quarta-feira, 3 de julho de 2013

Tálio: o que fazer com as jazidas Baianas?

Tálio: o que fazer com as jazidas Baianas?
As notícias das descobertas de enormes jazimentos de tálio (Tl) na região de  Barreiras, Bahia deixou muitos, surpresos, outros, perplexos e alguns ufanistas.
À medida que a notícia atingia a mídia, no que tange ao tálio, passamos de  meros espectadores para protagonistas. O Brasil deve ter uma das maiores jazidas  deste metal no mundo segundo a Itaoeste, empresa que descobriu esses jazimentos.
Afinal para que serve o tálio e como ele irá influenciar o futuro de  Barreiras?
A Itaoeste diz ter a maior jazida de tálio do mundo, associada a  minerais de manganês, com recursos totais equivalentes a 60 toneladas de Tl. O preço do Tl, coisa difícil de encontrar, pois só são comercializadas 10  toneladas por ano de tálio no mundo, é de US$6 por grama, ou seja o  valor total da jazida da Itaoeste é de US$360 milhões.
Os minerais próprios de tálio são  raridades e o elemento é extraído como subproduto de jazimentos sulfetados.  Muito tóxico, apenas meia grama de tálio é suficiente para matar uma pessoa  normal. O Tálio já foi usado como veneno de ratos, e em inseticidas e é  reportado como cancerígeno.   Existem usos mais nobres para o  Tálio como na medicina nuclear, em semicondutores e em detectores de radiações.
Será o tálio a redenção desta região? Acreditamos que em  função dos pontos abaixo isso é pouco provável que aconteça:
  • O mercado do tálio é fechado e totalmente  controlado por poucos com difícil penetração para novos produtores.
  • A indústria mundial quase não usa o tálio e se houver uma produção maior os  preços deverão cair a não ser que exista um uso muito nobre que só o Tálio  possa suprir.
  • O consumo de tálio já está limitado a 10 toneladas por ano. Um  faturamento bruto máximo de apenas 60 milhões de dólares por ano. Ou seja o  mercado mundial de tálio é de quase nada quando comparamos com outros metais  como o ferro, ouro e outros metais básicos. 
  • Um outro ponto que não ajuda a economicidade do Tl é  que estão começando a usar um substituto para ele: o W, que não é tóxico e  muito mais barato.
A não ser que exista uma revolução nos usos do tálio e que a produção mundial  aumente, sem que os preços naturalmente caiam, este metal não será um estopim da  revolução industrial Baiana.

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