Pedras com Assinatura
George frederick kunz foi o Indiana Jones do seu tempo. Kunz – que em 1879, aos 23 anos, tornou-se primeiro gemologista chefe da Tiffany & Co. – escalou as montanhas de Ural na Rússia, explorou os desertos africanos e desafiou os estepes da Sibéria, em busca de pedras raras e preciosas. Sua tenacidade é hoje seguida pela equipe de compradores da Tiffany que, quando está à procura de pedras incomuns, vasculha o mundo com um talão de cheques aberto, de acordo com o vice presidente executivo da Tiffany & Co., Jon King.
Algumas das aquisições mais espetaculares dos compradores serão reveladas agora em uma nova coleção de 175 peças, marcando o aniversário de 175 anos da Tiffany. Mais notável do que a coleção de diamantes, rubis e safiras é seu tesouro de gemas. Desde os dias de Kunz – que morreu em 1932, aos 75 anos, depois de trabalhar para Tiffany a maior parte de sua vida –, Tiffany tem defendido pedras pouco conhecidas. Para a coleção de aniversário, os compradores da Tiffany procuraram quatro gemas raras em particular: morganita, tanzanita, tsavorita e Kunzita. Atribui-se à empresa o crédito de ter introduzido ao público cada uma dessas pedras; a Kunzita, uma pedra rosa-roxa descoberta na Califórnia em 1902, foi nomeada em homenagem a Kunz, por ter sido o primeiro a descrevêla em detalhes.
A caça ao tesouro mais recente de Tiffany rendeu pedras grandes. Mas foi por acaso que um dos compradores encontrou uma morganita rosavioleta com corte almofada, pesando 175 quilates. A pedra, que apareceu no inverno passado em uma feira em Tucson, Arizona, é do tamanho de um morango grande. Os designers da Tiffany a envolveram em um arco de diamante pavé e colocaram- -na em um colar de diamantes e platina (US$ 275.000).
A Morganita, como Kunzita, tem uma forte ligação com Kunz: ela foi descoberta em Madagascar, onde Kunz adquiriu um suprimento de berilo rosa. Ele trouxe a pedra para os Estados Unidos em 1910 e a nomeou homenageando um de seus patronos, o investidor John Pierpont Morgan. Morgan encomendou Kunz a construção de várias coleções de gemas importantes, que por fim, doou ao Museu americano de História Natural em Nova Iorque.
Os destaques adicionais da série de aniversário incluem uma Kunzita de 175 quilates que foi cortada naquele peso e posicionada em um colar de pingente oval de diamante e platina (US$ 125.000) e uma enorme tanzanita que também foi cortada em 175 quilates e colocada em um colar de diamantes (preço sob consulta).
Cobiçada por sua tonalidade de azul-violeta incomum, a tanzanita foi descoberta em 1967, no sopé do Monte Kilimanjaro, na Tanzânia. A Tiffany comprou todas as pedras da primeira escavação, a nomeou em homenagem a seu país de origem e a introduziu nos Estados Unidos em 1968, em sua loja da Quinta Avenida em Nova York.
Outra pedra que Tiffany trouxe para os Estados Unidos, em 1974, é a tsavorita. Uma série de designs na coleção de aniversário apresenta a pedra verde brilhante, cujo nome vem do Parque Nacional de Tsavo no Quênia, onde a pedra foi descoberta.
Tiffany preserva o legado do Kunz ao buscar obstinadamente por pedras incomuns e de alta qualidade. “Não é incomum receber um telefonema de alguém que diz que eles encontraram uma pedra na gaveta de meias de seu pai, que está na família há gerações”, diz King. “E acaba por ser um achado raro. Segundo a lenda, o prospector Jake Hoover se aproximou da Tiffany em 1890 com uma caixa de charuto cheia de pedras azul-mar fabulosas. Kunz identificou as pedras como safiras e adquirindo-as imediatamente. Ele então as terminou para enfeitar várias peças de Tiffany. “As pessoas conhecem nossa história e elas sabem que estamos ansiosos para descobrir pedras incomuns”, diz King. “Nós nunca temos o suficiente.”
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