física americano, esse alguém se chama Jim Cramer.
Cramer é o apresentador do programa Mad Money, transmitido diariamente pela CNBC logo depois do sino de encerramento da NYSE, a Bolsa de Valores de Nova York.
Entender o programa e o estilo de comunicação do seu apresentador é conhecer como os americanos se relacionam com o mundo dos investimentos e, especialmente, como experienciam o investimento em ações.
Desde que fundamos a Empiricus, lá em 2009, destacamos o formato do show e a linguagem de Cramer como algo a ser perseguido por nós. Pensamos na Empiricus como um veículo para as pessoas se relacionarem diretamente com investimentos, livres dos conflitos e formalidades inerentes às recomendações da indústria financeira tradicional. Jim simbolizava, e ainda simboliza, o modo almejado por nós para comunicar ideais de investimento às pessoas.
Aos que não conhecem, resumo o formato do programa.
Espécie de cruzamento entre Buzina do Chacrinha, show de stand-up e mesa redonda esportiva, Mad Money cobre o que há de mais quente no mercado de capitais americano, além de dar uns pitacos em papéis de outros países.
Munido de um painel de botões que ativam efeitos sonoros, Cramer dispara opiniões e recomendações de compra (ou de venda) enquanto interage com ligações ao vivo e a plateia. Ele é ágil, mordaz, ferino e coloca a audiência de centenas de milhares de pessoas dentro do “trading floor” da Bolsa de Nova York.
O impacto do programa na cultura popular americana é tamanho que ele se tornou figura frequente em filmes de Hollywood. Quando as decisões do Homem de Ferro provocaram a fúria do mercado, foi Jim Cramer quem jogou as ações da Stark Industries no lixo, sua metáfora para vender os papéis.
A trajetória de Jim Cramer demonstra que ele é o homem certo para esse trabalho. Graduado com honras por Harvard, Cramer iniciou sua carreira como jornalista, atuando como repórter policial para diversos jornais regionais. Acabou interessando-se por temas jurídicos e resolveu fazer mestrado em Direito (nos EUA, advogados são formados na pós-graduação), novamente em Harvard. Lá, tornou-se assistente do renomado professor Alan Dershowitz, um dos maiores criminalistas americanos.
Após a conclusão do mestrado, Cramer colocou o diploma de Harvard na gaveta e resolveu se dedicar a sua paixão da juventude, investimentos. Conseguiu um trabalho de broker na Goldman Sachs, de onde saiu após três anos para lançar o seu próprio hedge fund.
A performance do fundo dá uma prova do talento de Cramer. Em 14 anos de funcionamento, ele gerou retornos médios de 24 por cento ao ano. Em 2001, aos 46, Jim Cramer se aposentou do mercado financeiro, rico e realizado. Antes disso, porém, fundou a TheStreet, publicadora de conteúdos financeiros e concorrente dos nossos sócios americanos, o Grupo Agora.
Em março de 2005, Cramer lançou o programa Mad Money na CNBC, e o resto você já sabe.
O segredo da longevidade do show está na conexão que Jim Cramer estabelece com sua audiência. Desprovido de conflitos de interesse, pois não tem ligação com o mercado de capitais, Jim apresenta livremente suas recomendações, desmistificando o mercado de ações.
Além disso, o formato do programa é ideal para a mente frenética de Cramer demonstrar como pensam investidores profissionais sofisticados, mas dentro de uma linguagem televisiva acessível.
Será que um dia teremos audiência no Brasil para um programa nos mesmos moldes?
Certamente, precisaremos de mais de 1 milhão de CPFs na B3 para viabilizá-lo.




Fonte: MONEY  TIMES

sábado, 30 de março de 2019

Nikola Tesla

Biografia de Nikola Tesla









Nikola Tesla (1856-1943) foi um inventor, austro-húngaro, nascido em Smiljan (Império Austro-húngaro), na atual Croácia, que deixou importantes contribuições para o desenvolvimento das tecnologias mais importantes dos últimos séculos, como da transmissão via rádio, da robótica, do controle remoto, do radar, da física teórica e nuclear e da ciência computacional.

