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Este foi
o grito de desespero, que ouvi de um empresário da geologia que foi obrigado a
demitir
os seus funcionários, colegas e amigos e praticamente fechar a sua empresa,
fruto de décadas de trabalho duro em pesquisa mineral.
Foi um grito, dito em puro sofrimento,
que me fez pensar e que não pode, simplesmente, cair no esquecimento.
Frases
como essa, me remetem à década de 60 quando fomos às ruas contra a ditadura
militar e contra o fim de todas as liberdades.
Frases
como essa, que cristalizam a emoção e a desesperança nos fazem refletir sobre as
dezenas de milhares de desempregados que irão sofrer, juntamente com as suas
famílias, o impacto deste novo código mineral.
O que
leva um cidadão pacífico e empreendedor a dizer algo tão oposto a tudo que ele
fez na sua longa carreira profissional?
Talvez
ele queira dividir contigo, leitor, que não será possível investir em um país
onde toda a descoberta mineral será tornada pública no momento da notificação ao
Governo e que neste momento voa pelos ares os direitos de prioridade que são a
espinha dorsal do código mineral do Brasil.
Talvez
ele queira continuar com o atual Código Mineral que
assegura os direitos de prioridade, como ocorre em todos os países
sérios onde a mineração e a pesquisa mineral são a base das descobertas que
enriquecem os países e seus habitantes.
Talvez
ele queira dizer à todos nós mineradores, que com o novo MRM não haverá futuro
para as pequenas empresas de mineração, só para as grandes.
Talvez
ele quisesse dizer, simplesmente, basta! Basta de ingerência na mineração, basta
da ditadura disfarçada que travestida em um MRM vai acabar com as pequenas
empresas da mineração, engessar e controlar todos os negócios da mineração
inviabilizando a pesquisa mineral, afugentando os investidores e mergulhando o
Brasil em uma crise sem paralelo.
Muitos
me acusam de ser um otimista irremediável. Tenho que concordar em gênero e
número, afinal, eu sou um geólogo de exploração, que construí tudo o que tenho
através da pesquisa mineral.
Como ser
diferente?
Talvez
por isso eu ainda acredite que existem políticos de visão nesse país que já
identificaram os pontos negativos do MRM e que não deixarão o marco ser aprovado
com essas ameaças ao setor.
E, com
todo o otimismo que me caracteriza, tenho certeza que não precisaremos trocar os
nossos martelos por fuzis, por mais atraente que isso possa parecer.
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