O fim da mão de obra intensiva? A automação como solução às crises trabalhistas?
A invasão dos drones e autômatos na mineração já é um
fato corriqueiro. As máquinas não tripuladas estão sendo, a cada dia que
passa, a solução para uma série de problemas inerentes ao trabalho da
mineração e exploração mineral. O objetivo é a otimização dos processos
com o aumento de velocidade e da qualidade ao mesmo tempo em que os
custos são reduzidos.
É por isso que o nosso planeta está sendo coberto por nano satélites da
Planet Labs ou por drones da Titan Aerospace que irão erradicar os
problemas de comunicação ao mesmo tempo que cobrirão, quase online, a
superfície do globo.
Serão os drones que farão as lavras em locais inacessíveis como o fundo
do mar ou o espaço sideral. A automação em minas é antiga e veio para
ficar.
Várias minas do mundo usam caminhões não tripulados (veja a foto) e
escavadeiras e perfuratrizes controladas por controle remoto. Somente na
Austrália existem mais de 200 caminhões controlados por controle remoto
em minas de minério de ferro. Na foto ao lado vê-se um caminhão
elétrico de 320t, sem motorista, controlado a partir de computador em
centro de operações situado a 1.000km da mina de minério de ferro West
Angelas da Rio Tinto. Um grande exemplo do que a automação pode fazer.
Em breve os drones irão controlar as plantas, os estoques, os
equipamentos, os transportes, quase todas as operações e até os
mapeamentos geológicos preliminares. É uma revolução em andamento,
financiada pelo maior programa não militar de robótica do mundo.
A tendência é que o uso de drones seja ampliado e não reduzido.
Com as instabilidades sociais alimentadas pelos sindicatos, abre-se mais
uma porta para a aceleração do processo, com a redução do uso da mão de
obra .
A maior adesão recente vem da África do Sul, assolada por
uma greve sem precedentes que ameaça paralisar totalmente as minas de
platina do Bushveld.
A gigante Anglo American declarou, ontem, que está mudando a sua
estratégia de minas com uso intensivo de mão de obra, para minas
totalmente mecanizadas e robotizadas. Essa é a resposta às greves que
estão aleijando a empresa. A transição segundo Mark Cutifani, o CEO da
Anglo, ocorrerá ao longo de 10 anos.
A “ameaça” de Cutifani é uma resposta à falta de resultados nas
negociações em andamento entre a Anglo e os sindicatos. Se a solução não
for encontrada os mineiros serão substituídos em pouco tempo.
As greves já fizeram a produção de platina cair, neste trimestre 40% colocando em risco a própria empresa.
Com a automação das minas o problema será contornado e os custos operacionais irão cair exponencialmente.
Os
mineiros das minas de platina da África do Sul ainda não sabem que os
seus dias estão contados se não negociarem, imediatamente, uma volta aos
trabalhos e uma transição favorável no futuro. Graças, mais uma vez, ao
inevitável processo de automação que vai caracterizar a mineração deste
século.
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