Composição química e isótopos de oxigênio em cassiterita e wolframita nos greisens do albita granito Palanqueta, depósito de estanho de Bom Futuro (RO)
O Estado de Rondônia hospeda suítes graníticas meso a
neoproterozóicas portadores de Sn, W, Nb, Ta, F e gemas, associadas à
greisens, veios, brechas e pegmatitos, cujas informações sobre as
composições químicas, isotópicas e de inclusões fluidas dos
minerais-minérios ainda são discretas. Esse trabalho apresenta estudo
sobre a composição química e isotópica (δ18O) de cassiterita e
wolframita, encontradas nos greisens do albita granito Palanqueta, o
qual faz parte do depósito de estanho do Bom Futuro. Nesses greisens os
cristais de cassiterita exibem seu característico zonamento, ressaltado
por faixas ricas em Sn alternadas por faixas ricas em Fe, Ti, Ta, Nb e
W. Por outro lado, os cristais de wolframita mostram-se ricos em Fe em
relação ao Mn, com franca migração para o membro ferberita (Fe0,52-0,86-Mn0,10-0,38) WO4, com baixos conteúdos em Nb, Ta e Sn. Tanto
cassiterita como wolframita hospedam micro-inclusões de
nióbio-tantalatos, provavelmente produtos de exsolução durante o
abaixamento da temperatura. Quanto à composição isotópica (δ18O),
cassiterita (1,8 e 2,0), wolframita (1,4 e 1,6) e quartzo (9,6) exibem
valores discrepantes e indicativos de fracionamento isotópico durante a
ascensão dos fluidos responsáveis pela mineralização. Isso porque o
quartzo é um mineral pouco suscetível ao fracionamento isotópico, cujo
registro ficou melhor diagnosticado em cassiterita e wolframita. A
composição isotópica de cassiterita, wolframita e quartzo aplicada para
cálculos geotermométricos, assim como para o cálculo indireto da
composição isotópica (δ18O) do fluido hidrotermal “fóssil”
coexistente, estimam que cassiterita e wolframita foram precipitados no
intervalo de temperatura de 420o a 460oC e a partir do mesmo fluido hidrotermal de derivação magmática.
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