As exportações de gás e óleo: o grande negócio do futuro parece distante do Brasil
No futuro próximo o grande
negócio não mais estará do lado do minério de ferro, do ouro ou das
terras-raras, mas sim do óleo e do gás. No mundo moderno existem grandes
potencias econômicas que são totalmente dependentes da importação de
óleo e gás. Um bom exemplo é o Japão, a terceira maior economia do mundo.
Após o desastre de Fukushima o Japão está erradicando as usinas
nucleares e isso o torna um grande importador de óleo e gás. Somente em
2013 essas importações subiram 13% e em 2014 não será melhor. A lista de
importadores como a China, a Índia e vários países europeus
só faz crescer, prenunciando que os países exportadores de gás e óleo
serão os grandes ganhadores desse novo superciclo. Novas potências
econômicas serão criadas e outras fortalecidas.
Será que o Brasil participará desse novo ciclo de crescimento?
Os Estados Unidos estarão entre os ganhadores graças aos enormes avanços na produção de gás
e óleo a partir dos folhelhos. Esses folhelhos, ou xistos para os
brasileiros, irá causar uma revolução econômica nos EUA, a partir de
2020, maior ainda do que já causou até agora. Após 2020 os Estados
Unidos serão totalmente autossuficientes e grandes exportadores de óleo e
gás. Isso vai ocorrer no momento em que muitos países produtores têm
seus poços em exaustão e com baixa produção.
Aqui no Brasil, infelizmente, ainda não caiu a ficha para a maioria dos políticos e burocratas do Governo, que controla, com mão de ferro, o setor de energia e a Petrobras.
Cada
dia que passa está mais longe a nossa autossuficiência em óleo e gás.
Não que o gigantesco Brasil não tenha enormes recursos. Mas,
simplesmente porque faltam política, a estratégia e os investimentos
corretos.
O Brasil colocou todas as fichas no pré-sal onde os custos são elevados e
a produção e prospecção é mais lenta. Enquanto os demais países
produtores reduzem os custos de produção do barril nós, no pré-sal, só
aumentamos. Talvez em um futuro próximo, quando o pré-sal esteja
produzindo aquilo que o Governo promete, os custos elevados irão
inviabilizar a exportação deste óleo.
Sofremos de uma carência de planejamento a longo-médio prazo,
pois, infelizmente, os nossos políticos e governantes só conseguem
pensar, no máximo em um horizontes de 8 anos. É nesta estratégia
política distorcida que os planos para a autossuficiência do país se
encontram, perdidos.
No jogo político o negócio é inaugurar no
último ano do mandato, prometer tudo nas eleições e empurrar com a
barriga por 7 anos sem cumprir 50% do que foi prometido.
Como pensar em um plano de 20-50 anos se os nossos políticos só olham
para o próprio umbigo, no curto prazo e envenenam e inviabilizam com
suas politicagens demagógicas os bons planos que possam existir?
Quando ouvimos os digníssimos ministros e os líderes das empresas de
petróleo tudo parece estar andando as mil maravilhas. A produção está
crescendo e o país está quase lá... prometem.
Uma pena, mas essa história não é corroborada pelos números.
Somente agora vimos um aumento de 2,5% na produção do pré-sal em
novembro, segundo informa a ANP. Em dezembro o pré-sal produziu 346.100
barris por dia de óleo e 12,1 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Muito longe do previsto e muito longe do consumo interno brasileiro. A
produção de óleo e gás em novembro de 2013 foi apenas 1,4% acima da
produção de novembro de 2012.
Estamos involuindo.
Por mais bonita que seja a retórica e a semântica Governamental um fato
permanece estampado: estamos importando mais e produzindo menos. A
conta não bate e os investidores, que não são trouxas, abandonam a
Petrobras vendendo as ações.
O Brasil deveria estar produzindo a partir dos folhelhos, nos vários
Estados, onde estes ocorrem. Desta forma ao produzir gás ou óleo em um
determinado Estado isso iria não só aumentar a produção, mas também
reduzir os custos de produção e transporte beneficiando a população
local que paga um custo de frete elevadíssimo, graças às distâncias das
refinarias e às estradas esburacadas do interior. Neste cenário não só
atingiremos a autossuficiência, mas, também, reduziremos os fretes, os
preços dos combustíveis no interior do país interiorizando as riquezas
e, muito provavelmente, entraremos na briga da exportação do óleo e gás.
Se a nossa Presidenta quisesse...poderíamos ter um futuro brilhante.
Basta planejar!
Não ter um plano que contemple a imediata produção de gás e óleo a
partir dos imensos jazimentos de folhelhos que temos de Norte ao Sul é
de uma incompetência letal. Letal para nós, os brasileiros que ainda
bebemos e comemos as mazelas de um país subdesenvolvido sentado em cima
de reservas minerais de um país de primeiro mundo.
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