ICMBIO manda SEMA cancelar licenças de garimpos em Itaituba
Garimpeiros Manoel Goiano e Paulo Carneiro mostram revolta
O DNPM fala em Grego, SEMA–PA em
Araimaco e o IBMA e ICMBIO em Javanês e no final do enredo ninguém se
entende quando a questão é Permissão de Lavra garimpeira e Licença
Ambiental. E nessa briga do mar com o rochedo quem sofre as
conseqüências são os garimpeiros que querem se regularizar, mas o
próprio governo Federal com criação excessiva de áreas Ambientais e
Flonas, não deixa.
Na reunião que ocorreu na manhã de
quarta-feira, dia 06, o Superintendente do DNPM, Every Aquino, foi
categórico: ”Os órgãos governamentais não se entendem, nós liberamos as
Permissões de Lavras Garimpeiras, mas a SEMA, IBama e ICMBIO não liberam
as licenças Ambientais e não iremos bater de frente com eles”, disse.
Every Aquino que esteve compondo a mesa
dos trabalhos com o Diretor de Outorga, geólogo José Bastos Rodrigues;
Secretário de Mineração e Meio Ambiente, Ivo Lubrina; vereadores Peninha
e Eva Gomes, traçou em suas palavras um Raio-X sombrio que não reserva
boas perspectivas aos proprietários de garimpos da região
José Rodrigues Bastos foi enfático ao
dar o ultimato de que o DNPM vai dar mais uma oportunidade para quem
ainda não se legalizou concedendo mais 60 dias de prazo, e quem não se
enquadrar até lá, terá sua atividade proibida, tendo em vista que está
na iminência de ser publicado no Diário Oficial da União as áreas a
serem legalizadas para atividade Garimpeira.
José Rodrigues Bastos disse que a
maioria dos garimpeiros que exploram ouro no Tapajós está irregular,
lembrando que foram entregues quinhentas PLGS, mas destas pouco menos de
trezentas conseguiram sua Licença Ambiental.
Every Aquino e João Luiz Bastos
Rodrigues estiveram presentes na Sala Verde, mas para ouvir as queixas
dos garimpeiros que lotaram o auditório numa reunião que se transformou
num verdadeiro muro das lamentações. Tanto Every quanto João Bastos
admitiriam que não irão brigar com os outros órgãos do governo dentro do
conflito já formado entre atividade garimpeira e política ambiental.
Dentre as previsões catastróficas na
reunião, foi anunciado aos garimpeiros que todos os garimpos da
Província Aurífera do Tapajós poderão ter suas atividades interrompidas,
inclusive todos os que já conseguiram suas PLGS e Licenças Ambientais,
num número exíguo já que 14 mil processos ainda estão tramitando no
DNPM.
Para o vereador Peninha, que chamou os
ambientalistas do governo federal de Lunáticos, o governo é uma
contradição já que ao mesmo tempo em que criou a nossa reserva
garimpeira, criou sobre a reserva várias áreas de proteção ambiental.
Engessando assim o crescimento e desenvolvimento econômico social da
região.
Já na opinião do Produtor Mineral,
empresário Dirceu Frederico, faltou ao longo dos anos uma consciência de
produção para a região. Mas citou o exemplo da criação da reserva
Raposa do Sol em Roraima onde a política ambiental do governo Federal
inviabilizou o plantio de arroz e hoje em dia os índios que sobreviviam
viraram indigentes estão mendigando no Estado. O empresário disse que o
governo Brasileiro deveria imitar o exemplo de grandes produtores de
Ouro, como Canadá, que antes de criar reservas promove estudos de
viabilidade resguardando o direito de quem está nas áreas sobrevivendo
dela.
No fechamento da reunião os garimpeiros,
em sua maioria precursores, pioneiros na garimpagem do Tapajós,
propuseram ao Secretário de Mineração e Meio Ambiente Ivo Lubrina de
Castro que seja promovida uma Audiência Pública com todos os órgãos
governamentais do governo Federal para que seja encontrada uma saída que
possibilite a liberação das Licenças Ambientais.
Mas o que causou insegurança e medo aos
garimpeiros foi a notícia bombástica de que o ICMBIO de Itaituba
requisitou, através de oficio, a SEMA do Estado, que todas as licenças
ambientais e PLGs já concedidas sejam canceladas. As críticas foram
muitas contra o órgão que incluiu também até o garimpo do Canaã, do
garimpeiro Paulo Carneiro, que vem cumprindo rigorosamente todas as
exigências ambientais e mesmo assim corre risco de ter suas atividades
paralisadas. Paulo Carneiro disse que achou estranha essa medida, porque
há uma lei que ampara a atividade garimpeira em Áreas de Proteção
Ambiental desde que sejam respeitadas as leis ambientais, o que vem
sendo feito no seu garimpo.
Estiveram presentes na reunião para
tratar das questões de garimpagem, Rui Mendonça, Goiano do Marupá, Paulo
Carneiro, Frederico Dirceu, representantes da Ourominas, que puderam
dirimir suas dúvidas a respeito da exigência de legalização de seus
garimpos.
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