sexta-feira, 5 de julho de 2013

Espinélio

Espinélio



Espinela (MgAl2O4)
As espinelas ou espinélios, constituem um grupo de minerais que cristalizam no sistema cúbico, com hábito octaédrico. A sua fórmula geral é (X)(Y)2O4, onde X representa catiões que ocupam posições tetraédricas e Y catiões que ocupam posições octaédricas. Catiões divalentes, trivalentes e tetravalentes podem ocupar as posições X e Y, incluindo magnésio, zinco, ferro, manganés, alumínio, crómio, titânio e silício. Os aniões de oxigénio formam uma estrutura cúbica.

* Bracelete em espinélio laranja
e Vermelho

Alguns minerais do grupo das espinelas
  • Espinela – MgAl2O4, que dá o nome ao grupo
  • Gahnite - ZnAl2O4
  • Franklinite - (Fe,Mn,Zn)(Fe,Mn)2O4
  • Cromite- (Fe·Mg)Cr2O4
  • Magnetite - Fe3O4
  • Hercinite - FeAl2O4
  • Ulvospinela - TiFe2O4
  • Jacobsite - MnFe2O4
  • Trevorite - NiFe2O4
  • Ringwoodite - SiMg2O4, um polimorfo de olivina abundante no manto entre 520 e 660 km de profundidade e um mineral raro em meteoritos

Ocorrência e distribuição

A espinela verdadeira é desde há muito conhecida em aluviões do Sri Lanka e em calcários de Mianmar e Tailândia. É ainda explorada no Tadjiquistão e Tanzânia.
As espinelas geralmente ocorrem como cristais isómetricos, octaédricos, geralmente maclados. Apresentam clivagem octaédrica imperfeita e fractura concoidal. A sua dureza na escala de Mohs é 8, o seu peso específico situa-se entre 3.5 e 4.1 e são transparentes a opacas com brilho vítreo a baço. Podem ser incolores, mas geralmente ocorrem em tons variados de vermelho,

azul,
verde,
amarelo,


castanho ou negro.

Existe também uma espinela branca, hoje em dia desaparecida, que foi encontrada durante algum tempo no Sri Lanka.

As espinelas vermelhas e transparentes são chamadas de espinelas-rubis ou rubis-balas e eram muitas vezes confundidas com verdadeiros rubis na antiguidade. A palavra balas deriva de Balascia, o nome antigo de Badakhshan, uma região na Ásia central situada no vale superior do rio Kokcha, um dos principais afluentes do rio Oxus.


A espinela amarela é chamada rubicela


e a espinela de manganês de cor violeta almandina.



A espinela pode ser encontrada em rochas metamórficas e também como mineral primário em rochas básicas, pois em magmas deste tipo a ausência de alcalis não permite a formação de feldspatos, e qualquer óxido de alumínio presente formará coríndon ou combinar-se-á com magnésia para formar espinela. É por este motivo que muitas vezes o rubi e as espinelas são encontrados juntos.



História da espinela como gema

Muitos rubis, famosos por se acharem incrustados em coroas da realeza são, na verdade, espinelas. A mais famosa é a 'Black Prince's Ruby', uma espinela de 170 quilates, de um vermelho magnífico, que adorna a coroa imperial do estado entre as jóias da coroa britânica. Henrique V chegou a usá-lo no seu capacete de batalha.



O rubi de Timur, uma gema vermelha de 352 quilates, actualmente propriedade da Rainha Elizabeth II, tem a marca de alguns imperadores que o possuíram antes, conferindo-lhe inegável prestígio.


Em Mianmar, onde são encontradas algumas das cores mais deslumbrantes de espinelas, esta gema foi classificada como uma espécie distinta do rubi em 1857. Noutros países a confusão com o rubi manteve-se por centenas de anos.

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