Cacique usa garimpo de diamantes para desenvolver aldeia | |||
Com a extensão de 2,7 milhões de hectares de pura floresta Amazônica, esta área tem o tamanho de paises como à Bélgica ou 20 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Essa imensidão verde no chamado “Paralelo 11” é onde está localizada a nação dos últimos descendente dos Tupis. A tribo Cinta Larga teve suas terras demarcadas no inicio dos anos 70, porém o Brasil só ouviu falar delas pela primeira vez após a sua invasão por milhares de mineradores. Invasão essa que resultou no massacre de 29 garimpeiros, ocorrido em abril de 2004, atraindo para a região as atenções de todo o planeta. Desde a demarcação de suas terras, os 1.394 índios que formam a nação Cinta Larga, até hoje não foram incluídos em nenhum programa de ajuda do Governo Federal. Abandonados ao longo desse período pela ausência do poder público, os índios Cinta Larga se viram forçados a fazerem alianças com organizações de idoneidade muitas vezes duvidosas, para obter dinheiro e trazer as melhorias para a tribo. Na década de 80, eram os madeireiros que invadiam a reserva na extração clandestina do mogno e da cerejeira. No fim da década de 90 juntaram-se aos garimpeiros e contrabandistas de diamantes que há muito se interessam pela região. Região essa que esconde aquilo que pode ser uma das maiores jazidas de diamante do mundo. Riqueza incalculável A riqueza que dorme no subsolo da Roosevelt é incalculável. As terras da Reserva Roosevelt abrigam várias rochas de kimberlitos, que ao brotarem do subsolo, trazem os diamantes das profundezas da terra para perto da superfície. Para entender o significado dessa descoberta, basta dizer que as maiores jazidas de diamante do mundo têm, cada uma, um único kimberlito. No período de 2003 a 2004, milhares de garimpeiros, despertados pela cobiça dessas imensas riquezas transformaram a área em terra de ninguém. A corrupção na região se tornou endêmica, envolvendo garimpeiros, policiais e contrabandistas, que ora se associavam na extração ilegal de diamantes, ora brigavam entre si. Hoje, o garimpo está deserto, mas se houver uma brecha, em 24 horas pode ser invadido por milhares de “Garimpeiros” e “Rodados”, que só esperam a oportunidade certa para participar da “Varação”. Uma vez dentro da reserva invadem os baixões e grotas agindo como em um assalto programado. Ficam ali algumas semanas, retiram milhões em pedras e vão embora, deixando atrás de si um rastro de destruição e degradação ambiental com a devastação ecológica da flora e da fauna em torno do garimpo, sem falar na poluição e assoreamento dos rios. Essa corrida desenfreada na extração de diamantes atraiu para a região traficantes, contrabandistas e a prostituição, gerando uma situação de tensão e violência às quais os índios não estavam acostumados e que atualmente não querem mais se submeter. Com essa riqueza ao alcance das mãos e tantos interesses em jogo os fatos são distorcidos. As lideranças indígenas, aos olhos da sociedade, passaram a ser os bandidos da história, mas, na realidade, pela sua ingenuidade e a falta de conhecimento da malandragem do branco, são ludibriados pelos receptadores, pelos servidores públicos corruptos e donos de máquinas. Agem de acordo com sua cultura, embora pareçam estar envolvidos com os brancos, mas a realidade é bem outra. Após os grandes levantes ocorridos no interior do garimpo durante os últimos anos, os índios ao que parece aprenderam com o revés sofrido. As atividades no garimpo diminuíram, os índios passaram a se organizar com o surgimento de associações e cooperativas para melhor administrar suas terras e riquezas. Construção de hidrelétrica Após anos de contato com o chamado mundo dos brancos, novas lideranças começam a surgir entre os Cinta Larga. Entre essas lideranças o maior destaque é João Bravo, líder emergente da comunidade Tenente Marques. João Bravo é o responsável pelas grandes mudanças ocorridas na sua aldeia. Em 2001 o líder tribal deu inicio a construção de uma usina hidrelétrica na bifurcação do Rio Roosevelt, com capacidade para gerar 20 CV que fornece energia elétrica para toda a aldeia que fica a dois kilometros do local. Todo o projeto da construção da usina, mais o canal de 110 metros em concreto que leva a água até a casa de máquinas onde fica a unidade geradora de energia. “Todo esse trabalho foi feito pela comunidade, não teve ajuda nenhuma do governo”, afirmou João