Corindo – Mineral Coríndon, Coríndon ou Corundum
O corindo
é o mineral mais duro na natureza depois do diamante. Por este motivo
só pode ser riscado e trabalhado por ele. A palavra corindo surgiu nos
meios científicos europeus no fim do século XVIII, quando foram trazidos
da China cristais de um mineral que nesse país era pulverizado e usado como abrasivo. Era idêntico ao comercializado pelos mercadores de Bombaim com o nome de kurund ou corundum.
As análises demonstraram que a sua
composição era a mesma da telesia (em grego “perfeito”), nome que o
célebre vulcanólogo francês René Just Haüy havia atribuído ao rubi e à
safira, ambos usados como gemas. Foi o próprio René quem identificou o
corindo como telesia e optou pelo novo nome indiano, para evitar
confusões com as denominações europeias tradicionais.
O mineral corindo é
composto por 53% de alumínio puro, pode conter pequenas quantidades de
cromio, ferro e titânio, impurezas que lhe dão os diferentes coloridos. O
corindo comum é pouco brilhante e não transparente, de cor cinzenta,
por vezes róseo, amarelo ou verde. Das gemas, as variedades mais
conhecidas são o rubi de cor vermelha e as safiras, azul carregado
(safira propriamente dita), incolor (leucossafi ra), amarela (topázio
oriental), verde (esmeralda oriental), roxa (ametista oriental) ou
rósea.
Existe ainda uma variedade que é corindo
maciço, granular, cinzento a negro, que juntamente com magnetite,
hematite e espinela formam uma rocha denominada esmeril. Mohs classifi
cou-o no grau 9 da sua escala de dureza. Tal como o diamante que é o
único mineral com dureza 10, o corindo é a única substância natural de
dureza 9. Génese. O corindo é um mineral típico das rochas metamórficas,
isto é, das que se formam a partir de rochas preexistentes quando
submetidas a altas pressões e temperaturas.
Também pode ser encontrado em rochas
formadas pela consolidação de magmas profundos pobres em sílica.
Ocorrência. As gemas ocorrem na Birmânia, Sri Lanka, Tailândia, Índia, Bornéu, Madagáscar, Tanzânia, Estados Unidos, Alemanha e República Checa. Depósitos de esmeril ocorrem no Cabo Emeri na ilha de Naxos na Grécia, na região de Aiden na Turquia
e nos Urais Centrais. Utilização. A mais lucrativa é como gema em
joalharia, a esta se destinando as variedades mais coloridas, sobretudo o
rubi e a safira, o que desde finais do século XIX tem levado ao fabrico
de corindos sintéticos.
O esmeril é utilizado
como abrasivo em pastas de polimento e em instrumentos de perfuração e
corte. Mais recentemente, safiras e rubis sintéticos são usados como
revestimento de vidros (altamente resistentes à abrasão),
na indústria dos lasers, como substratos de microcircuitos
(protegendo-os de radiações perturbadoras) e como pontas de mísseis
(dada a sua transparência à radiação que os conduz ao alvo, aliada à sua
dureza, muito útil em teatros de guerra onde tempestades de areia
poderiam “cegar” os mísseis).
A safira apresenta-se
na natureza, tal como já foi referido, em todas as tonalidades com
destaque para o azul ténue e o azul intenso. Nas pedras perfeitamente
transparentes a cor mais apreciada é a intermédia entre os dois
extremos. Frequentemente confundida durante a Idade Média com o
lápis-lazuli, o seu nome vem do grego sappheiros, “pedra azul” ou do
hebreu sappir, “a coisa mais bela”. Os Romanos chamavam-lhe hyacinthus,
por a sua cor se parecer com a do esplêndido jacinto azul como Plínio
explica no livro XXXVII da sua História Natural.
Como todas as gemas azuis ou incolores, é
incluída entre as “pedras de ar”, que os Antigos consideravam
directamente ligadas ao céu. Era o símbolo da justiça divina, da
esperança, da coragem, da confi ança e da alegria. Do ponto de vista
químico, a safi ra é um óxido de alumínio com pequenas quantidades de
ferro e titânio em substituição do alumínio. Cristaliza no sistema
trigonal, no estado puro apresenta-se sob a forma de cristais
bipiramidais alongados, com estrias transversais.
Apresenta um brilho notável e a sua
densidade é de 4. A safira apresenta uma capacidade de absorção de luz
que varia consoante a direcção de onde esta se propaga, chama-se
pleocroísmo. Por isso a cor que vemos é uma mescla de azul intenso e
azul-esverdeado. Apresenta com frequência uma coloração localizada, com
faixas claras e escuras que formam entre si um angulo de 120 graus, o
efeito geral pode ser uma figura hexagonal completa, visível a olho nu.
Entre as inclusões típicas, visíveis à
lupa merecem citação as de rútilo (óxido de titânio), que surgem na
forma de cristais aciculares orientados entre si a 60º, cristais de
pirite, biotite, espinela e zircão por vezes emitindo os halos
característicos, que se devem à radioactividade emitida por vestígios de
urânio e tório neles presentes.
Génese
As safiras têm
geralmente origem em rochas metamórficas. O tipo de jazida mais comum é o
sedimentar, formado por cascalhos e areias aluviais. No seu estado
bruto tem o aspecto de um seixo opaco em forma de barril. As jazidas
mais conhecidas são as do Sri Lanka, extraordinárias e ainda hoje muito
produtivas, justamente consideradas um “cofre” natural. Outras jazidas
importantes são as da Birmânia (Myammar), na região gemífera de Mogok
(as safi ras de Mogok são muito apreciadas comercialmente), na zona
tailandesa de
Chantaburi e as do Cambodja, região de Pailin.
Chantaburi e as do Cambodja, região de Pailin.
Hoje é quase impossível encontrá-las
ali, mas as safi ras de Caxemira são magníficas, de um belíssimo
azul-lírio. A região australiana de Queensland fornece uma grande
quantidade de safi ras de um azul-esverdeado intenso, outras zonas onde
recentemente foram encontradas safi ras em quantidades apreciáveis são o
estado norte-americano de Montana e a ilha de Madagáscar.
Lapidação
A safira pode ser talhada de diversas
formas, em geral usa-se uma lapidação mista, uma coroa de tipo brilhante
com um pavilhão em degraus. No caso de pedras opacas ou translúcidas
prefere-se o talhe em cabochão, imprescindível no caso das safiras
estrela mostrando seis raios. Mais raramente, a safira é usada em
trabalhos de gravação, utilizando-se técnicas já conhecidas de Egípcios e
Romanos.
Imitações
Hoje em dia, a imitação mais comum é,
sem dúvida, a safira sintética, obtida por fusão à chama, muito
difundida no mercado desde o início do século XX. É importante referir
que as imitações constituídas por quartzos incolores tratados com
corantes de proveniência brasileira e de safiras, cujo óptimo aspecto se
deve à sofisticação dos tratamentos por termodifusão e não ao lento
trabalho da Natureza.
Gemas célebres
Não é difícil encontrar nos museus de
todo o mundo safiras com cores e dimensões excepcionais, como a Star of
India de 536 quilates, guardada no Museu de História Natural de Nova
Iorque, a Star of Asia de 330 quilates ou a Star of Artaban de 316
quilates.
O nome Rubi vem do
latim ruber, ou rubeus que signifi ca vermelho. A palavra surgiu no
final da Idade Média. A cor, ligeiramente diferente segundo os diversos
pontos de observação, varia entre o vermelho violáceo e o vermelho
amarelado. Alguns rubis apresentam inclusões em forma
de agulha de rútilo que em determinadas ocasiões produzem reflexos
luminosos em forma de estrela de seis pontas.
Este fenómeno chamado asterismo, é
evidente se a pedra for lapidada em superfície curva, ou cabochão. Se as
inclusões forem paralelas o reflexo produzido é de um único raio,
fenómeno que é conhecido pelo nome de olho de gato. Se as inclusões
aparecerem desordenadamente, origina-se um reflexo interno nacarado
denominado seda.
Génese
A maioria dos rubis aparece em mármores,
rochas metamórficas formadas a temperaturas e pressões muito altas. No
entanto, esta pedra não é extraída directamente da rocha mãe em que se
forma, mas sim de depósitos de cascalhos e areões aluviais, “placers”
resultantes da erosão da rocha mãe. Os principais produtores de rubis
são na Ásia: Birmânia, Sri Lanka, Tailândia e Cambodja. No Sri Lanka, os
placers gemíferos de maior rendimento situam-se na região de Ratnapura,
na Birmânia, as principais jazidas encontram-se no vale do Irawaddi, ao
norte de Rangun; na Tailândia, na região de Chantaburi. Em África no
norte da Tanzânia, também se encontram rubis opacos, mas bem coloridos e
de grandes dimensões.
Lapidação
Geralmente, os rubis transparentes são
lapidados em facetas, ao passo que para os translúcidos se prefere a
superfície curva, ou cabochão. Os rubis de grandes dimensões, como os da
Tanzânia são adequados para talhe em esmeralda e em brilhante.
Imitações. Como todas as pedras preciosas, também os rubis são alvo de
muitas imitações e falsificações. A gema natural que mais se parece com
ele é a espinela-nobre, de um vermelho mais claro e menos intenso. As
falsificações mais frequentes são as de vidro colorido e as de quartzo
colorido.
Os rubis sintéticos,
que são fabricados há mais de um século são as melhores imitações das
pedras naturais. Muitos “anéis da avó” conservados com veneração
ostentam frequentemente rubis sintéticos.
Gemas célebres
Os rubis transparentes são sempre de
pequenas dimensões, uma pedra de dez quilates já é excepcional. Por isso
são considerados extraordinários rubis como o Eduard de 167 quilates,
exposto no Museu Britânico de Historia Natural, em Londres,
o Estrela de Reeves, com 138,7 quilates, exposto na Smithsonian
Institution em Washington e o Long Star, de 100 quilates, exposto no
Museu de História Natural de Nova Iorque. Em Teerão conservam-se
numerosos rubis com mais de 40 quilates que fazem parte juntamente com
milhares de outras pedras preciosas, do fabuloso tesouro do Irão.
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