Infância e Formação

Nikola Tesla nasceu na aldeia de Smiljan, durante o Império Austro-húngaro, na atual Croácia, no dia 10 de julho de 1856. Filho de um sacerdote ortodoxo, desde pequeno, foi treinado por seu pai para desenvolver a memória e o raciocínio. Sua mãe era descendente de família de inventores. Durante sua infância dizia que via flashes de luz que apareciam diante de seus olhos.
Em 1873 iniciou o estudo de Engenharia Elétrica, no Instituto Politécnico de Graz, na Áustria, onde estudou principalmente física e matemática.  Em 1880 formou-se na Universidade de Praga. Em 1881 entrou para a companhia telefônica de Budapeste, onde começou sua carreira de engenheiro eletricista.

Nikola Tesla e Thomas Edison

Em 1882, Tesla descobriu o campo magnético rotativo, um princípio fundamental da física e da base de todos os dispositivos que usam correntes alternadas. Nesse mesmo ano, trabalhou na Companhia Continental Edison, em Paris. Dois anos depois, foi convidado para trabalhar na firma de Thomas Edison (1847-1931) em Nova Iorque, para onde se mudou.
As divergências de opinião entre Tesla e Thomas Edison, sobre corrente contínua, foi o motivo do desentendimento entre eles. Tesla havia criado ferramentas para tornar viável o uso da corrente alternada, uma forma eficiente de transmitir energia a grandes distâncias, mas perigoso em caso de acidente. Edison, que baseava suas tecnologias na corrente contínua, era contra a “corrente assassina de Tesla”. A corrente alternada de Tesla é a que hoje corre nos fios de alta tensão do planeta.

Invenções e Patentes

As pesquisas e descobertas de Tesla têm grande importância para a eletrotécnica e a radioeletricidade. Ao todo, Nikola Tesla registrou cerca de 40 patentes nos Estados Unidos e mais de 700 no mundo todo. Suas invenções foram focadas na utilização da eletricidade e magnetismo, entre eles: a lâmpada fluorescente, o motor de indução (utilizado em indústrias e em vários eletrodomésticos), o controle remoto, a Bobina Tesla, transmissão via rádio, o sistema de ignição utilizado nas partidas dos carros, a corrente alternativa etc.
Foi por meio de novos equipamentos concebidos por Tesla que se estabeleceu o sistema de geração e aproveitamento de energia das quedas do Niágara.
Entre as estranhas invenções de Nikola Tesla está uma máquina de terremotos, seu plano era transmitir eletricidade pela crosta terrestre, de forma que em qualquer lugar do planeta se pudesse ligar uma lâmpada simplesmente enfiando-a na terra. Tesla acabou falindo, quando queimou a usina elétrica, tendo que pagar uma grande indenização.

Prêmios

Em 1894, Nikola Tesla recebeu o título Honoris Causa pela Universidade de Columbia, e a medalha Elliot Cresson, pelo Instituto Franklin. Em 1912, Tesla recusou-se a dividir o Prêmio Nobel de Física com Edison, o que acabou sendo dado a outro pesquisador. Em 1934, a cidade da Filadélfia concedeu-lhe a medalha John Scott pelo seu sistema de energia polifásico. Nikola era membro honorário da Associação Nacional de Luz Elétrica e membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Durante muitos anos, o hotel Waldorf Astoria, em Nova Iorque foi a residência de Nikola, quando ele estava no auge do poder financeiro e intelectual. Durante os últimos dez anos de vida residiu  no New Yorker Hotel, onde faleceu. 
Nikola Tesla faleceu em Nova Iorque, Estados Unidos, no dia 7 de janeiro de 1943.

Frases de Nikola Tesla

  • Se você quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração.
  • Não creio que haja uma emoção mais intensa para um inventor do que ver suas criações funcionando. Essas emoções fazem você esquecer de comer, de dormir, de tudo.
  • A compreensão mútua seria enormemente facilitada pelo uso de uma língua universal (o esperanto).



Fonte: eBiografia

Esmeralda, a pedra que vai te conquistar.

Esmeralda, a pedra que vai te conquistar.






