quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

História do Garimpo de Tenente Ananias - RN de Águas- Marinhas

 

Tenente Ananias é um pequeno município situado no alto sertão nordestino, na região oeste do Estado do Rio Grande do Norte, semi-árido brasileiro. Com uma área de 272 Km² o município se encontra a uma distancia de 410 km da capital do Estado.

Sua população é de 9.300 habitantes, a maior parte vive na zona urbana, e a minoria se encontra de maneira dispersa pelas diversas comunidades rurais do município, sendo as comunidades da Vila Mata e do Sitio Santo Antonio as mais povoadas.

A maioria da população de Tenente Ananias vive da agricultura de subsistência, produzindo arroz, feijão e milho; e da agropecuária com a criação de bovinos, caprinos e suínos. Entretanto toda sua economia fica comprometida nos períodos de estiagem mais prolongada. O certo mesmo é que a maior parte da renda das famílias provêm de programas de transferência de renda do Governo Federal como o Bolsa Família e das Aposentadorias e Benefícios Rurais junto ao INSS. Atualmente o comércio do crediário se constitui como a maior fonte de renda para população local.

Tenente Ananias tem em sua história o marco do ciclo da mineração que nas décadas de 70 e 80 movimentou a economia do município, águas-marinhas era o principal minério extraído do subsolo, com o tempo a produção foi declinando e o garimpo fechou, deixando dezenas de famílias sem trabalho.

Fomos em busca dessa história, através de entrevistas face a face com populares que fizeram da mesma,  conseguimos relatos usamos para construção do texto intitulado “garimpo Azul”. 

Há muitos anos atrás, aproximadamente, em 1948 existia em cima da terra do município de Tenente Ananias, isto é na zona rural, no sitio Gerimum muita pedra azul que a população chamava vidro da terra, mas para eles era apenas pedras bonitas usadas para enfeitar a terra, vale salientar, que “o povo vivia aqui / do outro mundo isolado/ não existia o asfalto/ o radio era novidade/ o transportes era um jumento/ ou um cavalo arreado/ ou então uma carroça/ por um boi gordo puxada. Mas um dia chegou um homem vindo de Campina Grande, cidade da Paraíba, seu José Florentino procurando “vidro da Terra”, (pedras preciosas) foi ao encontro de seu Manoel  Osório proprietário da fazenda Gerimum que disse: “ existe por aqui umas pedras de vidro”. Ouvindo a afirmação seu José Florentino falou: É eu soube que aqui no Gerimum podia ter mineiro”. Ambos seu Manoel Osório e Seu José Florentino encontraram muitos tubos de berílio em cima da terra, era tanto berilo que eles juntavam, enchiam caçuás e transportavam em lombos de animais até o destino da venda, em seguida seu Florentino foi trazendo gente de fora que ia levando os berilos; como era grande a quantidade e não existiam estradas para carros fizeram uma estrada toda em serviço braçal com picaretas para carros chamados FUBICAS passarem, depois passaram a destinar 10% do valor da venda das pedras aos proprietários da terra, as pedras eram vendidas a um grego na cidade de Recife – PE .    

Em 1950 chegaram outras pessoas enviadas por José Florentino, entre elas, seu José Soares, que dizia ter vindo pesquisar, mas na verdade eram uns exploradores de minério que se utilizavam da mão-de-obra infantil, davam para cada criança, uns mireis e estas juntavam os tubos de berilos pensando como seus pais, que eram pedras de vidro de pouco valor. Os ditos pesquisadores ficavam sentados debaixo de uns pés pereiros frondosos, recebiam os berilos e iam quebrando, retirando apenas as pedras preciosas de águas marinhas; os berilos que tinham 10% de ácido que misturando a chelita, eram utilizados na construção de peças para navio e avião.

Existia ali um homem chamado ‘Velho Amaro’, rezador, que com suas rezas curava quem era mordido de cobra, parava algumas tempestades que quisesse arrebentar o mundo. Uma vez a filha de seu Amaro foi buscar uma lenha e na areia do riacho encontrou um vidro da terra, muito bonito e pesado que passou a servir de peso para pesar algodão, mas o dito pesquisador ficou sabendo e procurou fazer amizade com Seu Amaro, convidou-o para ser padrinho do filho e conquistando a amizade do velho curador, mas um certo dia Seu Amaro foi chamado para curar uma pessoa mordida de cobra jararaca, malha de cascavel, no sitio jatobá e o esperto pesquisador quebrou o berilo, tirou as pedras de águas marinha, aproximadamente 30Kg, colocou numa mala e seguiu até a cidade paraibana do Lastro, isto se passou em um período de inverno e não dava pra chegar de Fubica, então seu Manoel Gonçalves mandou dois rapazes irem com ele de montaria, o pesquisador seguiu num burro chamado “Carão” até outra cidade paraibana, Sousa, seguindo de lá para Campina Grande e Rio de Janeiro, onde vendeu as pedras de águas marinha. Aqui ele nunca mais apareceu, deixando para trás apenas o facão, a lanterna e a capa de proteção.

