quarta-feira, 3 de julho de 2013

Tudo por uma esmeralda

Tudo por uma esmeralda



Essa aventura começou debaixo da terra, no fundo dos buracos abertos pelas próprias mãos. O repórter José Raimundo desceu as minas da Chapada Diamantina, na Bahia, e hoje lembra o perigo e o fascínio da vida dos garimpeiros. “A gente sempre soube que a vida do garimpeiro é difícil, cheia de incertezas. Mas confesso que eu não sabia que ela é tão arriscada”, conta o repórter.Durante a reportagem, o que mais me impressionou a equipe foi a coragem daqueles homens diante do perigo. “Pendurados em cordas de aço, eles descem sem proteção, desafiando o perigo, e vão a 50 metros e até a 100 metros de profundidade Eles não se protegem nem da sílica, um pó que se espalha pelos túneis apertados e afeta os pulmões”, lembra José Raimundo.Nas minas subterrâneas, uma experiência assustadora: o momento em que galerias são abertas com explosivos. São 150 kg de dinamite por dia. Na hora de explodir, os garimpeiros permanecem dentro de buracos, há apenas 20 metros de distância.“É pavoroso, estremece tudo, parece um terremoto”, garante o repórter. Histórias de vida dos garimpeiros também foram marcantes durante a matéria, como a de Luiz Sérgio, que já tinha encontrado uma pedra e faturado R$ 1,5 milhão. Passou três anos fora dos garimpos, mas foi obrigado a voltar. “Fiquei gastando com mulher, bebida, farra, festas e o dinheiro acabou. Fiquei pobre de novo”, contou.A lição ficou por conta da perseverança de Seu João, que era agricultor e trocou a roça pela esperança de enriquecer no garimpo. Ele fazia tudo sozinho: sem corda, descia e subia o buraco, equilibrando-se. Muito risco para um homem de 63 anos.“Seu João nos mostrou que o objetivo precisa sempre ser perseguido. Desistir é uma palavra que não está no dicionário dos aventureiros do garimpo”, conclui o repórter.

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