quinta-feira, 1 de maio de 2014

Corindo – Mineral Coríndon, Coríndon ou Corundum

Corindo – Mineral Coríndon, Coríndon ou Corundum
O corindo é o mineral mais duro na natureza depois do diamante. Por este motivo só pode ser riscado e trabalhado por ele. A palavra corindo surgiu nos meios científicos europeus no fim do século XVIII, quando foram trazidos da China cristais de um mineral que nesse país era pulverizado e usado como abrasivo. Era idêntico ao comercializado pelos mercadores de Bombaim com o nome de kurund ou corundum.
foto de cristal corindo
As análises demonstraram que a sua composição era a mesma da telesia (em grego “perfeito”), nome que o célebre vulcanólogo francês René Just Haüy havia atribuído ao rubi e à safira, ambos usados como gemas. Foi o próprio René quem identificou o corindo como telesia e optou pelo novo nome indiano, para evitar confusões com as denominações europeias tradicionais.
O mineral corindo é composto por 53% de alumínio puro, pode conter pequenas quantidades de cromio, ferro e titânio, impurezas que lhe dão os diferentes coloridos. O corindo comum é pouco brilhante e não transparente, de cor cinzenta, por vezes róseo, amarelo ou verde. Das gemas, as variedades mais conhecidas são o rubi de cor vermelha e as safiras, azul carregado (safira propriamente dita), incolor (leucossafi ra), amarela (topázio oriental), verde (esmeralda oriental), roxa (ametista oriental) ou rósea.
Existe ainda uma variedade que é corindo maciço, granular, cinzento a negro, que juntamente com magnetite, hematite e espinela formam uma rocha denominada esmeril. Mohs classifi cou-o no grau 9 da sua escala de dureza. Tal como o diamante que é o único mineral com dureza 10, o corindo é a única substância natural de dureza 9. Génese. O corindo é um mineral típico das rochas metamórficas, isto é, das que se formam a partir de rochas preexistentes quando submetidas a altas pressões e temperaturas.
Também pode ser encontrado em rochas formadas pela consolidação de magmas profundos pobres em sílica. Ocorrência. As gemas ocorrem na Birmânia, Sri Lanka, Tailândia, Índia, Bornéu, Madagáscar, Tanzânia, Estados Unidos, Alemanha e República Checa. Depósitos de esmeril ocorrem no Cabo Emeri na ilha de Naxos na Grécia, na região de Aiden na Turquia e nos Urais Centrais. Utilização. A mais lucrativa é como gema em joalharia, a esta se destinando as variedades mais coloridas, sobretudo o rubi e a safira, o que desde finais do século XIX tem levado ao fabrico de corindos sintéticos.
O esmeril é utilizado como abrasivo em pastas de polimento e em instrumentos de perfuração e corte. Mais recentemente, safiras e rubis sintéticos são usados como revestimento de vidros (altamente resistentes à abrasão), na indústria dos lasers, como substratos de microcircuitos (protegendo-os de radiações perturbadoras) e como pontas de mísseis (dada a sua transparência à radiação que os conduz ao alvo, aliada à sua dureza, muito útil em teatros de guerra onde tempestades de areia poderiam “cegar” os mísseis).
A safira apresenta-se na natureza, tal como já foi referido, em todas as tonalidades com destaque para o azul ténue e o azul intenso. Nas pedras perfeitamente transparentes a cor mais apreciada é a intermédia entre os dois extremos. Frequentemente confundida durante a Idade Média com o lápis-lazuli, o seu nome vem do grego sappheiros, “pedra azul” ou do hebreu sappir, “a coisa mais bela”. Os Romanos chamavam-lhe hyacinthus, por a sua cor se parecer com a do esplêndido jacinto azul como Plínio explica no livro XXXVII da sua História Natural.
Colar de Safira em exposição na coleção Smithsonian
Como todas as gemas azuis ou incolores, é incluída entre as “pedras de ar”, que os Antigos consideravam directamente ligadas ao céu. Era o símbolo da justiça divina, da esperança, da coragem, da confi ança e da alegria. Do ponto de vista químico, a safi ra é um óxido de alumínio com pequenas quantidades de ferro e titânio em substituição do alumínio. Cristaliza no sistema trigonal, no estado puro apresenta-se sob a forma de cristais bipiramidais alongados, com estrias transversais.
Safira Brooch Logan, no Museu Nacional de História Natural, em Washington DC
Apresenta um brilho notável e a sua densidade é de 4. A safira apresenta uma capacidade de absorção de luz que varia consoante a direcção de onde esta se propaga, chama-se pleocroísmo. Por isso a cor que vemos é uma mescla de azul intenso e azul-esverdeado. Apresenta com frequência uma coloração localizada, com faixas claras e escuras que formam entre si um angulo de 120 graus, o efeito geral pode ser uma figura hexagonal completa, visível a olho nu.
safira rosa
Entre as inclusões típicas, visíveis à lupa merecem citação as de rútilo (óxido de titânio), que surgem na forma de cristais aciculares orientados entre si a 60º, cristais de pirite, biotite, espinela e zircão por vezes emitindo os halos característicos, que se devem à radioactividade emitida por vestígios de urânio e tório neles presentes.
padparadscha facetada