O próximo explorador veio do ceará, começou a trabalhar, Seu Gonçalo Januário, arranjou sócios e começou a garimpar, já não se encontrava pedras em cima da terra, entretanto ainda era muito raso, trabalhavam com instrumentos manuais ( picareta, aço, marreta, pixote, carro de mão etc) e por muito tempo a exploração continuou, sendo encontrado muito minério e assim atraindo muitos outros garimpeiros que vinham de diversas localidades e aqui mesmo em Tenente Ananias as pessoas começaram a  se envolver na atividade. 

Com o crescimento da atividade surgiu o Garimpo, na terra de Dona Quinquinha, que começou devido um certo dia dois rapazes terem cavado o chão a procura de capuchú de abelha e encontraram no local muita água marinha. Os sacos que tinham levado para trazerem o capuchú, trouxeram cheios de pedras preciosas de águas- marinhas, nasceu a grande exploração manual, foram vendendo as banquetas furando túneis, usando instrumentos rudimentares, vinha gente de todo canto as banquetas com extensão de 10 metros de alto a alto, que pareciam ondas do mar. A fase áurea do minério foi dos anos de 1970 a 1985. Eram cavados túneis horizontais de até 300 metros. As primeiras pesquisas foram financiadas pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte com recursos da SUDENE (Superintendência de desenvolvimento do Nordeste), a fundo perdido, tudo desenvolvido pela CDM – Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais.

Na época o nordeste passava por uma grande seca, foram 5 anos seguidos de estiagem e aproximadamente 360 agricultores alistados nas frentes de emergência passaram a prestar serviços no garimpo sob a orientação dos geólogos da CDM, a produção aumentou, vieram compradores de todo país. Pessoas de Tenente Ananias enriqueceram com o minério.

Um fato que merece destaque foi a criação do Centro de lapidação, onde as pedras preciosas, os berilos que antes eram lapidados no estado de Minas gerais e/ou em outras capitais passaram a ser lapidados em Tenente Ananias, para tanto foram realizados vários cursos de lapidação, onde foram formadas  três turmas com 20 alunos cada, totalizando 60 pessoas a trabalhar no centro de lapidação do projeto garimpo, lapidando águas marinhas, ametistas e cristal. A lapidação aconteceu na cidade até o ano de 1987, ano que o Governo estadual, desativou o garimpo, levou todo o maquinário e o minério foi desativado, permanecendo apenas exploradores individuais de pequeno porte.

A reativação do garimpo é a continuidade da exploração, com preocupação clara da preservação ambiental, numa política de exploração sem degradação ambiental, promovendo também um resgate histórico da mineração. 

Apesar de toda essa história, a população nunca teve acesso a um acervo técnico sobre a mineração e seria interessante que as escolas desenvolvessem um estudo e pesquisas sobre a história da mineração no município.








Fonte: Brasil Mineral

G Mining confirma altos teores de ouro em Tocantinzinho- PARÁ

 



Foi confirmada a continuidade do ouro de alto teor na área da cava principal, e que a mineralização se estende abaixo da casca da cava existente.

A G Mining Ventures Corp. concluiu recentemente o programa de perfuração de núcleo de delineação do Projeto de Ouro Tocantinzinho, localizado no Pará. Foi confirmada a continuidade do ouro de alto teor na área da cava principal, e que a mineralização se estende abaixo da casca da cava existente, além de aumentar a definição de áreas a serem mineradas durante a pré-produção. 

Os destaques dos resultados das perfurações foram 193,6 m de 1,48 g/t Au (TOC285), incluindo interceptações de alto teor de 12,8 m de 4,59 g/t Au e 5,0 m de 10,61 g/t Au ; 144,7 m de 1,70 g/t Au (TOC286), com interceptações de alto teor de 13,7 m de 2,41 g/t Au e 41,0 m de 3,62 g/t Au ; 126,5 m de 1,55 g/t Au (TOC290), Incluindo interceptações de alto teor de 5,1 m de 4,52 g/t Au e 9,4 m de 4,65 g/t Au e  175,9 m de 1,03 g/t Au (TOC289), com interceptações de alto teor de 24,5 m de 3,22 g/t Au e 5,6 m de 5,05 g/t Au. A confirmação da mineralização fora da casca do poço do estudo de viabilidade foi de 72,1 m de 1,05 g/t Au (TOC284A) incluindo 14,8 m de 3,45 g/t Au. “Nossa última perfuração no projeto Tocantinzinho confirma a presença de zonas de alto teor dentro do depósito principal, com a mineralização agora se estendendo abaixo do projeto atual do poço. Os resultados confirmam que a mineralização é contínua ao longo de largura próxima a 200 metros e a uma profundidade de 400 metros. Embora estejamos focados principalmente na construção de minas, as próximas perfurações de exploração serão conduzidas no alvo Castor, próximo à mina, onde a amostragem bem-sucedida e a perfuração de reconhecimento retornaram bons resultados”, disse Louis-Pierre Gignac, presidente e diretor executivo da G Mining. 

