domingo, 15 de junho de 2014

O povo não vê a cor do dinheiro dos diamantes do Zimbábue

O povo não vê a cor do dinheiro dos diamantes do Zimbábue


Padrões de vida nada mudam, apesar de faturamento milionário

A extração maciça de diamantes não tem se traduzido em melhoria do padrão de vida para o povo do Zimbábue, porque o dinheiro das vendas beneficia apenas indivíduos com ligações políticas e financia operações secretas de segurança, segundo analistas.
O Zimbábue produziu diamantes no valor de U$ 334 milhões no ano passado, e isto coloca o país como sétimo maior produtor, de acordo com a Kimberly Process. Mas a maioria dos cidadãos do país permanecem entre os mais pobres do mundo, com 80% deles sobrevivendo com menos de um dólar por dia, enquanto os serviços de eduçação e saúde se encontram em situação de penúria.
A descoberta dos diamantes na região de Marange foi vista como uma panacéia para os milhares de problemas econômicos do país, que também passa por uma série crise de liquidez e em suas exportações. Mas o otimismo desapareceu, porque há pouca receita que vai parar no Tesouro, e parte dela é desviada para financiar estruturas do partido Zanu PF dentro da frágil coalizão governamental.
O relatório da Kimberly Process diz que Botsuana é o maior produtor mundial, com U$ 2.5 bilhões, seguido da Rússia (U$ 2.38 bilhões) e Canadá (U$ 2.3 bilhões). Em seguida aparecem África do Sul, Angola e Namíbia.
“Eu não sei para quê estão usando o dinheiro dos diamantes,” disse Farai Maguwu, diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do país. “Mas o desenvolvimento nacional só pode ser feito através do governo central, e há razão suficiente para suspeitar que o dinheiro esteja sendo usado para financiar atividades paralelas do governo.”
A suspeita de Maguwu é confirmada por um relatório recente da Global Witness, uma organização contra a corrupção e abusos de direitos humanos, que pediu à comunidade internacional que impeça o financiamento de forças de segurança com a venda de diamantes feitas pelo Zanu PF, do presidente Robert Mugabe. O relatório expõe ligações entre a Anjin Investments, maior empresa de diamantes nos campos de Marange, e as forças de segurança do país.
“Dada a reputação de violência da organização central de inteligência do país e dos militares, tememos que este dinheiro vá financiar abusos de direitos humanos nas próximas eleicões..

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