As notícias das descobertas de enormes jazimentos de tálio (Tl) na região de Barreiras, Bahia deixou muitos, surpresos, outros, perplexos e alguns ufanistas.
À medida que a notícia atingia a mídia, no que tange ao tálio, passamos de meros espectadores para protagonistas. O Brasil deve ter uma das maiores jazidas deste metal no mundo segundo a Itaoeste, empresa que descobriu esses jazimentos.
Afinal para que serve o tálio e como ele irá influenciar o futuro de Barreiras?
A Itaoeste diz ter a maior jazida de tálio do mundo, associada a
minerais de manganês, com recursos totais equivalentes a 60 toneladas de Tl.
O preço do Tl, coisa difícil de encontrar, pois só são comercializadas 10
toneladas por ano de tálio no mundo, é de US$6 por grama, ou seja o
valor total da jazida da Itaoeste é de US$360 milhões.
Os minerais próprios de tálio são
raridades e o elemento é extraído como subproduto de jazimentos sulfetados.
Muito tóxico, apenas meia grama de tálio é suficiente para matar uma pessoa
normal. O Tálio já foi usado como veneno de ratos, e em inseticidas e é
reportado como cancerígeno. Existem usos mais nobres para o
Tálio como na medicina nuclear, em semicondutores e em detectores de radiações.
Será o tálio a redenção desta região? Acreditamos que em
função dos pontos abaixo isso é pouco provável que aconteça:
- O mercado do tálio é fechado e totalmente controlado por poucos com difícil penetração para novos produtores.
- A indústria mundial quase não usa o tálio e se houver uma produção maior os preços deverão cair a não ser que exista um uso muito nobre que só o Tálio possa suprir.
- O consumo de tálio já está limitado a 10 toneladas por ano. Um faturamento bruto máximo de apenas 60 milhões de dólares por ano. Ou seja o mercado mundial de tálio é de quase nada quando comparamos com outros metais como o ferro, ouro e outros metais básicos.
- Um outro ponto que não ajuda a economicidade do Tl é que estão começando a usar um substituto para ele: o W, que não é tóxico e muito mais barato.
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