Águas Marinhas geram fortunas em Pancas, Noroeste do Estado
Ninguém
sabe ao certo quanto rendeu às milhares de pedras preciosas extraídas
em Pancas – município de 21,5 mil habitantes do Noroeste Espírito Santo
cercado pelos belos picos rochosos do Parque Nacional dos Pontões
Capixabas, mas os rastros de riqueza deixada pelas gemas são visíveis em
algumas casas, contas bancárias e equenas propriedades rurais da
região, diz Pedro Cypriano pesquisador do garimpo em Pancas.
A fascinante tonalidade azul escuro ou
esverdeada da água marinha atraiu a atenção do mundo para Pancas, onde
foram achadas as duas maiores pedras do mundo, uma batizada de Marta
Rocha de 25,5 kg nos anos de 1950–, em homenagem a Miss Brasil do ano a
Xuxa em 1988 de 20 kg em honra Rainha dos Baixinhos.
Xuxa foi vendida há cerca de cinco meses
pelo fazendeiro Marcos Breda que recebeu a pedra de herança. Ele não
revela o não revela o valor do negócio, mas na cidade corre a notícia de
que foi avaliada na casa dos milhões.
Até por acaso teve gente que ganhou
dinheiro com pedra cuja venda contribuiu subir na vida conforme
aconteceu com o produtor rural Gercílio Agner, 62 anos. Gercílio conta
que encontrou uma água marinha pura de 182 gramas enquanto o trator
escavava uma vala na sua propriedade. “Ajudou demais a reforçar o caixa.
Deu para comprar mais terra e expandir o cafezal”, disse Gercílio.
A descoberta desses tesouros destaca
Pedro Cypriano, provocou uma verdadeira corrida nas áreas das jazidas
nas respectivas épocas que duas pedras gigantes foram retiradas do fundo
da terra.
“Por volta de 1960, dois mil garimpeiros
invadiram o Córrego da Pratinha na mesma região que a Marta Rocha foi
encontrada. Se amontoavam em barracas e esburacavam tudo”, destacou
Pedro numa breve alusão a febre do ouro em Serra Pelada nos 80.
O garimpeiro Bráulio Wain, 73 anos
recorda que aos 15 anos já remexia a terra na ‘Topa’ (área de escavação)
com alavancas, além de tirar com balde a água empossada na mina atrás o
sonho de ficar milionário. Em quase 60 anos de garimpo, a sorte sorriu
para Bráulio várias vezes e o dinheiro que ganhou que deu para formar
patrimônio em imóveis e até uma casa no Rio de Janeiro. “Do mesmo jeito
que o dinheiro do garimpo vem ele vai”, resume Bráulio que hoje mora
numa modesta casa, porém em um valorizado terreno no centro de Pancas.
Bráulio cogita deixar a cidade em breve
para tentar novamente a sorte de achar um veio pedra boa visando
restituir a fortuna perdida desta vez em Minas Gerais. Atualmente se
contenta em observar colegas como Francisco Geraldo dos Passos, 65 anos e
o pastor Valdir Ferreira da Silva, 58 anos a escavar a terra a cinco
metros de profundidade cata da fortuna no Córrego da Pratinha.
A verdadeira Serra Pelada
A verdadeira Serra Pelada fica no Sul do
Pará no município de Curionópolis. Ficou mundialmente conhecida pela
febre do ouro que a tornou o maior garimpo a ceú aberto do mundo.
Oficialmente foram extraídas 30 toneladas de ouro na década de 80.
Calcula-se que a população envolvida direta ou indiretamente no garimpo
foi maior do que 30 mil pessoas. Atualmente, a antiga escavação onde se
situava o garimpo é um lago com 100 metros de profundidade do tamanho do
estádio do Maracanã.
Marcos Szuecs
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