A Chapada Diamantina localiza-se na Serra do Espinhaço que é uma cadeia montanhosa
- Vista dos 3 Morrões
- Serra do Espinhaço
- Vista dos Morrões e do Morro do Camelho
- Poço Encantado
- Gruta da Lapa Doce
- Gruta da Pratinha
- Canyon do Buracão
- Rio Mucugezinho e Poço do Diabo
- GEOGRAFIA
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Há cerca de 1,8 bilhão de anos, aqui, onde hoje é sertão, já foi banhado pelas águas do mar. A Chapada foi coberta pelo oceano
até que um choque de placas tectônicas criasse as profundas fendas e depressões que compõem atualmente a geologia da região.
Assim, iniciou-se a formação das serras sedimentares, através da ação dos ventos, rios e mares, que juntaram pedacinhos de
diversas pedras e desenharam as paisagens locais, criando a Bacia do Espinhaço, com elevações de formatos bem diversificados.
A região está dividida geograficamente entre várias serras, como a Serra
de Rio de Contas, do Bastião, da Mangabeira, das Almas
e do Sincorá. Elas são as divisoras de água entre a bacia do Rio São
Francisco, Rio de Contas e o Paraguaçu, que deságuam no Oceano
Atlântico.
A Chapada Diamantina localiza-se na Serra do Espinhaço que é uma cadeia
montanhosa localizada no planalto Atlântico, estendendo-se
pelos estados da Bahia e Minas Gerais. Seus terrenos são do Proterozóico
e contêm jazidas de ferro, manganês, bauxita, diamante e ouro.
Seu nome fora dado pelo geólogo alemão Ludwig von Eschwege no século XIX[1]. É responsável pela divisão entre as redes de
drenagem do Rio São Francisco e as redes de drenagem dos rios que correm diretamente para o oceano Atlântico. É considerada
reserva mundial da biosfera, por ser uma das regiões mais ricas do planeta, graças sua grande diversidade biológica.
A Serra do Espinhaço pode ser considerada a única cordilheira do Brasil,
pois é singular em sua forma e formação. Há mais de um
bilhão de anos em constante movimento, é uma cadeia de montanhas
bastante longa e estreita, entrecortada por picos e vales.
Tem cerca de 1.000 quilômetros de extensão, no sentido latitudinal do
Quadrilátero Ferrífero, ao Norte de Minas e, depois de uma breve
interrupção, alcança a porção sul da Bahia. Todo esse percurso apresenta
uma diferença mínima de longitude, ou seja, sua largura varia
apenas entre 50 e 100 quilômetros.
A Serra do Espinhaço foi considerada pela Unesco em 27 de junho de 2005 a
sétima reserva da biosfera brasileira, devido a sua grande
diversidade de recursos naturais; mostrando-nos a importância de
protegê-la
Mais da metade das espécies de animais e plantas ameaçados de extinção
em Minas Gerais estão nas Cadeias do Espinhaço. Especialmente na
Serra do Cipó, onde se encontra o maior número de espécies endêmicas da
flora brasileira.
As raízes africanas, européias e indígenas se misturam no Espinhaço,
deixando marcas nos costumes e manifestações culturais das comunidades
locais. A beleza e a cultura da região oferecem condições para o
desenvolvimento do ecoturismo.
Entre os municípios que são cortados pela Serra do Espinhaço estão
Porteirinha, Mato Verde, Espinosa, Olhos-d'Água em Minas Gerais e
Lençóis,
Mucugê, Andaraí, Iraquara, Bonito, Ibicoara, Rio de Contas e Igatu.
Localização, Limites, Explicação dos Limites e Tamanho
Localizada na parte centro-sul do bioma, alongada no sentido N-S e em
forma de "Y", seguindo o alinhamento do divisor de águas da Chapada
Diamantina.
É inteiramente circundada pela ecorregião da Depressão Sertaneja
Meridional. Os limites são explicados principalmente pelas mudanças de
relevo, altitude
e tipo de solo. É a parte mais alta do bioma Caatinga.
Tamanho: 50.610 km2.
Unidades Geoambientais do ZANE
Nesta ecorregião estão presentes as unidades dos Maciços e serras altas
(S2); Superfícies retrabalhadas (E4, E5, E8); Chapada Diamantina (C1,
C3, C6, C8);
Superfícies cársticas (J4).
Tipos de Solo, Geomorfologia, Relevo e Variação de Altitude
Esta é a ecorregião mais elevada da caatinga, quase toda com mais de 500
m de altitude. O relevo é bastante acidentado, com grandes maciços
residuais, topos
rochosos, encostas íngremes, vales estreitos e profundos, grandes
superfícies planas de altitude e serras altas, estreitas e compridas. As
altitudes variam de
200 a 1.800 m, com um pico (Pico do Barbado) de 2.033 m.
Nos maciços e serras altas os solos são em geral rasos, pedregosos e
pobres, predominando os solos litólicos (rasos, pedregosos e de
fertilidade baixa) e
grandes afloramentos de rocha. Nos topos planos os solos são em geral
profundos e muito pobres, com predominância de latossolos (profundos,
bem drenados,
ácidos e de fertilidade baixa).
Boa parte do leste da Chapada Diamantina é constituída por áreas que têm
sofrido retrabalhamento intenso, causando um relevo bastante dissecado
com vales
profundos, com altitude variando de 200 a 800 m. Nestas áreas predominam
os solos podzólicos (medianamente profundos, bem drenados, textura
argilosa e
fertilidade média) e os latossolos.
A Chapada Diamantina contém as cabeceiras de vários rios que correm para a Depressão Sertaneja Meridional.
Clima
Na parte oeste o clima vai de quente a tropical, com um gradiente
crescente de precipitação das menores para as maiores altitudes. Nas
áreas mais baixas
a média anual fica em torno de 500 mm, enquanto ultrapassa os 1.000 mm
nas partes mais altas. O período chuvoso vai de outubro a abril.
Na parte leste o clima vai de tropical a semi-árido, com período chuvoso
de novembro a maio e precipitação média de 678 a 866 mm/ano.
Grandes Processos Característicos ou Influências
Gradientes de altitude (inclui os pontos mais altos do NE) que formam
"ilhas" de campos rupestres separadas por vales mais baixos
de caatinga - processo de isolamento que gera especiações.
Gradiente de temperaturas (apresenta as temperaturas mais baixas do semi-árido)
Grande influência de longos períodos secos, contrastando com uma
pluviosidade anual acima de 1.000 mm (chegando em alguns anos a
2.000 mm - maiores índices pluviométricos do semi-árido) e formação de
neblina o ano inteiro. Abriga as nascentes da maioria dos
rios perenes da Depressão Sertaneja Meridional, sendo o grande divisor
de águas daquela ecorregião.
Há influência da Serra do Espinhaço em elementos da flora, e a presença de cavernas é muito importante para a fauna.
Tipos de Vegetação
Mosaico que inclui caatinga com grande diversidade (abaixo de 1.000 m de
altitude), cerrado, campos rupestres, e diferentes tipos de
mata (da mais seca à mais úmida).
Acima de 1.000 m de altitude, onde existem mais afloramentos rochosos,
predominam os campos rupestres (ligados a quartzitos); onde o solo é
mais
arenoso, predomina o cerrado (solo podzólico). As matas, predominantes
nas encostas, são mais ligadas a granitos e gnaiss, e tornam-se mais
úmidas à
medida em que a altitude aumenta. As matas de caatinga são do tipo
floresta estacional caducifólia, com muitas árvores espinhosas,
especialmente dos
gêneros Acacia e Mimosa, e abundância de Cactaceae e Bromeliaceae.
Algumas espécies são marcantes na fisionomia da vegetação, como o
umbuzeiro
(Spondias tuberosa Arruda) e o juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.).
Porém, existe uma diversidade muito grande na flora, e muitos gêneros e
espécies endêmicos.
A caatinga ocupa grande extensão da ecorregião, em altitudes de até
1.000 m, onde se entremeia com os cerrados de altitude. A caatinga
também predomina
para o norte, nos vales do rio de Furnas, rio de Contas e rio Paraguaçu,
assim como na parte mais a oeste das serras, onde a altura cria uma
barreira impedindo a passagem das chuvas.
Exemplos de Grupos Taxonômicos Típicos
Flora:
As
caatingas da Chapada têm alguns gêneros endêmicos das famílias
Leguminosae, Cactaceae, Sterculiaceae, Scrophulariaceae, Martyniaceae e
Compositae.
Os campos rupestres abrigam uma flora completamente diferente da
caatinga, mas contêm muitas espécies endêmicas da Chapada.
Gêneros endêmicos: Rayleya (Sterculiaceae) - gênero com uma espécie, só
de Andaraí; Mysanthus (Leguminosae) - gênero com uma espécie da parte
sul da
Chapada; Heteranthia (Scrophulariaceae) - gênero com uma espécie de
áreas brejosas do leste da Chapada; Holoregmia (Martyniaceae) - gênero
com uma espécie
de Rio de Contas até Anajé.
Espécies endêmicas: Mimosa irrigua Barneby (Leguminosae), Chamaecrista
eitenorum var. regana I. & B. (Leguminosae), Portulaca werdermanii
Poelln.
