Alexandrita do pela ema, Minaçu/Go: inclusões fluidas e condições genéticas
Uma ocorrência primária de alexandrita ocorre nas rochas
metassedimentares do Grupo Serra da Mesa (GSM) no município de Minaçu
(GO), próximo ao córrego Pela Ema, na borda SE do núcleo
granito-gnáissico da Serra Dourada (GrSD). Entre as variedades de
crisoberilo coletadas, 10 a 15% são de alexandrita de boa qualidade
gemológica, caracterizada por cristais de hábito pseudo-hexagonal devido
à geminação múltipla, com dimensões entre 0,4 e 3cm, contendo inclusões
de quartzo, muscovita, biotita, granada, monazita e um número
relativamente elevado de inclusões fluidas (IF). O GSM, na área da
mineralização estudada, é representado por biotita-muscovita-quartzo
xisto com porfiroblastos de crisoberilo, granada, estaurolita e cianita,
finas lentes de xisto feldspático, delgados níveis de anfibolito,
exogreisens e veios de quartzo, às vezes com mineralização de esmeralda.
O estudo óptico da alexandrita revelou a presença de inclusões fluidas
de origem primária e pseudo-secundária. A microtermometria de IF
primárias mostrou que durante a formação do mineral estiveram presentes
soluções aquocarbônicas ricas em NaCl, CaCl2 e, possivelmente, KCl e
AlCl3, com salinidades variando de 18,5 – 21,5% em peso de NaCl equiv. E
densidades de 0,96 a 1,03g/cm3. As estimativas de P-T forneceram
valores variando de 6,1-7,5 kbar e 535-576oC e 4,4-5,9 kbar e 530-565oC,
dependendo das equações termodinâmicas consideradas. A condição de
formação do crisoberilo foi determinada como sendo da fácies anfibolito
médio, por meio da intersecção dos campos gerados pelas curvas
paragenéticas, principalmente da cianita e estaurolita, com as isócoras
obtidas pelas análises das IF. Os estudos indicaram ainda que a formação
do crisoberilo ocorreu, provavelmente, a partir do berílio, liberado
dos veios de quartzo com berilo (esmeralda), por fluidos metamórficos,
precipitando-se em função da disponibilidade de Al3+ das encaixantes.
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