segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Opala: as cores do Piauí que encantam o mundo

Opala: as cores do Piauí que encantam o mundo


 Com a modéstia que poucos pais têm quando vão falar sobre seus filhos, Antônio Ferreira Neto (mais conhecido como Marola), 50 anos, é garimpeiro e tem como a maior conquista da sua vida, a satisfação de saber que, graças ao seu esforço diário na procura por pequenas pedras de Opala, na mina do Boi Morto, município de Pedro II que um de seus filhos hoje é universitário e está quase se formando no curso Ciências Biológicas.  
 
"Ele faz parte de um grupo de pesquisa, que ele e outros colegas desenvolvem aqui mesmo na região. Acho que com esse curso ele vai ter mais chances de crescer na vida por isso sempre me dediquei tanto ao meu trabalho aqui no garimpo, foi daqui que sempre saiu o dinheiro e tudo que ele precisou para estudar", afirma Marola, um dos integrantes da Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II, que reúne 170 trabalhadores.

A cooperativa é recente, mas Marola está neste ramo há anos. Começou a trabalhar aos 16 anos em um garimpo, "nesse tempo não tinha muita exigência como hoje", lembra, se referindo as normas de segurança de trabalho as quais todos têm que respeitar. "Um amigo mais velho trabalhava em um garimpo me chamou e ai quando encontrei minhas primeiras pedras foi uma alegria, nunca vou me esquecer meu primeiro dinheirinho... deu para comprar um chinelo de marca, outro calçado para ir à escola, roupas e ainda deu para farrear".

Marola e mais garimpeiros buscam insistentemente por pequenas pedras de Opala extra, a pedra que só é encontrada nessa região e no interior da Austrália; Apesar de não haver semelhança no solo entre as duas regiões, essa curiosidade faz com que o mineral seja considerado precioso e chegue a custar até três vezes mais que o ouro. O comércio dessa pedra ou de jóias montadas com o mineral é o que movimenta a economia na cidade. 
O resultado desse trabalho gira em torno um salário mínimo por mês, mas quem tem pouco de sorte consegue tirar um pouco mais. "Eu já encontrei pedra para valer mil reais quando eu tinha 18 anos", conta Antônio Francisco Carneiro, 30 anos, revelando que o tamanho e a qualidade da pedra determinam o valor da pedra que o garimpeiro achar.
Hoje, aproximadamente 500 famílias, entre garimpeiros, lapidários, joalheiros e lojistas vivem da opala em Pedro II, de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Piauí. O setor de joalheria da tem apenas sete anos, mas a cidade tem se consolidado como um pólo de lapidação de jóias. "A opala é o que temos de mais bonito. Essas cores de arco-íris encantam, em qualquer lugar que a gente anda as pessoas relaciona a Opala a Pedro II, a venda e divulgação da pedra alavancaram por conta do Festival de Inverno de Pedro II, a gente faz questão que ele continue sendo realizado porque dá orgulho chegar a São Paulo, no Rio de Janeiro e ver alguém usando uma jóia com a pedra, que ela comprou tão caro e que você tem acesso em tanta quantidade e ainda em fase bruta", confessa a empresaria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário