domingo, 8 de junho de 2014

Projeto de pesquisa incrementa produção de opala no Piauí

O CETEM participou da instalação do Projeto Cooperativo em Rede do Arranjo Produtivo de Opala na Região de Pedro II, no Piauí, entre os dias 22 e 23 de julho. A região é a única produtora no Brasil dessa rara pedra preciosa. Somente mais dois países a produzem em escala comercial: Austrália e México.
O projeto tem como objetivo consolidar a cadeia produtiva da opala, beneficiando diretamente cerca de 880 garimpeiros, lapidários e ourives que atuam no setor, e gerando mais emprego e renda para a população local.
Coordenado e executado pela Fundação de Desenvolvimento e Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão do Piauí e pela Secretaria Estadual do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico, Tecnológico e Turismo, o projeto conta com recursos da ordem de R$947.000, financiados pela FINEP, a partir do Fundo Setorial Mineral. Essa quantia destina-se a implantação da primeira fase do projeto, que terá a duração de 2 anos.
Os trabalhos serão desenvolvidos em parceria com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM/MME); a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM/MME); o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM); o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a Associação dos Lapidários e Ourives de Pedro II e a Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II.
A equipe do CETEM irá realizar estudos geológicos e de engenharia de minas, visando incrementar de forma sustentável a extração do mineral nos garimpos locais. Fará também a caracterização mineralógica das opalas e de substâncias minerais, hoje descartadas como rejeitos, no Laboratório de Gemologia do Centro. Em seguida serão realizados estudos para a melhoria da qualidade no processo de lapidação das opalas, sua classificação e valoração. Os conhecimentos adquiridos ao longo do projeto serão repassados aos trabalhadores envolvidos na cadeia produtiva por meio de treinamentos, cursos, palestras e manuais.

A importância do projeto

A região de Pedro II, embora seja responsável pela única produção de opala preciosa no País, apresenta um baixo índice de desenvolvimento humano. A extração das opalas, realizada desde o final da década de 50, de forma descontínua e sem fiscalização eficaz, não contribuiu para a geração de riqueza e inclusão social do município. Grande parte da produção, no passado, foi extraída por firmas estrangeiras, que exportavam as pedras em estado bruto para agregação de valor no exterior. O restante era produzido de forma rudimentar e, em muitos casos, de maneira informal por garimpeiros locais, que vendiam a pedra bruta a preços bem abaixo do seu real valor de mercado.
O projeto visa alterar esse quadro por meio de uma série de medidas como, por exemplo, a regulamentação da extração da opala nobre; uma melhor compreensão dos fatores geológicos que levaram à formação dos depósitos e a introdução de práticas e tecnologias apropriadas na atividade extrativa mineral, diminuindo os impactos ambientais e a recuperando áreas degradadas. Outros objetivos são proporcionar uma maior agregação de valor da opala na cadeia produtiva, por meio da melhoria da qualidade nas etapas de lapidação, design, joalheria e artesanato mineral; da capacitação e qualificação da mão-de-obra; da melhoria das condições de segurança e saúde dos trabalhadores, e da promoção comercial dos seus produtos, tanto no mercado interno quanto externo.

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