A CRATERA DO METEORO
Uma das
atrações naturais mais interessantes do estado do Arizona (EUA) é a Cratera do
Meteoro (Meteor Crater).
Existe na Terra um número
significativo de crateras formadas pela queda de meteoritos, algumas delas no
Brasil (São Paulo e Santa Catarina, por exemplo). Mas, essa do Arizona é a mais
famosa de todas e por várias razões.
Antes de tudo porque, por estar em um deserto, onde a erosão é
mínima, está extremamente bem preservada, como mostra a foto abaixo, apesar de
ter se formada há 50.000 anos. As crateras brasileiras, por exemplo, sob ação
de clima tropical, sofreram profunda erosão, o que, junto com a vegetação,
ajuda a mascará-las, só sendo percebidas em imagens de satélite, de radar ou
fotografias aéreas.
Outra razão que torna a Cratera do Meteoro famosa é que foi a
primeira a ter uma origem comprovadamente relacionada à queda de um meteorito, o que explica seu nome
prosaico. Graças ao empenho de Daniel Barringer, que, a partir de 1903, ali
investiu muito tempo e dinheiro, pôde-se provar que ela havia sido formada pelo
impacto de um grande meteorito. Ele dedicou os últimos 26 anos de sua vida a provar
isso e a tentar recuperar o grande volume de metal que ele imaginava estar no
subsolo da cratera. Surgiu assim uma nova ciência, chamada Meteorítica. E é por
isso que a cratera é também conhecida como Cratera de Barringer.
Os descendentes de Barringer honraram seu legado de luta e a
Cratera do Meteoro é ainda uma propriedade particular administrada pela sua
família, aí incluídas todas as instalações do local.
O meteorito que caiu no local tinha aproximadamente 50 m de diâmetro
e deslocava-se com a velocidade de 40.000 km/h. Era do tipo siderito, isso é,
formado por ferro e níquel Estima-se que o volume de metal nele contido daria
para fabricar 42.000 automóveis. Na foto abaixo, vê-se o maior dos fragmentos recuperados do meteorito.
A cratera fica próximo à cidade de Winslow, mas pode-se
acessá-la a partir de Flagstaff (56 km de distância), bom ponto de partida para
visitar também o Grand Canyon do Colorado, a Sunset Crater, as lindas formações
rochosas de Sedona, e outras atrações naturais do Arizona.
A estrutura geológica tem quase 1.245 m de diâmetro e 165 m de
profundidade. O choque do meteorito deslocou 175 milhões de toneladas de rocha.
Ela pode ser visitada descendo até ao centro, andando ao longo de seu bordo ou,
se o tempo não estiver bom, através de uma área envidraçada.
Um aspecto curioso é que a cratera, em vista aérea, é mais
quadrada do que circular (ver foto abaixo, da Wikipedia). Isso se explica pelo sistema de juntas (fraturas) de
suas rochas. É o que os geólogos chamam de controle estrutural.
O terreno lembra a superfície da Lua e foi usado pela Nasa para
treinamento de astronautas do Projeto Apolo. Por isso existe ali um memorial
aos astronautas norte-americanos (Parede
da Fama do Astronauta Americano), com o nome de todos eles gravados em uma
parede e exibição de uma réplica da cápsula que usaram em para treinamento de voos
espaciais.
A loja é excelente para quem deseja comprar minerais para coleção, fósseis e,
é claro, variados objetos sobre meteoritos.
Uma das coisas mais interessantes é uma coleção de oito pequenos cartões
que mostra como deve ter sido a queda do meteorito que formou a cratera no momento do impacto e nos
10 minutos seguintes.
Em 30 de junho de 1908, outro
grande meteorito caiu em Tugunska, na Sibéria (Rússia). A queda provocou uma
grande explosão, devastando uma área de milhares de quilômetros quadrados.
Apesar de ainda ser assunto de
debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada
pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteorito ou fragmento
de cometa
a uma altitude de 5 - 10 km, devido ao atrito da entrada na atmosfera.
Diferentes estudos concluíram que objeto media algumas dezenas de metros.
A
explosão liberou uma energia equivalente a mil bombas como a lançada sobre
Hiroshima e derrubou cerca de 80 milhões de árvores
em uma área e 2.150 quilômetros quadrados. Os troncos da foto, expostos no
museu da Cratera do Meteoro, são alguns daqueles 80 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário