mudanças chinesas irão afetar a mineração
As reformas prometidas pelo Governo Chinês serão intensas, verdadeiras
guerras, como os combates contra a pobreza e contra a poluição. Isso é o
que o Premier Li Keqiang está prometendo e, como não poderia deixar de
ocorrer, fazendo.
No seu primeiro ano de governo Li estabeleceu que o crescimento da China
será de 7,5%. Por trás dessa decisão existe um planejamento e grandes
implicações econômicas. Com essa estratégia ele pensa manter um equilíbrio no mercado enquanto acelera a reestruturação econômica e as reformas que o país deve enfrentar.
A palavra da ordem, portanto, é: desenvolvimento econômico.
Com
o desenvolvimento milhões de chineses irão cruzar a linha da pobreza
passando a consumir os produtos locais, fortalecendo a economia
interna. Este é um dos principais objetivos do governo, pois é através
do fortalecimento da demanda doméstica que serão lançadas as bases do
desenvolvimento chinês da década.
Em 2014 alguns alvos deverão ser atingidos:
-uma expansão nos investimentos em ativos fixos de 17,5%
-aumentar o peso dos serviços nas áreas de saúde, turismo, cultura e
suporte geriátrico que tem potencial de crescer e acelerar a economia.
-manter a inflação abaixo de 3,5%
-criar 10 milhões de novos empregos
-reduzir a taxa de desemprego para menos de 4,6%
-fazer uma reforma cambial abrindo novas oportunidades para investimentos estrangeiros
-fazer com que a renda per capita do povo cresça na mesma proporção do crescimento do PIB
Todos esses são pontos positivos que irão fomentar o desenvolvimento da
China que para crescer continuará a depender da importação de
commodities como o minério de ferro, o cobre e os metais básicos. São
boas notícias para os mineradores. O que se espera dessas políticas é
que haja uma manutenção dos preços das commodities em 2014.
Os objetivos de Li são nobres, mas o Governo terá que enfrentar grandes
desafios para ter sucesso nesta empreitada, como o débito do governo,
supercapacidade de algumas indústrias como a do aço, uma falta de novos
objetivos econômicos e a eterna poluição que ameaça o desenvolvimento da
China como um todo.
O que pode, e possivelmente, vai dar errado é o combate à poluição. A
poluição está diretamente ligada ao crescimento da China. Manter ou
reduzir as taxas de poluição sem reduzir o crescimento econômico é uma
mágica que, possivelmente, o Governo Chinês não vai conseguir produzir.
Essas
mudanças são estruturais e só irão ocorrer após a implantação de novas
plantas, mais eficientes e menos poluidoras, o que vai levar décadas...
Até lá as indústrias continuarão poluindo o ar chinês até que uma
reforma mais drástica venha a ocorrer o que pode acabar com o
crescimento e com os planos do governo.
Os preços do minério de ferro, por exemplo, caíram ao menor patamar
desde 2013, graças a uma menor importação das siderúrgicas, pois essas
estão sendo paralisadas graças à poluição.
É um “catch 22” ou no jargão tupiniquim se ficar o bicho come e se correr o bicho pega.
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