Esmeralda, a pedra que vai te conquistar
Dotada de um verde intenso e de um brilho inigualável, a Esmeralda é provavelmente a gema verdadeira conhecida a mais tempo pelo homem. Referencias a estas cobiçadas pedras foram registradas há mais de 5.000 anos. A poderosa Cleópatra costumava presentear seus pares com sua imagem escupida em Esmeraldas retiradas das famosas minas de levavam seu nome que já eram exploradas há 3.800 anos atrás.
A palavra Esmeralda deriva do grego smaragdus, termo utilizado para designar toda e qualquer “pedra verde”. A melhor cor das Esmeraldas é a chamada pelos joalheiros de “gota de azeite”. Trata-se de um verde muito intenso, cuja a denominação – Verde Esmeralda – é empresta aos mais diversos catálogos de cores para traduzir esse tom esverdeado puro, que não envereda nem para o azul e nem para o amarelo.
Sendo uma variedade do grupo do Berilo, espécie mineral à base de silicato de berílio e alumínio, as substâncias que dão a cor à Esmeralda podem ser o Cromo e/ou o Vanádio. A cor se distribui pela gema de cor aleatória, ocasionando manchas ou bandas irregulares.
A forma como a luz se reflete internamente no cristal da Esmeralda, bem como suas características de refração geram um brilho intenso, chamado de “Fogo Verde” dos diamantes.
A Esmeralda ocorre em escala considerável na Colômbia, Brasil, Rússia, África do Sul, Zimbábue, Zâmbia, Gana, Tanzânia, Namíbia, Paquistão, Índia, Sri Lanka, Nigéria, Madagascar e Austrália.
Esmeraldas no Brasil
Encontramos Esmeraldas na Bahia, no Ceará, em Goiás, Minas Gerais e Tocantins. À época do descobrimento, enquanto os espanhóis se refestelavam com as minas de Esmeradas na América Espanhola, os portugueses em procurá-las no território brasileiro. Porém, as ardilosas Esmeraldas se esquivaram dos exploradores por mais de 450 anos e somente em 1963 deixaram-se descobrir em Salininha, na Bahia.
Sabemos que Fernão Dias Pais, o famoso caçador de Esmeraldas, morreu na ilusão de ter achado as tão cobiçada gemas verdes, as quais – soube-se depois- eram Turmalinas. Esse obstinado paulista dedicou sete sacrificados anos de sua vida a essa procura.
Inclusões
Esmeraldas totalmente transparentes são raríssimas. Quase todos os exemplares trazem inclusões, que por vezes recebem o nome de “jardins da esmeralda”. Nestas gemas, as inclusões não são consideradas fatores de desvalorização, sendo inclusive “imitadas” nas gemas sintéticas. A natureza das inclusões é diversificada, variando principalmente de acordo com a procedência da pedra, podendo ser sólidas, líquidas ou gasosas.
Lapidação
Não é apenas no universo das cores que o termo “esmeralda” é utilizado para nomear e definir, no caso, para identificar um dos tons de verde. No mundo da lapidação há um formato específico, cujo o nome é emprestado desta gema tão especial. Estamos falando da chamada “lapidação esmeralda”, feira em degraus, com formato retangular e com cortes em seus cantos vivos, totalmente cortada para extrair o melhor do tom verde dessa gema. Se o corte de mesa for feito paralelo ao eixo óptico,a a cor tenderá ao azulado, se for feito perpendicular a esse eixo, tenderá a ressaltar os traços amarelados. É comum, também, encontrarmos exemplares de Esmeraldas talhados em lapidação mista, com facetamento na parte superior e o pavilhão em degraus. A lapidação cabochão e em contas são eleitas, quando se trata de cristais de qualidade inferior.
Tratamentos
Cavidades e fraturas que alcançam a superfície podem ser preenchidas por vidro ou impregnadas com o óleos, ceras, plásticos ou resina. Os óleos utilizados são facilmente removíveis quando a gema é lavada com detergente comuns ou submetida à limpeza ultrassônica, fazendo com que as fraturas reapareçam e correndo-se o risco da pedra trincar. Resinas ou óleos coloridos podem ser usados para melhorar a cor.
Sintéticas
Já em 1848, Esmeraldas de pequeno tamanho foram sintetizadas na França. Porém, somente em 1911 exemplares de porte o suficientemente grande para uso em joalheria foram produzidos comercialmente na Alemanha. Em 1935, o norte-americano Carrol C Chatham sintetizou e colocou no mercado as Chatham Created Emeralds.
Há vários métodos de produção de Esmeraldas sintéticas, entre eles:
  • Processo com fundente
Cristalização de constituintes de Berilos fundidos por solvente especial.
  • Processo hidrotermal
Onde uma camada de Esmeralda sintética é depositada sobre uma semente de Berilo natural ou sintético, em ambiente de temperatura controlada.
Imitações a partir de vidros também são encontradas no mercado.
Simulantes denominados triplets são formados por uma espécie de sanduíche, composto por uma parte de quartzo incolor e outra de Berilo também incolor, unidas pelo cimento verde.
Simbologia
Os Egípcios, Astecas e Incas a consideravam como gema sagrada. Os Cristãos a associavam à ressurreição. Ligada à fertilidade e a Vênus, deusa do amor, é associada aos signos de Libra e Touro.
As Esmeraldas naturais e sintéticas são usadas nos anéis de formatura em cursos como Auxiliar de Enfermagem, Bacteriologia e Patologia Clínica, Biomedicina, Bioquímica, Educação Física, Enfermagem, Estética e Cosmetologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Laboratorista, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Obstetrícia, Psicologia Clínica, Saúde Comunitária, Saúde Ocupacional, Técnico em Enfermagem, Terapia Ocupacional e Zootecnia.



Fonte: Portal do Geologo



GARIMPAGEM DO OURO

GARIMPAGEM DO OURO






Em 1993, estimou-se que cerca de 6 milhões dos milhões de trabalhadores na mineração mundial estavam engajados no que se chama mineração artesanal ou garimpagem como é definido no Brasil. Esses mineiros espalhados em 40 paises extraiam mais de trinta diferentes tipos de minerais. Em 2000, a Organização Internacional do Trabalho, estimou que o número de mineiros artesanais cresceu, totalizando cerca de 13 milhões em 55 países o que leva a crer que de 80 a 100 milhões de pessoas dependem desta atividade para sobreviver. O ouro por sua característica de fácil venda e alto valor tem sido o bem mineral mais extraído pelos mineiros artesanais em todo o mundo. Em 1995, estimou-se que mais de um milhão de mineiros atuavam na América Latina com uma produção de 115 a 190 toneladas de ouro com o maior contingente no Brasil (200.000 a 400.000) produzindo de 30 a 50 toneladas.

Em muitos paises, as leis relativas às atividades de mineração artesanal não se baseam nas características do tipo de tecnologia utilizada, mas na escala de produção ou no tipo de minério extraído (ex: aluvião). No Brasil a lei n° 7.805 de 20-07-89 estabelece que os minérios aluvionares, coluvionares e eluvionares estariam à disposição de serem minerados por atividade garimpeira organizada, isto é, associações ou cooperativas de garimpeiros. A legislação brasileira exclui os garimpeiros da extração de ouro de depósitos primários, que na realidade foram em grande maioria descobertos pelos próprios garimpeiros. A história tem mostrado que sem suporte técnico e investimento, os depósitos primários, normalmente ricos em sulfetos, são pesadelos para os mineiros artesanais. Assim não parece ter sentido regulamentar a atividade garimpeira pelo tipo de depósito geológico a ser trabalhado, uma vez que existe um controle natural da atividade artesanal.


Infelizmente, a maioria dos governos de paises em desenvolvimento não provêm uma assistência de qualquer tipo aos mineiros artesanais. Esta seria uma forma pela qual os mineiros poderiam ter acesso à tecnologia e garantias legais das jazidas que descobriram. Os governos têm um papel fundamental em estabelecer o arcabouço legal que seja visivelmente vantajoso ao mineiro artesanal de outra forma ele irá (e tem sido), inevitavelmente, trabalhar na ilegalidade.

A mineração artesanal representa uma situação embaraçosa para as elites dos países em desenvolvimento, que procuram mostrar ao mundo seus avanços tecnológicos e a evolução de seus conceitos de modernidade. Contudo, a garimpagem representa uma atividade absolutamente coerente com a falta de planejamento de desenvolvimento rural da maioria dos paises ricos. Um grupo de estudiosos reunidos pela Organização das Nações Unidas para desenvolvimento industrial em Viena, em 1997, conclui que em todo o mundo a mineração artesanal é uma atividade importante como fonte de emprego que contribui para o alivio da pobreza, e se bem organizada e assistida, pode vir a contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais.


