Diamante brasileiro indica existência de oceano sob a crosta terrestre
Para pesquisadores, minério sugere que, a mais de 400 quilômetros de profundidade, há reservatório com quantidade de água equivalente à soma de todos os oceanos
O pequeno diamante encontrado no Mato Grosso não tem valor comercial, mas é uma importante descoberta científica
(Alberta University)
O minério foi descoberto em 2008 no município de Juína, no interior do Mato Grosso, por mineradores. Cientistas acreditam que existam milhares de diamantes como esse a mais de 400 quilômetros de profundidade.
O estudo sobre o diamante, publicado nesta quarta-feira pela revista Nature, revelou que ele contém um mineral raro chamado ringwoodita. Acredita-se que o mineral exista em grande quantidade debaixo da Terra. Segundo a pesquisa, ele leva uma quantidade significativa de água – cerca de 1,5% de seu peso. As ringwooditas têm sido vistos em meteoritos, mas essa é a primeira vez em que são identificadas em amostras terrestres.
Para os pesquisadores, a presença do líquido dentro do diamante prova que há muita água abaixo da crosta terrestre. Segundo eles, o líquido está presente em uma zona de transição entre o manto superior (entre 100 e 410 quilômetros sob a superfície) e o inferior (a mais de 660 quilômetros de profundidade).
"É possível que exista tanta água quanto a soma de todos os oceanos", diz Graham Pearson, pesquisador da Universidade de Alberta, no Canadá, que coordenou o estudo. Mas é possível que essa água não esteja na forma livre, formando oceanos subterrâneos, mas aprisionada nos minerais.
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