Produção e destinação do ouro
O Brasil produz apenas 3% do total de ouro mundial e ocupa a 12ª posição no ranking do setor, cujo líder é a China (14%), seguida por Austrália (9,3%), África do Sul e Estados Unidos, responsáveis por 9% do volume internacional cada um.
Atualmente, a indústria de jóias é o destino da metade da produção mundial de ouro, ficando o mercado financeiro com um terço do volume. Já as aplicações industriais respondem por 10% da demanda pelo metal.
Os preços do ouro têm avançado significativamente nos últimos anos em face da limitada produção, baixo teor de qualidade, maior dificuldade para exploração de novas reservas, além da alta da demanda de países emergentes como China, Índia e Brasil.
Outro fator que pressiona as cotações do ouro nas bolsas de metais é a busca de investidores por hedge contra inflação ou por instrumento para ampliar a rentabilidade no cenário de menores taxas de juros e maior volatilidade de moedas e índices de ações.
As maiores reservas de ferro do planeta são constituídas por Formações Ferríferas Bandadas - BIFs, que são depósitos sedimentares acamadados, com rochas laminadas compostas pela alternância de camadas de sílica e hematita-magnetita, além de carbonatos e silicatos de ferro. O teor de ferro encontrado nos BIFs costuma variar de 20% a 35%, mas teores superiores a 55% ocorrem com pequena freqüência. O termo "itabirito" é freqüentemente utilizado como sinônimo para estas formações, especialmente na região do Quadrilátero Ferrífero.
De acordo com o DNPM, os recursos geológicos mundiais de minério de ferro, em 2007, eram da ordem de 340 bilhões de toneladas e estão localizados na Ucrânia, Rússia, China, Austrália e Brasil, que possuem, respectivamente, 20%, 16,5%, 13,5%, 13,2% e 9,8% desse montante.
As reservas brasileiras se sobressaem, igualmente, em razão do elevado teor metálico nelas encontrado, o qual freqüentemente supera 50%. As duas principais províncias ferríferas brasileiras são Carajás, no estado do Pará, e o Quadrilátero Ferrífero, no estado de Minas Gerais, as quais respondem por aproximadamente 98% da produção nacional de minério de ferro.
O Quadrilátero Ferrífero destaca-se pelo elevado volume de reservas, qualidade do minério produzido e produção acumulada. A região foi o berço de grandes empresas mineradoras, como Vale, Ferteco e MBR. A área apresenta uma geologia complexa, compartimentada em 3 grandes unidades: o Embasamento e o Supergrupo Rio das Velhas, ambos Arqueanos, e o Supergrupo Minas, Paleoproterozóico.
Na província do Quadrilátero Ferrífero, as principais jazidas estão em camadas de itabiritos com espessuras de até 250 metros, associadas ao Supergrupo Minas, mais precisamente a Grupo Itabira, da Formação Cauê. Estes itabiritos contêm minerais de ferro de fácies oxidadas, como hematitas, magnetitas e martitas. Superposta à Formação Cauê, coloca-se a Formação Gandarela, Grupo Itabira, onde também são encontrados itabiritos, porém, neste caso, associados a dolomitos.
A província de Carajás, localizada na Serra dos Carajás, foi descoberta posteriormente e foi o local da implantação de uma grande unidade de produção que engloba a mina e construção de ferrovia e porto, conhecida como Projeto Carajás, desenvolvida na década de 70 pelo Governo Federal. Na província de Carajás estão localizadas aproximadamente 30% das reservas nacionais, caracterizadas por altos teores de ferro, na maior parte dos casos superiores a 65%, estando também associadas a itabiritos, da Formação Carajás. Os principais minerais de ferro são a hematita e martita, seguidos pela magnetita e goethita. Além disso, jazidas secundárias também estão presentes, formadas por enriquecimento supergênico.
Os depósitos de ferro mais importantes na região de Carajás estão na região da Serra Norte, onde a produção do minério foi iniciada em 1985, ao passo que demais depósitos secundários encontram-se na região das serras sul, leste e São Félix. Dentre os depósitos conhecidos, os que mais se assemelham aos de Carajás são os de Hamersley, na Austrália.
Além dessas duas províncias, existem no Brasil outras ocorrências relevantes, tais como Corumbá, no estado do Mato Grosso do Sul, e Rio do Peixe Bravo, Guanhães e Morro do Pilar, no estado de Minas Gerais.
Em Corumbá, as mais importantes reservas concentram-se na região conhecida como Urucum, que se estende para além das fronteiras do território brasileiro em direção à Bolívia e cuja principal jazida situa-se no morro de Mutum. As reservas de Urucum são estimadas na ordem de 5 bilhões de toneladas de jaspilito, com um teor médio de 54% de ferro, acrescidas de 900 milhões de toneladas de um minério coluvionar com teor médio de 63% de ferro. Nessa província, a formação ferrífera tem uma espessura de 300 metros, formada pela alternância rítmica de hematita e jaspe. Ainda mais importantes são os depósitos secundários, coluvionares, onde o minério está enriquecido, depleção em sílica, com teores de até 67% de ferro. Na província de Corumbá existem diversas minas ativas, que geram uma produção de cerca de 4 milhões de toneladas de ferro ao ano.
Os depósitos do Rio do Peixe Bravo localizam-se no norte do estado de Minas Gerais, na região de Porteirinha e Riacho dos Machados. Foram estimadas nessa região reservas da ordem de 3,5 bilhões de toneladas de minério, dotados de teor médio de 35% de ferro. Essa formação ferrífera possui espessura de até 600 metros e é constituída essencialmente por diamictitos e quartzitos hematíticos. Estratigraficamente, tais depósitos estão posicionados em uma intercalação da Formação Nova Aurora, Grupo Macaúbas. Há grandes chances da existência de equivalência genética e geocronológica entre os depósitos do Rio do Peixe Bravo e os acima mencionados jaspilitos de Urucum, na região de Corumbá, já que ambos são proterozóicos e estão associados a sedimentos glaciais do Grupo Macaúbas.
Na região da serra do Espinhaço, no estado de Minas Gerais, a cerca de 100 quilômetros a noroeste de Belo Horizonte, estão os depósitos de Guanhães e Morro do Pilar. Em Guanhães, as reservas totais de minério de ferro superam os 460 milhões de toneladas, ao passo que Morro do Pilar atinge 420 milhões de toneladas.
Os depósitos mais valorizados, do ponto de vista econômico, são formados por itabiritos de fácies oxidadas com espessuras variando de 5 a 150 metros. Ao serem avaliados petrograficamente e litoestratigraficamente e levando-se em conta seus elementos traços, tais depósitos apresentam semelhanças com formações ferríferas do tipo Superior, que podem ser correlacionadas aos itabiritos da Formação Cauê, presentes também no Quadrilátero Ferrífero.
As reservas nacionais, prováveis e provadas, de minério de ferro foram estimadas pelo DNPM, em 2007, na ordem de 26 bilhões de toneladas, o que colocou o Brasil em 5º lugar em relação às reservas mundiais. Ressalte-se que, ao se considerar o teor de ferro contido no minério, a posição brasileira assume ainda maior destaque, devido à ocorrência de minérios de alto teor, tais como os minérios encontrados em Carajás, que possuem 65% de ferro, e no Quadrilátero Ferrífero e em Corumbá, com 60% de ferro. Cabe destacar que o DNPM adota metodologia específica para estimativa de reservas, que não necessariamente é a mesma adotada por outros órgãos correlatos.
Em suma, dois aspectos indicam a importância e o potencial das reservas brasileiras, a saber:
- qualidade do minério de ferro: as reservas minerais brasileiras, notadamente as localizadas em Carajás, no estado do Pará, no Quadrilátero Ferrífero, no estado de Minas Gerais, e em Corumbá, no estado do Mato Grosso do Sul, destacam-se pela qualidade, pois apresentam alto teor de ferro, não raro superior a 60%, enquanto o teor da maioria das jazidas consideradas nas estimativas mundiais varia entre 30% e 40%; e
- potencial inexplorado: a atividade exploratória no Brasil é ainda incipiente, quando comparada a outros países. Mesmo quando conhecidas, a maior parte das jazidas brasileiras não foi devidamente estudada para embasar estimativas apropriadas e mensurar as reservas. Existem inúmeros projetos em nível de autorização de pesquisa com potencial para viabilizar minas que carecem principalmente de capital e know-how para o seu desenvolvimento.
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