domingo, 9 de março de 2014

Cientistas criam material de carbono tão resistente quanto o diamante

Cientistas criam material de carbono tão resistente quanto o diamante

Descoberta pode abrir caminho para a fabricação de uma nova classe de materiais ultradensos e superresistentes

O novo material não possui unidades atômicas repetidas, como as mostradas na imagem. Por causa disso, consegue suportar pressões a partir de várias direções diferentes, uma vantagem sobre o diamante
O novo material não possui unidades atômicas repetidas, como as mostradas na imagem. Por causa disso, consegue suportar pressões a partir de várias direções diferentes, uma vantagem sobre o diamante (iStockphoto/ThinkStock)
Cientistas descobriram uma nova forma de carbono capaz de suportar pressões tão altas quanto o diamante. A pesquisa, feita na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, pode levar à criação de materiais ultrarresistentes e mais baratos. O estudo foi publicado no periódico Physical Review Letters.

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CARBONO
O carbono é o quarto elemento mais abundante no universo. Ele assume vários formas, incluindo o grafite e o diamante.
ALÓTROPOSA alotropia é um fenômeno em que um mesmo elemento químico pode se transformar em várias  substâncias - chamadas alótropos. Exemplos de alótropos de carbono são o grafite e o diamante. O oxigênio, por sua vez, tem alótropos na forma de ozônio e gás oxigênio.
A equipe de cientistas liderada por Wendy Mao iniciou a pesquisa com uma forma de carbono conhecida como carbono vítreo, sintetizado pela primeira vez na década de 1950. Na ocasião, os químicos descobriram que o material combina propriedades do vidro, cerâmica e grafite. Os pesquisadores de Stanford criaram o novo ao comprimir o carbono vítreo a 400.000 vezes a pressão atmosférica normal.

O novo material foi capaz de suportar 1,3 milhão de vezes a pressão atmosférica normal. Nenhuma substância além do diamante consegue suportar níveis de pressão semelhantes.
A contrário do diamante e do grafite, a estrutura do novo alótropo não é cristalina: trata-se de um material amorfo, ou seja, que não é organizado em unidades repetidas de átomos de carbono. Mas isso pode ser uma vantagem, uma vez que a resistência de estruturas cristalinas, como o diamante, varia conforme o arranjo dos cristais e a direção em que a pressão é exercida.

"A descoberta abre possibilidade para a criação de bigornas muito duras para pesquisa de alta pressão e uma nova classe de materiais muito resistentes e ultradensos", disse Russell Hemley, diretor do laboratório onde o material foi criado.

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