quinta-feira, 4 de julho de 2013

Garimpo de tantalita aumenta no Amazonas

Garimpo de tantalita aumenta no Amazonas
Uma pista de pouso no alto da serra do Aracá, no Amazonas, aparece em branco nas imagens do satélite Landsat 7, utilizadas para planejar uma expedição científica, coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em agosto último. Em volta da pista também aparecem inúmeros pontos brancos, entre a vegetação esparsa e rochas.
"O estado da pista e a intensidade dos pontos brancos evidenciavam atividade garimpeira atual", explica Evaristo Eduardo de Miranda, da Embrapa Monitoramento por Satélite, instituição que monitora a região do rio Demene desde 1990 e participou desta expedição com três pesquisadores.
O objetivo da expedição era elaborar um inventário preliminar de fauna e flora para futura demarcação de Áreas de Proteção Ambiental e Reservas Biológicas. Por isso, reunia especialistas de diversas áreas, incluindo o geólogo Antônio Fernando da Silva Rodrigues, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que identificou o minério do garimpo como sendo tantalita.
Trata-se do minério de tântalo, hoje utilizado na fabricação de capacitores para equipamentos de alta tecnologia, como pagers, lap tops e computadores automotivos, além de entrar na composição de superligas para ferramentas de corte, turbinas especiais de avião, produtos laminados e fios resistentes à corrosão.
Com o declínio na produção mundial de tantalita e aumento brutal da demanda, os preços dispararam entre setembro e outubro de 2000, gerando uma nova corrida garimpeira na Amazônia, em cujo contexto o garimpo identificado no Aracá é considerado pequeno. O total de tantalita, já minerada, encontrada lá no alto da serra, foi estimado em 350 quilos tendo sido localizados outros 275 quilos no sopé da serra. O valor destes 625 quilos seria equivalente a US$ 80 mil, se o teor de tântalo for superior a 30%.
Só na semana passada, porém, a Polícia Federal apreendeu sete toneladas do mesmo minério, provenientes da reserva dos índios Tucano, localizada no rio Ticuá, na região conhecida como Cabeça do Cachorro, também no Amazonas. O minério está sob custódia do DNPM em Manaus e deverá ir a leilão.
"Ainda estamos avaliando o teor da tantalita do Aracá, mas esta dos Tucano é de baixíssimo teor, ou seja, provocou grandes impactos ambientais, foi retirada ilegalmente e ninguém vai ganhar nada com isso", comenta o especialista Nereu Heidrich, do DNPM.

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