sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Garimpo Água Branca está “bamburrado” de ouro e malária

Garimpo Água Branca está “bamburrado” de ouro e malária


Mais de oito mil pessoas vivem e trabalham no Garimpo Água Branca e redondezas. A atividade garimpeira movimenta a economia e os hospitais da região. São extraídas centenas de quilos de ouro e contraídas centenas de malárias todos os meses.

O Garimpo Água Branca que teve início no começo dos anos sessenta do século passado, fica a cerca de 40 km na margem direita de Rodovia BR Transgarimpeira em solo itaitubense e já produziu muito ouro, histórias e ceifou muitas vidas por malária entre outras doenças infectocontagiosas.

Depois de viver seu apogeu esse garimpo ficou quase adormecido, por anos, mas, com a reação do preço do ouro no mercado internacional, o velho “girante” foi despertado, há mais de um ano voltou a ser explorado e vem correspondendo às expectativas dos garimpeiros. Apesar de que o ouro extraído naquelas jazidas ser considerado de baixo teor, pelos garimpeiros, o volume é satisfatório o que acaba sendo compensatório por ser abundante.
     Sr. Paulo, velho garimpeiro de 60 anos, retirou dessas terras 2 toneladas de ouro, mas nunca saiu da região, nem conhece a cidade grande, gastou tudo, tem agora "só 30 kilos de ouro" para aposentadoria. Se morasse na cidade, nem salário mínimo consegueria. Nos preços do ouro, hoje tem + de 2 milhões debaixo do colchão , como costuma dizer, o que é pouco perto do que ele retirou.

Existem frentes de trabalhos de todas as formas, alguns repassam o material que já foi explorado no passado e ainda moem o “curimã” para retiram todo o ouro que ainda existe ali, outros buscam o ouro dos filões através de poços nas profundezas, outras equipes preferem se utilizarem de equipamentos mais sofisticados como máquinas escavadeiras do tipo retro escavadeiras (PC), enquanto outros trabalham no sistema convencional com a draga, bico jato e “mareca”, em fim a corrida pelo ouro está levando muita gente para todos os garimpos da região, entre eles os mais procurados são o Boa Esperança e Água Branca que ficam próximos.

A busca pelo metal que alimenta sonhos acaba movimentando diversos setores da economia, o comércio local em geral, como alimentos, vestiários, combustíveis, ferramentas, equipamentos e transportes entre outros, além do dinheiro do ouro que é pulverizado por todas as partes.

O que também chama a atenção é o grande surto de malária e hepatite que vem ocorrendo paralelamente a toda essa correria. São feitos mais de seiscentas lâminas de malária por mês no posto local da SUCAM, dessas, pelo menos 350 casos são positivos, em primeira mão, os demais acabam sendo confirmados conseqüentemente.

A agente de saúde do posto da SUCAM, Maria do Socorro, microscopista pela prefeitura de Itaituba, disse que já fez até 50 lâminas por dia, a média não baixa de 18 ao dia. Ela observa que faltam médicos, medicamento, um Posto de Saúde da Família (PSF) e transportes para tantos doentes. Mesmo assim a corrida pelo ouro não pára.

Além dos garimpeiros tradicionais tem uma empresa de mineração instalada na “corrutela” fazendo sondagem e outras que estudam e pesquisam o solo com intenção de também explorarem ouro nas proximidades.

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