1. HISTÓRICO DA GARIMPAGEM DE OURO NA AMAZÔNIA

É reconhecido que a moderna corrida ao ouro na Amazônia foi intensificada pela descoberta de Serra Pelada, em janeiro de 1980. O mérito dessa descoberta é atribuído ao peão de nome Aristeu, a serviço do senhor Genésio Ferreira da Silva, proprietário da fazenda Três Barras. Constatada a abundância de ouro, houve uma grande corrida de pessoas para esse local de modo que em março de 1980, já existiam cerca de cinco mil pessoas garimpando na 'Grota Rica'. Em abriu de 1980 ocorreu o início da garimpagem no 'Morro da Babilônia'.
A partir de 20 de maio de 1980, já com a presença do DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral), e da DOCEGEO (empresa de pesquisa da antiga CVRD, hoje VALE), foi montado um esquema governamental para controlar e orientar as diferentes atividades que ali se desenvolviam, e para tal se fizeram presentes diversos órgãos do governo federal e estadual. Em outubro de 1980, houve necessidade de paralisia dos trabalhos de desmonte manual para serem executados os serviços de terraplenagem. O aprofundamento das catas de Serra Pelada fez com que se surgissem problemas de desmoronamento, visto que os garimpeiros acostumados a trabalhar com o ouro secundário, não davam a devida atenção para a segurança de trabalho. Em julho de 1983 um acidente vitimou 19 garimpeiros. Ao final de 1983 existiam, 3.973 catas de mineração distribuídas em uma cava de forma elipsoidal com 30.000 m² de área e profundidade de cerca de 60 m. Os direitos minerários do depósito pertenciam a CVRD, que havia feito seu requerimento de pesquisa para manganês e ferro e não havia reconhecido a presença de ouro na área.

Atualmente a cava da Serra Pelada está inundada (pelo lençol freático) e menos de 800 garimpeiros tentam sobreviver re-processando rejeitos ou dragando material do fundo da cava. A VALE (CVRD) anunciou em 1997 ter encontrado através de sondagens cerca de 150 toneladas de ouro na área de Serra Pelada. E esse anúncio atraiu novamente garimpeiros e especulou-se o retorno de milhares de pessoas ao garimpo. Todavia problemas geológicos e estruturais não ratificaram a previsão e com isso o garimpo continuou latente, sem maiores fluxos de trabalhadores para a região.

Nas décadas de 70 e 80 muitas das áreas descobertas por garimpeiros foram requeridas por empresas de mineração. Muitas delas alegaram depois de terem suas concessões invadidas por garimpeiros. Outras, realmente foram vítimas de invasões irresponsáveis. Empresários da mineração passam a conviver não só com o risco, mas, também, com a insegurança, ao verem seus investimentos sucumbidos e os depósitos minerais dilapidados.

Cerca de 236 mil km² ou 4,34% da área total da região amazônica brasileira são afetados pela garimpagem de ouro. Somente no estado do Pará, essas áreas atingem 150 mil km², das quais o Tapajós é maior área garimpeira do Estado e do mundo – 100 mil km² – e também a mais importante em termos de produção.

A produção aurífera oficial dos garimpos da região do Tapajós, no período 1991-2000,representou cerca de 70% da produção paraense que por sua vez representou 52,5% da produção garimpeira da Amazônia. No ano de 1991 a produção industrial de ouro sob a responsabilidade da CVRD (na época) , representava cerca de 7% da produção total do Pará, sendo a grande maioria, 93% , proveniente dos garimpos ativos do Tapajós (59,3%). Cumaru-redenção-tucumã (26,2%) e de outras áreas (7,8%). Em 2000 o quadro se inverteu sendo a produção industrial da mina do Igarapé Bahia (Mineradora VALE) a fonte mais importante de ouro do Estado do Pará e do Brasil. A produção garimpeira representou apenas 27,6% do total de ouro produzido no Pará.