Bravo, enquanto apontava para o longo canal de concreto. Ao caminhar pela Aldeia Tenente Marques as margens do rio, o visitante pode comprovar as inúmeras inovações que foram introduzidas pelo líder indígena. Novas casas As antigas choupanas de pau a pique e barro batido cobertas de sapé que formavam a aldeia, deram lugar a novas casas de madeira cobertas com telhas e pintadas na cor verde e amarela. “Igual às cores da bandeira do Brasil”, afirma orgulhoso João Bravo. São novidades que estão mudando o ritmo de vida dos moradores. Nessa verdadeira evolução a comunidade ganhou três pistas de pouso para pequenas aeronaves e desfruta de boas estradas, interligando a aldeia às demais comunidade. Todo esse trabalho foi executado com a utilização de tratores e caminhões caçambas da própria comunidade indígena. Recentemente o Cacique João Bravo implantou o projeto de piscicultura na aldeia, com a construção de tanques onde foram colocados 100 mil alevinos. Esse projeto pioneiro na área indígena tem como principal objetivo atender ao consumo da população e também a comercialização da produção excedente. A pecuária também já entrou forte nas terras da aldeia. Funcionários foram contratados para erguer milhares de metros de cerca nas pastagens de braquiúra com a tecnologia da eletrificação. Currais modernos foram construídos para facilitar o manejo dos rebanhos que é feito por vaqueiros não índios contratados pela aldeia. Saúde e Educação Na saúde o líder da tribo investiu na aquisição de ambulância traçada e medicamentos para o postinho. Agentes de saúde contratados fazem o acompanhamento diário da população local, principalmente das crianças. Segundo levantamentos feitos pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a taxa de mortalidade infantil na reserva é zero. Na educação, João Bravo brigou até com o Governo do Estado para viabilizar a construção de uma nova escola para a comunidade. “O governador não queria fazer a escola. Eu mandei prender carro da Seduc na aldeia, só depois que começou a construção da escola eu liberei carro”, comentou o chefe da aldeia. Depois dessa suposta briga pela construção da nova escola, uma parceria foi firmada com o Governo do Estado, que através do Setor de Educação Indígena da Seduc equiparou as escolas na tribo. Professores indígenas foram graduados e hoje são capacitados para atuar na rede de ensino, atendendo em sala de aula toda a clientela da aldeia em idade escolar. Com esse trabalho dirigido pelos próprios professores da comunidade, conseguem manter suas tradições em harmonia com a modernidade. Mesmo sendo conhecedor da imensa riqueza em forma de diamantes que repousa sobre os seus pés, o líder João Bravo, que é conhecido por todos como “Um homem muito sistemático”, utiliza essa riqueza e a liderança que exerce, não em beneficio próprio, mas em projetos de bem estar comum, que geram o desenvolvimento e o conforto para a sua comunidade. “Muitos falam que eu sou rico, mas não verdade tudo aqui não é meu, pertence à comunidade”, defende-se o velho líder. Lições a governantes A liberação ou não do garimpo da Reserva Roosevelt ainda será tema para longas discussões nos luxuosos gabinetes de Brasilia, mas enquanto a situação não se define, esse emergente líder indígena segue, dando lições a muitos governantes de como se administra os recursos de uma comunidade. Hoje a aldeia de João Bravo tem a estrutura de uma verdadeira empresa, gerando emprego a dezenas de funcionários não índios que moram e trabalham na comunidade, executando trabalhos em diferentes setores que mantem em perfeito funcionamento toda a estrutura da aldeia. “Aqui cada um tem a sua ocupação. Quando amanhece cada qual já vai para o serviço, é como em qualquer empresa”, afirmou o vaqueiro Joaquim Calvacante, que trabalha há quase dois anos na aldeia. Apesar desse progresso que algumas aldeias têm conseguido, a sombra do garimpo com sua riqueza e seus perigos é uma ameaça constante a essa paz momentânea que a tribo desfruta. Todos na aldeia sabem que para defender suas terras, suas mulheres e crianças contra a invasão dos ambiciosos aventureiros que teimam em rondar suas fronteiras, os índios Cinta Larga hoje contam apenas com a coragem de líderes como João Bravo, |
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segunda-feira, 10 de março de 2014
Cacique usa garimpo de diamantes para desenvolver aldeia
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