A jazida do Tocantinzinho teve um total de 6.234 m perfurados este ano no depósito, com o objetivo principal de delinear os primeiros anos de produção enquanto testa o limite próximo da superfície dos rejeitos, saprólito e contatos da unidade. Dos 28 furos de sondagem, nove têm ensaios pendentes, 13 têm interceptos significativos e os seis últimos objetivaram definir limites minério/resíduos e contatos litológicos. O programa de perfuração de 2022 foi bem sucedido em confirmar a continuidade de teor do depósito com vários grandes interceptos de mineralização contínua até 193,6m de 1,48 g/t Au (TOC285) e 144,7m de 1,70 g/t Au (TOC286). 



O novo alvo do projeto é chamado de Castor e está localizado a sudeste da jazida do Tocantinzinho. É um alvo de alta prioridade identificado por meio de amostragem e perfuração de reconhecimento bem-sucedida. Os destaques de Castor incluem amostras de superfície de alta qualidade, amostras de coleta testaram até 25,40 g/t Au e, embora as rochas não estejam in situ, sua fonte é provavelmente proximal.






Fonte: Brasil Mineral

Madeira mergulhada na água produz eletricidade

 

Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/12/2022

Hidrovoltaica produz electricidade mergulhando madeira na água
A equipe batizou seu método de extração de eletricidade da madeira nanoengenheirada de "hidrovoltaica".
[Imagem: Jonas Garemark et al. - 10.1002/adfm.202208933]


Nanotecnologia da madeira

Água e madeira poderão um dia ser tudo o que será necessário para fornecer energia elétrica para uma casa.

Jonas Garemark e colegas do Instituto Real de Tecnologia, na Suécia, decidiram explorar em detalhes o que acontece naturalmente depois que a madeira é colocada na água e a água evapora.

A transpiração é um processo no qual a água se move através de uma planta, ocorrendo constantemente na natureza. E esse processo produz pequenas quantidades de eletricidade, conhecida como bioeletricidade.

O que os pesquisadores descobriram é que, se um pouco de nanoengenharia for aplicada à madeira - além de um pequeno ajuste de pH - torna-se possível colher quantidades muito relevantes de eletricidade.

"No momento, podemos alimentar pequenos dispositivos, como uma lâmpada LED ou uma calculadora. Se quiséssemos alimentar um laptop, precisaríamos de cerca de um metro quadrado de madeira com cerca de um centímetro de espessura e cerca de 2 litros de água," disse contou a professora Yuanyuan Li, coordenadora da equipe. "Para uma casa normal, precisaríamos de muito mais material e água do que isso, então mais pesquisas são necessárias."

Hidrovoltaica produz electricidade mergulhando madeira na água
A madeira altamente porosa para colheita de hidroeletricidade foi preparada por meio de um tratamento químico de uma única etapa por imersão de madeira nativa em uma mistura de água/NaOH por 48 h a 6 °C.
[Imagem: Yuanyuan Li]

Hidrovoltaica

A equipe vem manipulando as estruturas microscópicas da madeira há algum tempo, para criar madeira transparente e opções mais verdes de isolantes térmicos.

Eles constataram que, ao alterar a composição em nanoescala da madeira, alteram-se também suas propriedades em termos de área superficial, porosidade (ou densidade), carga superficial e a facilidade com que a água pode passar pela madeira. Juntos, todos estes fatores melhoraram muito a geração da bioeletricidade durante a transpiração da madeira.

"Nossas medições mostraram geração de eletricidade 10 vezes maior do que com madeira natural," disse Li.

Depois de ajustar a diferença de pH entre a madeira e a água, devido a um gradiente de concentração de íons a equipe obteve um potencial de até 1 volt e uma potência de 1,35 microwatt por centímetro quadrado, superando a maioria dos nanogeradores triboelétricos.

A madeira consegue fornecer essa tensão por um período de 2 a 3 horas, quando então a energia produzida começa a diminuir. Mas basta então adicionar mais água. Nos primeiros experimentos, a madeira conseguiu 10 ciclos com água, sem diminuir o desempenho.

"A grande vantagem dessa tecnologia é que a madeira pode ser facilmente utilizada para outros fins, uma vez esgotada como fonte de energia, como papel transparente, espuma à base de madeira e diversos biocompósitos," acrescentou a pesquisadora.




FonteSite Inovação Tecnológica

OPALA NOBRE DE PEDROII, PIAUÍ