PETRÓLEO
O petróleo é considerado uma fonte de energia não
renovável, de origem fóssil e é matéria prima da indústria petrolífera e
petroquímica. O petróleo bruto possui em sua composição uma cadeia de
hidrocarbonetos, cujas frações leves formam os gases e as frações
pesadas o óleo cru. A distribuição destes percentuais de hidrocarbonetos
é que define os diversos tipos de petróleo existentes no mundo.
Na
natureza quando encontrado está nos poros das rochas, chamadas de
rochas reservatórios, cuja permeabilidade irá permitir a sua produção.
Permeabilidade e porosidade são duas propriedades características de
rochas sedimentares, motivo pelo qual as bacias sedimentares são os
principais locais de ocorrência. Porosidade é uma característica física,
definida como o percentual entre volume vazio e o volume total das
rochas. Permeabilidade é a característica física relacionada com a
intercomunicação entre os espaços vazios, e permite que ocorra a vazão
de fluidos no meio poroso. Na natureza as rochas sedimentares são as
mais porosas, e quando possuem permeabilidade elevada, formam o par
ideal para a ocorrência de reservatórios de petróleo economicamente
exploráveis. O Petróleo por possuir uma densidade média de 0,8, inferior
a das rochas que constituem o subsolo, tende a migrar para a superfície
provocando os clássicos casos de exudações (os egípcios utilizaram esse
óleo como fonte de energia, como remédio e matéria prima para os
processos de embalsamento). Se no caminho para a superfície encontra uma
estrutura impermeável (armadilha), que faça o seu confinamento e impeça
a sua migração, acaba formando um reservatório de petróleo. Vale
salientar que esse processo ocorre lentamente (alguns milhares de anos),
e gota a gota.
Essas armadilhas impermeáveis são estruturas de
grande proporção, que podem ser anticlinais, falhas geológicas, derrame
de basalto ou domos de sais, identificados por estudos sísmicos e
geológicos, mas o mais importante é observar que devem existir várias
camadas de solo, outro motivo pelo qual o petróleo é mais facilmente
encontrado em bacias sedimentares. A origem do petróleo é bastante
polêmica, existindo teorias orgânicas e inorgânicas. As mais curiosas
delas são a da formação principalmente pela decomposição da matéria
orgânica do plâncton marinho, sobretudo o remanescente das plantas
marinhas (fitoplâncton transformado em sedimentos no momento da
deposição), e a da inversão da atmosfera da terra originalmente composta
por gás carbônico (CO2), que explicaria o volume de petróleo existente
no subsolo da terra.
Existem reservatórios de petróleo em diversas
profundidades e os mais rasos (- 10 m que podem ser explorados por
mineração) são os mais pastosos e com predominância na composição com
hidrocarbonetos de cadeias carbônicas pesadas (graxas), e os mais leves
em grandes profundidades (na faixa de - 2.500 m a - 5.0 m).
O
petróleo ocorre em muitas partes do mundo: extensos depósitos têm sido
encontrados no golfo Pérsico, nos Estados Unidos, no Canadá, na Rússia
(nos Urais e na Sibéria ocidental), na Líbia, no delta do rio Níger, na
Venezuela, no golfo do México e no mar do Norte.
O primeiro
impacto da exploração do petróleo, ocorre quando do estudo sísmico. Esse
estudo permite a identificação de estruturas do subsolo, e seu
princípio tem como base a velocidade de propagação do som e suas
reflexões nas diversas camadas do subsolo. Em terra os dados sísmicos
são coletados por meio de uma rede de microfones no solo, que receberão o
retorno das ondas sonoras provocadas por explosões efetuadas na
superfície. São abertas trilhas para a colocação dos microfones,
instalados acampamentos e provocadas explosões para a emissão das ondas
sonoras. No caso do mar, essas explosões são efetuadas em navios com
canhões de ar comprimido, com o arraste de microfones na superfície da
água.
Junto com toda a produção de petróleo, existe uma produção
de água, cuja quantidade dependerá das características dos mecanismos
naturais ou artificiais de produção, e das características de composição
das rochas reservatórios. Essa água produzida da rocha reservatório é
identificada pela sua salinidade e composição destes sais, normalmente
sais de magnésio e estrôncio.
Para manter as condições de pressão
na rocha reservatório (fundamentais para a migração do petróleo para os
poços, pode ser efetuada uma operação de injeção de água nas camadas
inferiores da rocha reservatório, e ou gás nas camadas superiores). Para
impedir a precipitação de sais nos poros das rochas no subsolo, muitas
vezes são utilizados produtos químicos que são injetados no subsolo, o
que implica na existência destes produtos nas localidades de produção, e
seus cuidados relativos a sua presença no meio ambiente. Cuidados
especiais devem ser tomados com o descarte destas águas produzidas.
