TURMALINAS
As turmalinas ocorrem em rochas ígneas ácidas, pegmatitos graníticos, gnaisses e ardósias.
Aparecem muitas vezes como inclusões no quartzo.
DESCRIÇÃO DAS OCORRÊNCIAS
: Geralmente ocorrem em granitos pegmatíticos e em rochas
imediatamente ao redor destes depósitos. A variedade mais comum da turmalina é de cor preta,
porém, variedades de cristais com cores clar
as também podem ser achados. A turmalina,
normalmente se associa nos pegmatitos com minerais de ortoclásio, albita, quartzo e moscovita;
também com berilo, lepidolita, apatita, fluorita. Achada também como mineral acessório em rochas
ígneas e metamórficas, como gnaisses, xistos e ca
lcários cristalinos. Também achadas em depósitos
aluvionares.
OCORRÊNCIAS BRASILEIRAS
Em MINAS GERAIS: Araçuaí, Barra de Salinas, Governador Valadares, Malacacheta, Turmalina,
Rubelita, Novo Cruzeiro, Itaporé, Rubim, Conselheiro Pena, Araguari, Coronel Murta, Taquaral, Santa
Maria do Suaçuí, Coimbra, Itamarandiba e São José da Safira;
No CEARÁ: Quixeramobim, Quixadá, Senador Pompeu e Solonópole, ocorrência de turmalina em
pegmatitos de Itatiaia
Em GOIÁS: Mata Azul
Na BAHIA: Tremendal e Encruzilhada
OCORRÊNCIAS E DEPÓSITOS DE TURMALINA NO BRASIL
Turmalinas são encontradas nos pegmatitos da Região Nordeste do Brasil, Itambé (BA), Cruzeiro,
Limoeiro (turmalinas de
vários decímetros são freqüentes, e
Pedra Azul Marambaia, serro, Matias
Barbosa(MG), Ceará, Goiás (Xambioá) e Rio de Janeiro (Menezes e Sigolo, 1981)Espírito Santo
(Mimoso do Sul, Fundão, Itaguaçu),.
1) MINAS GERAIS
PEGMATITO DO CRUZEIRO
Localiza-se nas vizinhanças de Governador Valadares, é conhecido internacionalmente desde a
segunda guerra mundial. Posteriormente, a descoberta
de magníficos cristais de turmalina, tanto rosa
quanto verde, de qualidade gema, concorreu para reforçar a fama dessa jazida um tanto excepcional
(CASSEDANNE
et al
., 1980) e
Três veios de pegmatitos de direção N20° W, cujo mergulho varia de subvertical a muito forte para
SW, foram explotados e são conhecidos como veios 1, 2 e 3; o primeiro sendo o principal. A espessura
varia de poucos metros a mais de 50 m, com al
argamentos nas zonas mais diferenciadas com um
núcleo de quartzo. Outros veios paralelos, de menor importância, são conhecidos nas
proximidades:Campinho, Safirinha, Rio Preto, Fora
tini, Jazida do Oliveira .
O contato com as rochas encaixantes (quartzitos branco e xistos) é sempre nítido, com bastante
reentrâncias e protuberâncias no caso dos quartzitos. Esses quartzitos, são esbranquiçados, beges ou
róseos, com delgadas intercalações de moscovita
e lentes de granulação grosseira. .
Os mica-xistos são compostos essencialmente de biotita, quartzo e oligoclásio ou andesina. Existem
variedades com grafita, clorita e anfibólios. Os af
loramentos, sempre bastante alterados, assim como
o solo residual, são avermelhados ).
Anfibolitos que não afloram, ocorrem numa lente atravessada por diversas galerias, entre as quais a
1D. São compostos de peridoto e serpentina, com piroxênio, hornblenda, anfibólio fibroso, biotita,
clorita, quartzo, calcita e localmente granada .
Segundo CASSEDANNE (1991), quase todos os veios
de pegmatitos apresentam uma zonação nítida,
que pode ser esquematizada, da rocha encaixante até o núcleo, como segue:
a) camada de mica com granulação grosseira no contato com a rocha encaixante
b) rocha com textura granítica formada por quartzo e feldspato, com manchas gráficas, conhecida
como sal grosso pelos garimpeiros;
c) zona intermediária externa, localmente rica em livros de moscovita ou com textura granítica maior
que no sal grosso;
d) zona intermediária interna, formada essencialmente de feldspato potássico localmente albitizado;
e) zona central, quartzo largamente cristalizado e feldspato potássico com drusas de albita (algumas
vezes atapetadas por turmalinas) e grandes cristais
de espodumênio. Os fosfatos ocorrem sempre
nessa faixa;
f) núcleo de quartzo.
A turmalina gema ocorre na zona central do pegmatito, geralmente envolvida por grandes cristais de
feldspato que apresentam estrutura gráfica, associad
os a cristais alterados de vários decímetros de
espodumênio e manchas de lepidolita. As gemas crescem sobre as lamelas de cleavelandita que
atapetam as drusas: ali cristais bem desenvolvido
s chegam a ultrapassar 2 decímetros. Aqueles que
se dispõem em grupos sem orientação determinada
são geralmente comercializados como pedras de
coleção, enquanto os que ocorrem isoladamente, com bastante partes aproveitáveis de boa qualidade,
são utilizados como gemas. Os hábitos são diversos: cristais alongados, biterminados, aciculares,
arredondados ou achatados (CASSEDANNE, 1991).
2) PEGMATITO DE LIMOEIRO, MG
Localiza-se no declive NW de um vale bastante encaixado. É formado por uma lente N30
o
E com
mergulho oeste muito fraco.
3) CAMPO PEGMATITÍCO de MARILAC
Está inserido no Distrito Pegmatítico de Governador Valadares, um dos segmentos da grande
Província Pegmatítica Oriental do Brasil. Essa província possui uma forma lenticular alongada no
sentido NS, embora sua maior parte esteja localizada no Estado de Minas Gerais, e seus limites
situam-se nos Estados do Rio de Janeiro, Espirito Santo e Sul da Bahia. Esta província é produtora de
minerais industriais, sendo a principal região de minerais-gemas do País e, ao mesmo tempo, uma das
principais províncias gemológicas do mundo no tocante à variedade e volume de minerais gemológicos
produzidos. O Campo Pegmatítico de Marilac possui cerca de uma centena de pegmatitos
(GANDINI,1999). Quanto à estrutura dos corpos, estes são zonados simples ou complexos, sendo que
suas dimensões médias estão entre 10 a 20m de espessura e 20 a 100m de comprimento. As formas
mais comuns dos pegmatitos são lenticulares, seguidas das tabulares, sendo estes corpos encaixados
de maneira concordante, em sua maioria, em xistos da Formação São Tomé do Grupo Rio Doce que,
estruturalmente, foi deformado de maneira complexa
e metamorfizado no fácies anfibolito (GANDINI,
1999).
A mineralogia essencial é constituída por microclina pertitizada, às vezes amazonita, quartzo (hialino,
fumê, róseo e leitoso), muscovita e albita. Os minerais acessórios são: biotita, berilo [escória (berilo
industrial), água-marinha, morganita egoshenita], granada (almandina, espessartina), nióbio-
tantalatos e
turmalinas (pretas, verdes, azuis e róseas)
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