Génese
As safiras têm geralmente origem em rochas metamórficas. O tipo de jazida mais comum é o sedimentar, formado por cascalhos e areias aluviais. No seu estado bruto tem o aspecto de um seixo opaco em forma de barril. As jazidas mais conhecidas são as do Sri Lanka, extraordinárias e ainda hoje muito produtivas, justamente consideradas um “cofre” natural. Outras jazidas importantes são as da Birmânia (Myammar), na região gemífera de Mogok (as safi ras de Mogok são muito apreciadas comercialmente), na zona tailandesa de
Chantaburi e as do Cambodja, região de Pailin.
Safira do Madagascar
Hoje é quase impossível encontrá-las ali, mas as safi ras de Caxemira são magníficas, de um belíssimo azul-lírio. A região australiana de Queensland fornece uma grande quantidade de safi ras de um azul-esverdeado intenso, outras zonas onde recentemente foram encontradas safi ras em quantidades apreciáveis são o estado norte-americano de Montana e a ilha de Madagáscar.
Lapidação
A safira pode ser talhada de diversas formas, em geral usa-se uma lapidação mista, uma coroa de tipo brilhante com um pavilhão em degraus. No caso de pedras opacas ou translúcidas prefere-se o talhe em cabochão, imprescindível no caso das safiras estrela mostrando seis raios. Mais raramente, a safira é usada em trabalhos de gravação, utilizando-se técnicas já conhecidas de Egípcios e Romanos.
safira sintética
Imitações
Hoje em dia, a imitação mais comum é, sem dúvida, a safira sintética, obtida por fusão à chama, muito difundida no mercado desde o início do século XX. É importante referir que as imitações constituídas por quartzos incolores tratados com corantes de proveniência brasileira e de safiras, cujo óptimo aspecto se deve à sofisticação dos tratamentos por termodifusão e não ao lento trabalho da Natureza.
Gemas célebres
Não é difícil encontrar nos museus de todo o mundo safiras com cores e dimensões excepcionais, como a Star of India de 536 quilates, guardada no Museu de História Natural de Nova Iorque, a Star of Asia de 330 quilates ou a Star of Artaban de 316 quilates.
O nome Rubi vem do latim ruber, ou rubeus que signifi ca vermelho. A palavra surgiu no final da Idade Média. A cor, ligeiramente diferente segundo os diversos pontos de observação, varia entre o vermelho violáceo e o vermelho amarelado. Alguns rubis apresentam inclusões em forma de agulha de rútilo que em determinadas ocasiões produzem reflexos luminosos em forma de estrela de seis pontas.
cristal de rubi natural
Este fenómeno chamado asterismo, é evidente se a pedra for lapidada em superfície curva, ou cabochão. Se as inclusões forem paralelas o reflexo produzido é de um único raio, fenómeno que é conhecido pelo nome de olho de gato. Se as inclusões aparecerem desordenadamente, origina-se um reflexo interno nacarado denominado seda.
Bracelete - Pulseira de rubis e diamantes
Génese
A maioria dos rubis aparece em mármores, rochas metamórficas formadas a temperaturas e pressões muito altas. No entanto, esta pedra não é extraída directamente da rocha mãe em que se forma, mas sim de depósitos de cascalhos e areões aluviais, “placers” resultantes da erosão da rocha mãe. Os principais produtores de rubis são na Ásia: Birmânia, Sri Lanka, Tailândia e Cambodja. No Sri Lanka, os placers gemíferos de maior rendimento situam-se na região de Ratnapura, na Birmânia, as principais jazidas encontram-se no vale do Irawaddi, ao norte de Rangun; na Tailândia, na região de Chantaburi. Em África no norte da Tanzânia, também se encontram rubis opacos, mas bem coloridos e de grandes dimensões.
Rubis no Museu Nacional de História Natural, Washington DC, E.U.A.
Lapidação
Geralmente, os rubis transparentes são lapidados em facetas, ao passo que para os translúcidos se prefere a superfície curva, ou cabochão. Os rubis de grandes dimensões, como os da Tanzânia são adequados para talhe em esmeralda e em brilhante. Imitações. Como todas as pedras preciosas, também os rubis são alvo de muitas imitações e falsificações. A gema natural que mais se parece com ele é a espinela-nobre, de um vermelho mais claro e menos intenso. As falsificações mais frequentes são as de vidro colorido e as de quartzo colorido.
Os rubis sintéticos, que são fabricados há mais de um século são as melhores imitações das pedras naturais. Muitos “anéis da avó” conservados com veneração ostentam frequentemente rubis sintéticos.
Gemas célebres
Os rubis transparentes são sempre de pequenas dimensões, uma pedra de dez quilates já é excepcional. Por isso são considerados extraordinários rubis como o Eduard de 167 quilates, exposto no Museu Britânico de Historia Natural, em Londres, o Estrela de Reeves, com 138,7 quilates, exposto na Smithsonian Institution em Washington e o Long Star, de 100 quilates, exposto no Museu de História Natural de Nova Iorque. Em Teerão conservam-se numerosos rubis com mais de 40 quilates que fazem parte juntamente com milhares de outras pedras preciosas, do fabuloso tesouro do Irão.

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