Durante
a perfuração de poços de petróleo, usa-se um fluído de perfuração, cuja
composição química induz a comportamentos físico químicos desejados,
para permitir um equilíbrio entre as pressões das formações e a pressão
dentro dos poços. Esse equilíbrio é fundamental impedindo que o fluído
de perfuração invada a formação de petróleo danificando a capacidade
produtiva do poço, bem como impedir que o reservatório de petróleo possa
produzir de forma descontrolada para dentro do poço, provocando o que é
chamado de kick de óleo ou gás. Para o controle destes fluídos de
perfuração são usados aditivos a lama de perfuração, normalmente
baritina e outras argilas. É de fundamental importância que esses
fluídos e produtos sejam devidamente armazenados e manipulados, evitando
com isso um impacto ecológico localizado.
Também para análise das
formações atravessadas pelo poço perfurado, utilizase ferramentas de
perfilagem radioativas e todo o cuidado tanto com os fluídos utilizados
para amortecimento dos poços como com a manipulação, transporte e
armazenagem dessas ferramentas, deve ser tomado.
Das operações de
tratamento do petróleo resultam resíduos oleosos que, mesmo em pequenas
quantidades, recebem cuidados. Inovações tecnológicas vem permitindo a
reutilização de efluentes líquidos resultantes das operações de
produção.
Os cuidados no refino, são muito importantes. As refinarias tem desenvolvido sistemas de tratamento para todos os efluentes.
Chaminés,
filtros e outros dispositivos evitam a emissão de gases, vapores e
poeiras para a atmosfera; unidades de recuperação retiram o enxofre dos
gases, cuja queima produziria dióxido de enxofre, um dos principais
poluentes dos centros urbanos.
Os despejos líquidos são tratados
por meio de processos físico-químicos e biológicos. Além de minimizar a
geração de resíduos sólidos, as refinarias realizam coleta seletiva, que
permite a reciclagem para utilização própria ou a venda a terceiros.
O
resíduo não-reciclado é tratado em unidades de recuperação de óleo e de
biodegradação natural, onde microorganismos dos solos degradam os
resíduos oleosos. Outros resíduos sólidos são enclausurados em aterros
industriais constantemente controlados e monitorados.
As
refinarias vem sendo renovadas para processar petróleos brasileiros com
baixo teor de enxofre, que dão origem a combustíveis menos poluentes.
O
petróleo é um produto de grande importância mundial, principalmente em
nossa atualidade. É difícil determinar alguma coisa que não dependa
direta ou indiretamente do petróleo.
Os solventes, óleos
combustíveis, gasolina, óleo diesel, querosene, gasolina de aviação,
lubrificantes, asfalto, plástico entre outros são os principais produtos
obtidos a partir do petróleo.
De acordo com a predominância dos hidrocarbonetos encontrados no óleo cru, o petróleo é classificado em:
Quando
existe predominância de hidrocarbonetos parafínicos. Este tipo de
petróleo produz subprodutos com as seguintes propriedades:
- Gasolina de baixo índice de octanagem. - Querosene de alta qualidade.
- Óleo diesel com boas características de combustão.
- Óleos lubrificantes de alto índice de viscosidade, elevada estabilidade química e alto ponto de fluidez.
- Resíduos de refinação com elevada percentagem de parafina. - Possuem cadeias retilíneas.
Quando
existe predominância de hidrocarbonetos naftênicos. O petróleo do tipo
naftênico produz subprodutos com as seguintes propriedades principais:
- Gasolina de alto índice de octonagem. - Óleos lubrificantes de baixo resíduo de carbono.
- Resíduos asfálticos na refinação.
- Possuem cadeias em forma de anel.
Quando
possuem misturas de hidrocarbonetos parafínicos e naftênicos, com
propriedades intermediárias, de acordo com maior ou menor percentagem de
hidrocarbonetos parafínicos e neftênicos.
Quando existe
predominância de hidrocarbonetos aromáticos. Este tipo de petróleo é
raro, produzindo solventes de excelente qualidade e gasolina de alto
índice de octonagem. Não se utiliza este tipo de petróleo para a
fabricação de lubrificantes.
Após a seleção do tipo desejável de
óleo cru, os mesmos são refinados através de processos que permitem a
obtenção de óleos básicos de alta qualidade, livres de impurezas e
componentes indesejáveis.
Chegando às refinarias, o petróleo cru é
analisado para conhecer-se suas características e definir-se os
processos a que será submetido para obter-se determinados subprodutos.
Evidentemente,
as refinarias, conhecendo suas limitações, já adquirem petróleos dentro
de determinadas especificações. A separação das frações é baseada no
ponto de ebulição dos hidrocarbonetos.
Os principais produtos provenientes da refinação são:
- gás combustível - GLP
- gasolina
- nafta
- querosene
- óleo diesel
- óleos lubrificantes
- óleos combustíveis
- matéria-prima para fabricar asfalto e parafina.
O
petróleo após ser purificado e processado, é usado como combustível
primário em máquinas de combustão interna , sendo de grande importância
para o homem.
Em meados do século 19, a necessidade de combustível
para iluminação (principalmente querosene, mas em algumas áreas, gás
natural) levou ao desenvolvimento da indústria do petróleo.
Principalmente no século XIX, o crescimento do transporte motorizado fez com que a demanda crescesse muito rapidamente.
Hoje
em dia, o petróleo fornece uma grande parte da energia mundial
utilizada no transporte e é a principal fonte de energia para muitas
outras finalidades. O petróleo tornou-se fonte de milhares de produtos
petroquímicos.
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