2. ASPECTOS AMBIENTAIS COM RELAÇÃO AOS GARIMPOS

Os impactos ambientais da garimpagem podem ser divididos em físicos e biológicos.Os aspectos físicos são caracterizados pela destruição da capa vegetal e dos solos assim como pelo assoreamento de rios. O envolvimento do solo promove intensa erosão das margens de rio, carreando sólidos em suspensão e mercúrio associado à matéria orgânica para sistema de drenagem. Este processo pode ser umas das principais vias de mercúrio natural ou antropogênico nos sistemas aquáticos amazônicos. Os impactos biológicos iniciam-se nos impactos a qualidade das águas por intermédio do assoreamento*, pela descarga de derivados do petróleo, tais como óleo diesel e graxa, pelo uso exacerbado de detergentes utilizados para dispensar o minério e, o mais grave pelo uso inadequado do mercúrio.

* Assoreamento é a obstrução, por sedimentos, areia ou detritos quaisquer, de um estuário, rio, ou canal. Pode ser causador de redução da correnteza. No Brasil é uma das causas de 'morte' de rios, devido à redução de profundidade. Os processos erosivos, causados pelas águas, ventos e processos químicos, antrópicos e físicos, desagregam solos e rochas formando sedimentos que serão transportados. O depósito destes sedimentos constitui o fenômeno do assoreamento.

3. ASPECTOS SOCIAIS EM RELAÇÃO AOS GARIMPOS

A característica transiente, migratória e muitas vezes ilegal dos mineiros artesanais modernos na América Latina, em particular no Brasil, não tem contribuído com benefícios de assentamentos observados durante o período colonial. O ciclo da atividade de mineração e bem conhecido: descoberta, imigração, relativa prosperidade econômica, seguida de exaustão do recurso mineral (material secundário), emigração e decadência econômica. A mecanização dos garimpos contribuiu mais para a aceleração deste ciclo. Drogas, prostituição, doenças, jogos, abuso de álcool e degradação de princípios morais são conseqüências freqüentes da ocupação caótica dos garimpos. É óbvio que os benefícios econômicos obtidos pelos mineiros não compensam as deploráveis condições socioeconômicas deixadas nas comunidades formadas pelos garimpos. Após a exaustão do minério de ouro facilmente extraído, as minas são abandonadas e quem permanece nos locais tem que conviver com o desenvolvimento econômico alternativo.


A criação de muitos municípios, cidades ou vilas, originados de maneira caótica, através da corrida do ouro tem causado sérios problemas aos gestores municipais. No Pará, os casos mais conhecidos são Curianópolis, Eldorado dos Carajás, Cachoeira do Piriá, etc. muitas dessas comunidades sofrem falta de opções econômicas, escassez de visão de futuro e liderança, além de viverem em extrema pobreza, normalmente buscando e reprocessar rejeito dos garimpos.

A significativa produção histórica do ouro no Brasil retrata o enorme potencial aurífero das regiões geológicas do país. Os investimentos realizados na exploração de ouro, principalmente nos anos 1980, ainda que bem menor em relação a outros paises tradicionais produtores trouxeram excelentes retornos aos investidores através de importantes e novas descobertas que alavancaram a produção nacional industrializada a níveis sem precedentes. Este relato só não foi mais proeminente devido à falta de uma política nacional que incentivasse a pesquisa mineral como um todo. Apesar do pouco conhecimento acerca da geologia do território nacional e das reservas de ouro contidas, sabe-se que o grande potencial aurífero encontra-se associado a rochas de idade arqueana e paleoproterozóica, que em geral fazem partes da seqüência do tipo greenstone belt. No entanto, a nova fronteira exploratória no Brasil situa-se na região Amazônica, de geologia ainda menos conhecida.

Nesta região, além dos greenstone belt já reconhecidos, ocorrem depósitos ainda pouco definidos, alguns associados a outros metais que também apresentam interesse econômico. O real potencial dessas regiões deve ser estudado através da metalogênese, à luz dos conhecimentos gerados de outras partes do globo, e de desenvolvimento de técnicas exploratórias adaptadas às condições tropicais que dominam a paisagem nessas regiões.



Fonte: CPRM

COMO SABER SE O OURO É VERDADEIRO??