Por Pedro Jacobi | |
Santo xisto!
Após iniciar a maior revolução energética das últimas décadas quando o gás do xisto modernizou a indústria americana agora é a vez do óleo do mesmo xisto. A produção americana de gás e óleo aumentou 3,2 milhões de barris equivalentes de petróleo ao dia atingindo 12,1 milhões de barris por dia. Somente este aumento é maior do que o consumo total do Brasil. Isso tudo aconteceu em quatro anos!
Hoje os Estados Unidos já se tornaram os maiores produtores de óleo do mundo superando a gigantesca Arábia Saudita. É a maior expansão e o segundo maior surto de desenvolvimento da indústria energética americana.
Tudo graças ao xisto e ao método de extração que permite essa revolução: o fracking.
Essas notícias são extremamente importantes para a maior economia do mundo que é a segunda maior importadora e a maior consumidora de óleo do planeta.
A notícia é, ainda mais interessante pois se trata de óleo razoavelmente barato e competitivo que está tornando os EUA em exportadores de gasolina e combustíveis destilados.
Somente os recursos de óleo nos xistos ou folhelhos do oeste americano são maiores do que todos os recursos dos países árabes. A magnitude destas reservas só será conhecida após muito investimento em prospecção e pesquisa. Mas, enquanto isso, os Estados Unidos se fortalecem.
A importância do oil shale como os xistos betuminosos são chamados nos EUA é simplesmente enorme. O que é muito mais expressivo é o fato de que existem imensos recursos em vários lugares do mundo como a China, Europa, Argentina e, naturalmente, no Brasil. Se o mundo começar a explorar esse óleo e gás dos xistos, veremos uma gigantesca revolução energética que irá reduzir os preços do petróleo no mundo e inviabilizar todas aquelas fontes de óleo com custos operacionais mais elevados. Os mais conservadores calculam que temos mais de 3 trilhões de barris contidos nesses xistos. Some-se os outros 2 trilhões de barris das areias betuminosas e veremos que o óleo será por muitas centenas de anos a principal matriz energética deste mundo.
O que nós, brasileiros estamos fazendo com os nossos xistos betuminosos que existem do Norte ao Sul do País? Desde 1972 a Petrobras vem investindo em processo (Petrosix) e em uma planta piloto em S. Mateus do Sul, no Paraná. Por décadas fomos os mais avançados nesta área mas nunca conseguimos colocar em produção um grande projeto. Segundo os dados da Petrobras é possível a extração desse óleo com preços competitivos em torno de $25/barril. Calcula-se que os projetos de oil shale mundiais irão custar em torno de $30-40 por barril o que viabilizará a maioria desses novos projetos. (veja mais ) . Desde 2010 os custos operacionais já caíram 30% podendo cair ainda mais com novas tecnologias.
Será que o nosso Governo não percebe a importância desta nova fonte de óleo? Até quando as autoridades irão repetir as frases lidas em manchetes de que a exploração do xisto polui as águas subterrâneas? Se isso fosse verdade o sistema legal Americano estaria inundado de processos contra o fracking, pois somente nos Estados Unidos já existem mais de 144.000 poços com injeção, e as produtoras já teriam paralisado as suas operações no país. Mas nada disso está ocorrendo. O uso de água no processo, que é também, um ponto usado contra a produção é somente 0,1% da água consumida no Estado do Texas, o maior produtor de oil shale dos EUA. No Texas 85,5% da água vai para a irrigação e agricultura.
O fato é que as mineradoras estão aperfeiçoando as suas técnicas de exploração que a cada dia menos impacto causam às águas subterrâneas e ao meio ambiente.
O Ministério de Minas e Energia deve enviar URGENTEMENTE uma comitiva aos Estados Unidos, China e outros países produtores para estudar a fundo o assunto e ver quais são as soluções modernas utilizadas na exploração do óleo do xisto e parar de repetir o que é propagado na mídia sensacionalista.
Será que iremos perder mais esse momento histórico e entrar no óleo e gás do xisto quando estes forem inviabilizados por uma nova fonte energética mais barata?
Publicado em: 4/11/2013 16:18:00
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