O garimpo em Ataléia
|
Meu pai Jardelino Alves Teixeira, saudoso comerciante de pedras de Ataléia (1915-1999) |
|
Salvador e jóias feitas com pedras da região |
|
Zé de Maninho, comerciante de pedras da região |
|
Pedras da região de propriedade de Zé de Maninho (Julho 2011) |
|
Garimpo da chapada (julho 2011) |
O garimpo foi a primeira atividade econômica da região
de Ataléia e remonta a quase um século de exploração. Na década de 1920
surgiram os primeiros garimpeiros que se embrenharam nas matas e
galgaram encostas e montanhas em busca do tesouro que se achava
escondido no solo da região em diversos pontos. Com a notícia da
existência das pedras semipreciosas e preciosas foram chegando mais e
mais aventureiros na expectativa de extrair riquezas e, com isso, uma
pequena comunidade foi se formando. Desta forma, juntamente com os
colhedores de poaia (planta medicinal encontrada no interior das matas) e
os fazendeiros, que se instalavam nas terras devolutas das redondezas e
as cultivavam, os garimpeiros são os responsáveis pela criação do
povoado de Santa Cruz do Norte que mais tarde viria a se transformar na
cidade de Ataléia. Muitos foram os garimpos formados na região ao longo
da história: Avião, Cari, Pacheco, Bananal, Zé Peixe, Córrego Seco,
Neném Alchaar, Sebastião de Oliveira e muitos outros espalhados por todo
o município. Uma grande quantidade de pedras, como águas-marinhas,
topázio de diversos tipos, ametista, crisoberilo, citrino entre
outras, foi retirada de nosso solo, lapidada principalmente na cidade
vizinha de Teófilo Otoni e comercializada e enviada para todo o Brasil e
para várias regiões do mundo, em especial para a América do Norte,
Europa e Ásia. Hoje a extração de pedras e a quantidade de garimpeiros
na região estão muito reduzidas, mas resta ainda alguns garimpos e
alguns garimpeiros e comerciantes de pedras que, bravamente e de forma
apaixonada, mantêm aceso o brilho e a dignidade da profissão. Nomes
como o de Antonio Lemos, Luiz Serra, Antonio Pereira, Melrim, Clemente
Esteves Ferraz e de Jardelino Alves Teixeira são grandes referências do
passado de nosso garimpo, ou como patrocinadores de garimpos ou como
comerciantes de pedras. Segundo o garimpeiro Nivaldo Português, o Sr.
Jardelino contribuiu muito para o garimpo de Ataléia, pois além de
comprar muitas pedras retiradas de nosso garimpo, ajudava sempre que
podia os garimpeiros, adiantando-lhes ou emprestando-lhes dinheiro. Nos
dias atuais temos nomes como o de Salvador Botelho, garimpeiro inativo
que comercializa jóias feitas dessas pedras, e nomes como os de José de
Maninho e Pastor Gladstone que há anos se dedicam ao ramo de compra e
venda de pedras preciosas na cidade, além dos autênticos garimpeiros,
homens que labutam de sol a sol à procura dos minerais cristalizados
escondidos no interior da terra pela natureza. Homens cuja tarefa é a de
encontrar esses pequenos tesouros que provavelmente adornarão as coroas
de um reino bem distante. Aqui alguns nomes de genuínos garimpeiros de
Ataléia: Nivaldo Português, Geraldo Garimpeiro, Luís Lemos, Tião de
Manelzinho, Zé de Nicomédio, Zé Ouriçado e Porró. A lista de
garimpeiros e comerciantes de pedras é extensa e nem todos os nomes
foram mencionados, contudo a homenagem do
Mundo das Montanhas é estendida a todos os envolvidos nessa atividade no município de Ataléia.
|
O garimpeiro Tião de Manelzinho em fim de expediente na chapada (2011) |
|
Escavações na chapada |
|
Nivaldo Português e Geraldo Garimpeiro na ativa (Julho de 2011) |
|
Garimpo da chapada - Ataléia, julho de 2011 |
|
Tenda de Geraldo Garimpeiro na chapada (Julho 2011) |
|
O garimpeiro Nivaldo Português ainda em atividade na chapada aos 74 anos de idade ( Julho 2011) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário