Estudo: árvores 'absorvem' ouro e podem ajudar a descobrir jazidas
Imagem mostra metal em folhas de eucalipto
Cientistas anunciaram na terça-feira a descoberta de um
surpreendente marcador que indica a localização de ouro no subsolo,
depois que traços minúsculos do mineral foram encontrados nas folhas de
eucaliptos que crescem sobre veios do valioso mineral.
A descoberta incomum representa uma ferramenta
importante para exploradores em uma época de reservas auríferas escassas
e preços nas alturas, com uma redução de 45% das novas descobertas na
última década, segundo um estudo publicado no periódico Nature
Communications.
"Este vínculo entre o crescimento vegetal e depósitos de
ouro subterrâneo pode ser útil no desenvolvimento de novas tecnologias
para a exploração mineral", destacou um resumo do estudo divulgado para a
imprensa.
Os eucaliptos são capazes de fincar suas raízes bem
fundo no solo em busca de água em regiões secas, atingindo inclusive
áreas ricas em ouro, absorvendo partículas microscópicas do metal
enquanto sorvem água.
Uma equipe de cientistas australianos afirmou ter
provado que o ouro pode ser absorvido pelas raízes e viajar pelo tronco
da árvore até chegar às suas folhas, ainda que em concentrações muito
pequenas.
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Segundo
o Conselho Mundial de Ouro, mais de 174 mil toneladas de ouro foram
extraídas da Terra desde o início da civilização. Em 2011, o Serviço
Geológico dos Estados Unidos (US Geological Survey) estimou em 51 mil
toneladas as reservas auríferas ainda disponíveis no mundo.
O preço do metal disparou 482% entre dezembro de 2000 e
março deste ano. Sessenta por cento do ouro é utilizado na fabricação de
joias, mas ele também é um componente crucial de eletrônicos e é usado
na tecnologia médica, inclusive no tratamento contra o câncer.
Em seu estudo, os cientistas pesquisaram árvores de
eucalipto que crescem em duas regiões de prospecção, no sul e no oeste
da Austrália, usando raios X para buscar ouro em folhas, ramos, na casca
da árvore e no solo.
Os eucaliptos, alguns dos quais chegam a mais de 10
metros de altura, têm um sistema de raízes incomumente profundo e
extenso, podendo chegar a uma profundidade de 40 metros, segundo
registros documentados.
Os cientistas descobriram que as concentrações de ouro
detectadas são baixas, com alguns centésimos ou milionésimos de grama
por tonelada, porém são mais elevadas nas folhas.
"O ouro provavelmente é tóxico para as plantas e é levado para suas extremidades (como as folhas)", afirmaram.
Traços minúsculos de ouro já tinham sido encontrados
algumas vezes em plantas, mas nunca ficou claro se estes tinham sido
absorvidos ou foram transportados pelo vento.
A nova descoberta "promove a confiança em uma técnica
emergente que possa levar a explorações bem sucedidas no futuro e manter
a continuidade da oferta" de ouro, escreveram os autores do estudo.
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