sábado, 1 de março de 2014

O garimpo em Ataléia

O garimpo em Ataléia

Meu pai Jardelino Alves Teixeira, saudoso comerciante de pedras de Ataléia (1915-1999)
Salvador e jóias feitas com pedras da região

Zé de Maninho, comerciante de pedras da região 
Pedras da região de propriedade de  Zé de Maninho (Julho 2011)

Garimpo da chapada (julho 2011)
O garimpo foi a primeira atividade econômica da região de Ataléia e remonta a quase um século de exploração. Na década de 1920 surgiram os primeiros garimpeiros que se embrenharam nas matas e galgaram encostas e montanhas em busca do tesouro que se achava escondido no solo da região em diversos pontos. Com a notícia da existência das pedras semipreciosas e preciosas foram chegando mais e mais aventureiros na expectativa de extrair riquezas e, com isso, uma pequena comunidade foi se formando. Desta forma, juntamente com os colhedores de poaia (planta medicinal encontrada no interior das matas) e os fazendeiros, que se instalavam nas terras devolutas das redondezas e as cultivavam, os garimpeiros são os responsáveis pela criação do povoado de Santa Cruz do Norte que mais tarde viria a se transformar na cidade de Ataléia. Muitos foram os garimpos formados na região ao longo da história: Avião, Cari, Pacheco, Bananal, Zé Peixe, Córrego Seco, Neném Alchaar, Sebastião de Oliveira e muitos outros espalhados por todo o município. Uma grande quantidade de pedras, como águas-marinhas, topázio de diversos tipos, ametista, crisoberilo, citrino entre outras, foi retirada de nosso solo, lapidada principalmente na cidade vizinha de Teófilo Otoni e comercializada e enviada para todo o Brasil e para várias regiões do mundo, em especial para a América do Norte, Europa e Ásia. Hoje a extração de pedras e a quantidade de garimpeiros na região estão muito reduzidas, mas resta ainda alguns garimpos e alguns garimpeiros e comerciantes de pedras que, bravamente e de forma apaixonada,  mantêm aceso o brilho e a dignidade da profissão. Nomes como o de Antonio Lemos, Luiz Serra, Antonio Pereira, Melrim, Clemente Esteves Ferraz e de Jardelino Alves Teixeira são grandes referências do passado de nosso garimpo, ou como patrocinadores de garimpos ou como comerciantes de pedras. Segundo o garimpeiro Nivaldo Português, o Sr. Jardelino contribuiu muito para o garimpo de Ataléia, pois além de comprar muitas pedras retiradas de nosso garimpo, ajudava sempre que podia os garimpeiros, adiantando-lhes ou emprestando-lhes dinheiro. Nos dias atuais temos nomes como o de Salvador Botelho, garimpeiro inativo que comercializa jóias feitas dessas pedras, e nomes como os de José de Maninho e Pastor Gladstone que há anos se dedicam ao ramo de compra e venda de pedras preciosas na cidade, além dos autênticos garimpeiros, homens que labutam de sol a sol à procura dos minerais cristalizados escondidos no interior da terra pela natureza. Homens cuja tarefa é a de encontrar esses pequenos tesouros que provavelmente adornarão as coroas de um reino bem distante. Aqui alguns nomes de genuínos garimpeiros de Ataléia: Nivaldo Português, Geraldo Garimpeiro, Luís Lemos, Tião de Manelzinho, Zé de Nicomédio, Zé Ouriçado e Porró. A lista de garimpeiros e comerciantes de pedras é extensa e nem todos os nomes foram mencionados, contudo a homenagem do Mundo das Montanhas é estendida a todos os envolvidos nessa atividade no município de Ataléia.
O garimpeiro Tião de Manelzinho em fim de expediente na chapada (2011)

Escavações na chapada
Nivaldo Português e Geraldo Garimpeiro na ativa (Julho de 2011)
Garimpo da chapada - Ataléia, julho de 2011
Tenda de Geraldo Garimpeiro na chapada (Julho 2011)
O garimpeiro Nivaldo Português ainda em  atividade na chapada aos 74 anos de idade ( Julho 2011)

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