quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Troco meu martelo de 35 anos por um fuzil

Troco meu martelo de 35 anos por um fuzil
Pedro Jacobi
 
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Este foi  o grito de desespero, que ouvi de um empresário da geologia que foi obrigado a  demitir  os seus funcionários, colegas e amigos e praticamente fechar a sua empresa,  fruto de décadas de trabalho duro em pesquisa mineral.  Foi um grito, dito em puro sofrimento,  que me fez pensar e que não pode, simplesmente, cair no esquecimento. 
Frases  como essa, me remetem à década de 60 quando fomos às ruas contra a ditadura  militar e contra o fim de todas as liberdades.
Frases  como essa, que cristalizam a emoção e a desesperança nos fazem refletir sobre as  dezenas de milhares de desempregados que irão sofrer, juntamente com as suas  famílias, o impacto deste novo código mineral.  
O que  leva um cidadão pacífico e empreendedor a dizer algo tão oposto a tudo que ele  fez na sua longa carreira profissional?
Talvez  ele queira dividir contigo, leitor, que não será possível investir em um país  onde toda a descoberta mineral será tornada pública no momento da notificação ao  Governo e que neste momento voa pelos ares os direitos de prioridade que são a  espinha dorsal do código mineral do Brasil.
Talvez  ele queira continuar com o atual Código Mineral que assegura os direitos de prioridade, como ocorre em todos os países  sérios onde a mineração e a pesquisa mineral são a base das descobertas que  enriquecem os países e seus habitantes.
Talvez  ele queira dizer à todos nós mineradores, que com o novo MRM não haverá futuro  para as pequenas empresas de mineração, só para as grandes.
Talvez  ele quisesse dizer, simplesmente, basta! Basta de ingerência na mineração, basta  da ditadura disfarçada que travestida em um MRM vai acabar com as pequenas  empresas da mineração, engessar e controlar todos os negócios da mineração  inviabilizando a pesquisa mineral, afugentando os investidores e mergulhando o  Brasil em uma crise sem paralelo.
Muitos  me acusam de ser um otimista irremediável. Tenho que concordar em gênero e  número, afinal, eu sou um geólogo de exploração, que construí tudo o que tenho  através da pesquisa mineral.
Como ser  diferente?
Talvez  por isso eu ainda acredite que existem políticos de visão nesse país que já  identificaram os pontos negativos do MRM e que não deixarão o marco ser aprovado  com essas ameaças ao setor.
E, com  todo o otimismo que me caracteriza, tenho certeza que não precisaremos trocar os  nossos martelos por fuzis, por mais atraente que isso possa parecer.

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