(Portulacaceae, do Morro do Chapéu e Mucugê), Melocactus glaucescens
Buin. & Bred. (Cactaceae, do Morro do Chapéu), Arrojadoa bahiensis
(U. Brawn & Esteves) M.
P. Taylor & Eggli (Cactaceae), Pilocarpus trachylophus Holmes
(Rutaceae - ocorre em MG, BA e CE).
Estado de Conservação Estimado
A área, que é muito frágil, está ameaçada pela agricultura de café nas
áreas planas, pela pecuária, e principalmente por lavras (vários tipos
de minério) e pedreiras.
Também é preocupante a crescente pressão do turismo de várias
modalidades, além do extrativismo de espécies ornamentais (orquídeas,
sempre-vivas, bromélias).
Rio Paraguaçu
Na chapada Dia,amtina ocorre a formação do Rio Paraguaçu o maior rio
genuinamente baiano. Suas nascentes são diamentíferas, suas margens
férteis, muito
piscoso em todo a sua extensão e navegável das cidades à sua foz. Já foi
a principal via de transporte e comunicação de toda a região.
O nome Paraguaçu" é de origem tupi e significa "mar grande", através da
junção dos termos pará ("mar") e gûasu ("grande"). No Brasil Colônia,
foi escrito de
várias formas: Paraguaçu, Paraoçu, Paraossu, Peroguaçu, Perasu, Peoassu e
Peruassu. Segundo historiadores, em 1504 os franceses já traficavam
pelo Rio Paraguaçu
com os nativos. Porém a sua descoberta é atribuída a Cristóvão Jacques,
comandante da primeira expedição guarda-costa que chegou ao Brasil em
1526 para combater os
franceses no contrabando do pau-brasil no litoral. Frei Vicente do
Salvador, primeiro historiógrafo brasileiro, relata que Cristóvão
Jacques, na ilha "dos Franceses"
situada no baixo curso do Paraguaçu, encontrou duas naus da França ali
ancorada, comerciando com os indígenas, afundando-as com equipagens e
mercadorias.
Nasce no Morro do Ouro, Serra do Cocal, município de Barra da Estiva,
Chapada Diamantina, segue em direção norte passando pelos municípios de
Ibicoara,
Mucugê e até cerca de 5km a jusante da cidade de Andaraí, quando recebe o
rio Santo Antônio. Muda de direção em seu curso para oeste e leste,
servindo
como divisor entre os municípios de Itaeté, Boa Vista do Tupim,
Marcionílio Souza, Itaberaba, Iaçu,Argoim, Santa Teresinha, Antônio
Cardoso, Castro Alves,
Santo Estevão, Cruz das Almas, Governador Mangabeira,Cabaceiras do
Paraguaçu, Conceição da Feira, Muritiba de São Félix, e as cidades de
São Felix de
Cachoeira e Maragogipe desemboca na Baía de Todos os Santos entre os
municípios de Maragogipe e Saubara.
Tem seiscentos quilômetros de curso, ao longo do qual banha cidades
importantes, inclusive sob o ponto de vista turístico, a exemplo das
acima citadas
e povoados como Santiago do Iguape, São Francisco do Paraguaçu, Nagé,
Coqueiros, São Roque e Barra do Paraguaçu. É navegável em seu baixo
curso, da foz
até as cidades de Cachoeira e São Félix, passa por Maragogipe num
percurso de 46 km. Dentre os afluentes principais destacam-se somente os
da margem
esquerda: Santo Antônio, Tupim, Capivari (São Félix), do Peixe. Forma
algumas quedas d'água, destacando-se a de Bananeiras.
Nele, se pesca ao longo de todo o curso, principalmente tucunarés,
traíras e piaus, sendo que no baixo curso encontram-se camarões, robalos
e tainhas.
Com a construção da barragem de Pedra do Cavalo, responsável pelo
controle de suas cheias, ganhou mais uma utilização, a de responder pelo
abastecimento de
água todo o Recôncavo, Feira de Santana e a Grande Salvador.
Para se conhecer a Chapada Diamantina em sua exuberância propomos o mais
diversificado roteiro da Chapada Diamantina, através do qual se pode
visitar os
principais atrativos do Parque Nacional e seu entorno: cachoeiras,
cavernas, cânions, montanhas, cidades históricas integrantes dos ciclos
do Diamante
e do Ouro, além de atividades do turismo de aventura, para iniciantes e
praticantes. Com variadas opções de trilhas curtas e longas, este
roteiro é
flexível aos diversos perfis de visitantes e conta com infra-estrutura
turística de qualidade. Tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional
(Iphan), as cidades de Lençóis, Mucugê, Igatu e Andaraí preservam o
casario colonial do final do século XIX. A diversidade cultural confere
um clima charmoso a
Lençóis, que também se posiciona como portão de entrada para a Chapada
Diamantina.
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