CPRM Estuda Rochas Portadoras de Diamantes Kimberlitos e Garimpos em Todo o País
Com
o intuito de desenvolver estudos abrangendo os principais aspectos da
geologia do diamante no país, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM)
iniciou, em 2008, por meio do Projeto Diamante Brasil, um trabalho
sistemático de pesquisas voltado para o estudo de rochas portadoras de
diamantes kimberlitos e garimpos em todo o país. O projeto tem como meta
integrar as características da geologia do diamante incluindo fontes primárias
e secundárias. Outra vertente do projeto diz respeito à discussão
geológica dos garimpos de diamante, que ainda desempenham um papel de
destaque na economia brasileira e possuem importante valor histórico.
Para o coordenador responsável pelo Diamante Brasil, geólogo Valdir
Silveira, as pesquisas desenvolvidas dentro do projeto são importantes
para todas as esferas da sociedade. “É fundamental gerar dados na área
de diamantes para fomentar pesquisas por empresas do setor e também
suprir o governo com informações sobre
o tema”, diz. O processo de execução é desempenhado por técnicos da
CPRM situados nas regiões diamantíferas. A equipe responsável pelo
trabalho nessas áreas conta com técnicos capacitados e até mesmo
consultores internacionais especializados no tema. O prazo de entrega
está previsto para o final de 2010, porém, devido a algumas pesquisas
específicas, poderá ter continuidade nos anos seguintes, estendendo- se
até 2014. O projeto é uma ação da Diretoria de Geologia e Recursos
Minerais da CPRM, por meio do Departamento de Recursos Minerais (Derem),
e entre o público alvo estão gestores, universidades, empresas com
atuação na área de garimpo e órgãos governamentais como a Secretaria de
Geologia, Mineração e Transformação do Ministério de Minas e Energia
(SGM-MME), o Departamento de Produção Mineral (DNPM) e o Ministério da
Justiça. Segundo Silveira, em maior ou menor escala, diversos setores da
sociedade serão beneficiados.
Treinamento
Para dar continuidade à capacitação dos profissionais envolvidos no Projeto Diamante Brasil, no período de 07 a
11 de junho, ocorrerá, na sede da CPRM em Brasília, um treinamento para
capacitação profissional que contará com a participação de técnicos
canadenses e brasileiros com mais de 30 anos de experiência na área de
diamantes. Outras informações sobre o treinamento serão divulgadas brevemente.
Técnicos em missão de pesquisa na Provincia kimberlítica alto Apiaú-RR |
Principais objetivos do Projeto Diamante Brasil
- Produzir mapas mineralógicos das áreas alvos com nota explicativa;
-
Realizar guias contendo procedimentos técnicos para prospecção do
diamante (amostragem; química mineral e estudo de diamante);
- Utilizar textos técnicos contendo o estado da arte da geologia do diamante no Brasil, em forma de livro;
- Desenvolver estudos mineralógicos, geoquímicos e isotópicos de minerais das áreas (estudos geodinâmicos);
- Caracterizar quimicamente kimberlitos
- Atualização e consistência da shape kimberlito no Mapa Geológico do Brasil na escala 1:1.000.000;
-
Elaborar o projeto em Sistema de Informações Geográficas (SIG),
contendo os dados geológicos e geoquímicos (mapas, fotos de
afloramentos, imagens de satélite e tabelas);
-
Sugerir alternativas para gestão, extração das matérias-primas e
produtos derivados de forma sustentável, minimizando os danos
ambientais;
- Produzir estudo morfológico das populações de diamantes brasileiros para subsidiar a certificação de diamantes através do Kimberley Process.
A importância do Projeto Diamante Brasil para o país
Iniciado em meados de 2008, o Projeto Diamante Brasil vem desempenhando um papel social, econômico e geológico fundamental para os diferentes setores da sociedade. Segundo o chefe do Departamento de Recursos Minerais
da CPRM, Reinaldo Brito, os reflexos dos anos de estudo podem ser
melhor sentidos agora, uma vez que os estudos executados pela CPRM são
de grande importância para a soberania nacional. “O projeto faz com que o
Estado assuma o papel de soberano sobre o real potencial diamantífero
do Brasil, resgatando para a sociedade o direito de conhecimento sobre o
seu solo”, disse. De acordo com Brito, antes do projeto apenas empresas
privadas tinham conhecimento das áreas onde os diamantes estavam
localizados, a quantidade e qualidade dos mesmos. Hoje, a CPRM possui
todas essas informações. “Agora se sabe onde está o ouro, o urânio e até
o diamante. Antes, ficava
um vazio em relação aos diamantes, não havia informações precisas”,
comenta Brito. “O projeto serviu até mesmo para dizimar conflitos
oriundos do diamante”, lembrou. Por ser uma atividade com alto grau de
informalidade, muitos garimpos eram ilegais, principalmente em áreas
indígenas e de conservação ambiental. Com esse trabalho, foi possível
identificar essas regiões e o governo pôde dar subsídio nessas
localizações.
Banco de Dados
Uma
das metas do projeto é realizar um banco de dados de ocorrências
diamantíferas no Brasil e vinculá-lo a pólos produtores, distritos e
províncias diamantíferas. Haverá um banco físico com amostras de rochas e
gemas que serão caracterizadas. Além disso, todos esses dados também
estarão disponíveis no Geobank da CPRM para consulta pública.
Investimentos
O
Projeto Diamante Brasil é executado com recursos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e até o ano de 2012 serão investidos
cerca de R$ 2,7 milhões. Para este ano, R$ 740 mil estão previstos para
dar continuidade ao projeto.
Uma das equipes de campo recebendo treinamento sobre o kimberlito Redondão-PI |
Técnicos da CPRM em trabalho de campo na Província kimberlítica Rosário-RS |
Prospectores fazendo coleta de cascalhos em drenagens da Folha Pará de Minas-MG |
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